Continuação de Midnight Sun escrita por htinha2502


Capítulo 10
Capítulo 17 - Os Cullen II


Notas iniciais do capítulo

Fic Original da Jackeline : http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=86113045&tid=5359907160511977193&kw=Midnight+Sun+continua%C3%A7%C3%A3o+fic&na=1&nst=1


Todos os Créditos ha ela



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-Oi, Jasper.- ela riu timidamente, virando para os outros- É ótimo conhecer vocês todos... Vocês têm uma bela casa.


-
Obrigada. – disse Esme- Ficamos felizes por ter vindo.

“É admirável que ela esteja aqui... ela gosta mesmo dele...”


A aceitação de Esme estava nítida nas formas de seu rosto. Ela apreciou sua coragem e estava segura de que Bella estava tão envolvida quanto eu. Tentar acessar o significado disso me deixava quase tonto.

“Edward”- Carlisle me chamou em pensamento-
“Alice viu algo novo quando você não estava, os nômades estão agora caçando próximo de Seattle. Eles estão vindo em direção ao norte então não acredito que demorará muito para passarem por esta área. Achei que você iria querer saber...Não tinha certeza se seria conveniente contar na frente de Bella, poderia assustá-la.”

A esta altura eu já não tinha certeza do que assustaria Bella...... Eu assenti com a cabeça muito discretamente.

“Ah, conversei com Rose mais cedo sobre vocês... acho que ficará tudo bem na medida do possível. Ela foi caçar e carregou Emmett”.

Em um segundo Carlisle repassou mentalmente flashes da conversa, e eu pude pegar parte dela.

Fiquei agradecido por Carlisle mais uma vez, e não achei ruim que Rose não estivesse aqui agora... Por mais que ela se comportasse eu não estava disposto a travar uma batalha com seus pensamentos coléricos, então nada melhor do que deixá-la lutar sozinha. Senti por Emmett... tive um vislumbre de sua cara de desapontamento por estar perdendo a diversão (como ele chamou).

- Você toca? – Esme perguntou. Voltei minha atenção para Bella novamente depois de alguns segundos distraído. Seus olhos vagavam pelo piano de cauda.

Ela sacudiu a cabeça em resposta.

- Nem um pouco. Mas é lindo. É de vocês?

- Não. – ela riu -Edward não lhe disse que era músico?

- Não. – Minha expressão era inocente quando ela virou para mim semicerrando os olhos. - Mas acho que devia saber.

Esme ergueu as sobrancelhas.
“Devia saber? O que isso significa?”

- Edward pode fazer de tudo, não é? – ela explicou.

“Haha, o super Edward!” Jasper deu uma risadinha, criando uma imagem mental tão patética e degradante, que eu só pude segurar uma gargalhada.

Esme me olhou com incredulidade.

- Espero que não tenha se exibido... É uma grosseria.

- Só um pouco. – a gargalhada escapou com o comentário final de Esme.

O som inteiramente livre da minha risada a quebrou e dominou suas emoções por um momento. Há quanto tempo minha mãe não ouvia esse som? Esme podia ver agora o quanto sentiu falta dele e eu me senti culpado e ao mesmo tempo completamente comovido com a profundeza de seus sentimentos. Seus olhos de ouro claro cintilaram e eu retribuí um olhar cúmplice para ela.

- Na verdade, ele tem sido muito modesto. – Bella corrigiu.

- Bem, toque para ela. – incitou Esme.

- Acabou de dizer que me exibir era grosseria.

- Toda regra tem sua exceção.

“Seria um pecado privá-la de suas composições... Toque minha favorita, ela vai adorar.”

- Gostaria de ouvir você tocar. – Bella incentivou. Isso estava parecendo mais uma conspiração.

- Então está combinado- Esme me puxou e eu puxei Bella, colocando-a ao meu lado na banqueta.

Era impossível não reagir à situação. Alice estava animadíssima com a empolgação de Esme... Carlisle estava feliz porque eu também estava e Jasper... estava atraído com o bom estado de espírito de todos.

Minhas mãos estavam a postos quando eu parei pra dar um longo e até um pouco exasperado olhar para o motivo de todo aqueles sentimentos, muito além do que eu merecia.
E então meus dedos exploraram livremente o marfim e o som encheu a enorme sala.

