The Prince Of My Ballerina escrita por Isabelle Masen


Capítulo 8
Capítulo 7 - Desconfianças




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Depois de muitas outras perguntas no estilo: você o conhece? De onde?, fui pra casa e dormi cedo, sem descer pra jantar. Agora estou no jardim do lado da casa, lendo uma coluna de política no The New York Times. Meu pai acaba de mandar construir uma nova linha de trem no Brooklyn, o que é ótimo pras pessoas. Posso ser contra a singularidade de meu pai com as pessoas mais pobres, mas admiro que ele seja um político honesto que cumpre suas obrigações.



–-- Dane-se o congresso! Você não tem me dado atenção há dias! - a voz de minha mãe rasgou o silêncio. Virei o rosto e a vi entrando pela frente à pés firmes, com meu pai elegantemente vestido com seu terno enquanto avaliava algo em seu celular.



–-- Renée, pelo amor de Deus! Você sabe como é meu emprego, sabe que tenho outras obrigações!



–-- Desde que você começou com essa merda de ferrovia nem para mais em casa! - exclamou minha mãe nos degraus da casa e meu pai se virou pra ela de repente.



–-- Não diga palavrões nesta casa!



–-- Pare de ser assim comigo! Eu estou lhe avisando!






–-- Você está nervosa, é melhor discutirmos isso depois - meu pai disse simplesmente e se virou, entrando na mansão. Minha mãe deu uma risada sarcástica e caminhou até a fonte que tinha no meio do jardim da frente, mexendo e ligando pra alguém no celular. Ela ainda não tinha me visto aqui.



–-- Sim, eu quero desviar… Não, eu já te dei! Seja discreto, tenho medo de alguém desconfiar! Ta, tchau! - e desligou. Não entendi nada e ela entrou em casa novamente.



Voltei a folhear o jornal, um tanto entediada.



(...)



–-- Você tem certeza? - perguntei a Alice enquanto ela vasculhava meu guarda-roupa.



–-- Sim, que diabos pode acontecer? É só uma boate, Bella, não um necrotério - disse atirando um vestido preto antigo que ganhei com 18 anos, que antes era largo e agora estava bem menor.



–-- Esse não, ganhei ele há três anos, ele deve estar curto e colado…



–-- Perfeito! - sorriu-me e me chutou pro banheiro - te encontro lá em baixo.



Revirei os olhos me olhando no espelho e ela sorriu, me dando um beijo na bochecha.



–-- Vai ser legal, confie em mim!



–-- Eu confio - sorri e ela sumiu dali em um piscar de olhos.



Enquanto me enfiava dentro do vestido de mangas que agora está totalmente colado ao meu corpo, meus olhos bateram na pulseira de prata preciosa, que pertencia à Elizabeth Jezebbel Swan, minha tataravó que também foi bailarina. Sorri e a coloquei no pulso, relembrando também das doces lembranças de meu pai contando as histórias dela quando eu era pequena.



Coloquei a pulseira, calcei o scarpin laranja de camurça escolhido por Alice. Abusei da maquiajem, bem preta com apenas um gloss na boca pra não ficar vulgar e desci as escadas de casa, passando por meus pais que estavam na sala de jantar conversando.



–-- Onde vai, querida? - papai perguntou com uma cara nada boa.



–-- Vou em uma boate com Alice, não precisam me esperar - falei rápido e fechei a porta antes da repreensão dos dois.

Alice estava encostada no carro, observando tudo com um sorriso de canto.

–-- Bella! - ouvi o grito de minha mãe e Alice começou a rir, enquanto corríamos pra entrar no carro.



–-- Essa noite vai ser muito loucaaa! - Alice comemorou e eu ri quando ela acelerou com tudo, dando a volta na fonte em frente a minha casa e passava pelos altos portões. Observamos minha mãe tendo um ataque de fúria pelo retrovisor enquanto meu pai e outros empregados tentavam acalmá-la.



Liguei o som de Alice e uma música altíssima de seu DJ favorito, David Guetta, tocava.



–-- Só não beba demais e me esqueça - gritei por causa do som alto e ela me mostrou seu gentil e educado dedo do meio.



(...)



Alice estacionou o carro em um beco vazio, alegando que não é seguro estacionar em frente a um local público. Saltamos e entramos no local cheio de gente e com muitas luzes roxas que apareciam em cliques, dando a impressão de o local estar sendo fotografado inúmeras vezes no ritmo da música. Fiquei tão animada que instantaneamente comecei a me balançar de um lado pro outro enquanto serpenteava entre as pessoas no enlaço de Alice, que me levava em direção ao bar.



–-- Manda uma budweiser e uma heineken, Jim - falou, animada.



–-- Você conhece o barman? - perguntei.



–-- Claro, ele é o Jim! E Jim é o cara! - disse risonha. E olha que ela ainda nem tinha bebido nada!



