O Amor não é Cego escrita por Flor de Cerejeira


Capítulo 7
Despertando sentimentos




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A semana estava passando muito de vagar, e todos pareciam exaustos a cada fim de tarde.

- Kagome, você poderia me ajudar com esse problema de matemática – Indagou Inu-Yasha coçando a cabeça e segurando o livro com a outra mão. – é que meu irmão anda muito ocupado com os livros, estudando para o vestibular.

- Claro, se quiser pode ir comigo lá em casa, será melhor ai eu peço ajuda a Rin também, estou em duvida em uma matéria de literatura.

- Eu posso ir mesmo?

- Claro.

- Eu vou avisar meu irmão e volto logo.

- Ta, me encontre no colégio da Rin, Ela sai agora também...

- Ok!!! – Disse a ela se afastando.

No colégio de Rin, uma cena deprimente fez Kagome ficar furiosa. Duas pessoas estavam importunando a garota, fazendo chacota com ela.

Rin estava chorando, parecia muito triste com o que diziam a ela.

- Ei vocês, o que estão fazendo?

- Olha só sua bengala chegou! – Debochou a garota mexendo no cabelo de Rin.

- Parem com isso, deixem ela em paz seus idiotas!!!

- Kagome, vamos logo, eu quero ir para casa...

- Vai com sua bengala ceguinha, e segura firme, pois tem muitos degraus a sua frente, cuidado para não cair. – Outro rapaz que estava acompanhando a garota que mexeu com Rin.

- Cala boca seu idiota, não percebe o que esta fazendo? – Defendeu bravamente Inu-Yasha que chegou ao local e viu a confusão.

- Vamos Kagome, tudo bem Rin?

- Não, eu quero ir logo para casa.

Rin chorava incessantemente, ela estava muito triste com a discriminação daquelas pessoas, foi humilhada, e por não enxergar não pôde se defender.

Sesshoumaru que saia àquela hora viu o estado da garota e se preocupou, foi ate onde estavam.

- O que aconteceu com ela?

- Dois idiotas estavam zombando do problema dela... – Explicou Inu-Yasha muito chateado com a situação.

Nesta hora Miroku e Sango chegaram ao local, e também fizeram a mesma pergunta, e a mesma resposta foi dita. Miroku sentou perto de Rin e passou um braço em volta da garota, que deitou em seu ombro fechando os olhos vermelhos de tanto chorar.

Sango pegou um lenço e começou a enxugar as lagrimas do rosto de Rin, que não parava de chorar.

- Fique calma Rin... – Kagome ajoelhou ante ela e apoiou as mãos em seus joelhos.

- Como podem fazer essas coisas – Começou frustrada Sango – Será que pensam que ela não tem sentimentos...

Passou-se uma hora ao acontecido, e finalmente Rin havia se acalmado, ela tinha sofrido muito aquele dia e seus amigos a apoiaram, ate Sesshoumaru que era tão destacado havia se aproximado mais.

Ele se sentiu desconfortável com a situação da garota e resolveu se aproximar mais alem de ter ficado... preocupado com o que tinha ocorrido.

Sango e Miroku logo foram para suas casas, e Sesshoumaru também, Inu-Yasha foi com Kagome para casa, onde começaram a estudar na sala.

Rin estava muito triste, e logo subiu para o quarto, onde ficou muito pensativa com tudo o que tinha acontecido com ela. Sentiu lagrimas querendo sair de seus olhos, então ela pegou um de seus livros e começou a ler. Cada letra era delicadamente tocada por seus dedos, que tinham a pele fina e macia, permitindo assim que ele lesse com mais habilidade.

Na sala, Kagome e Inu-Yasha estudavam tranquilamente, mas Kagome, que estava lendo o problema pedido na matéria, descuidada deixou o livro cair de suas mãos. Ambos ao mesmo tempo abaixaram, e Inu-Yasha tocou as mãos da garota que sentiu seu coração acelerar. Eles se encararam por alguns minutos ate Kagome corar.

- D-Desculpe eu... me distrai.

Inu-Yasha continuou a olhar a garota e o jeito como ela estava. Ele admirou-a por mais alguns minutos, mas como ela estava vermelha de vergonha com aquilo ele resolveu se concentrar na matéria novamente.

Uma hora depois os dois continuavam estudando, e a mãe de Kagome, com sempre muito atenciosa fez um lanche para os dois, e serviu logo.

- Não precisava se incomodar senhora Higurashi.

- Tudo bem, Kagome, por favor, poderia me ajudar um instante, o tempo esta muito feio lá fora, e não demora cair uma chuva. As roupas do varal estão voando, poderia recolhê-las, por favor?

- Claro mamãe, Inu-Yasha espere um momento, que eu volto num instante.

- Tudo bem eu vou terminar meu lanche.

Kagome rapidamente recolheu as roupas e as levou para a área aonde a mãe dela ia as passar.

Inu-Yasha observava cada movimento da garota, sem que ela percebesse.

Após começarem a estudar de novo, alguns minutos depois, uma chuva torrencial começou a cair. Temendo por uma futura falta de energia, a mãe de Kagome preparou algumas velas e pois em cima da mesa.

Rin que estava há horas em seu quarto desceu para junto dos outros, levando consigo seu livro.

