Pov Harry

Fui dormir muito atordoado naquela noite, afinal, no dia seguinte seria o dia de estar embarcando no Expresso de Hogwarts na plataforma 9³/4, mas estou aqui com grades em minha janela.

Estava virando na cama, não conseguia dormir. De repente, ouço um barulho muito forte de motor de carro e um clarão muito forte invadiu minha janela. Ao se aproximar, pude ver que era realmente um carro, só que um carro voador. Assim que vi os tripulantes do carro não pude deixar de me espantar:

—Rony? Fred? Jorge? Hannah? O que estão fazendo aqui?

—Nós viemos salvá-lo é claro. - respondeu Rony - Anda, pega a sua mala.

Mais do que depressa arrumei meu malão e o fechei.

Rony colocou um gancho de reboque na grade e disse:

—É melhor se afastar.

Com uma leve andada do carro, as grades de minha janela foram totalmente arrancadas.

Fred abriu o porta-malas do carro e mais do que depressa joguei meu malão. Assim que Fred posicionou o carro para eu poder entrar, peguei a gaiola de Edwiges e entreguei-a a Rony que já estava com a porta do carro aberta e se equilibrando nela.

Assim que Rony saiu da porta para que eu saltasse pra dentro do carro,

Tio Válter abriu a porta de meu quarto e gritou:

—Petúnia, ele está fugindo!

Assim que saltei pra dentro do carro, Tio Válter correu a tempo de agarrar meu pé.

—Me solta. - Pedi.

—Não garoto. Você e esse povo maldito não vão a lugar nenhum. - Retrucou ele.

—LARGA! - Gritei.

Bastou Hannah aparecer e olhar fixamente para Duda que o gorducho logo começou a babar. Que ridículo.

—Oi, Tio Válter? - Disse ela.

—O QUÊ? - Gritou meu tio espantado.

Após isso, ele ficou tão atordoado que se desequilibrou e caiu pela janela. Eu e os tripulantes do carro alado demos risada e fomos embora de lá.

—A propósito Harry, feliz aniversário! - disse Rony para mim.

Eu tinha até me esquecido de meu aniversário, estava tão abatido com a ideia de não ir para Hogwarts.

—Harry, foi a única coisa que pude pensar pra você, já que ainda temos de nos conhecer mais. - Hannah disse ao estender as mãos com um pacotinho.

Ao abrir o embrulho, vi que o presente que Hannah estava me dando era um pequeno livro.

—Não está entendendo o que é isso, não é? - Perguntou ela ao ver minha cara de dúvida - Este é meu diário com algumas fotografias e segredos meus. Isso vai te ajudar a me conhecer e, de certa forma, conhecer um pouco mais de meus pais adotivos Leonard e Catherine e minha irmã Mari, além de conhecer mais sobre mim, é claro.

—Mas seu diário? Tem certeza?

—Harry, se estou dando é porque não me fará falta alguma. Aliás não penso em escrever mais e mesmo que quisesse não há nem mais espaço.

—Obrigado pelo presente Hannah.

—Por nada Harry.

—E me desculpe, mas ...... não tenho nada pra você. Nem se quer ...

—Lembrava se seu aniversário, que na verdade é nosso já que fazemos aniversário no mesmo dia.

—Como sabia disso?

—Harry, digamos que com os métodos medievais de nosso Tio eu consigo entender o quanto você não deve ter se esquecido de muitas coisas que gostaria de fazer.

—Leu meus pensamentos.

—Harry, fica tranquilo. Vamos chegar a minha casa e você vai ver como será tudo diferente. - Disse Rony nos interrompendo.

Voamos a noite toda quando finalmente, ao amanhecer, chegamos a casa dos Weasleys.

A casa é incrível, possui vários andares. Ao entrar me encantei mais ainda. Na cozinha havia uma panela sendo lavada sozinha por um escovão, o relógio era fantástico, parecia que indicava aonde cada membro da família estava ou tinha de estar, e, numa poltrona, agulhas de tricô tricotavam freneticamente, sem descanso. Definitivamente a casa dos Weasley é uma casa dos sonhos.

—É minha casa. - disse Rony comendo um pãozinho que havia pego em cima da mesa - Ela é modesta.

—Porém incrível, não é Harry? - perguntou minha irmã.

—Achei um máximo! - respondi aos dois.

De repente ouvimos passos apressados.

—Onde é que vocês estavam? - perguntou a senhora Weasley visivelmente preocupada.

Na hora, Rony, Jorge, Fred e Hannah que estavam comendo os pãezinhos que haviam pegado sob a mesa olharam para os mesmos e os esconderam atrás de suas costas.