As bebidas chegaram e eu bebi tudo de uma vez, ansiosa pra começar a dançar.



–-- Vem, Alice - a puxei já em seu terceiro como em 2 minutos. Ela cambaleou e quase quebrou o copo. Precisei empurrar alguns caras que se meteram em minha frente tentando me agarrar, enquanto Alice ria e agarrava alguns.



–-- Larga o doce, Bella! - falou rindo quando uma nova música começou.



Icona Pop - I Love It




Não era pelo efeito da bebida, mas eu me sentia elétrica. Pulava e rebolava enquanto Alice, que conhecia a música, cantava junto e se balançava de um lado pro outro. Em menos de 20 segundos um cara loirinho se aproximou dela e eles dançaram juntos, me deixando sozinha. Não liguei, afinal a noite é minha e eu quero mais é aproveitá-la e dançar o máximo possível.



Suei bastante enquanto dançava, mal enxergava as pessoas à minha volta. Algumas meninas gostaram da minha “pegada” e me acompanharam, imitando meus movimentos. Rimos bastante e quando a música acabou, avistei Tanya, Kate e Irina me olhando com olhares perversos.



–-- O que uma pessoa como você faz em um lugar como esse? - Tanya disse com escárnio na voz.



–-- Achei que a tonta aí só gostasse desse piruetas na faculdade - Irina cruzou os braços me olhando de cima a baixo.



–-- Achou não, ela só dá piruetas lá mesmo. Aqui mais parece uma retardada fazendo coisas… Coisas que o retardado faz - disse Kate, fazendo todas rirem. Engoli em seco, e, levemente afetada pela bebida, respondi:



–-- Por acaso pedi a opinião de vocês pra alguma coisa? Nem sei por que estão aqui, como conseguiram fugir do galinheiro? - falei e dei as costas pra elas, que ficaram surpresas. Era a primeira vez que eu respondia uma de suas provocações.



David Guetta ft. Kid Cudi - Memories





Começou uma do David Guetta e eu sorri quando Alice apareceu saltitando ao meu lado, me entregando um copo com uma bebida qualquer.



–-- O que é isso?



–-- Sei lá, me deram por aí - disse rindo da própria piada, e então entendi o duplo sentido. Arregalei os olhos e ela riu ainda mais de minha reação - relaxa, eu não fui estuprada por um porco espinho voador pra você me olhar assim. Bebe logo essa droga antes que eu beba por você!



Assim o fiz e ela tacou o copo longe, começando a dançar comigo fazendo movimentos bem engraçados.



(...) 3h45min



POV Narrador




Apesar do horário bastante excessivo, a boate não esvaziara, muito pelo contrário. Assim como a energia de Bella e de Alice, que já levavam fama de as top’s da noite. Enquanto Alice se pegava com um loiro misterioso, Bella dançava sem se importar com os olhares explícitos dos homens, que a todo momento tentavam conquistá-la. Ela estava entregue à energia da noite, a essência que a música continha, as luzes, tudo era um mundo só dela, um mundo onde não haviam problemas nem contradições. Apenas ela mesma.



Do outro lado daquela boate, por conhedicência ou não, Edward Cullen estava sentado no bar bebericando um whisky enquanto aguardava mais um dos carregamentos da semana. Já estava farto desse trabalho, mas não obtinha escolha. Ou o fazia ou pagaria muito caro por isso. Seus olhos estavam vermelhos e semi-abertos, assim como seu nariz e a ponta de seus dedos, porém não era o sono…



Bella dançava radiante com uma música eletrônica qualquer quando um homem apareceu abraçando-a pela cintura. Ela mal sentia seus braços por conta do efeito do álcool que bebia e pelas luzes do local que dificultavam sua mente de raciocinar. Poderia apenas ser um qualquer, mas não era. Era aquele que, durante tão pouco tempo, já nutria uma fortíssima atração por ela, algo insaciável que apenas ele compreendia a intensidade do que sentia pela “menina”.



Assim que Bella recuperou a sanidade, empurrou o homem e virou-se para restringi-lo, porém ele já tinha desaparecido. Uniu as sobrancelhas e acabou por dar meia volta e ir pro bar, enquanto ainda lhe restava consciência.



Sentou-se no banco alto e redondo com a cabeça mais pesada que o resto de seu corpo. Fechou os olhos e massageou a testa por alguns instantes, e quando os abriu novamente seus olhos foram direto pra um homem que ela julgou ser uma miragem. Uma perfeita miragem.



Tocou seu ombro com os dedos trêmulos e a visão embaçada tanto pelo lápis meio borrado por conta do suor. Piscou várias vezes, mas não conseguia distinguir se ele era ou não quem ela pensava que fosse. O homem virou-se lentamente.