Ela sentou-se junto aos dois, e Inu-Yasha ficou muito curioso com o que Rin estava fazendo, e começou prestar a atenção nas mãos da garota, que tateavam sem parar o braile sobressalente das paginas do livro.

- Como consegue fazer isso? – Foi à pergunta dele a Rin.

- Fazer o que?

- Ler essas bolinhas no papel?

- Ah, a leitura das pessoas cegas são com os dedos das mãos...

- Eu sei, mas parece tão difícil.

- Inu-Yasha, a Rin começou a estudar braile com sete anos, e ela não conhece outro tipo de leitura... – Comentou Kagome anotando alguns algarismos no caderno.

- Kagome, eu conheço todo o alfabeto que vocês usam, sei escrever meu nome e muitas frases, só não enxergo. Quando eu era pequena, mamãe me ensinou a ler e escrever, e eu acho que não esqueci.

- Rin, isso é ótimo, se você voltar a enxergar vai ser mais fácil para concluir os estudos dessa forma.

- Voltar a enxergar? – Inu-Yasha curioso perguntou.

- Sim, um dia eu voltarei a ver, assim espero.

- Mas você não nasceu assim?

- Kagome você não contou a ele?

- Rin, sabe que não gosto de dizer certas coisas...

- Então eu conto. Quando eu tinha cinco anos, eu e meus pais estávamos voltando da festa de aniversario da Kagome, as ruas ainda tinha um pouco de neve que tinha caído de manha, mas eu me lembro que papai estava dirigindo devagar – Rin descansou as mãos em cima das paginas do livro que lia, e num triste olhar perdido continuou. – mas de repente um outro carro apareceu em alta velocidade, e o motorista estava bêbado, então os carros se chocaram ai, meus pais morreram e eu sobrevivi, mas fiquei cega por causa da batida. Os médicos dizem que meus olhos são saudáveis e que um dia, talvez quando me recuperar totalmente do trauma eu volte a enxergar...

- Desculpe Rin-chan, não queria fazer lembrar de coisas tristes.

- Tudo bem Inu-Yasha, eu aprendi muito com a Kagome, ela sempre me diz que tudo de ruim passa e o amanha é sempre florido.

- Eu posso ver seu livro?

- Claro! – Ela estendeu o livro e Inu-Yasha o pegou curioso e abriu.

- Nossa e cheio de bolinhas, faz cócegas passar a mão nelas.

Rin achou graça do que ele disse, mas de repente uma trovoada soou, e num salto Kagome agarrou o braço do rapaz que quase deixou o livro cair.

Ao perceber que Inu-Yasha a olhava confuso, ficou muito corada e soltou-o rapidamente, e ainda a olhando perguntou a Rin:

- Qual é o nome do livro?

- Um amor para dois, é um romance, eu gosto deles.

Depois da pergunta ele entregou o livro a ela, que voltou a ler.

As luzes se apagaram de repente, mas rapidamente Kagome pegou uma vela, e colocou perto dos três, Rin tranquilamente continuou lendo e Inu-Yasha chateado comentou.

- Agora sim, só a Rin-chan poderá estudar!

- Hã, porque esta dizendo isso Inu-Yasha?

- Rin, faltou luz, estamos no escuro... – Comentou Kagome sem graça.

Rin sorriu e fechou o livro que lia. A chuva parecia não ter fim, e preocupada como Inu-Yasha ia voltar, sugeriu que ele ligasse para o irmão o vir buscar. Mas não foi necessário, poucos minutos depois da falta de energia, Sesshoumaru apareceu um pouco molhado.

- Oi Sesshoumaru, entre logo ou vai se molhar mais. – Convidou Kagome surpresa.

- Eu vim te buscar Inu-Yasha...

- Sesshoumaru?

- Oi menina, esta melhor?

- Sim, eu sempre fico melhor depois de ler um pouco...

Ele se sentou perto de Rin que sentiu o perfume mais forte, e encabulou-se um pouco.

- E o que esta lendo?

- É um romance... Um amor...

- Para dois, eu já li também, é muito bom.

Kagome e Inu-Yasha se entreolharam, mesmo sob a luz de velas deu para perceber a surpresa de Inu-Yasha.

- Inu-Yasha, não faça comentários idiotas, ou eu vou embora e te deixo ai.

- Mas eu não disse nada...

- Mas pensou em dizer, eu te conheço bem.

Rin achou graça da situação.

O vento abriu as janelas da sala deixando uma corrente forte entrar, fazendo com que os cabelos de Sesshoumaru batessem no rosto de Rin, que se assustou.

Kagome correu ate a janela e fechou-a.

- O que é isso? – Perguntou Rin confusa.- Você tem cabelos compridos Sesshoumaru?

- Sim...

Ela corou, ao imaginar como seria a figura dele.

- Eu sabia que seu irmão tem, mas não imaginava que você também teria, por ser um homem serio, é difícil de imaginar como é seu rosto... er...

- Não se preocupe, ele não é tão diferente de mim, só e um pouco mais alto...

- Sou completamente diferente de você Inu-Yasha...

Rin se encolheu no sofá, deixando clara sua timidez sobre aquele assunto. Ao perceber isso Kagome começou a conversar sobre a universidade com eles e ela relaxou.

