Continuação de Midnight Sun escrita por htinha2502


Capítulo 9
Capítulo 17 - Os Cullen




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O amanhecer surgia no horizonte trazendo algumas nuvens acinzentadas.

Não parecia em nada com o céu aberto de ontem na clareira.

Meu humor estava melhorando na mesma proporção da minha aproximação à casa de Bella.

Eu sentia como se algo muito excitante estivesse na eminência de acontecer. Não tinha certeza se era apenas pelo fato de que tudo em mim sabia que eu a veria em alguns minutos ou se era por saber que eu a apresentaria oficialmente para minha família.

Como fazer a coisa errada podia me dar tanta alegria?

Pelo menos essa era uma atitude que antes eu censuraria, mas era evidente que agora eu estava me permitindo mais. Minhas recentes experiências estavam visivelmente aumentando minhas perspectivas.

Eu cheguei na esquina de sua rua vasculhando os movimentos da casa.

Ainda estava muito cedo para me preocupar com vizinhos, mas mesmo assim me mantive escondido atrás de uma árvore.

Presumi o tempo corretamente, Charlie havia acabado de acordar e estava preparando-se para sair, então eu esperei.
Ele entrou silenciosamente no quarto para checar bella e eu me conectei com a mesma sensação de alívio que ele sentiu... alívio dele por ver que ela ainda estava lá e meu por ver que ela ainda dormia profundamente, da mesma maneira que a deixei.
Olhá-la ainda adormecida pela visão de Charlie só me deixou ainda mais ansioso. Porque o tempo tinha que passar tão lentamente? Era irritante.

Eu vi quando ele saiu colocando seu equipamento de pesca na radiopatrulha. Ele estava com muita expectativa para a manhã.
Antes de entrar no banco de motorista , ele foi até a picape e reconectou os cabos.
Foi então que percebi, quase pude ouvir o estalo em minha mente.
Eu estava sendo injusto com Charlie e com Bella.
Até quando eu iria me ocultar, entrando escondido por sua janela enquanto Charlie desconectava cabos sem saber como lidar com os segredos de sua filha adolescente?
Eu precisava me apresentar ao seu pai e oficializar meu relacionamento com Bella se eu queria fazer as coisas da maneira certa.
Humanos faziam isso, apresentar a namorada antes de começar um relacionamento.
Não que Bella como minha namorada fosse uma descrição suficientemente boa... ela tem sido muito mais que isso... mas era como ele entenderia por me ver freqüentemente ao lado dela.
Eu teria que falar isso para ela, e não sabia muito bem como.
Era incrível como eu ainda me sentia inseguro, sem saber como lidar com emoções humanas tão desconhecias.
Ouvi o ruído do carro de Charlie partindo e silenciosamente rumei para o quarto de Bella.
Ela ainda dormia placidamente.

Eu entrei devagar e me aproximei de sua cama inspirando o ar em torno dela, definitivamente minha memória não fez jus à realidade. Era mais quente e delicoso do que eu lembrava, mas nada que me fizesse começar do zero como eu temia. Eu deixei que o cheiro familiar queimasse levemente minha garganta.

Ocupei meu lugar na cadeira não querendo acordá-la. Estava feliz ao seu lado novamente.

Era a primeira vez que eu a via acordar.

Eu estava tendo minha primeira vez em muitas coisas recentemente, e esse não era, de forma alguma, a menos fascinante entre elas.

Ela estava muito graciosa.

Seu cabelo cheio e emaranhado sob o travesseiro escondendo o tom rosado das maças de seu rosto, sua boca levemente entreaberta .... ela estava absolutamente adorável.

Bella se movimentou, colocando o braço sobre os olhos.

Sua respiração agora era mais acelerada o que me fez pensar que ela já estava acordando.

Será que ela ainda estaria lenta da inconsciência? Ela se assustaria ao me ver sentado em sua cadeira, analisando-a?

Eu esperei.

Ela gemeu e virou pesadamente. Eu queria ir ao seu lado, mas isso certamente iria assustá-la.

