Perto Demais Para Te Amar escrita por Jenny


Capítulo 26
Capítulo 26 - O beijo e o telefonema


Notas iniciais do capítulo

Primeiro detalhe: devo inúmeras desculpas para com aqueles que acompanhavam minha história. Tive sérios problemas na minha vida e, infelizmente, parei de escrever.
Hoje, me encontro melhor, e a escrita foi uma forma de voltar a ativa.
Segundo: quem gostava da minha história, pretendo continuar do mesmo ponto, com os mesmo personagens.
Adoraria que vocês pudessem me dar mais uma chance.
Muito obrigada pelo apoio e espero que gostem desse capítulo.
Boa leitura!



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Jenny

Assim que recebi o telefonema de Lydia, corri até sua casa, como ela mandará. Quando cheguei lá, percebi que Lydia chamara todo o restante do grupo. Nós estávamos sentados – eu, Stiles, Allison e Scott - no sofá só esperando que a ruiva começasse a falar. Ela andava de um lado para o outro, sem olhar para nós. Parecia apreensiva, com medo de dizer o que sabia. E pode ter certeza, que naquela sala, Lydia era a que mais sabia das coisas.

— Fala logo Lydia! – disse Stiles, impaciente – O que quer que seja, nós estamos preparados. Certo, galera?

Ninguém respondeu.

— E.. Eu sei o que é o Andrew é – gaguejou Lydia – Um Ghoul!

Por que eu ainda penso que as coisas não podem piorar? Sério, qual é meu problema?

— Ok... Mas o que seria um ghoul? – disse Allison.

Enquanto Lydia explicava a tal criatura, tudo que eu conseguia pensar era como poderíamos acabar com tudo aquilo. Eu já estava cansada de tanto sofrimento, tantas mortes. Mas como derrotar Andrew sem matá-lo? Olhei ao redor, e percebi que meu irmão também não prestava atenção na garota. Seu olhar lembrava o meu. Desespero, medo, confusão...

— Estamos todos de acordo? – disse Lydia.

— Acordo? – eu finalmente disse – Não. Nós não vamos matar Andrew. Ele não merece isso.

— Jenny, olha para mim – disse Stiles se aproximando de mim. Eu esquecera como era aquela sensação de senti-lo perto de mim – Andrew está morto. Nós vamos matar a criatura que o está possuindo.

— Não! Vocês não o conhecem como eu. Sua infância foi terrível. Ele viu seus pais morrerem quando era uma criança e ninguém acreditou nele. E agora, ele é um ser sobrenatural. O impossível. Nós precisamos salvar ele, não matá-lo.

Acho que eles pensaram que eu era louca. Sei que não devia ter contado tudo aquilo, mas eles precisavam saber que o garoto não era um monstro. Mesmo quando ele quase me matou, eu não consegui ver um monstro naqueles olhos castanhos. Era como se implorasse por socorro, e ninguém o escutava. Mas eu escutava. Eu queria o ajudar. Só que sozinha eu nunca ia conseguir. Eu precisava da ajuda dos meus amigos.

— Talvez fosse melhor você ficar em casa, Jenny – disse meu irmão – Você está emotivamente ligada nesse caso, e isso nunca é bom.

— O QUÊ? – eu não consegui acreditar – Ficar fora? Você perdeu seu juízo? Vocês precisam de mim.

— Acho que o Scott tem razão – Stiles dizia enquanto pegava sua mochila – Nós só queremos o seu bem. Eu posso pedir pro meu pai fazer companhia a você. Assim você descansa e fica protegida ao mesmo tempo.

Eu olhei para Lydia. Ela era a única que eu podia contar. Eu confiei nela, e agora era a vez dela.

— Fique em casa – ela sussurrou.

E mais uma vez, eu era nocauteada pela ruiva. Como eu pode um dia pensar que nós erámos amigas. Ela fora tão má comigo nos últimos anos – Nós podemos acabar com isso. Eu não podia acreditar. Meus amigos não queriam minha ajuda, pois eu estava “emotivamente ligada com o caso”. O que isso quer dizer?

— Ok, eu fico em casa – eu disse - Só que depois não venham pedir minha ajuda. Minha última dica é: cuidado. Principalmente você, Scott. E você, Lydia. A lista não mente. Alguém vai morrer.

Eles me olharam e depois saíram sem se despedirem. Talvez eu realmente precisasse de um tempo para mim. Eu não tive tempo de conversar com Derek sobre nossa ligação, e eu precisava visitar Parrish. E claro, tentar descobrir como eu escrevi aquela lista. É verdade, eu realmente precisava de um tempo.