Rin nunca tinha namorado nem tido um contato mais intimo com garotos, então ela se encabulava facilmente quando algum garoto sentava perto dela.

Mas Sesshoumaru não parecia interessado nela, apenas a admirava por ser tão bonita e sociável. Ele já tinha ouvido falar que pessoas deficientes visuais eram desconfiadas e muito distantes, mas ela era diferente, comunicativa e observadora.

A chuva resolveu ceder e finalmente Inu-Yasha e seu irmão puderam ir para casa.

No caminho...

- Como pode uma garota tão bonita e simpática como a Rin ser cega?

- Hã, você dizendo isso?

- Qual o problema, vai dizer que não é?

- Sim ela é muito bonita, quando a conheci pensei que enxergasse...

- Eu não entendo, os olhos dela são perfeitos.

- Ela sofreu um acidente de carro quando tinha cinco anos, os pais dela morreram, e ela ficou com o trauma do acidente por isso é cega.

Sesshoumaru ficou calado, achou aquilo muito deprimente, e procurou não pensar mais no assunto, mas sempre que tentava não lembrar Rin aparecia em sua memória com aquele sorriso, que ele passou a admirar mais depois de ouvir sua historia.

Ao chegarem em casa Sesshoumaru voltou a estudar e Inu-Yasha sentou-se perto, mas ficou quieto, observando as matérias que tinham anotadas no caderno de seu irmão.

Ficou ali durante uma hora depois de muito silencio, Inu-Yasha resolveu quebrar o gelo.

- Quer um chá?

- Por favor, um cítrico. – Disse sem olhar o irmão, continuando a anotar alguns algarismos.

- Ok, volto logo.

Após preparar o chá ele voltou à sala, e serviu...

- A Kagome me parece uma garota legal...

- Eu também acho, é atraente também... mas...

- Mas o que? Não esta pensando na...

- Não quero falar disso...

Inu-Yasha olhou para o irmão com uma angustia visível, depois deu-lhe as costas e se jogou no sofá suspirando cansadamente.

Sesshoumaru, por sua vez, o olhou friamente, apoiou os cotovelos na mesa e cruzou os dedos.

- Inu-Yasha, já esta na hora de esquecer o que aconteceu e seguir a vida.

Inu-Yasha arqueou as sobrancelhas e num tom sarcástico pronunciou-se ao irmão.

- Sabe que não é fácil de esquecer pessoas que amamos, ainda mais se elas estiverem vivas...

- Você é um idiota – Sesshoumaru maneou a cabeça continuando após. – esta sofrendo sozinho, pois se ela gostasse o mínimo possível de você não teria o abandonado – Voltou a organizar alguns papeis sob a mesa, separando alguns. – Ela se foi, esta vivendo, e você esta ficando para trás vivenciando um passado que não vai mais voltar...

- Ora e o que me diz de você, dês que deixou a Kagura esta sozinho, não tem ninguém...

- O meu caso é bem diferente do seu...

- Diferente? Feh, acha que pode falar de mim?

- Inu-Yasha cala a boca e escute – Nesta hora o rapaz levantou-se bruscamente da cadeira, fazendo com que o irmão arregalasse os olhos – eu estou tentando te acordar, aquela garota não vai voltar, a Kikyou esta longe e feliz e você seu grande idiota esta sofrendo pela felicidade de alguém que não esta nem ai pra você...

- E você é mais idiota do que eu, eu não pedi para me acordar, não pedi seus conselhos, não quero saber, não vou ficar aqui ouvindo você me dar sermão por causa de um sentimento que pertence só a mim, e me deixe em paz... – Inu-Yasha muito alterado levantou-se e seguiu em direção à porta e parou para tocar a maçaneta.

- Aonde pensa que vai à uma hora dessas, e com esse tempo?...

- Isso não é da sua conta. – Olhou-o arrogantemente, deixando o irmão perplexo.

- Não vou mover um músculo para te buscar em qualquer que seja o lugar, e se não voltar ate às onze da noite ficara na rua, e não ouse tocar a campainha ou bater na porta, porque se me acordar, eu juro que quebro sua cara...

Inu-Yasha mais irritado saiu batendo a porta atrás de si, e começou a andar sem rumo pelas ruas molhadas do bairro onde morava.

Em casa, Sesshoumaru havia voltado a estudar, mas seus pensamentos estavam perturbados com aquela discussão, e sua concentração estava se esvaindo com facilidade.

Irritado com aquilo, fez menção em se levantar, mas desistiu ao olhar o chá feito por seu irmão, posto sob a mesa.

- Droga! Será que não pode ver o que esta na cara dele, idiota... Pai ele esta se saindo um adolescente muito rebelde, e eu... estou tentando fazer o possível para cumprir minha promessa... que fiz ao senhor no leito de sua morte...

Flash back do dia.

Naquela tarde, no quarto onde estava Inu-Taishou, Sesshoumaru conversava com o pai.

- Sesshoumaru, já esta bem crescido – começou energicamente – espero que se torne mais responsável.

- Pai, porque esta dizendo estas coisas?

- Estou morrendo filho, e você sabe disso tanto quanto eu...

Sesshoumaru baixou os olhos, não deixando a emoção transparecer em seu rosto.

- Muito bem – Inu-Taishou continuou. – seja forte e me prometa uma coisa...