-Ah! – Ela deu um salto sentando na cama.

- Seu cabelo parece um monte de feno... Mas eu gosto assim.- Eu sussurrei.

- Edward! Você ficou! – Ela atirou-se de uma vez para o meu colo, eufórica.
Por instinto, e em uma fração de segundo, eu hesitei diante do nosso contato súbito que me pegou fora de guarda, tão diferente da cautela que estávamos acostumados.

O reflexo de bella foi mais lento, mas foi o mesmo.
Ela hesitou diante do seu próprio entusiasmo descontrolado e me lançou um olhar inseguro, procurando algo em meu rosto que a acusasse, sem saber se tinha ultrapassado algum limite.

Eu ri, procurando me recompor novamente.

- É claro – eu disse afagando suas costas suavemente, surpreso porém particularmente satisfeito com seu comportamento.

Eu apreciava suas pequenas reações espontâneas, não editadas ou censuradas.

Elas eram,de certa forma, raras.

Ela recostou lentamente sua cabeça em meu ombro, respirando seu hálito quente contra minha pele.

- Eu tinha certeza de que era um sonho. -murmurou.

- Você não é tão criativa assim. - zombei.

- Charlie! – ela exclamou com outro sobressalto, afastando-se de mim para ir procurá-lo.

- Ele saiu há uma hora... – me antecipei antes que ela chegasse à porta - Depois de reconectar os cabos de bateria de seu carro, devo acrescentar. Tenho que admitir que fiquei decepcionado. Será que isso realmente a impediria, se você estivesse decidida a sair?

Ela parou e virou para mim, pensativa, provavelmente coletando e organizando as lembranças de ontem. Estava sendo rápida até agora, muito coerente para quem acabara de acordar.

- Em geral você não é tão confusa de manhã.- observei.

Eu automaticamente estendi meus braços, insatisfeito com nossa distância.

Ela olhou para mim indecisa.

- Preciso de outro minuto humano- ela pediu.

- Vou esperar – assegurei.

Ela saiu rapidamente deixando a porta aberta. Eu iria precisar me acostumar com seus momentos de humana.

Ouvi o sibilo do ar seguido de um ligeiro estalo quando ela fechou a porta do banheiro, acompanhei seus passos ouvindo tudo o que ela fazia do lado de fora.
Houve um momento que não ouvi nenhum outro ruído além de sua respiração se atenuando.

E então ela estava de volta, dessa vez mais rápida do que ontem à noite.

Parou ali como um anjo de olhos brilhantes, o rosa pálido de seu rosto ganhando uma cor muito mais gloriosa enquanto eu a assistia.

Era incrível como eu era refém daqueles olhos chocolate, eles pareciam ter uma espécie de força atrativa.

Estendi os braços ansiosos para recebê-la de novo e seu coração deu algumas guinadas rápidas em resposta.
Senti meus lábios se repuxando no canto em um sorriso involuntário e então eu a puxei delicadamente para mais perto, envolvendo meus braços ao redor dela.

- Bem vinda de volta- sussurrei. Seu coração ainda batia fortemente.

Eu a embalei como um bebê, em silêncio, de um lado para o outro.
A nova facilidade em estar perto dela, poder tocá-la e lidar com todas essas emoções humanas ainda me deixava fascinado.

- Você saiu?- ela perguntou depois de um tempo, tocando a gola da minha camisa.
Havia um leve tom de reprovação em sua voz.

- Não podia sair nas roupas que eu vim... – expliquei- O que os vizinhos iam pensar?

Seus lábios se repuxaram em um beiçinho.
Eu segurei para não rir de sua expressão;

- Você tem um sono muito profundo, não perdi nada.- garanti, com o lampejo da memória - O falatório veio antes disso.

Ela gemeu.

- O que você ouviu?- perguntou. O constrangimento tingindo o tom de sua voz.

Eu me lembrei com prazer do evento mais importante da noite.

- Você disse que me amava.