—--------//---------

Eu estava cansada de ficar esperando. Alguma coisa estava acontecendo no hospital, e isso estava atrasando o horário de visitas. Cada minuto que passava, meu coração acelerava. E se o atraso fosse porque o Parrish não estava bem? Será que ele precisa de mim? Acho que não, afinal aqui é cheio de médicos. Ele está em boas mãos. Mas, e se ele precisar? Eu estou aqui presa, incapaz de ajudá-lo.

— Boa tarde! E desculpa pelo atraso – disse uma enfermeira ao entrar na sala de espera. Ela parecida forçada, como se odiasse o trabalho dela – As visitas começarão agora. Sigam-me!

Apressei meus passos para alcançar a garota. Ela nem parecia me notar.

— Oi, boa tarde – tentei chamá-la – Meu nome é Jenny. Jenny McCall. Eu gostaria de saber o estado do paciente Jordan Parrish. Ele chegou aqui há dois dias, e eu não pude vim visitá-lo. Eu realmente...

— Você disse Jordan Parrish? – finalmente a garota me olhava – Tenho que ser sincera, ele foi o paciente mais confuso que eu já vi. Um dia, ele está morrendo. Sério, querida, quando ele chegou aqui, pensei que ele não seria capaz de sobreviver. No outro, ele estava perfeitamente curado! Isso é... Fantástico!

— Não! Isso é horrível – eu praticamente gritei com a garota – Como assim ele está bem? Isso não é possível! Onde eu posso encontrá-lo?

— Oh querida, por mais que isso seja uma loucura, Jordan está bem. Tão bem, que ele já recebeu alta. Ele não está aqui.

— Ok... – não conseguia pensar, só queria entender o que estava acontecendo.

Pensei em vários lugares que eu poderia encontrar o Parrish, a delegacia, a escola, a praça da cidade, mas eu tinha a sensação que o melhor lugar era o orfanato. Não que eu quisesse voltar para o lugar que eu quase morrera, mas eu necessitava conversar com o Parrish, mais do que nunca. Talvez ele soubesse de algum método para salvar seu melhor amigo ou ele poderia me ajudar a decifrar o mistério daquela lista. De qualquer maneira, eu precisava agir. Imediatamente.

Sem pensar muito, peguei minhas chaves e liguei meu carro. Comecei a vagar pelas ruas de Beacon Hills, imaginando como tudo mudara desde a transformação do meu irmão. Acho que nunca mais eu seria uma menina normal – não que eu era normal -, mas eu ainda tinha esperanças de mudar. Porém, atualmente, minhas esperanças foram destruídas pelo mundo dos sobrenaturais. Felizmente, meus pensamentos foram interrompidos quando avistei o orfanato e um carro policial parado na frente.

Entrei sem hesitar. Já estivera ali e sabia exatamente onde achar o Parrish. Sem surpresas, ele estava sentado no quarto onde tudo havia acontecido. Eu o olhei, mas não disse nada. Realmente, julgando por sua aparência, parecia que nada acontecera com ele. Nenhum arranhão ou ferida.

— Como isso é possível? – eu perguntei.

Parrish finalmente percebera minha presença no recinto. Ele me encarou por alguns segundos, até que fizera um gesto para que eu me aproximasse e sentasse ao seu lado. Eu o obedeci, sem hesitar.

— Parrish, você precisa conversar comigo. Não sei se serei capaz de nos tirar dessa situação se não houver colaboração entre nós.

Então nossos olhos se cruzaram, fomos lentamente nos aproximando, até que em uma dose de doce paixão nossos lábios se encontraram, foi como se meu corpo não me obedecesse mais, não resistia aquele encontro de desejos. A força do desejo era mais forte que eu, o céu parecia ter descido sobre nós. Após o momento de reflexão sobre a circunstância presente e a leve reluta que estava acontecendo em minha cabeça, me afastei dele. Seus olhos continuaram acompanhando qualquer movimento que eu fazia.

— Parrish...

— Eu sei. Eu... Bom, eu não deveria ter feito isso – ele parecia nervoso ao dizer essas palavras – Não sei o que deu em mim. Era como se meu corpo não respondesse meus comandos. Você estava ali, me olhando, e tudo que eu queria era... Esquece.

Eu não seria capaz de esquecer o que acontecera naquele momento. Eu estava confusa.

—--------//---------

Scott liderava o grupo na busca por Andrew. Uma parte dele acreditava que ele seria capaz de salvar o rapaz, enquanto a outra duvidava de sua capacidade de alpha. Desde que Derek partira, Scott passou a se sentir como a salvação da cidade e daqueles que ele amava. A morte de sua mãe aumentara ainda mais essa sensação. E por mais que ele quisesse vencer, o sentimento de derrota o perseguia.

— Scott? – Stiles chamava seu melhor amigo, mas em vão – Scott? Você está me escutando? Droga!

Quando finalmente escutara o amigo, Scott percebera que estava levando o grupo para a casa de Derek, como se estivesse sendo atraído de alguma forma para aquele local.