Sesshoumaru olhou nos olhos frios do pai, tentando não fraquejar, pois aquilo resultaria em uma reprovação de Inu-Taishou.

- ... Prometa que vai cuidar de seu irmão, e vai fazer dele um homem honrado como eu fui e como você será...

- Sim...

- Saiba que a batalha não será fácil filho, - Inu-Taishou tocou o rosto de Sesshoumaru, e uma lagrima desceu solitária no rosto do pai, o que fez Sesshoumaru arregalar os olhos, pois nunca havia visto nenhum sentimento comum no rosto do pai. – e você terá que ser mais forte do que seu velho pai...

Fim do flash back

- Sesshoumaru aquele intrometido, o que ele tem sempre de se meter na minha vida?

- Falando sozinho Inu-Yasha?

- Hã, quem?...

- Sou eu, Miroku, lembra de mim?

- Claro, você é aquele tarado de lá da escola...

- Ei, não fale isso...

- Bem algumas garotas dizem que você vive passando a mão nelas. – Disse ao rapaz com um visível desanimo.

Miroku por sua vez deu a habitual risada sem graça e continuou andando junto do rapaz.

Conversaram durante um longo tempo, e Miroku mostrou alguns lugares, onde pudesse se divertir.

Em casa Sesshoumaru havia voltado a se concentrar, e quando o relógio marcou onze horas, ele arrumou o material de estudo, trancou a porta e depois de um demorado banho foi dormir.

O dia estava quase surgindo quando uma tempestade começou. Os raios e trovoes e um vento muito frio fez com que Sesshoumaru acordasse. Ainda na cama, olhou a janela aberta, e levantou-se logo para fechá-la, estava fazendo muito frio lá fora, e sentindo um arrepio lembrou-se do irmão.

Ele não havia voltado para casa ate agora, e não sabia onde ele tinha ido, um fio de preocupação passou por ele, mas procurou o esquecer. Com certeza estaria no colégio, ou apareceria quando estivesse claro.

Na casa da família Higurashi estava tudo tranqüilo. Ao raiar do dia, as garotas alegremente arrumaram-se, e depois de desjejuarem cada uma colocou seu casaco e saíram em seguida.

A caminho da escola, uma fina chuva começou a cair, e logo Kagome abriu o guarda-chuva.

- Kagome, será que essa chuva vai permanecer ate sábado? – Começou Rin num tom um pouco desanimado.

- Não sei Rin, tomara que não chova se não vai ser tão chato.

Uma buzina soou, e Rin assustou-se passando para o lado do canto da calçada.

- Querem uma carona?

- Sesshoumaru – começou Rin com um tom nervoso na voz. – você quase me matou de susto.

- Desculpe garotinha, eu não buzinei com esse intuito...

- Ora, não me chame assim...

- Rin calma... – Disse Kagome sem graça.

- Vai querer ou não a carona? – foi a pergunta dele.

- Vamos sim, não é Rin.

Rin fechou os olhos frustrada, e Sesshoumaru percebeu o aborrecimento precoce da garota.

Depois de entrarem, Sesshoumaru ajeitou o retrovisor e olhando para Rin por ele começou.

- Você fica nervosa fácil garotinha, por quê?

- Pare de me chamar assim, eu odeio isso...

- Rin, qual é o problema dele te chamar assim? – Kagome com um sorriso sem graça e uma gota do lado do rosto, perguntou quase cochichante.

- Porque eu não sou criança, e eu detesto apelidos.

Sesshoumaru divertiu-se com o repentino nervoso da garota.

Rin cruzou os braços ficando com uma expressão muito zangada.

Sesshoumaru observava a expressão dela pelo espelho, e lembrou se de Inu-Yasha, ele também ficava nervoso com muita facilidade.

Ao parar em um sinal, Rin começou a sentir uma ardência nos olhos, e a expressão de zangada se transformou em uma de aparente dor, ela levou as mãos no rosto, e Kagome muito preocupada olhou a.

- Rin o que houve?

Sesshoumaru olhou pelo retrovisor e viu algumas lagrimas saírem por debaixo das mãos da garota. Seria possível que ela era tão sensível assim?

- Não sei Kagome, meus olhos estão ardendo, parece que caiu sabão...

De repente Rin sentiu um clarão invadir seus olhos, confusa e desesperada, a voz a sufocou, e a garota que estava aparentemente bem desfaleceu, deixando Kagome desesperada.

- Rin!!

Sesshoumaru parou o carro, saindo em seguida, entrou pela outra porta de trás e num tom de voz preocupado, mas com a expressão fria de sempre olhou Kagome e disse.

- Será que foi por causa das brincadeiras?

- Não, ela já havia sentido isso antes...

- Vamos levá-la para o hospital...

Antes de Sesshoumaru terminar a frase, Rin começou a despertar, e Kagome surpresa olhou-a.

- Rin, você esta bem?

- Kago...me, aquele flash de novo, eu pude ver os olhos do Sesshoumaru pelo espelho do carro...

- Rin, você... viu...

Sesshoumaru muito confuso olhou a garota e fez menção em sair, mas Rin segurou-o pela manga do casaco que usava.

- Kagome, eu vi por uns segundos, deu para discernir bem...

