Hermione descansava ainda no leito, agora aninhava sua Rose em seus braços. Sorriu ao ver a pequena soltar um bocejo.

Uma batida na porta foi ouvida.

—Entre!

Um ruivo enfia a cabeça para dentro do quarto, sorridente.

—Oi! Desculpa, acabei dormindo e não consegui entrar com os outros! —Disse sem jeito, com um sorriso e a sobrancelha elevada.

Hermione sorriu.

—Isso foi uma das coisas que sempre admirei em você! –Hermione ruboriza e finge olhar para o bebê em seus braços.

—O que exatamente? –George havia se aproximado, agora segurava Rose aninhada em seu peito, em seguida coloca o embrulho rosa no berço.

—Seu sorriso! –George novamente levanta as sobrancelhas e sorri. —Esse sorriso, é meio... Debochado. Fred não sorria assim!

George riu.

—Quer dizer que namorou minha cópia mal feita, mas sonhava com o meu sorriso?

—Não! –Gritou e tapou os lábios. —Eu só achava o seu sorriso mais... Atraente?

—Fico lisonjeado com o elogio, mas acho que você precisa dormir. –Beijou novamente a testa da garota e saiu do quarto.

George praticamente fugiu de Hermione. Saiu correndo pela porta sem dizer nada além de sussurrar um “descanse” enquanto passava pela porta semiaberta.

.....

George observava a sombra de Hermione atrás do biombo branco, primeiramente observou sua delicadeza para tirar o avental hospitalar e logo vestir sua calça e uma blusa simples. Hermione saiu de trás do local arrumando os cachos que caiam em seu rosto.

—George? –Estalou os dedos tentando chamar a atenção do rapaz.

—Desculpe... Vamos? –A garota assente e pega Rose que dormia tranquilamente.

.....

O som de apartação tomou a sala da Toca, e logo Molly e Gina estavam ao lado de Hermione que entregou a filha para Molly segurar. Harry apareceu em seguida com Ron ao seu lado. Sr.Weasley estava no ministério, trabalhando como sempre.

—Querida, como está se sentindo? –Molly perguntava a todo o momento.

—Só um pouco cansada!

—Se quiser se deitar um pouco, o jantar ainda vai demorar bastante! E cuidamos de Rose para você.

Hermione assentiu e subiu as escadas lentamente, deitou-se na antiga cama de George e ficou lendo um exemplar que Harry levou durante a estadia no St.Mungus.

Quase no final do livro a porta se abre, revelando George que entrava na ponta dos pés, que ao ver Hermione o encarando tomou um susto.

—Desculpe, achei que estivesse dormindo!

Hermione deu de ombros e voltou para sua leitura, resolveu que tentaria descobrir o que estava acontecendo com George. Observou por cima do livro o ruivo andar até a prateleira perto da janela e pegar algo lá de dentro, quando o rapaz virou-se voltou a olhar seu livro.

—Hermi?

A garota levantou o olhar.

—Sinto muito por ter fugido de você ontem! –Hermione assentiu. —É que eu acho que não deveria ter feito aquilo, você sabe... Ter beijado você!

Hermione sorriu.

—Na verdade você me deixou bastante confusa aquele dia! –A garota fecha o livro e coloca-o de lado, dá dois tapinhas convidativos na cama, esperando que George sentasse ao seu lado. O ruivo com receio aproxima-se e se junta a garota que continua. —Por que me beijou?

George segura os dedos nervosos e movimenta as mãos sem necessidade. Abre a boca algumas vezes, mas a fecha novamente, sem soltar nenhuma palavra.

—Sinto muito!

—Sente pelo o quê? –Hermione percebe que em todo esse momento, não houve contato visual. Então, segurou o rosto do rapaz com as delicadas e macias mãos, deixando-o olhar direto em seus olhos.

—Por não poder explicar! Não tem explicação, apenas fiz o que deu vontade.

Surpresa, Hermione soltou o rosto do rapaz que continuou a olha-la.

—Isso explica... Eu acho!

George levanta aflito, caminhava de um lado para o outro, com as mãos nos cabelos agora bagunçados.

—Isso é errado! Digo, gostar de você. –Continua mexendo nervosamente em seus cabelos, Hermione apenas observava o ruivo andar. —Por Mérlin, você é, ou foi a namorada do meu irmão gêmeo!

A garota nada falava, apenas observa minuciosamente os passos do rapaz que parou e olhou-a.

—Não posso continuar assim, diga algo! –Pediu à garota que deu de ombros.

—O que está pensando?

—Em muitas coisas que gostaria de fazer! –Responde ofegante.

—Simplesmente faça o que quiser! Não se sinta preso por algo... –Hermione foi interrompida por George que se aproximou e selou seus lábios em um beijo. Percorreu com a mão as costas da garota, chegando à sua nuca, e assim, aproximando ainda mais seu rosto. Hermione com as mãos espalmadas no peito do rapaz apenas acompanhava o ritmo descompassado. Após separar seu rosto, George observou a expressão da garota que continuou com os olhos fechados após o beijo. Acariciou as bochechas rosadas e esperou, em seguida Hermione abriu os olhos e encarou o ruivo. O silêncio agora era incomodo.

Ao contrário do que George imaginava Hermione não falou nada, apenas o abraçou com força, tal abraço que foi retribuído com carinho.

—Eu não devia deixa-la confusa dessa forma! –Sussurra no ouvido da amiga.

Hermione segura o rosto de George entre as pequenas e delicadas mãos e olha diretamente nos olhos verde-oliva do rapaz.

—Não estou confusa!

—Hermione...

A garota calou o rapaz com um novo toque em seus lábios, agora mais tranquilo.

—Só não quero apressar as coisas! –Responde tentando afastar o rosto do olhar curioso da garota.

—Não está!

George sorri e abraça Hermione, joga seu corpo para trás, deitando os corpos unidos pelo abraço. A garota adormece.

Batidas de leve ecoam pelo quarto, George que passou o tempo todo acariciando e observando Hermione dormir mexeu-se, e assim, acordou a garota que sorriu ao vê-lo.

—Achei que tinha sido um sonho! –Disse sorrindo.

George ajeitou uma mecha do cabelo cacheado de Hermione.

—Não foi!

Novamente as batidas.

—Hey, o jantar está pronto! –Era a voz de Gina. George e Hermione levantam-se e caminham até a porta.

—Por que não entrou? –Hermione indaga enquanto caminha até a cozinha.

—Fiquei com medo de ver alguma indecência!

Hermione ruboriza e olha para o ruivo que andava com as mãos relaxadas dentro dos bolsos.

—Rose incomodou? –Hermione tomava a filha dos braços de Molly que servia Ronald sorridente já com os talheres em mãos.

—Rose é a criança mais calma que já vi, não chorou nem um segundo se quer! –Molly responde ao largar o prato do filho.

O jantar ocorreu tranquilamente, assim como outros. Assim que chegou ao final, Hermione se despediu de todos, e sob protestos de Molly voltou para casa junto de George.