- Você já sabia disso - ela objetou, escondendo o rosto.

- Mesmo assim, foi bom ouvir.

Ela manteve seu rosto escondido, apertando-o um pouco mais contra o meu ombro.

- Eu te amo.- sussurrou próximo ao meu ouvido, me fazendo flutuar no mesmo jorro de emoções que eu sempre sentia quando ela dizia essas três palavras.

- Agora você é a minha vida.- sussurrei de volta.

O silêncio pairou novamente no quarto.

Não havia mais nada a dizer a não ser contemplar o significado daquelas palavras.

Eu a aninhei protetoramente , como alguém guardaria seu bem mais precioso. Era fascinante a forma tão perfeita como Bella moldava-se em meus braços de mármore... Nós nos encaixávamos perfeitamente como peças em um quebra-cabeça, duas peças distintas que se completavam.

Ficamos quietos por um tempo e a luz da janela começava a se espalhar pelo quarto.

O dia estava amanhecendo e eu não deveria cometer o mesmo erro de ontem deixando bella com fome.

Eu mesmo não queria me mover, mas reprimi minha vontade para dar espaço às suas necessidades.

- Hora do café- da- manhã.- eu disse ,orgulhoso por estar mais atento à sua rotina humana.

Então para minha surpresa as mãos de bella voaram para seu pescoço e ela me olhou em choque.
Fiquei sem ação.

- Brincadeirinha! – ela riu de sua própria piada - E você disse que eu não sabia atuar!
Fiz uma careta enquanto a irritação e uma pontada de alívio passavam por mim. Eu não sabia onde isso podia ser cômico na cabeça de Bella.
Como ela podia fazer piada sobre isso?

- Não foi engraçado.- reprovei.

- Foi muito engraçado e você sabe disso.- ela contestou.

Eu poderia fazer uma lista de reclamações sobre seu humor negro mas deixei passar essa quando percebi seus olhos me analisando, como se pedissem desculpas.

- Devo reformular o que disse? – perguntei voltando ao assunto - Hora do café- da- manhã para os humanos.

- Ah, tudo bem.

Ela estava indo se levantar quando, em um único e rápido movimento, puxei seu corpo pros meus ombros. Eu a escoltei escada abaixo ignorando seus protestos e pedidos de “ Edward, me põe no chão”.

O tempo e a velocidade que os humanos gastavam para ir aqui e ali era lenta demais para suportar.

Eu delicadamente a fiz sentar na cadeira da cozinha, sorrindo para ela.

Ela se ajeitou na cadeira e alisou a roupa, se recompondo.

- O que temos para o café?- perguntou animada.

Um detalhe importante que eu não havia considerado.

Meus olhos correram em vão pela cozinha, eu não tinha a mínima idéia do que Bella comia, ou quais eram suas preferências... Olhando por uma perspectiva maior: eu não sabia nada de preferências quando se tratava de cardápio humano.
Eu mal lembrava, em minhas turvas memórias do passado, o que eu comia no café da manhã há décadas atrás e nunca havia me preocupado com a alimentação de alguém até conhecer Bella.

- Hã, Não sei bem. – eu disse sem querer decepcionar muito. Não deveria ser tão difícil preparar alguma coisa... - O que quer comer?

Ela abriu um sorriso malicioso com minha tentativa .

- Está tudo bem - disse ela, colocando-se de pé- , eu me viro sozinha. Observe-me caçar.

Eu ri observando com atenção enquanto ela ia até o balcão revirando a louça à caça de alguma coisa. Ela pegou uma caixa que eu achei já ter visto em algum lugar, jogou o conteúdo em uma tigela e misturou leite naquelas dezenas de flocos de cereais. A aparência daquela mistura não parecia nada apetitosa e o cheiro me dava vontade de torcer o nariz.

Bella voltou à mesa e parou.

- Posso lhe servir alguma coisa?- ela perguntou educadamente.

Revirei os olhos, segurando o riso.

- Coma, Bella.