—Harry, que bom ver você querido! - Senhora Weasley disse ao me ver. Logo em seguida voltou-se novamente ao seus filhos e minha irmã - As camas vazias, nenhum bilhete, o carro sumiu, podiam ter morrido, podiam ter sido vistos. Claro que não é culpa sua Harry.

Rony tomou a iniciativa de se explicar:

—Ele estava sem comer, mãe. Puseram grade na janela.

—É bom você torcer pra eu não por grade na sua janela, Rony Weasley. Venha Harry, hora de tomar o café.

É incrível como a mãe do Rony tem o poder de ser brava e ter pulso forte num momento, e, de repente em milésimos de segundos ser a mulher mais doce e gentil do mundo.

Pov Hannah

Após a mesa toda arrumada, todos nos sentamos para o café da manhã. Estava preocupada, a Senhora Weasley havia me prometido levar ao Beco Diagonal e eu havia prometido a Draco que o encontraria antes de ir para a Plataforma 9 ³/4 para retornarmos ao castelo de Hogwarts juntos.

De repente, descendo as escadas surgiu uma menina ruiva patética, era Ginevra Weasley, mais conhecida como Gina e irmã casula de Rony.

Ao chegar na cozinha, falou :

—Mãe, você viu meu pullover?

—Vi sim, querida. Estava com o gato.

A menina fez uma cara de espanto ao ver meu irmão. Arregalou tanto os olhos que pensei que fossem saltar de seu rosto.

Ao perceber que Gina o encarava, meu irmão disse a ela sorrindo:

—Oi.

Então a garota saiu correndo subindo a escada. Que patética!

Fred e Jorge riram da reação de sua irmã e Harry por sua vez perguntou confuso:

—O que foi que eu fiz?

Rony explicou:

—Gina falou de você o verão inteiro. Irritante, é sério.

Não só irritante, é um tanto estranho. Falar do meu irmão o verão todo? Qual será a intenção dela com isso?

—Bom dia Weasleys! - Era o senhor Weasley chegando do trabalho.

Todos responderam com um sereno "Bom dia".

—Ai, que noite. Nove batidas, nove! - Disse a nós.

—Batidas? - Perguntou meu irmão.

—Papai trabalha no Ministério da Magia no controle do mal uso dos artefatos dos trouxas. Papai adora eles. Ele os acha facinantes. - Explicou Rony.

—Muito bem ........ e quem é você?

—Oh, desculpe. - Harry se endireitou na cadeira e continuou dizendo - Eu me chamo Harry, senhor, Harry Potter.

—Não acredito. É você mesmo? O Rony me contou tudo sobre você, é claro. - o senhor Weasley parecia não acreditar. De repente ele perguntou a Molly - E quando ele chegou aqui?

—De menhã. Seus filhos voaram naquele seu carro enfeitiçado ontem a noite.

—É verdade? Como ele voou?

Todos nós o respondemos na hora. A senhora Weasley o repreendeu pela pergunta dando-lhe um tapinha no ombro e o senhor Weasley corrigiu o ato:

—Quer dizer, foi muito errado o que fizeram meninos, foi muito errado mesmo.

Ninguém conseguiu conter um riso abafado. Realmente foi engraçado.

—Bom, Harry e Hannah, vocês devem saber tudo sobre os trouxas. Digam-me, qual é exatamente a função de um patinho de borracha? - perguntou a nós o senhor Weasley mordiscando um pedaço de linguiça.

Eu e Harry nos entreolhamos e meu irmão arriscou a explicar:

—An .... bem ....

Na hora um piado de coruja o interrompeu. Sorte a dele.

—É o Harrow com o correio. - anunciou a senhora Weasley.

A coruja veio voando em direção a janela e trombou com muita força no vidro na parte a qual a janela estava fechada. Caramba, ela é cega ou o quê?

—Pega pra mim, Percy, por favor? - perguntou Molly ao filho mais velho.

Percy se encaminhou para janela e chamou a coruja:

—Harrow.

Obedecendo ao chamado, ela veio com as cartas no bico. Percy as pegou, folheou e falou:

—São as cartas de Hogwarts. E as de Hannah e Harry também.

—Dumbledore deve saber que estão aqui. Ele não deixa passar um detalhe. - disse o senhor Weasley.

—O material não vai sair barato, mãe. - Questionou Fred - Só os livros são uma fortuna.

—Daremos um jeito. - disse ela analisando a lista de meu irmão - Só há um lugar onde se acha tudo isto. O Beco Diagonal.

Finalmente era hora de ir para lá. Precisava terminar de tomar o café correndo para finalizar a arrumação de minhas malas para ir à casa do Draco até a hora de irmos à escola.

Espero achar aquela coisa loira lá, pelo menos ele me prometeu que estaria no Beco para me encontrar.