Ele estava tão entorpecido quanto ela: mal distinguia as cores, as formas, tudo ao seu redor. Seus pés tremiam e ele mal reconheceu a bela morena de curvas médias, porém sensuais na medida certa pra ele. Ele sorriu, pois a aparência daquela estranha o lembrava daquela que vem tomando seus pensamentos na maior parte dos tempos. Desejou que ela estivesse ali realmente, para que ele pudesse abraçá-la. Pobres bobos, mal sabiam que estavam um bem de frente pro outro.



–-- Hey, eu te conheço de algum lugar? - Bella disse com um meio sorriso, a voz rouca e arrastada pela bebida.



–-- Provavelmente não, mas eu acho que te conheço - ele disse com os olhos semicerrados e um meio sorriso, a voz saíra baixa o bastante pra apenas ela ouvir, mas igualmente alterada. Ambos pensaram: que pena que não é quem eu pensava.



Repentinamente Bella deixou-se entregar pelos seus instintos naturais e, imaginando que aquele fosse quem ela pensava, tocou sua mão sentindo a princípio a sua sequidão e maciez explícitas, apesar de sentir também alguns farelos incômodos.



–-- Quer dançar? - ele perguntou, igualmente iludido, pensando ser a Bella que ele queria.



–-- Achei que não convidaria - Bella soltou uma risadinha, bem mais liberal que quando sóbria. Nunca aceitaria dançar com um estranho assim, se estivesse em um estado normal de consciência.



Por ser um horário consideravelmente tardio, músicas lentas começaram a tocar para, no pensamento dos donos da boate “colocarem os bebuns pra dormir”.



Edward levou a mão livre para a cintura fina e delicada de Bella, tomando todo o cuidado como se a qualquer momento pudesse quebrá-la, porém sem deixar de apalpá-la como desejava fazer com a “própria Bella”. Em momento algum tirou a mão oferecida pela garota enquanto estavam sentados, era magnético estarem juntos. Fechou os olhos enquanto se balançavam no ritmo do som calmo de alguma melodia de Scorpions, encostou o rosto em seus cabelos molhados de suor mas não se incomodou em aspirar profundamente o cheiro doce de algum perfume importado, algo daquela loja Chanel, um dos perfumes que sua mãe sempre desejou ter posse. Sorriu, juntando ainda mais a baixinha pra si.



Bella estava no paraíso enquanto sua cabeça se apoiava no peito do misterioso homem. Eles estavam em puro êxtase, desejando estar com seus correspondentes donos dos pensamentos. Mal sabiam eles que quem eles pensavam realmente estava ali, realmente abraçados, desfrutando o momento. Mas o destino pode ser cruel ao juntar duas pessoas, por vezes até lento demais para o próprio bem. Porém para que obter uma batalha vencida sem antes ter lutado? Se você já iniciar vencendo não poderá ter glórias.



Edward desejou perecer todas as suas noites e dias no conforto daqueles braços pequenos e singularmente confortáveis, porém após alguns minutos Bella fora puxada pela amiga, fazendo-o dar apenas uma última olhada para o pequeno rosto em formato de coração antes de sua partida.



Sorriu e apoiou-se no bar, enquanto permanecia em transe repensando em todos os momentos que já conseguiu ter com Bella. E pensar que ele seria seu Albrecht em dois dias; dançar junto à aquele corpo milimetricamente perfeito e moldado especialmente pra ele; aqueles cabelos charmosamente bagunçados, aqueles olhos que falam mais que a boca, aquele nariz arrebitado sem segundas intenções, aquela inocência…



Olhou pra baixo e balançou levemente a cabeça, encontrando uma pulseira de ouro puro, que deduziu ser da misteriosa moça que dançou com ele. Pegou-a e ficou alguns segundos a observando, mil possibilidades passando por sua mente.



–-- Ei, Cullen, tem um novo carregamento lá atrás - Paul, seu parceiro de trabalho, o alertou.



Deu um longo suspiro. Realmente não gostava do que fazia, odiava estar preso à esse emprego. Era vicioso e repugnante, porém não tinha outra escolha. Se entrou, não poderia mais sair, está preso eternamente à isso. É um cíclo vicioso do qual você não consegue simplesmente fugir.



Obedeceu a ordem do amigo, porém seus pensamentos não saíam da morena.





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Notas finais do capítulo

MSG: Iai lindenhas, o que acharam do meu POV Narrador? Complicado, estranho, ridículo? -parey- kkkkkk eu gostei de escreve-lo, ja que ninguém sabia até agora como o Edward pensava em relação a Bella. E essa última parte dele? Em que será que ele trabalha? iuhaiohuaoiahu e a misteriosa ligação da mãe de Bella? começaram os mistérios da fic e eu não vou poder dar spoiler nenhum… Fiquei atentas!



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