- Rin, você esta segurando o Sesshoumaru, eu estou desse lado aqui. – Kagome tocou o ombro da garota, que instantaneamente corou e soltou a manga dele percebendo depois o perfume dele.

Sesshoumaru saiu e novamente voltou a dirigir.

- Quer que eu as deixe no hospital?

- Não Sesshoumaru, ela vai ter uma consulta hoje de tarde, não se preocupe... – Informou Kagome muito sorridente.

Aquela nova experiência havia deixado Rin muito esperançosa e confusa também, pois os olhos dourados que tinha visto, estavam olhando para ela.

- Chegamos Rin. – Anunciou Kagome à Rin.

Após saírem, Kagome deixou Rin em seu colégio e logo após seguiu para o seu, encontrando no caminho Sango, Miroku e Inu-Yasha.

- Inu-Yasha, porque não veio com seu irmão hoje?

Inu-Yasha fez uma expressão furiosa, e não respondeu a pergunta.

Durante o dia, o rapaz evitou encontros com o irmão, mas num intervalo, Sesshoumaru o viu conversando com o grupo e inesperadamente o segurou pelo braço e o arrastou ate a quadra de esportes que estava vazia àquela hora. Todos os olharam com expressões confusas.

Na quadra...

- Seu irresponsável, onde passou a noite? – Perguntou Sesshoumaru com o habitual tom frio.

- Me deixe em paz, eu já disse que minha vida não é da sua conta. – Inu-Yasha virou as costas e ia saindo, mas o irmão o segurou forte pelo braço olhou-o com um sorriso gélido, sorriso que identificava o alto nervosismo de Sesshoumaru.

- Sua vida é da minha conta sim, já que é menor, e eu literalmente te sustento, agora vai começar a me dizer antes que eu arranque seu braço, onde passou a noite? E eu não vou perguntar de novo.

Inu-Yasha sentiu o tom serio e frio do irmão, e seu braço doer com a força aplicada nele pela forte mão de seu irmão mais velho.

- Na casa do Miroku, agora me deixe em paz.

Sesshoumaru soltou o braço do irmão, e em seguida um aviso foi feito.

- Não pense que pode me desafiar, "irmãozinho", ou sabe no que resultaria. Não quero ter que me aborrecer com você mais, você não é mais uma criança, e não vai se tornar um adolescente rebelde, não enquanto eu estiver por perto.

- Inu-Yasha!!! A aula já vai começar... – Avisou Kagome de longe sorrindo.

- Espero você na saída, e não se atrase, porque não gosto de esperar.

Odiosamente, Inu-Yasha saiu de perto de Sesshoumaru o olhando com furor nos olhos.

Inu-Yasha estava furioso, tanto que dava para perceber no tom de voz. Após ter conversado com Sesshoumaru, não deu mais atenção à aula, deixando a cabeça baixa o restante desta, fazendo com que seus amigos, principalmente Kagome se preocupasse.

No intervalo seguinte, Inu-Yasha não saiu da sala, e Kagome preocupada, foi ate ele conversar.

- Inu...Yasha, esta tudo bem com você? – Perguntou ele sentando-se perto do rapaz.

- Sim... Kagome, foi só uma pequena discussão...

- Desculpe, mas isso – Kagome indicou o braço do rapaz que estava vermelho quase roxo e continuou. – não me parece uma pequena discussão, eu sei que não tenho nada com isso, mas ele deveria ter sido menos grosseiro.

- Kagome, meu irmão não liga para o que faz e com quem faz...

Kagome o olhou seria e após continuou.

- O que você fez?

- O que, eu não fiz nada...

- Tudo bem se você não quer contar eu respeito sua vontade. Mudando de assunto, não quer ir comigo buscar a Rin no colégio?

- Vou sim...

Kagome sorriu, e Inu-Yasha admitiu para si que gostava quando ela sorria daquele jeito, e se sentia à vontade com ela...

Ao fim da tarde, seguiram para o colégio de Rin, que ansiosamente esperava para ir ao medico, queria saber o porque de ter tido visão temporária, e se aquilo era algum sinal de que voltaria a enxergar.

- Rin-chan, a Kagome me contou, posso ir com vocês no hospital. – Animadamente Sango chegou, já a parabenizando.

- Sango, claro que pode, vai ser divertido.

- Ei, eu também vou!!!

- Sim, Miroku, será legal!!! Disse a garota dando pulinhos.

- E você Inu-Yasha? – Dessa vez foi a Kagome quem perguntou ao ver a expressão meio triste do rapaz.

- Não Kagome, ele vai para casa...

- Sesshoumaru? – Entoou o grupo em coro.

- Sesshoumaru, todos vão, deixe ele ir também... – Pediu Rin fazendo beicinho.

- Sesshoumaru, você não manda em mim...

- Ah é?

Ele abaixou perto de uma das orelhas do irmão e sussurrou.

- Esqueceu de nossa conversa?

- Kagome... você poderia esperar um momento por favor?... – Pediu Inu-Yasha delicadamente.

- Claro, eu vou estar com a Rin...ali...

Inu-Yasha caminhou ate o carro com o irmão, e começou uma nova discussão.

- O que pensa que esta fazendo?

- Penso que você tem 18 anos, que é um irresponsável, que repetiu o segundo ano por causa de uma mulher idiota, e que ainda me deve satisfações...