— Você acha que o Andrew está aqui? No Derek? – perguntou Allison.

— Não sei – disse Scott, quase sem fôlego – Não consigo sentir a presença do Andrew em lugar algum. É como se ele não existisse.

— Ou como se ele estivesse morto – disse Lydia – Ok, nós não estamos progredindo em nada. Ou nós bolamos um plano, ou iremos perder essa batalha e alguém daquela lista acabará morto.

Por mais otimista que o grupo era, todos sabiam que Lydia estava certa. Ninguém sabia ao certo com quem eles estavam lidando ou como derrotar tal obstáculo. Queriam resolver tudo rápido demais. Do lado de dentro da casa, Derek observava os jovens em silêncio. Ele sabia que logo teria que se intrometer no caso, e isso não seria bom. O que ninguém sabia era que o lobisomem estava mais fraco que antigamente, graças ao que passara com seu tio no tempo que estivera fora. Prometera para Jenny que romperia a ligação com a garota, independentemente das consequências. O que ele não sabia era que a consequência era perder seus poderes dia após dia, até que um dia ele voltaria a ser um simples ser humano. Ele tinha medo do futuro, mas Scott precisava dele. E ele ainda não conversara com Jenny.

Talvez estivesse na hora de sair de sua toca.

—--------//--------

Por mais que eu quisesse conversar com Parrish sobre aquele beijo, eu sabia que não era o momento. Eu ainda tinha o mesmo conhecimento sobre Andrew do que eu possuía antes de entrar naquele quarto. Não sairia dali até obter algumas respostas.

— Parrish, o que Andrew quis dizer que ele estava fazendo aquilo pelos pais? O que você sabe e não está me contando?

O rapaz hesitou a me responder. Ele continuava encarando o chão como se eu não tivesse falado nada. Eu estava começando a ficar nervosa e aborrecida, quando ele finalmente me olhara de novo. Por um momento, pensei em o abraçar, mas resisti. Por que ele me deixava daquela maneira?

— Meus pais mataram os pais de Andrew – finalmente Parrish começara a falar – Tudo aconteceu de uma maneira completamente estranha. Eu tinha oito anos, quando minha mãe me levara para o orfanato. Eu não sabia ao certo o que estava acontecendo, mas eu tinha a sensação que aquele seria meu último momento com os meus pais. Antes de sair, minha mãe me abraçara bem forte e ante de partir se desculpou pelo o que iria acontecer. Não entendi na hora, mas dois depois, quando o pequeno Andrew, de apenas três anos, chegou no orfanato dizendo que seus pais foram mortos por seres sobrenaturais tudo começou a se encaixar.

— Isso não significa que seus pais os mataram – eu disse tendo o tranquilizar.

— Sério, Jenny? Eu passei minha carreira inteira tentando decifrar esse crime e nenhuma outra explicação faça sentido. As vítimas tinham os mesmos cinco cortes na garganta que o Andrew tem. Nada além de poderes sobrenaturais pode explicar tal crime.

Parei para pensar, e ele tinha razão. Tudo se encaixava, menos uma coisa. Como que Parrish se curara tão rápido e sem deixar nenhuma marca do tiro? Isso ainda pipocava na minha cabeça, mas eu não sabia se era o momento certo de perguntar se ele era ou não um ser sobrenatural. Para a minha sorte, meu celular começou a tocar.

— Jennifer, venha para casa imediatamente – era a minha avó, Dora – Acho que chegou o momento de eu ter uma conversa séria com a senhorita. Venha sozinha!

Não tive a oportunidade de respondê-la, antes disso ela desligara na minha cara. Ela tinha razão: estava na hora de termos uma conversa. O único problema é que eu estava com medo de ir sozinha, não sabia do que minha avó era capaz.

— Quem era? – perguntou Parrish segurando minha mão.

— Minha avó. Ela precisa de mim. Desculpe-me, mas eu preciso ir. Talvez podemos continuar nossa conversa mais tarde?

— Claro – ele não parecia feliz com minha decisão – Você precisa de uma carona?

— Não, eu vim de carro.

Levantei-me e me dirigi até a porta. Pensei se deveria olhar para trás, mas não tive coragem. Antes que eu saísse do quarto, Parrish me chamou:

— Jenny, obrigado. Por não me abandonar.

Eu o olhei e sorri. Depois, continuei a descer até a entrada do orfanato. Eu não consegui conter minha alegria do que acontecera lá no quarto – não a parte que eu descobrira que a família dele era assassina-, mas sim, o beijo. Eu nunca pensara nele daquela forma, para ser sincera, fui pega de surpresa de saber que ele me via de tal maneira. Porém, como tudo na minha vida, eu não tinha tempo de pensar nos pequenos detalhes da minha vida amorosa. Eu tinha uma avó me esperando em casa, e pelo jeito, nós tínhamos muito para conversar.


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