Com a mínima pressão das teclas eu brinquei com elas, em nenhum momento perdendo a linha da melodia. Mas não demorou pra deixar de me concentrar nas notas.
Através das teclas, eu assisti o rosto de bella pelos olhos do grupo de ouvintes que davam risadinhas incontidas no sofá. Eles riam da reação dela... seu corpo estava inconscientemente inclinado, seu queixo caído e a cabeça pendendo levemente para o lado, admirada.

Eu virei casualmente, sem parar de tocar, e pisquei .

- Gosta dessa? – perguntei suavemente.

- Você compôs? – ela arfou.

Movi a cabeça afirmando.

- É a preferida de Esme.

Ela fechou os olhos balançando a cabeça. Isso me deixou confuso.

- Qual é o problema?

- Eu me sinto extremamente insignificante.

Fiz questão de prová-la que isso não era possível, emendando uma nova direção à música... agora mais lenta e mais suave. Interpretei sua canção de ninar.

Alice e Esme se animaram com o clima romântico... Esme fez um gesto para todos e num piscar de olhos só havia eu e Bella na sala.

- Eles gostam de você, sabia?- eu comentei- Especialmente Esme.

Ela olhou para trás, surpresa por ver que estávamos sozinhos.

- Aonde eles foram?

- Deram-nos privacidade com muita sutileza, imagino.

Ela suspirou, os olhos momentaneamente desfocados.

- Eles gostam de mim. Mas Rosalie e Emmett... – ela hesitou parecendo em dúvidas com relação à ausência deles.

Franzi a testa. Eu sabia que Rose não iria fugir pra sempre, e também sabia que ela não faria nada para decepcionar Carlisle. Não havia ninguém que respeitássemos mais do que ele.

- Não se preocupe com Rosalie. – eu disse seguramente
- Ela vai aparecer.

Ela franziu os lábios, parecendo não acreditar nisso.

- E Emmett?

- Bom, é verdade que ele acha que sou mesmo um lunático- admiti- , mas não tem problemas com você. Está tentando ponderar com Rosalie.

- O que a incomoda? – ela insistiu.

Eu suspirei profundamente, insatisfeito com o rumo da conversa.

- Rosalie é a que mais luta... com o que somos. É difícil para ela ter alguém de fora sabendo a verdade.E Ela tem um pouco de inveja.

- A Rosalie tem inveja de mim? – sua voz era completamente cética.

- Você é humana. – eu dei de ombros - Ela também queria ser.

- Ah.- murmurou- Mas até o Jasper...

- Na verdade, a culpa é minha. – interrompi- Eu lhe falei que ele era o mais recente a tentar nosso jeito de viver. Alertei-o para guardar distância.

Para minha surpresa ela estremeceu.

- Esme e Carlisle...?

Ficam felizes por me verem feliz. Na verdade, Esme não se importaria se você tivesse três olhos e pés de pato. Em todo esse tempo ela se preocupou comigo, com medo de que houvesse alguma coisa ausente em minha constituição básica, que eu fosse jovem demais quando Carlisle me mudou... Ela está em êxtase. O tempo todo que toco você, ela praticamente afoga-se em satisfação.

Eu sorri com isso.

- Alice parece muito... entusiasmada. – ela notou.

Fiquei rígido.

- Alice tem um jeito próprio de ver as coisas. – acho que minha voz era um pouco seca ao invés de casual como eu queria.

- E não vai me explicar isso, não é?

Eu olhei longamente para ela percebendo minha falta de êxito em ludibriá-la.

Ela era intuitiva demais... é claro que ela percebeu que eu estava escondendo alguma coisa, minha hesitação sempre quando falo sobre Alice.
De alguma forma essa situação me parecia errada, me tomava esforço não dar a ela o que ela queria. Mas como responder melhor que isso? Minha resposta já havia sido suficientemente reveladora no meu conceito.

Eu sabia que não a estava demovendo de sua curiosidade, mas ela pareceu perceber que não teria mais do que isso agora.


- Então, o que Carlisle estava dizendo a você antes? - ela atirou outra.

Ela observou isso também.... Eu estava surpreso que eu não tivesse sido tão discreto quanto havia pensado.


- Percebeu isso, não foi? - Isso não deveria ser nenhuma surpresa.

- Claro que sim. - Ela deu de ombros.

Eu parei por alguns segundos decidindo se deveria dizer a ela... Meu comportamento me denunciaria , então concluí que eu não conseguiria esconder isso de seus olhos implacáveis.


- Ele queria me contar algumas novidades... Não sabia se era algo que eu quisesse partilhar com você.

- E você vai?