- Não fale assim da Kikyou, e não devo satisfação a você, pois não sou mais criança...

Sesshoumaru com o rosto impassível, olhou friamente o irmão, depois as garotas conversando e o Miroku.

- Quer ir, então vá, mas ouça bem, se for não quero mais em casa, e esqueça da herança de nosso pai, entendeu.

- Como é que é?!!!!!

Todos olharam a alteração de voz do rapaz, e Sesshoumaru continuou passivo como sempre.

- O meu pai deixou você sob minha responsabilidade, e disse para entregar sua parte quando fizesse 21 anos, e que se você se rebelasse era para te excluir da família, pois na nossa família NÃO TÊM FRACOS. – Enfatizou o rapaz calmamente.

- Pois então faça bom proveito da herança, eu vou voltar para o oeste, e procurar a Kikyou...

Sesshoumaru cerrou os punhos, e antes que Inu-Yasha pudesse imaginar, acertou-lhe com toda a força no rosto, o fazendo desmaiar com tamanha força.

Kagome ao ver aquilo arregalou os olhos, e apressou-se a socorrer o rapaz junto com Sango e Miroku.

- Porque fez isso, você é louco, olha só quase quebrou os dentes dele... – Disse bravamente Kagome segurando o rosto do rapaz, e recebeu um frio e reprovador olhar.

Sesshoumaru sem dar importância ao que Kagome dizia, pegou Inu-Yasha pelos braços, ainda desacordado, e com a ajuda de Miroku o pois dentro do carro, após despediu-se de todos, que o olhavam-no com muita surpresa pela calma e por estar com a expressão impassível de sempre. Deu a partida no carro, e sob o olhar perplexo de todos se foi.

- Rin vamos... – Convidou Kagome com a voz um pouco tremula.

- O que houve Kagome, e o Inu-Yasha?

- Ele... não vai poder ir, foi para casa com Sesshoumaru...

- Kagome eu sou cega e não burra, pode começar a contar, o que aconteceu com o Inu-Yasha-Kun?

- Como sabe que ela esta escondendo alguma coisa de você Rin-chan? – Perguntou curioso Miroku.

- Eu conheço a Kagome pelo tom de voz que usa comigo, e eu sei quando esta tentando esconder algo de mim, por isso Kagome pode começar a contar...

- Tudo bem, o Sesshoumaru deu um soco no rosto dele e ele desmaiou ai ele o levou para casa, foi isso.

- O que?!!! Como ele pôde, é o irmão dele...

- Nos também pensamos assim Rin... – Comentou Sango meio depreciada com o que houve.

- E você Miroku, o que acha? – Perguntou Kagome ao rapaz que estavam com uma gota ao lado do rosto.

- Eu... Acho que nunca vou querer levar um daqueles, nunca pensei que fosse de tal temperamento.

Após as garotas darem algumas risadas, e seguiram para o hospital onde Rin, iria fazer o exame de rotina.

Chegando lá Rin foi uma das primeiras a serem, atendidas.

Uma hora depois do exame, o medico chamou Kagome para conversar, Rin muito eufórica foi para junto de Sango e Miroku.

- E então doutor como ela esta?

- Algum motivo esta fazendo com que ela supere o trauma, mas o exame aprofundado que eu fiz hoje não foi muito satisfatório.

- Não foi?

- Não, Rin esta com um nódulo no olho esquerdo, e esta parecendo um tumor, eu não quero tirar conclusões precipitadas, mas se for teremos que fazer uma cirurgia para retirá-lo e...

- E? Vamos diga logo.

- ... E se estiver instalado no nervo óptico, teremos que romper os ligamentos, ai não tem mais como ela recuperar a visão do olho esquerdo...

Kagome levou as mãos na boca e olhou Rin conversando alegremente com os amigos.

- Ela já sabe, o senhor contou a ela?

- Não, farei uma biopsia primeiro, quero saber se o que ela tem é maligno ou benigno, e se realmente é um tumor. A cirurgia se for necessária, será muito delicada, pois envolve um órgão delicadíssimo, e eu estou torcendo para que seja uma coisa que podemos tratar apenas por medicamentos, para evitar mais transtornos.

- Obrigada doutor Akitoki.

- Traga-a na segunda-feira, para recolhermos amostra, e converse com ela, mas não diga que pode ser um tumor, deixe-me averiguar primeiro, diga que é um nódulo.

- Esta bem...

Kagome um tanto chateada com a noticia, tentou não deixar transparecer seus sentimentos, e animadamente chamou seus amigos e Rin para irem embora.

- Sango, Miroku, Vocês não querem tomar um chá lá em casa.

- Claro vai ser legal não é Sangozinha...

Um grande tapa estalou no rosto do rapaz que caiu no chão, sendo deixado para traz com uma marca de mão estampada no rosto.

A tarde foi muito agradável, e a senhora Higurashi ficou muito feliz em saber o ocorrido, e angustiada com a noticia de um possível tumor atormentar a vida de Rin, que já sofria tanto com a deficiência que tinha.

Na casa de Sesshoumaru, Inu-Yasha continuava desacordado, e seu irmão tranqüilamente continuava estudando para o vestibular.

