Pov Hermione

Assim que pulamos para o alçapão, caímos em cima de alguma coisa.

—Uau! – Rony parecia fascinado com aquele ambiente sinistro – Sorte que tinha essa planta aqui.

De repente, “essa planta” começou a se mexer e nos prender, nos amarrou de todas as maneiras possíveis. Hannah e eu ao contrário de Harry e Rony não nos mexíamos nenhum pouquinho, estávamos tranquilas, acho que ela também sabia que tipo de planta era aquela.

—Parem de mexer, os dois. Isso é Visgo do Diabo. Vocês tem que relaxar senão só vão morrer mais rápido. – Hannah leu meus pensamentos, era exatamente o que eu ia falar.

—Morrer mais rápido? Ah! Agora é que eu vou relaxar.

Hannah deu um sorriso sarcastico e olhou para mim. Eu entendi exatamente o que ela quis dizer. Era pra eu relaxar junto com ela. Nós relaxamos e a planta nos levou para baixo, como se tivesse nos sugado.

—HERMIONE! HANNAH! – Gritaram Harry e Rony.

—E agora? O que faremos? – Perguntou Rony desesperado.

—É como Hannah falou, é só relaxar. – Gritei para Rony.

—Onde vocês estão, Hermione? – Perguntou Harry.

—Façam o que nós dissemos. – Disse a eles.

—É! Confiem em nós. – Hannah Pediu.

De repente ouvimos um grito de Rony:

—AH! HARRY!

—Meu irmão deve ter nos ouvido. – disse Hannah para mim.

—É, olha ele ali.

Então, Harry caiu. Perguntei a ele:

—Você está bem?

—Sim, estou bem.

Enquanto isso, Rony só gritava e ficava cada vez mais desesperado.

—Ele não está relaxando. – disse eu.

—Parece que não. – concordou Harry.

—Eu tenho que fazer alguma coisa. – nos disse Hannah.

—Mas o quê? – retrucou Harry.

—Eu li sobre isso no livro de Herbologia, a algumas horas atrás. – Hannah se explicou.

Eu também lembro que li isso no livro de Herbologia, então pus a recitar um versinho que estava escrito no livro para ajudar Hannah a se lembrar do feitiço:

—Visgo do Diabo,

Visgo do Diabo,

Uma gracinha...

—Mas no Sol definha. É isso, o Visgo do Diabo detesta claridade. Obrigada Hermione. Lumus Solem. – Hannah disse empunhando a varinha.

Então, uma rajada de luz saiu da ponta de sua varinha e num instante Rony estava caido aos nossos pés.

—Você está bem? – Perguntamos nós três ao Rony.

—Sim! Puxa, sorte que ninguém entrou em pânico. – Rony deve estar brincando.

—Quem bom que Hermione e Hannah prestam muita atenção em Herbologia. – Harry disse a Rony.

Todos encaramos Rony que se encolheu de vergonha. Depois desse breve silêncio, pude ouvir um barulho esquisito.

—O que foi isso? – Perguntei

—Eu não sei. – Me respondeu Harry – Parece que são asas.

Seja lá o que for, isso está começando a ficar sinistro.

Pov Harry

Chegamos a uma outra sala, onde descobrimos o que fazia o barulho de um bater de asas.

—Curioso. Nunca vi pássaros desse tipo. – Disse Hermione.

Isso é verdade. Os pássaros eram chaves, só que com asas. Então logo assimilei e conclui:

—Não são pássaros, são chaves. Aposto que uma delas abre a porta.

Caminhamos até nos depararmos com uma vassoura, bem ao centro da sala sob um clarão.

—O que isso quer dizer? – Indagou Hermione.

—Eu não sei. – Respondi.

Rony sacou sua varinha e foi em direção a uma velha porta grande que bloqueava nossa passagem. Conjurou insistentemente:

—Alohomora. Alohomora.

—Estranho. – Comentei comigo mesmo enquanto Rony tentava abrir a porta, afinal não havia perigo nenhum, era só montar na vassoura e pegar a chave.