Ela sentou deslizando a vasilha e deu a primeira colherada.

Observei todos os seus movimentos. Era mais fascinante do que eu esperava ser possível ver um humano comer.

Sua expressão não dizia muito se ela estava apreciando. Eu duvidei um pouco que aquela comida pudesse ser uma de suas preferências ,mas apesar de tudo ela comia com disposição.
Senti curiosidade de saber que gosto teria para ela, mas é claro que eu não seria capaz de saber.

Bella olhou para mim parecendo desconfortável por estar sendo observada, ela limpou rapidamente a boca.

- Qual é a programação de hoje?- disparou .

- Hmmm...- eu protelei a reposta rapidamente, escolhendo as palavras - O que diria de conhecer minha família?

Procurei ser casual até onde era possível afinal eu a estava convidando para conhecer o covil dos vampiros de Forks, por mais vegetarianos que fossem isso requereria alguns nervos de Bella.

A casualidade realmente não produziu muito efeito, Bella engoliu em seco e o sangue fugiu de seu rosto.

Isso era bom sinal.

Será que eu havia finalmente cutucado algum instinto de sobrevivência adormecido?

- Está com medo agora?- perguntei esperançoso.

- Estou- admitiu, com os ombros ainda rígidos.

- Não se preocupe. – eu ri - Vou proteger você.

- Não estou com medo deles. – ela editou. Claro que iria editar.... - Tenho medo
que eles não... gostem de mim. Eles não se surpreenderiam se você levasse alguém... como eu... para conhecê-los em casa? Eles sabem que eu sei sobre eles?- Ah,já sabem de tudo. Eles fizeram umas apostas ontem, sabia? – eu dei um sorriso fraco - Se eu traria você de volta. Mas por que alguém apostaria contra Alice, não consigo imaginar. De qualquer modo, não temos segredos em nossa família. Não é viável, com minha leitura de pensamento, Alice vendo o futuro e tudo isso.

- E Jasper fazendo você se sentir todo alvoroçado para despejar tudo o que sabe, não se esqueça.

- Você prestou atenção.- eu sorri aprovando.

- De vez em quando sei fazer isso.- ela riu - Então Alice me viu chegando?

Meus lábios se apertaram em uma linha rígida.

Porque ela sempre tinha que fazer as perguntas que eu não queria responder?

Eu não queria falar disso. Não com Bella.


- Alguma coisa assim.- me limitei a dizer.

Virei o rosto, evitando seus olhos.

Ela me olhou curiosa e eu não tinha muita certeza do que minha expressão revelava.

- Isso é bom? – perguntei, tentando introduzir outro tema à conversa. Fiz uma
careta.
- Francamente, não parece muito apetitoso.

Suas sobrancelhas se uniram.

- Bom, não é dos piores... – murmurou.

Ela voltou a comer rapidamente e eu levantei para deixá-la terminar a vontade.

Olhei a rua através da janela, a picape estacionada na entrada. Isso me fez lembrar que ainda faltava uma coisa....

Virei vagarosamente para ela.

- E você deve me apresentar a seu pai também, imagino. – comentei sorrindo.

Estranhei minha insegurança, mas essa não era uma situação que eu já havia passado antes.

- Ele já conhece você. – ela lembrou.

- Como seu namorado, eu quero dizer.

- Por quê?- perguntou, me olhando desconfiadamente.

- Não é esse o costume? – Pelo menos eram os costumes da minha época.

Eu só queria fazer a coisa certa com bella, ou errar o menos possível.
Charlie merecia isso, assim como ela.

- Não sei. – ela hesitou - Não é necessário, sabe disso. Não espero que você... Quer dizer, você não precisa me pedir em casamento.

Eu ri.

- Não estou pedindo.

Bella mordeu os lábios. Isso ainda não era exatamente uma negativa...mas também não era um sim.

- Vai ou não contar a Charlie que sou seu novo namorado?

- E você é isso mesmo? – ela parecia feliz apesar de hesitante.