Ao declinar do dia, finalmente ele começou a despertar, Sesshoumaru que o observava friamente, deu um sorriso sarcástico ao vê-lo de pés.

- Eu quero ter uma conversa muito seria com você, agora.

- Pode dizer, eu estou ouvindo... – Disse ao irmão sem o olhar.

- Não queria ter feito isso, mas você parece uma criança às vezes... Sente-se – Sesshoumaru indicou uma cadeira que estava em frente a ele, na mesa onde estudava. – o que vou te contar vai o deixar...

- Pode dizer, não sou um fraco como disse.

- Chegou essa carta para você ontem, é da Kikyou...

- Da... Kikyou, como ela descobriu que estávamos aqui?

- Eu escrevi para ela...

Inu-Yasha pegou a carta da mão do irmão e começou a ler, mas a expressão em seu rosto era de tristeza, desanimo, e desespero.

- Ela casou-se e esta... grávida, ela casou-se com o maldito Onigumo, como pôde.

Sesshoumaru olhou o irmão e sem dizer uma palavra voltou a estudar, Inu-Yasha olhou o irmão e alterado aproximou-se.

- Você, sabia não é?

- Eu tentei te acordar, mas você se recusou a me escutar não é. – Disse sem olhar, organizando algumas folhas escritas.

Inu-Yasha sentou-se perplexo, e irritado tentou aborrecer o irmão.

- E a Kagura, ela também fugiu com outro, e te deixou na mão...

- Se esta querendo me afrontar, não vai conseguir...

- O que!?

- A kagura – parou de mexer nos papeis e olhou para o irmão com a habitual frieza nos olhos. – morreu num acidente de moto com o homem com quem fugiu, e eu nunca amei ela se quer saber, eu nunca amei ninguém...

Inu-Yasha arregalou os olhos e sua fúria se transformou em confusão. Com aquele confuso pensamento desviou do olhar do irmão, levantou-se em silencio e seguiu com o pensamento de tomar um banho bem demorado.

Sesshoumaru seguiu-o com os olhos, após ver o irmão entrar no banheiro, levantou-se e foi para a varanda.

Um vento gélido tocou sua pele, o fazendo arrepiar, seus cabelos leves estavam em seu rosto, por entre as mechas olhava o horizonte, e um pensamento invadiu sua mente, uma cena que estranhamente surgiu, em sua memória...

" - ... eu pude ver os olhos do Sesshoumaru pelo espelho..."

- Rin...

... Sesshoumaru ficou surpreso com seus próprios pensamentos e de seus lábios espontaneamente soou o nome da garota. Porque aquele pensamento agora, numa hora de frustração e discussão com seu irmão, a imagem da garota cega aparecer em sua mente e uma sensação de tranqüilidade se instalar momentaneamente em seu ser.

Aquilo ficou matutando o tempo todo na mente do rapaz, estava incrivelmente desconcentrado para estudar, ainda mais com seu irmão assistindo televisão.

Resolveu então sair e ir ate o mercado próximo, e distraidamente passava pela sessão de macarrão instantâneo, pegou alguns, e passou para a seguinte, onde ficavam os chocolates, e surpreendentemente encontrou Kagome, estava sozinha, parecia um pouco chateada e distante.

Ele, então, chegou mais perto, e chamou-a.

- Kagome, como esta a Rin?

A garota assustou-se olhou com um olhar não muito amigável.

- E o Inu-Yasha com esta?

- Eu perguntei primeiro, mas respondo sua pergunta, por ser uma dama. Ele esta bem, quando sai estava assistindo anime.

Kagome sem graça olhou o rapaz e simpaticamente tentou disfarçar a preocupação com a garota.

- Ela esta... bem...

- Eu acho que esta mentindo...

- Mas que droga, porque ta dizendo isso?

- Porque seus olhos estão dizendo, você não sabe mentir.

- Primeiro a Rin diz que sabe que estou mentindo pelo tom de voz, agora você diz que são meus olhos, será que sou tão... é...

- Você não sabe mentir. – O rapaz deu um sorriso divertido, e Kagome surpresa, baixou o rosto um pouco corado, após suspirou fundo e começou a contar.

- Ela esta sofrendo muito...

- Mas estava sorridente hoje...

- Sim, o medico disse que a visão dela poderá começar a voltar gradativamente, mas o exame que foi feito hoje, por causa do que aconteceu, revelou um nódulo no olho esquerdo dela, e o doutor disse que pode ser um tumor...

Sesshoumaru analisou a preocupação da garota.

- O que poderá acontecer se for um?

- ... Ela terá que fazer uma delicada cirurgia, e se o nódulo cancerígeno estiver situado no nervo óptico, o medico terá que o partir, e ela ficará cega do olho esquerdo sem esperança de recuperação. Rin esta muito triste, chorou o resto da tarde depois que eu conversei com ela, ai eu vim comprar alguma coisa que ela goste para tentar animá-la.

- Eu poderia ir ate a sua casa conversar com ela?

- Pode sim, mas ela esta sem muito animo para conversar.

Ao terminarem de comprar o que queriam, Sesshoumaru pegou o carro e foi com Kagome para a casa onde Rin estava.

Rin estava sentada nos pés da Arvore Sagrada, quando chegaram, e Kagome tentando animá-la, correu, e entregou nas mãos da garota uma barra de chocolate, mas não adiantou.