Vendo sua tentativa fracassada, Rony disse:

—Não custa tentar.

—Argh! E o que vamos fazer? Deve ter umas mil chaves lá em cima. – disse Hermione frustrada.

—Procuramos uma grande e antiga. Enferrujada, como a maçaneta. – concluiu Rony.

Ao olhar para cima, pude ver uma velha chave velha e enferrujada, era a unica que possuía defeito nas asas, por isso voava mais devagar.

—Ali! Estou vendo! Aquela com a asa quebrada.

Então, por um instante olhei para a vassoura a minha frente e refleti.

—O que foi Harry? – Perguntou minha irmã.

—Está muito fácil. – disse.

—Ah, anda logo Harry. Se o Snape conseguiu com aquela vassoura velha, você também consegue. É o maior jovem apanhador do século! – Rony me entusiasmou.

Depois de Rony ter me convencido, coloquei minha mão na vassoura para pega-la e monta-la. Assim que toquei nela, todas as chaves que voavam devagar e bem calmas começaram a me atacar e voar velozmente.

—Isso complica um pouco as coisas. – Obrigado pelo comentário Rony.

Muito perturbar pelas outras chaves, consegui pegar a chave de asa quebrada. Ao apanhá-la, disse aos três que estavam no chão:

—Pega a chave.

Joguei-a e Hannah a pegou, enquanto dava outra volta na sala com as chaves a me perseguir. Quando pude ver, a porta estava aberta e Hermione gritava:

—Anda Harry, rápido.

Fui em direção a porta. Assim que passei, Hermione, Rony e Hannah fecharam a porta mais do que depressa fazendo assim as chaves baterem contra ela e ficarem na sala.

Da próxima vez, coloco Rony na vassoura.

Pov Rony

Salas e mais salas, esse alçapão é grande!

Chegamos em mais outra sala, que pra mim tinha um certo ar bem familiar.

—Eu não gosto nada disso. Nada disso! – Hermione foi a primeira a se manifestar.

—Onde estamos? Em cemitério? – Perguntou Harry.

—Isso não é um cemitério. – disse eu caminhando pra frente deixando Harry, Hannah e Hermione para trás – É um tabuleiro de xadrez!

Então, os fogos que iluminavam a sala se acenderam, revelando assim o jogo.

Harry observou o local e disse entusiasmado:

—Ali está a porta.

Justamente quando íamos caminhando em direção a porta, os piões logo bloquearam nossa passagem com as espadas que possuíam, uma em cada mão.

—E agora, o que vamos fazer? – Perguntou Hermione um tanto aflita.

Pela primeira vez desde que entramos no alçapão eu sabia exatamente o que fazer.

—É óbvio não acham? Jogamos para chegar ao outro lado! – expliquei a eles. – Muito bem. Harry, você fica no lugar do bispo. Hermione, fique na casa da torre da rainha. Hannah, você será a rainha. Quanto a mim, eu serei o cavalo.

—Rony. Eu sei que tenho cara de rainha. – disse Hannah para descontrair a tensão que todos nós nos encontrávamos.

Após isso, nos posicionamos nas devidas casas.

—O que faremos agora? – perguntou Hermione.

—Bem ... as brancas saem na frente. E depois ... nós jogamos. – respondi.

Ao dizer isso, um pião das peças brancas se movimentou duas casas a frente.

—Rony, você não está achando que isso vai ser um ... um ... xadrez de bruxo de verdade, não está? – perguntou Hermione tensa.

—Só há um jeito de saber. – então ordenei a um pião – Vai pra lá, D5.

O pião se movimentou até a casa citada, ficando assim disponível para captura do pião das peças brancas. Num gesto brusco do pião branco com suas espadas, ele pôs o pião nosso em pedaços.

—Sim Hermione. Acho que isso vai ser igualzinho ao xadrez de bruxo. – disse a ela.