- Preciso, porque ficarei um pouco... insuportavelmente protetor nos próximos dias... ou semanas... e não gostaria que pensasse que sou naturalmente um tirano.

Eu estava exagerando sobre isso, eu sabia, mas com Bella era melhor pecar pelo excesso. Além do que, uma dose de precaução por sua segurança era uma bela desculpa para tê-la ao meu lado por mais tempo.

- Qual é o problema? –ela perguntou preocupada.

- Não há exatamente nada de errado. – enfatizei- Alice só vê alguns visitantes chegando logo. Eles sabem que estamos aqui e estão curiosos.

- Visitantes?

- Sim... – eu disse, compreendendo que ela não entendia o sentido dessa palavra - Bom, eles não são como nós, é claro... Em seus hábitos de caça, quero dizer. Não devem entrar na cidade, mas certamente não vou perder você de vista até irem embora.

Ela tremeu.

- Enfim, uma reação racional! – eu admirei – Estava começando a pensar que você não tinha nenhum senso de autopreservação.

Ela ignorou o comentário, os olhos correram pela casa.

Eu segui seus olhos.

-
Não era o que esperava, não é?

- Não. – ela admitiu.

- Não tem caixões, nem crânios empilhados nos cantos; nem acredito que tenha teias de aranha... Que decepção deve estar sendo para você – zombei, abrindo um sorriso malicioso.

Ela ignorou meu comentário sarcástico.

- É tão claro... e aberto.

Minha expressão se tornou mais sombria.

- É um lugar que nunca precisamos esconder.

Eu estava tocando os últimos acordes de sua música e ela se tornava mais melancólica, como se não quisesse chegar ao fim inevitável. E então a última nota se perdeu no silêncio.

- Obrigada. – sussurrou.

Vi algo cintilar em torno de seus olhos. Ela enxugou a umidade rapidamente, envergonhada. Eu a havia feito chorar... mas dessa vez não por algo ruim.

Toquei no canto dos seus olhos, pegando uma gota de lágrima que ela deixou escapar e observei curiosamente a ponta do dedo molhado.

Aquela pequena reação física era uma expressão tão pura de sua alma...uma prova de sua humanidade.
Para mim era uma experiência humana esquecida, algo que eu jamais poderia experimentar nesse corpo. Sem pensar eu trouxe aos meus lábios, para provar o sabor da lembrança perdida.

Ela me olhou interrogativamente, estranhando minha atitude. Eu apenas retribuí seu olhar e sorri.

- Quer ver o resto da casa?

- Sem caixões? – zombou, uma ponta de ansiedade por baixo do humor em sua voz.

Eu ri, puxando sua mão.

- Sem caixões. – eu prometi.

Nós subimos até o segundo andar, onde eu mostraria a outra parte da casa.

- O quarto de Rosalie e Emmett... O gabinete de Carlisle... O quarto de Alice... – Eu gesticulava enquanto passávamos pelas portas do extenso corredor, mas ela travou no caminho.

Segui seu olhar para descobrir a origem da confusão em seu rosto e ri ao vê-la encarar a grande cruz de madeira que tínhamos pendurada no alto da parede.

- Pode rir.- eu disse- É mesmo meio irônico.

E a história por trás dela era ainda mais irônica.

Ela não riu. Levantou lentamente o dedo como se fosse tocar o ornamento, mas não tocou.

- Deve ser muito antiga. – ela supôs.

Dei de ombros.

- Mais ou menos do início de 1630.

Ela me encarou surpresa.

- Por que vocês mantêm isso aqui?

Essa deveria ser sua maneira gentil de perguntar que tipo de museu era esse que nós morávamos. A razão implícita não deveria ser algo difícil de sugerir.

- Nostalgia. – eu afirmei- Pertenceu ao pai de Carlisle.

- Ele colecionava antiguidades? – perguntou, sem compreender.

- Não. Ele mesmo entalhou. Ficava pendurada na parede acima do púlpito da paróquia em que ele pregava.

Bella arregalou os olhos, mas rapidamente voltou a fitar a cruz com a testa vincada.

Eu sabia que isso que eu estava dizendo não era algo natural como estava fazendo parecer, mas era necessário. Eu estava decidido a não guardar segredos hoje.

Bella tinha todo o direito de saber onde ela estava entrando e era livre para fazer suas próprias escolhas, por mais que estas me machucassem.

Não haverá intervenções minhas quando chegar o inevitável momento em que algo que ela verá irá romper o limite de sua milagrosa paciência.