- Rin esta frio aqui fora.

- Eu estava pensando em uma pessoa... - Sesshoumaru estava terminando de subir as escadarias do templo nesta hora.

- E em quem era? – Perguntou Kagome curiosa.

- Em Sesshoumaru, ele parece ser tão frio, mas seus olhos, são... dourados... eu gostaria de tocar no rosto dele para saber como é...

Sesshoumaru ao ouvir aquilo, arqueou uma sobrancelha, mas Kagome fez sinal para que ficasse quieto.

- Porque essa curiosidade Rin?

- Não sei, acho que é porque ele foi a primeira pessoa, que eu consegui ver, bom pelo menos os olhos, em doze anos.

Kagome suspirou fundo e olhou para o rapaz atrás de si.

- Eu estou ficando louca, estou sentindo o perfume dos cabelos dele, Kagome...

- Rin você tem visita...

Rin sentiu o rosto corar e se apoiou na arvore para levantar, e quase caindo, Kagome a segurou, sentiu-a tremula e um pouco gelada por causa do frio.

- Então, você quer me conhecer fisicamente?

- Eu... é... – Rin estava extremamente vermelha e o Kagome ao perceber isso procurou acalmá-la, não era bom para ela ficar daquele jeito.

- Rin fique calma, não pode ficar desse jeito não é bom, presta a atenção eu vou pegar um agasalho para você, fique aqui com ele...

- Mas Kagome eu...

- Rin, eu não mordo. – Pronunciou-se o rapaz com tom sarcástico.

Kagome deu um sorriso e foi em direção a casa fazer o que tinha dito.

- Desculpe, eu não estou muito bem hoje...

- Eu sei, a Kagome me contou...

Rin baixou o rosto, mas ao sentir as mãos quentes do rapaz tocarem as suas, seu corpo estremeceu.

De leve ele colocou as mãos dela em seu rosto.

- Quer me conhecer não é? – Ele fechou os olhos e sentiu as mãos da garota um pouco frias, ainda paradas no mesmo lugar onde tinha posto.

- Eu... gostaria muito, se não se importasse... – Disse com uma voz fraca.

- Se eu me importasse, não estaria com as mãos no meu rosto agora.

Rin deu um sorriso sem graça, e segundos depois começou a sentir o rosto do rapaz, tinha a pele muito macia e delicada,sentiu cada linha, cada curva, os cabelos, sem esquecer de nenhum detalhe, e por ultimo tocou os lábios do rapaz que estavam entreabertos e úmidos, deixando o ar quente sair a cada respiração.

Ele abriu os olhos com a garota ainda tocando ali, e aproximou-se do rosto dela; Rin sentiu a aproximação, e não reagiu, sentiu o hálito fresco do rapaz e fechou os olhos, as mãos desceram para o pescoço delicadamente, a sensação que estava sentindo era maravilhosa, o coração parecia que ia sair voando do peito de tão rápido que batia.

Ele fechou os olhos e delicadamente tocou seus lábios aos dela, aconteceu naturalmente, um beijo doce, o primeiro beijo de Rin.

Kagome ao sair da casa se deparou com aquela cena, e arregalou os olhos, voltou de costas silenciosamente, e ficou a beira da porta observando o que acontecia.

Sesshoumaru, delicadamente pois a mão no rosto de Rin, e envolveu-a num demorado beijo, ainda mais profundo. Ele sentiu a tão indefesa e delicada como uma flor em meio a relva, a espera de um resgate.

Rin estava surpresa e ao mesmo tempo nervosa com aquilo, não sabia o que fazer, então relaxou, e deixou acontecer.

O beijo estava bom, mas eles se separaram por falta de ar, mas devagar. Rin ficou estática, suas mãos estavam enlaçadas nos cabelos dele, e a dele ainda segurando o rosto dela. Mas ao perceber o que tinha acontecido, Sesshoumaru ficou um tanto sem graça tirou a mão dela ficou a observando, viu ela deslizar as mãos pelo corpo dele ate caírem para os lados do corpo dela, após foi o primeiro a falar.

- Desculpe Rin, eu... não quis te deixar...

- Eu... não sei o que dizer...

- Quer que eu vá embora?

- Não, espere isso não vai mudar nada, aconteceu, não fique chateado...

- Eu pensei de você ficar...

- Estou... bem... – Rin estava tímida e corada nesta hora.

Ao ver o embaraço dos dois, Kagome resolveu se aproximar.

- Rin tome o casaco, vamos entrar, eu vou preparar um chá.

Os três se encaminharam para a casa, e lá dentro Rin sentou-se perto de Kagome, que viu que ela estava com vergonha do acontecido, e cinicamente resolveu perguntar.

- Rin o que houve, você esta tão quieta?

- Nada, eu só estou com um pouco de frio...

Sesshoumaru riu para si, ele estava confuso com o que aconteceu com ele, primeiro foi aquele repentino pensamento e agora um beijo inesperado.

 

 

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

N/A:

Ah eles se beijaram .

O que vai acontecer agora... e esse suposto câncer... ahh tadinha...

Bem... muitas coisas ainda vão acontecer...

Obrigada pelos reviews do capítulo passado

Beijos e ate a próxima!!



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