Gritos Fulminantes escrita por Isabela


Capítulo 12
Capítulo 12- Bosque escuro/Lutando pela vida


Notas iniciais do capítulo

Espero que curtam esse capítulo, foi feito com carinho e demora infelizmente, mas estou em provas e é difícil escrever em semana de prova. Espero que aproveitem esse capítulo um pouco grande :)



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POV Pietra

Subi as escadas correndo e cheguei ao primeiro andar; a loja antiga de discos ficava do outro lado do shopping e eu não tinha tempo a perder, pararia Cater de qualquer jeito. Enxuguei algumas lágrimas de medo, não iria pensar agora nas épocas boas em que éramos de verdade irmãs, ela não era mais aquela pequena ruiva desajeitada, não era mais aquela pequena garota que era mesmo da minha idade, mais baixa do que eu; os poucos anos felizes que tivemos foram substituídos por muitos de mágoas, ciúmes e inveja. De fato eu era sempre a primeira em muitas coisas, nas notas, nas oportunidades, no entanto nunca deixei de dar carinho a ela.

Parei com lágrimas tolas e corri bem rápido, Myranda ainda estava em perigo e eu precisava achar Alex também.

Cheguei em frente a loja, reparei em algumas marcas de sangue pelo chão e tremi pensando no pior, corri e achei uma curta escada que levava a alguma masmorra.

POV Alex

Engoli a seco as palavras de Myranda, ela estava se despedindo? Corri ainda mais em busca da loja, meus olhos deviam estar um tanto vermelhos. Quem disse que homem não chora? Ela estava morrendo, eu sabia que estava, sentia seu desespero pelo telefone e o meu aumentava a cada palavra triste e sincera que ela dizia.

Eu não poderia deixa-la morrer

História de Alex e Myranda- Resumo

Eu era um simples nerd no início do ensino médio e sofria com os mais velhos e ela era uma garota ranzinza, solitária e baixinha e sofria também com as mais velhas, mas nunca baixava a cabeça, nunca desistia e foi então que em um dia nossos destinos se cruzaram. Eu voltava de minhas aulas e depare-me com aqueles garotos novamente, iria levar certamente uma surra e levei, porém Myranda apareceu bem na hora.

- O que vocês, seus babacas, estão fazendo?- Ela perguntou os encarando

- Hei, você quer brigar sua idiota?- Perguntou um deles

Bom, acho que devo comentar que ela deu um jeito nos dois garotos, não me pergunte como; tenho medo de lembrar. Foi então que começamos a ser amigos, passamos a andar juntos e tanto os garotos quanto aquelas garotas pestes pararam de nos perseguir. Descobri mais tarde que Myranda fazia luta.

Ela no início era um tanto fria e na dela, porém passou a ser alguém mais gentil e nós dois ao passar para outros anos, fomos fazendo vários outros amigos. Não éramos muito conhecidos antes de nos unirmos, antes dela aparecer minha vida era um inferno.

End resumo

Era por isso que eu desejava salvá-la, queria ver aquele sorriso de novo, queria que ela me xingasse de novo, brigasse comigo por idiotices, mas estivesse ao meu lado.

- E-eu só queria dizer que... Eu te amo...

Após isso a linha caiu e senti que algo dentro de mim se partia

- Myrandaaaa!!!!- Gritei adentrando a loja e descendo escadas escorregadias

Ela estava caída no chão, cheia de cortes e machucados. Estava em uma grande poça de sangue, havia uma faca presa em sua barriga. Lágrimas fortes caíram, gritei alto e me joguei ao seu lado a pegando no colo.

- Myranda! Acorde! Por favor!- Eu pedia

Seu rosto estava um tanto pálido e quase não escutava sua respiração. Tentei escutar seu coração, batia lentamente, muito lentamente.

- Vamos!- Eu dizia tentando revivê-la

Foi então que Cater adentrou o local com um sorriso largo no rosto, seus longos cabelos ruivos formavam uma sombria franja em seu olho esquerdo; ela possuía uma beleza misteriosa que nem a de Pietra. Eu sentia muita raiva, muita mesmo, mas estava tão apavorado que palavras não saíam.

- Myra... por favor, eu não quero que você morra! Por favor!- Eu mexia ela como se isso dependesse de salvar sua vida

- Que visão patética- Disse Cater rindo- Ela até demorou para morrer, ficava gritando baixo que queria te ver, ver seus amigos... que idiotice, você chegou tarde hahaha

- Cale a boca sua vaca!- Gritei alto e um eco eclodiu pela loja

Eu teria levantado e enchido Cater de socos ou até teria pego uma faca e a fatiado, no entanto , eu estava péssimo, arrasado e tentava de tudo para salvar Myranda, ela era importante, era muito importante.