Então eu esperei, sabendo que ela estava apenas absorvendo a novidade, mas seus olhos eram insondáveis e ela não parecia estar consciente de que ainda franzia a testa.
Isso estava me preocupando.

- Você está bem? – eu perguntei.

- Que idade tem Carlisle? – ela ignorou a pergunta.

- Ele acaba de comemorar o aniversário de 362 anos.

Ela me olhou de volta, seus olhos me faziam um milhão de perguntas.

Eu a observei cuidadosamente ao falar, não queria assustá-la demais.


- Carlisle nasceu em Londres, por volta de 1640, segundo ele acredita. O tempo não era marcado com precisão na época, pelo menos pelas pessoas comuns. Mas foi pouco antes do governo de Cromwell.

Eu conhecia bem a história que Carlisle se esforçou para não afugentar da memória. Enquanto eu contava meus olhos estavam atentos às minúcias de suas reações, mas ela ouvia tudo com o rosto cuidadosamente inexpressivo.

- Ele era filho único de um pastor anglicano. A mãe mrreu dando a luz. Seu pai era um homem intolerante. Á medida que os protestantes chegavam ao poder, ele fiou entusiasmado com a perseguição de católicos romanos e outras religiões. Também acreditava fortemente na realidade do mal. Ele liderou a perseguição de bruxas, de lobisomens... e de vampiros.

Eu prossegui apesar de perceber sua reação à palavra, não era sempre que a pronunciávamos tão abertamente.

- Eles queimaram muita gente inocente... É claro que não era tão fácil alcançar as criaturas reais que procuravam. Quando o pastor envelheceu, encarregou o filho obediente das incursões. No início Carlisle foi uma decepção; não era rápido para denunciar, para ver demônios onde não existiam; mas era persistente e mais inteligente do que o pai. De fato, ele descobriu um esconderijo de vampiros de verdade que viviam nos esgotos da cidade, alguns saindo à noite para caçar. Naquela época, quando os monstros não eram só mitos e lendas, era assim que muitos viviam.

- As pessoas reuniram seus forcados e archotes, é claro – eu ri, mas meu sorriso se tornou sombrio- , e esperaram onde Carlisle havia visto os monstros saírem da rua. Por fim, um deles apareceu.

Hesitei por um breve segundo. Eu nunca poderia aprovar a atitude do meu pai... Sua devoção o havia cegado e tornado ignorante de sua própria vulnerabilidade.

- Ele devia ser antigo e estar fraco de fome. Carlisle o ouviu gritar em latim para os outros quando sentiu o cheiro da turba. Ele correu pelas ruas, e Carlisle... que tinha 23 anos e era muito veloz... liderou a perseguição. A criatura podia ter escapado facilmente, mas Carlisle acredita que estivesse faminta demais, então ela se virou e atacou. Caiu primeiro em Carlisle, mas os outros se aproximavam e ela se virou para se defender. Matou dois homens e feriu um terceiro, deixando Carlisle sangrando na rua.

Me concentrei apenas no fundamental da história... Eu a poupei dos detalhes do sofrimento excruciante que ele passou quando a criatura sedenta o largou com vida, deixando o veneno correr por suas veias até se transformar na abominação que todos discriminavam.

- Carlisle sabia o que o pai faria. – eu continuei- Os corpos seriam queimados... Qualquer coisa contaminada pelo monstro deveria ser destruída. Carlisle agiu por instinto para salvar a própria vida. Arrastou-se do beco enquanto a turba seguia o demônio e sua vítima. Ele se escondeu num porão, enterrado em batatas podres por três dias. Foi um milagre que conseguisse manter silêncio, passar despercebido. Então havia terminado e ele percebeu no que se transformara.

Bella estava estática, em pálida concentração.


Seu silêncio, em todos os sentidos, era frustrante... Eu estava ansioso para saber como ela estava recebendo tudo isso.


- Como está se sentindo? – eu perguntei.

- Estou bem. – ela garantiu.

Ela mordeu os lábios, um sinal de tensão, mas ao mesmo tempo seus olhos ardiam de curiosidade.


Eu ri com isso.

- Imagino que tenha mais algumas perguntas para mim.

- Algumas. – ela confirmou.

Eu sorri abertamente, satisfeito com seu interesse.

- Então, venha. – encorajei- Eu vou lhe mostrar.

Eu a levei para o lugar onde ela poderia visualizar um pouquinho da época de Carlisle.



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Notas finais do capítulo

Desculpe-me pela demora da repostagem.. não estava podendo entrar - atualizada 09/12/09



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