Inimigos Coloridos escrita por Harry Jackson Everdeen


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. eu estava pensando seriamente em deletar essa fic, mas eu sei como é ruim começar a ler uma e depois não ter um final descente, então, tenham uma boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/418340/chapter/3

A morena virou-se para seu pai e depois para Annabeth. Murmurou algo do tipo “ferrou”, ou talvez tenha sido pior.

E agora? O que iria dizer? Thalia odiava quando o pai escutava atrás da porta. Houve um incidente em que a morena e seu ex-namorado, Ethan Nakamura, estavam “fazendo o dever de casa”. Simplesmente Zeus ficara com a orelha grudada à porta. Bom, digamos que o pai da morena teve “a conversa” com ela, afinal abriu a porta bem na hora em que Ethan e Thalia se agarravam na cama. Nada acontecera de fato (eles tinham 15 anos, pelo menos um pouco de juízo era presente em suas cabeças, né?).

Mas a situação era completamente diferente. Desta vez não tinha escapatória, a morena de olhos azuis estava perdida. Adeus vida.

- É um trabalho do colégio. Da, da... disciplina de saúde. – Annabeth viu que a amiga não saberia contornar a situação, então pensou rápido o suficiente para pelo menos tentar enganar o homem de cabelos grisalhos.

- Como assim? – Zeus a fitava com curiosidade nos olhos. Não tinha entendido direito. Um trabalho de gravidez precoce?

- Sabe, quando nós recebemos um boneco e temos de cuidar dele? Bom, temos que aprender desde cedo como cuidar de crianças. – a loira estava surpresa consigo mesma. Ela poderia ser atriz algum dia, quem sabe.

Se fez um silencio brutal e desconfortável. O que a loira falou parecia estar disputando nos pensamentos de Zeus, para ver se acreditava ou não na história de Annabeth. Tal demora colocou uma pulga atrás da orelha das duas garotas, então, o homem quebrou o silencio com uma sonora gargalhada.

- Que susto! – disse Zeus em meio as risadas. Ele achava Annabeth uma pessoa sensata e responsável, então, caiu na lábia da loira. – Nossa! Pensei que estavam falando a verdade sobre a “gravidez”. – o homem fez aspas com os dedos, tentando mostrar as duas garotas que tinha entendido o recado.

As meninas começaram a rir também, só que agora de alivio. Annabeth é uma benção divina, pensou Thalia. Zeus foi até a filha e beijou-lhe na testa.

- Que bom que entendi errado. – o homem se dirigia a porta para sair. Ainda ria e repetia para si “Gravidez”.

A morena foi até a porta para se certificar se seu pai já estava fora do alcance. Thalia olhou sua amiga com agradecimento estampado em sues olhos incrivelmente azuis.

- Você é a melhor pessoa que existe no mundo! – disse.

- Eu só adiei a verdade, Thalia. – Annabeth odiava mentir, principalmente quando o assunto era sério. – você vai ter que contar para ele cedo ou tarde. Agora tenho que ir, tá bom? O Percy está me esperando lá embaixo.

Thalia deu um sorriso malicioso, o que fez Annabeth revirar os olhos. Thalia ajudara o amigo, que por sinal era Percy, a se declarar para a loira. A morena havia dito a ele que desde o dia que se conheceram, Annabeth era apaixonada por ele. A garota queria que sua melhor amiga e seu amigo, fossem felizes juntos, embora achasse Percy lerdo demais para uma garota tão inteligente quanto Annabeth. Mas, como diz o ditado, os opostos se atraem.

- Nossa, que namorado prestativo. – Thalia disse com um sorriso muito esquisito no rosto.

- Sim. Meu namorado é muito prestativo. E aliás, você deveria arrumar um para você também. – a loira disse com um sorriso vitorioso. Thalia odiava esse assunto de namoro. Ela tinha praticamente um coração de pedra, embora já tivesse namorado. Mas mesmo assim, não queria nenhum garoto lhe dizendo o que fazer. Para isso, ela tinha pai.

A morena olhou furiosa para amiga, essa que fez descaso dando de ombros. Annabeth já estava saindo pela porta, mas antes se virou e disse à morena, sorrindo.

- Pense no assunto. Nos dois, aliás. – e assim se foi.

Thalia ficou olhando a porta, pensando no que a loira havia dito. Pensou por mais um minuto e deu de ombros. Não queria um namorado, e aquele assunto não seria mais tocado. Por enquanto.

Annabeth chegara ao hall de entrada e se deparou com Percy sentado de costas, mexendo a perna sem parar. A loira deu uma risadinha, já que ela mesma sabia que seu Cabeça de Alga era hiperativo e não conseguia ficar muito tempo em um só lugar. Ele estava com cara de pensativo e isso só com que a loira ficasse curiosa.

- Pensando em que? – Annabeth diz próxima ao ouvido de Percy. O hálito dela de morango fez com que o moreno se arrepiasse.

Este se virou vagarosamente a ponto de encontrar duas órbes incrivelmente cinzas. O moreno analisou aqueles olhos tempestade, mas logo desceu seu olhar até a boca da loira. Analisou até o ultimo detalhe. A cor rosada que possuíam, o formato perfeito, fino e grosso ao mesmo tempo.