- Bom, pelo menos tenho mais uma presa para torturar- Cater disse se aproximando

Escutei um leve barulho de passos, olhei lentamente para as escadas e vi uma bela ruiva um tanto parecida com Cater, mas muito melhor, Pietra. Descia com olhos vermelhos de choro, mas uma raiva intensa, a mesma que eu sentia. Eu podia ver o forte ódio eclodindo da garota, ela estava desarmada, mas parecia disposta a parar a irmã.

- Irmãzinha?- Perguntou Cater abrindo um sorriso medonho

- Olá irmã- Disse secamente- Vim parar você

Uma risada ecoou malignamente pela loja, mas Pietra estava séria. Ela parecia mais assustada ao ver Myranda, mas continuou firme.

- Eu cuido dela, leve Myranda para fora pela garagem e encontre os outros. Eu cuido dela- Pietra falou sem tirar os olhos de Cater

As duas sorriram de um jeito arrepiador e saíram para talvez a última batalha de suas vidas. Eu tentei falar algo, dizer para Pietra deixar para lá e fugir, mas estava determinada demais para me escutar.

Fiquei sozinho, sofrendo em silêncio e tentando salvar Myranda de alguma forma. Achei alguns remédios contra dor e apliquei lentamente nela esperando que algo acontecesse, mas não era assim tão fácil. Tentei parar de pensar em coisas ruins, lembrei-me de dias felizes que tive ao lado dela, da vez em que fiquei internado e ela foi todos os dias me ver, de quando ela ficou em primeiro lugar em um simulado e saímos para comemorar no Bobs, tantas lembranças e agora ela estava morrendo a minha frente e eu não podia fazer nada. Senti uma respiração lenta e difícil ao meu lado, ela ainda não estava morta, mas havia perdido muito sangue. Não aguentaria muito tempo. Beijei sua testa e a abracei chorando.

- Você não pode morrer. Talvez você não saiba, mas eu também te amo, desde sempre eu te amo, portanto não vá sem antes me mostrar se belo sorriso- Eu disse a abraçando com força

Eu sempre a amei e não poderia perdê-la agora. Peguei-a no colo e subi rápido as escadas.

- Vou te tirar daqui- Eu disse indo em direção à garagem

POV Matthew

Lembro-me da batida e de que acordei em cima da Alessa, sem querer é claro. A batida havia sido forte, um carro preto aparecera a nossa frente e não deu tempo nenhum de desviar. Alessa estava inconsciente e possuía um corte na testa, estávamos todos machucados; olhei o banco da frente e Nancy estava com a cara no negócio inflável do volante, resmungava alguma coisa, ao seu lado estava Lena que possuía alguns machucados e roxos.

- Lena- Disse a cutucando para ver se estava bem

- Oi...- Ela disse zonza- O que aconteceu?

- Bom que está bem, nós batemos forte em um carro- Eu disse

- Que droga... hugh minha cabeça dói... Cadê o Johnny?- Perguntou levemente preocupada

- Estou bem, só uns arranhões- Ele disse da parte de trás do carro

- Bom... e o que houve com a Alessa?!- Ela perguntou assustada

- Ela está apagada- Eu disse olhando Alessa um tanto machucada

- Está viva?- Perguntou Nancy do volante

- Aparentemente- Johnny respondeu

- Droga! Está saindo fumaça do carro, temos que sair!- Disse Lena tentando abrir a porta do carro

Abri rapidamente a minha porta e saí, fiquei boquiaberto

- Gente, a situação é pior do que parece- Eu disse rindo histericamente

Lena não conseguia abrir a porta e sair.

- Droga! Está emperrada!- Arfou brava

- Vem por aqui- Disse Johnny tentando a puxar para a parte de trás do carro

- Eu não preciso de ajuda- Ela disse virando o rosto

Eu podia jurar que ela estava com vergonha

- Precisa sim- E Johnny a puxou facilmente para trás e a retirou com seus braços ela do carro

Eu teria rido ou feito “uhmm” se não tivesse tão preocupado.

- Gente... e agora?- Perguntei apontando para onde estávamos

- Que droga!- Nancy deixou escapar

Estávamos não se sabe como no meio de uma floresta, bosque e o pior, estava anoitecendo.

