Não podia ser verdade. Como que algo assim pode acontecer em um período tão curto?! Como se não bastasse, ainda disseram que foi por “sorte” terem previsto com tanta antecedência... Dois dias apenas e o mundo todo estava um caos.

 Eu dirigia meu Ford Explorer 95 pelas ruas caóticas e lotadas a fim de me encontrar com Violet. A polícia e a Guarda Nacional tentavam controlar o fluxo de pessoas na ponte, mas todos queriam passar para o outro lado do rio, provavelmente para encontrarem-se com seus entes queridos. Foi apenas um instante, dois segundos apenas e meu carro estava capotando. Os estilhaços de vidro atingiram meu rosto e quando percebi, estava de ponta cabeça.

 Com dificuldade, desprendi o cinto de segurança e rastejei para fora do veículo. Levantei-me com a ajuda de um idoso e sua esposa que haviam presenciado o acidente. O carro que havia chocado-se contra o meu havia ultrapassado a cerca de metal e caído no rio, porém o motorista saíra ileso e era ajudado por alguns civis bem na entrada da ponte. Olhei ao redor, para a grande quantidade de pessoas, pelas vozes gritando, para o céu alaranjado, para as pessoas aterrorizadas nas janelas dos prédios... E senti que deveria continuar em frente.

 Consegui fazer o meu caminho pela ponte, o que durou quase uma hora devido à multidão e aos militares. Eu apenas corria, tentando chegar à minha casa o mais rápido possível, porém com as ruas naquele estado era algo difícil.

 Finalmente cheguei em meu prédio, os elevadores estavam lacrados, o que me fez ter que subir as escadas. Cheguei ao décimo sexto andar e andei pelos corredores bagunçados e cheios de roupas e objetos dos vizinhos pelo chão, provavelmente na pressa de evacuarem. Entrei em meu apartamento e tudo o que experimentei foi um desespero:

 Violet não estava lá.