Annabeth percebeu que seu namorado olhava sua boca com atenção. A loira, como é muito má, se afastou e disse:

- Só vou te dar um beijo se me falar no que pensava! – a loira disse sacana. Percy se levantou um pouco desanimado, pois, iria roubar-lhe um beijo.

- Só estava pensando na sua demora. – o moreno olhou com curiosidade para a loira. Ele queria saber o que Thalia havia falado. O mesmo se surpreendeu quando a garota o puxara pela camiseta e iniciara um beijo calmo e longo.

Quando se afastaram, olhou sugestivamente para Annabeth. A loira levantou a sobrancelha e revirou os olhos.

- Eu disse. Um beijo pelos seus pensamentos. – Annabeth riu quando o moreno fez uma cara de entendimento. Ela pegou a mão dele, entrelaçou seus dedos e o puxava para fora do edifício. – Me leva para casa?

- Claro. – o moreno disse enquanto passava seu braço forte pelo ombro de Annabeth.

Não demorou muito para que chegassem no apartamento de Annabeth, este que se localizava no Upper East Side. A loira, antes de subir, se vira e dá um selinho em Percy, que faz questão de aprofunda-lo.

Annabeth retribui na hora. Ela passava seus braços pelo pescoço do moreno enquanto ele passava os seus por sua cintura. Poderiam ter continuado, porém, alguém pigarreou atrás deles. Eles se separam bem rápido, pois, sabiam que quem fizera tal ato fora Frederick Chase, o pai de Annabeth.

Percy tinha um medo incondicional de Frederick, afinal, era seu sogro, mas não só por isso. O homem loiro sempre o fitava como se Percy fosse um bandido e a qualquer hora poderia roubar alguma coisa.

- Sr. Chase – o moreno engoliu um seco.

- Annabeth, vamos subir?! – era uma pergunta, mas tinha um tom de autoridade. Frederick era rápido e direto.

- Claro, pai. – a loira estava corada, afinal, seu pai presenciara a cena de seu beijo com Percy. – Até mais, Percy. – ela apenas acenou com a mão e subiu logo atrás do pai. O moreno de olhos verde deu meia volta e estava se dirigindo para casa.

Annabeth olhou para seu pai e percebeu que um sorriso começava a se formar levemente em seus lábios. A loira revirou os olhos. O pai dela sempre fazia isso com o pobre do Percy. Ele tira um sarro da cara do moreno, fingindo ser um daqueles pais super protetores, botando medo no garoto.

- Por que você faz isso? – a loira perguntou rindo baixo.

- É muito legal fazer seu namorado se sentir envergonhado. Ele arregala muito os olhos e dá até para ver o pânico neles. – Frederick já estava rindo e gesticulando, arregalando bem os olhos para sua filha.

Annabeth riu junto com o pai até a porta do apartamento. O primeiro cômodo era a sala de visitas, que possuía um enorme sofá vermelho, um tapete e uma mesinha de centro. Depois vinha a televisão grudada à parede. O chão era de madeira e as paredes eram cinzas como os olhos de Annabeth. Uma grande janela se estendia do outro lado, onde era a varanda.

A loira seguiu em um corredor longo até a última porta. Bateu três vezes e escutou um “Pode entrar”. A loira abriu a porta e se deparou com Atena, sua mãe, com seus óculos e, aparentemente, trabalhando. O notebook encontrava-se em sua frente e ela digitava rápido.

O quarto era extremamente acolhedor. Todos os moveis em seu devido lugar. A cama ficava no meio do quarto e tinha lençóis em vários tons de cinza e branco. Uma criado mudo em cada lado da cama com abajures em cima. Uma imensa janela com uma vista incrível da cidade e ao seu lado, um armário embutido cor de madeira. As paredes eram brancas e o chão de madeira também.

- Oi filha. E ai? – Atena perguntou, mas nem por um segundo desviou o olhar da tela do computador.

- É... eu só vim te falar que amanhã vou ao aeroporto com Percy, buscar um amigo dele que está chegando da Itália.

Quando Annabeth terminou de falar, sua mãe apenas balançou a cabeça em sinal de concordância, porém não muito feliz. Atena não gostava muito de Percy, e isso era por conta da grande rivalidade entre ela e Poseidon, o pai do moreno.

- Só isso mesmo. – disse aloira um pouco encabulada. – Tchau.

- Tchau. – respondeu Atena simplesmente.

Annabeth foi para o quarto, que era muito próximo ao dos pais. Se jogou na imensa cama de casal que ficava em um canto do quarto, tirou o celular do bolso e discou o numero de alguém. Ela tinha que avisar um certo rapaz de olhos verdes que ela iria buscar Nico com ele, né?

A ligação foi rápida, e no final ficou decidido que ele a pegaria de carro umas 8:30 da manhã, afinal Nico e Bianca chegariam por volta das nove. Já que tinha feito todos os deveres da escola e adiantado todos os trabalhos, Annabeth foi para a sala assistir um pouco de televisão, porém seus pensamentos estavam em sua amiga que, provavelmente, estava grávida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!