- Como viemos parar aqui? – Perguntei assustado- E como vamos levar a Alessa desmaiada por esse lugar?- Perguntei apontando para a loira que parecia dormir calmamente

- Diz a lenda que atrás desse shopping assombrado há o bosque negro onde as vítimas que restam são caçadas, mas é só uma lenda besta haha- Disse Lena nervosa

- Claro haha- Respondeu Nancy também um tanto histérica

POV Johnny

Com o carro pifado não poderíamos mais fugir. Seria bom se tivéssemos bem longe do shopping, mas estávamos em um lugar ainda mais tenso, um bosque escuro. Desejava ter algum instrumento para passar o tempo, mas não era hora para isso, deveríamos sair logo desse lugar e procurar a polícia. Um frio agradável preenchia o bosque de mistérios e lendas que eu lia quando pequeno.

- Está frio- Reclamara Lena

- Que nada, está bem agradável, mas pode ficar com o meu casaco- Eu disse o entregando calmamente para Lena

Fomos andando lentamente por uma trilha a qual Nancy encontrou, eu tive que carregar Alessa nas costas, pois era o mais forte entre todos. Fiquei um pouco aborrecido, mas não poderia deixar uma amiga desmaiada para trás.

- Aonde será que essa trilha vai dar?- Perguntou Matthew

- Não sei, mas não podemos esperar parados, está anoitecendo- Disse Nancy com um suspiro, ela não gostava do escuro

Escutamos um barulho de rio e o seguimos vendo para onde iria dar. Deveríamos tentar qualquer coisa, já estávamos perdidos e a fome só piorava a situação. Tirei um pequeno pedaço de barrinha que havia guardado e ofereci para todos, mas ninguém aceitou.

- Não querem?- Perguntei

- Não obrigada, isso só vai me deixar ainda com mais fome- Falou tristemente Nancy, ela devia já estar acostumada a comer menos, pois era uma modelo de prestígio

- Lena? Você quer?- Ofereci

Ela estava quieta, parecia incomodada e vez por outra me encarava e encarava Alessa. Não entendi ao certo o porquê de tanta irritação e continuei andando, acabei comendo sozinho a barrinha, mas meu estômago reclamou como se aquilo não fosse nunca ser o suficiente.

Escutei um barulho baixo de carro e, pensando ser ajuda, gritei e acenei. Levei um cutucão de Nancy.

- E se for o assassino?- Perguntou

- Jack, o assassino- Falei com nojo- É esse o nome dele

- Como você sabe?- Perguntou Matthew

- Lendas que eu escutava quando mais novo de um shopping assombrado e de um palhaço que nunca deixara suas vítimas escapar, pensei que fosse brincadeira- Eu disse olhando para baixo

- Nós vamos sair daqui- Lena disse, mas não olhou para mim

E ela continuou andando em direção ao barulho do rio. Foi quando vi que o “rio” estava mais perto do que esperávamos, segurei Lena pelo braço a impedindo de cair do precipício grande a sua frente e lá embaixo se encontrava um rio um tanto cheio e rápido.

- Obrigada- Ela disse baixo, estava irritada com certeza comigo

- Fiz alguma coisa?- Perguntei a virando para mim, mas fui interrompido com um barulho bem conhecido de passos pesados de um monstro.

- Jack, ele está aqui- Nancy disse pálida

- O-o que?- Perguntou Alessa despertando

Tirei-a de meus ombros e perguntei se estava melhor, ela disse que sim. Marlena fez uma careta discreta e virou a cara continuando andando com cuidado para não cair e então vimos entre as árvores Jack nos encarando com sua máscara mais ensanguentada do que nunca.

- Bom que estava com meu carro- Disse rindo, havia sido ele que jogara seu carro para nós batermos

- Deixe-nos em paz seu porco- Disse Alessa nervosa

Foi então que ele tirou uma serra elétrica de trás de si e cortou em pouco tempo uma árvore. Teria sido bom se ela não tivesse caído a dois centímetros de mim. Ela fez um grande estrondo e muita poeira, procurei Lena e a vi tossindo no chão.

- Hei, tudo bem?- Perguntei

Assim que perguntei escutei um barulho alto de algo desmoronando e um grito masculino. De alguma forma onde estávamos pisando estava caindo no abismo e Matthew estava pendurado com só uma mão, caindo em direção ao abismo.

- Matthew!- Gritou Alessa tentando puxá-lo

Também joguei-me no chão tentando ajudar a puxá-lo, ele estava com uma expressão horrorosa de pânico e muito pálido.

POV Lena

Quando fui responder se estava bem escutei o grito de Matthew, ele estava caindo. Fui junto com os outros tentar puxá-lo. Ele tentava não chorar, mas parecia apavorado, seus cabelos negros estavam molhados de suor e seus olhos demonstravam desespero. E então ele disse olhando para baixo:

- Desculpe Alice... por não cumprir a promessa...- Disse soluçando

E soltou a mão, gritei alto, mas ele já havia caído e sumido entre a correnteza. O assassino se aproximava.

CONTINUA


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Notas finais do capítulo

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