-
Esta é uma interpretação livre da palavra “novo”, admito.

- Tive a impressão de que você era ago mais, na verdade. –murmurou timidamente.

-
Bom, não sei se precisamos dar a ele todos os detalhes sórdidos. – Eu estiquei a mão pela mesa para erguer seu queixo gentilmente, buscando seus olhos- Mas ele vai precisar de alguma explicação para eu andar tanto por aqui. Não quero que o chefe Swan consiga um mandado de segurança contra mim.

- Você fará isso? – ela perguntou empolgada - Realmente estará aqui?

- Desde que você me queira – assegurei.

- Sempre vou querer você.- sussurrou - Para sempre.

Sua pequena declaração era tudo o que eu poderia querer ouvir, mas estranhamente me provocou uma rajada de sentimentos conturbadores.

Eu dei a volta ao redor da mesa até estar próximo a ela, e então acariciei levemente seu rosto macio com a ponta dos dedos.

Eu também iria querer Bella para sempre, mas esse era um tempo longo demais para ela compreender. Suas perspectivas eram limitadas à sua humanidade, e esse era um tempo curto demais comparado aos dias intermináveis que se estenderiam diante de mim.
Eu não queria uma eternidade sem bella.

- Isso o deixa triste?- ela perguntou sondando o meu rosto.

Eu não podia contestar o quanto isso me entristecia, mas se concordasse eu a estaria magoando. O silêncio era mais seguro então.

Eu sustentei seus olhos reprimindo um suspiro.

- Já terminou?- perguntei por fim.

Ela se levantou prontamente.

- Sim.

- Vá se vestir...- eu disse - Vou esperar aqui.

Bella subiu apressadamente e eu a aguardei .

Achei que iria precisar de paciência extra já que, tendo uma irmã como Alice em casa, eu sabia do tempo imensurável que as mulheres gastavam para se vestir. Como eu previ, o tempo passou incrivelmente lento, mas finalmente pareceu terminar.

Eu fui ao pé da escada quando ouvi seus passos se aproximando.

- Tudo bem. – Bella saltitou pelos degraus da escada - Estou decente.

Ela não devia ter percebido minha proximidade pois deu um saltou direto para mim me deixando estonteado. Isto porque depois de segurá-la por alguns segundo, a poucos centímetros de distância do meu corpo, eu pude avaliá-la com maior atenção.

Ela havia colocado uma saia em conjunto com aquela adorável blusa azul escura que realçava o tom de sua pele e delineavam o contorno de sua cintura. Seu cabelo preso no alto da cabeça deixava completamente exposto o caminho do arco acima de seu pescoço até a clavícula.

Era quase um convite.

Eu não resisti em puxá-la para mais perto.


- Errado de novo.- murmurei em seu ouvido - Você está totalmente indecente... Ninguém deve ser uma tentação tão grande, não é justo.

- Tentação, como? -Ela perguntou - Posso trocar

Eu suspirei, sacudindo a cabeça. - Você é tão absurda.

Pressionei meus lábios em sua testa.

- Devo explicar como é tentadora para mim? – eu não podia frear minha intensidade.

Meus dedos seguiram o caminho de sua coluna enquanto o calor de sua pele me aqueciam instantaneamente. Minha respiração estava se tornando mais rápida conforme eu sentia uma nova urgência crescendo. O aroma apagando qualquer vontade de resistir.

Inclinei meu rosto e busquei seus lábios em um ardente desejo de senti-los novamente.

Meus lábios se abriram no primeiro contato e então senti seu corpo se tornar flácido em meus braços.

Eu me movi rápido demais?O que eu havia feito de errado?

- Bella? – perguntei exasperado, erguendo-a.

Achei que tinha sido cuidadoso, calculando a pressão certa em minhas mãos. Estava seguro de que não havia usado nem um milésimo da minha força.

-Você... me... deixa... fraca. – sua voz falhou.

- O que vou fazer com você? – gemi, pasmado .- Ontem eu a beijei, e você me atacou! Hoje você desmaia nos meus braços!

