Pov. Lisbeth

Me levanto novamente. O corpo mais leve que o normal. Meu corpo continuava deitado na cama, Jaime a segurar a mão direita da estranha que seria eu.

Meu peito doeu. Eu morri?

— Você não está morta, criança.

Uma mulher que eu não havia notado antes estava sentada do lado oposto do que Jaime estava. Usava uma blusa de seda vermelha e jeans negro justos, bota de motoqueira e cabelos negros, sedosos e ondulados.

— Quem é você?

— Alguém que você gostaria de não ter conhecido, uma velha amiga. – Ela disse dando um pequeno sorriso, o que me fez estremecer

Estreitei os olhos.

— Não me olhe com essa cara guria, a culpa não é minha de eu estar aqui. Não se preocupe, ainda não chegou o momento de eu receber o que você me deve...

— O que eu fiz para você? - aquela conversa era mais séria do que o tom jovial e casual que aquela mulher lhe dava.

Ela ergueu uma sobrancelha esguia e arqueada.

— Você? Nada. Mas eu e seu irmão temos umas contas para acertar...

Meu coração apertou, o do espírito que estava sentado e do corpo adormecido.

— Fique longe do meu irmão sua...

— Olhe a boca, não se fala assim com deuses, sua sorte é que meu tempo aqui é breve, mas logo o seu pai estará de volta pra estraga minha brincadeira.

Meu coração acelerou.

— O Chris tá por aqui? - minha mão de carne apertou de leve a de Jaime, que se remexeu um pouco em seu sono leve.

Ela me ignorou.

—... apenas é importante que você saiba que nada é de graça nesse mundo e seu irmão logo aprenderá - ela pausou um segundo e farejou o ar - ele está voltando - ela parecia nervosa, diria até com medo - Não se preocupe garota, sua vez vai chegar, mas fique relaxada, não irá lembrar de nada ao acordar.

A frase me soou familiar e eu senti um certo déjà vu quando ela tocou minha testa e eu cai novamente no travesseiro.