Hermione, Harry e Hannah me olharam espantados, porém não tinha nada a fazer, a não ser jogar. Ficamos um longo tempo jogando, até que chegou num ponto em que as peças que estava guardando, ou seja, eu, Hannah, Hermione e Harry, estávamos sendo obrigados a mexer, pois a rainha das peças brancas poderia dar cheque mate, aliás, nós tínhamos o jogo na mão, poderíamos dar cheque mate primeiro. Eu podia arriscar fazendo uma jogada com a nossa rainha, a Hannah, mas jamais a colocaria em risco. O que quero dizer é, ela é irmã do meu amigo e é a primeira sonserina boa que vejo, além do que gosto do jeito, ela é diferente, tem um jeito incrível, enfim, ela é incrível. Está decidido, prefiro me arriscar a por a vida de Hannah em risco.

Harry analisou a nossa situação do jogo. Acho que percebeu o que nos restava a fazer:

—Espera um minuto!

—Você entendeu, não é Harry? Quando eu fizer o meu movimento ... a rainha vai me pegar, e então você dá o cheque mate. – disse a ele.

—Não. Rony não! – Ele pediu.

—O que foi? – Perguntou Hermione sem entender nada.

—Ele está querendo se sacrificar. – Explicou Hannah – Não, você não pode, tem que haver um outro jeito.

Virei irritado para Hannah e Hermione e depois para Harry e disse:

—Vocês querem evitar que Snape pegue a Pedra ou não? Harry, é você quem tem que continuar, eu sei disso. Não sou eu, nem a Hannah, muito menos Hermione, é você.

Harry pareceu entender o que eu disse e acatou minha decisão. Respirei fundo para captar um pouco de coragem e ordenei:

—Cavalo na H3.

Com o coração saindo pela boca, esperei até que minha movimentação fosse totalmente feita e disse com um pouco de receio:

—Cheque.

A rainha voltou-se para mim e começou a se mover em minha direção. Com um gesto brusco ela pegou sua espada e cravou em meu cavalo fazendo com que eu fosse direto ao chão, fazendo com que eu desmaia-se.

Pov Hannah

—Ronyyyy! – Foi tudo o que eu e meu irmão pudemos fazer por ele, afinal não podíamos nos mexer, ainda estávamos jogando.

Por um momento, Hermione esqueceu que estávamos dentro do jogo e hesitou correr até Rony até meu irmão repreende-la:

—Não, não se mexa! Não se esqueça, ainda estamos jogando!

Hermione ficou quieta. Então chegou a hora de acabar com esse xadrez de pesadelo. Harry movimentou-se e disse em alto e bom som:

—Cheque mate.

A espada a qual a rainha branca segura, caiu de suas mãos. O jogo acabou.

Corremos na direção de Rony. Nada mais importava do que saber se ele estava ou não bem.

Meu irmão pediu a Hermione:

—Cuida do Rony, depois vá ao corujal e mande uma mensagem para Dumbledore. Rony tem razão, tenho que continuar.

—Temos, não é Harry? – O interrompi.

—Vocês dois vão se sair bem. São grandes bruxos, realmente são. – Hermione nos disse.

—Hermione, você está sendo modesta. Se não fosse você para me lembrar o feitiço Lumus Solem, Rony teria morrido. – Disse a ela.

—Verdade. Hannah tem razão. Você sim é uma grande bruxa. – Meu irmão concordou.

Ela deu um risada sem graça e nos disse:

—Eu, livros e inteligência. Há coisas mais importantes: amizade e coragem. Olha, tenham muito cuidado.

Após isso, eu e meu irmão demos as mãos um para o outro, nos levantamos e seguimos em frente. Rony se sacrificou para que continuássemos, então não vou decepciona-lo. Ele pensa que não vi o que fez por mim, ele poderia muito bem ter pedido para que eu pudesse me sacrificar, mas preferiu se sacrificar. Ele vale muito a pena. Vou seguir em frente, por mim, por meu irmão e por ele.