Ela riu fraquinho, ainda sem recuperar o equilíbrio.

- É nisso que dá ser bom em tudo- suspirei.

- É esse o problema.- enfatizou.- Você é bom demais. Muito, muito bom.

Ela não parecia muito bem.

- Está enjoada?- perguntei.

- Não... Não é o mesmo tipo de desmaio. Não sei o que aconteceu. – ela balançou a
cabeça como se pedisse desculpas -
Acho que esqueci de respirar.

-Não posso levar você a lugar nenhum desse jeito.

- Eu estou bem.- ela insistiu. - Sua família vai pensar que sou louca mesmo, que
diferença faz?

Eu a examinei por um momento, vendo suas bochechas ganharem um rubor vivo e vibrante.

- Gosto muito dessa cor em sua pele. – sussurrei.

Ela corou ainda mais, enaltecendo o efeito.

- Olhe, estou tentando ao máximo não pensar no que estou prestes a fazer, então, será que podemos ir?

- E você não está preocupada porque vai conhecer uma casa de vampiros,- eu racionalizei- mas porque acha que aqueles vampiros não vão aprová-la, não estou certo?

Procurei dar à minha voz todo tom sarcástico que a situação pedia.

- Está certo- ela confirmou.

Balançei a cabeça. Eu não conseguia compreender os trabalhos de sua mente, suas lógicas não faziam sentido algum pra mim.

- Você é inacreditável.

Com uma familiar lentidão nós pegamos a via expressa .

Bella havia me permitido conduzir o carro- ela não acertaria o caminho de casa.
Eu a convenci disso, apesar de sua insistência em dizer que conhecia bem os arredores.

Eu queria rir, mas a poupei.

Nós seguimos um longo tempo pela avenida principal até que manobrei, entrando na pequena estrada sem pavimento. O caminho era estreito e formado por curvas, como serpente... A picape protestava . Eu estava calculando mentalmente quantos minutos eu teria feito o percurso até em casa se estivesse com a minha Vanquish, mas logo esqueci as vantagens quando considerei a cena de pânico que certamente Bella faria.

Segui conformado, enquanto a vegetação espessa passava vagarosamente pela nossa janela.

Era conveniente manter um estabelecimento em uma área isolada, longe do acesso de humanos. Nossa casa era como um refúgio, um lugar que podíamos ter um pouco de privacidade, sem precisar fingir.

Mas tudo era pela necessidade, muito mais do que pelo conforto. Um conceito simples, em se tratando do nosso estilo de vida.

Em nenhum momento Bella fez alguma pergunta sobre o trajeto, mas pela sua fisionomia eu podia ver a surpresa e a indagação.
Apesar de sua visível curiosidade (e não precisaria ser tão visível para saber, já que esta era uma de suas características naturais ), ela apenas encarou sua frente pacientemente, esperando o que surgiria depois das árvores.
Isso me provocou um momento de desconforto.

Eu estava preparado para ver suas reações? –a voz pessimista perguntou em minha mente- Eu estava pronto para, quem sabe, até ser rejeitado quando ela entrasse mais a fundo e conhecesse os segredos sórdidos da minha história?

Eu apertei os olhos e as mãos no volante.
Não, eu não tinha que estar considerando isso agora, não era hora para ser dramático. O que viesse eu aceitaria, desde que fosse o melhor para ela.

Abri os olhos, virando furtivamente para o rosto sereno de Bella. Isso ajudou a tomar o foco novamente.
Depois de avançar mais alguns quilômetros sob as sombras das árvores, o caminho se abriu revelando a nossa casa, infiltrada entre os cedros na pequena campina.

- Caramba. – Bella ofegou quando nos aproximamos.

Esme tinha feito um pequena reforma, mantendo o padrão antigo da casa. Dentro da beleza da floresta o cenário era atípico, mas sempre achei apreciativo.

- Gosta?- perguntei sorrindo.

- Tem... certo charme.

Brinquei com a ponta do seu rabo-de-cavalo e ri, imaginando que tipo de residência ela esperava ver. Provavelmente seria algo bem próximo do que eu consideraria ofensivo.

“Ela realmente veio!” – Escutei Esme.

Eu já estava consciente de que todos perceberam nossa chegada. Podia ouvir Carlisle descendo para a sala principal.

- Pronta?- perguntei a ela, abrindo sua porta.

- Nem um pouquinho... Vamos. – respondeu, forçando um sorriso e alisando nervosamente o cabelo.

Era nítida a tensão crescente em seu rosto. Eu fiz o máximo para não transparecer a minha. Bella não precisava disso.

- Você está linda.- reconfortei, segurando sua mão.

Nós andamos até a varanda, meu polegar traçava linhas circulares nas costas de sua mão, uma pequena tentativa de fazê-la relaxar e lembrar que eu estava ao seu lado.

Eu abri a porta para ela.
Seus olhos eram grandes enquanto ela girava a cabeça, vislumbrando o interior da casa.

“Olha como ele a toca, eles estão de mãos dadas!” Foi o primeiro pensamento constrangedor de Esme, assim que nos viu. A felicidade estava estampada em seu rosto.

Eles estavam à espera sorrindo calorosamente, a uma distância cautelosa para não assustá-la.

- Carlisle, Esme – eu apresentei - , esta é Bella.

- É muito bem- vinda aqui, Bella. – Carlisle foi cuidadoso ao se aproximar, estendo a mão para ela.

Carlisle estava acostumado a lidar com humanos, ele trazia um ambiente tranqüilo naturalmente. Não funcionou muito para mim nesse momento, mas eu esperei que estivesse funcionado com bella.

-É bom vê-lo novamente, Dr. Cullen. – ela retribuiu o gesto, sem parecer se surpreender com o toque frio.

- Por favor, chame-me de Carlisle.

- Carlisle. – disse sorrindo. O riso e o som seguro de sua voz me fez relaxar na mesma hora. Era um alívio poder ver que ela não parecia tão assustada.

Esme também se aproximou , estendendo a mão.

- É muito bom conhecer você. –Ela disse.

“ Ela é adorável Edward...e muito educada. Ela combina com você sabia?”

Eu concordei com um sorriso. Sua mente era honesta assim como suas palavras.

- Obrigada. - Bella respondeu - Fico feliz por conhecê-la também.

- Onde estão Alice e Jasper? – perguntei. Era apenas uma forma de introduzi-los porque Alice já estava ansiosa no alto da escada, como se estivesse esperando sua
vez.

- Oi, Edward! – Ela gritou. Veio pulando as escadas com um entusiasmo desnecessário. Nossos olhos faiscaram para ela. “Cuidado Alice”- sibilei de forma quase inaudível, enquanto ela parava em nossa frente.

- Oi, Bella! – Ela deu outro passo largo para dar um beijo em seu rosto. Como se isso já não tivesse feito meus músculos estremecerem em alerta, ela se agradou do que sentiu quando inalou o ar em torno dela.

- Seu cheiro é bom –
ela comentou para constrangimento meu, e de todos -
, nunca percebi antes.

"Ah, o que foi isso ALice??" Esme reprovou em seu pensamento

Nada humano certamente, e nada que tivesse tornado o ambiente mais leve.

Ao que pareceu ninguém teve nenhum comentário mirabolante para quebrar o clima, mas de repente eu senti uma tranqüilidade e o clima se tornou acolhedor. Sutil mas suspeitoso.

Eu olhei para Jasper com a sobrancelha erguida.

- Olá, Bella. – ele disse, mantendo a distância que eu havia pedido.

- Oi, Jasper.- ela riu timidamente, virando para os outros- É ótimo conhecer vocês todos... Vocês têm uma bela casa.

 

Oiie espero que tenham gostado,ainda não terminei.. postarei o mais breve possivel
beijos!!!

 


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Notas finais do capítulo

Atualizado Dia 11/10/09



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