—Vem logo Scorpius, está quase na hora! — Gritou Hermione, da cozinha, preparando uma torrada para o filho levar de viagem. Scorpius, filho dela e de Draco, era um garotinho loiro de olhos castanhos cuja inteligência e beleza era quase inacreditável.

—Estou indo mãe—Disse o garoto, puxando uma grande mala carregada com tudo que ele precisaria para seu primeiro ano em Hogwarts. Duas mãos geladas encostaram na cintura de Hermione, a morena ficou arrepiada.

—Draco, o Scorpius está em casa! —Exclamou a grifinória, um sorriso rebelde surgindo em seus lábios rosados.

—Eu sei... —Sussurrou o loiro, beijando o ombro de Hermione. A morena se virou e deu um selinho no marido. Draco não havia mudado muito, apenas cresceu alguns centímetros, era alto e magro, Hermione também não havia mudado muito, era uma mulher com rostinho de menina, seus cabelos cacheados caiam até a cintura, ainda não possuíam nenhum fio branco.

—Eca! —Disse o garotinho, surgindo na cozinha, Hermione ficou corada na hora e Draco sorriu para o garotinho e falou:

—Um dia você vai amar fazer essas coisas com a sua namoradinha.

—Claro que não! Garotas são chatas—Insistiu o pequeno.

—Eu também já pensei assim da sua mãe—Disse Draco, passando a mão no cabelo empapado de gel do filho.

—Então, vamos? —Perguntou Hermione

—Claro—Disseram pai e filho. Hermione trancou toda a casa e foi até a garagem, Draco entrou em um carro Corsa prateado e Hermione foi atrás com Scorpius. Draco dirigiu o carro até uma estação de trem muito popular em Londres, e então eles saíram do veículo. A família foi até uma barreira que havia entre a estação nove e dez e então o garotinho parou.

—Papai, estou com medo...

—Não precisa ter medo—Disse Draco, incentivando o filho.

—Mas e se eu bater de cara na parede?

—Isso é tecnicamente impossível, Scorpius, já que você é um bruxo puro-sangue, você não lembra quando eu li isso pra você em Hogwarts, uma historia?—Hermione falou.

—Lembro mamãe mas...

—Mas nada garotão, vá—Disse Draco e o garotinho puxou o malão e se assegurou de que sua doninha estava no bolso esquerdo do paletó. E então fechou os olhos e correu até o muro. Quando abriu os olhos novamente, o garotinho encarava um enorme trem, Hermione e Draco já estavam ao lado do garoto.

—Vamos procurar Harry—Falou Hermione e eles logo encontraram um amontoado de pessoas ruivas.

—Hey, Mione! —Harry, um homem meio baixinho e com o cabelo meio grisalho havia gritado, no meio da multidão ruiva. Uma mulher muito bonita olhou em direção de Hermione, ela tinha os cabelos ruivos e cortados em um corte meio curto.

—Vem Scorpius—Disse Draco e todos andaram até Harry e Gina.

—Que saudades que eu estava! Não via você desde seu aniversário... —Disse Hermione, abraçando Harry e logo depois Gina. Draco também abraçou Harry e Gina.

—E esse seu meninão ein? —Elogiou Harry—É o primeiro ano dele?

—É, e dos seus garotos? —Perguntou Draco.

—Não, Só da Lily—Contou Gina e os olhos do loirinho logo se voltaram para uma garotinha ruiva e sardenta, porém muito bonita. Seus cabelos tinham cor de fogo e eram mais enrolados que os de Hermione, Lily parecia extremamente tímida, e ao olhar para o loirinho e perceber que o mesmo a encarava, a garota ficou muito vermelha.

—Oi, Mione—Disse Rony, com uma aparência quase igual a de seus tempos de escola, seus cabelos e face permaneciam jovens, o garoto tinha apenas engordado um pouco, porém ainda bonito. Rony estava de mãos dadas com Luna Lovegood, que também permanecia igual, incluindo os brincos diferentes que ela sempre usara. Hermione abraçou os amigos e viu um garoto também ruivo ao lado de Rony.

—Oi Hugo! —Disse Scorpius, que já conhecia o filho de Rony, pois estudavam na mesma escola trouxa, Hugo era ruivo e tinha os olhos azuis como de sua mãe.

—Oi! —Disse o ruivinho. O apito do trem tocou e Scorpius olhou desesperado para o pai.

—Pai... eu estou com medo.

—Medo de que? —Perguntou Draco, se abaixando para ficar da altura do filho.

—E se eu não fizer muitos amigos?

—Você vai fazer sim, eu sei.

—E se eu não for pra a Sonserina? Estaria quebrando uma tradição e...

—Scorpius, sua mãe é Grifinória não é? E a mãe do Hugo era Corvinal, e todos os Lufanos também são muito bons!

—Tudo bem papai—Disse o garoto, segurando o choro.

—Pode chorar, querido—Disse Hermione, aparecendo do lado deles.

—Um Malfoy não deve chorar! —Disse o garotinho, abraçando a mãe e o pai e então puxando seu malão para o trem.

—Escreva para a gente quando chegar! —Disse Hermione, enquanto o trem partia—Amamos você! —Os olhos da morena já estavam marejados de lágrimas quando o trem se distanciou e saiu de vista deles. Hermione, Draco, Harry, Gina, Rony e Luna foram para Hogsmeade, tomar cerveja amanteigada, lá eles viram Neville conversando com Padma, sua esposa, sobre a mudança de diretores da escola, já que Minerva havia morrido, agora seria Snape o diretor. Depois disso foram cada um para sua casa.

—Semana que vem meus pais saem de Azkaban—Contou Draco, ao entrarem na casa.

—Será que eles estão bem? —Perguntou Hermione.

—Espero que estejam, mas eu não iria morar no mundo bruxo novamente. Prefiro nossa vida, humilde, trabalhando de dentistas e ganhando o que ganhamos. —Assim que Draco disse isso, Hermione lembrou da época da guerra, que Draco havia dito “Você pode me ensinar como funcionam as coisas trouxas, podemos nos mudar para um pais trouxa e eu posso trabalhar de dentista e você também enquanto pagamos os estudos dos nossos filhos bruxos” — A morena sorriu com a lembrança.

—Vamos jantar fora hoje? —Perguntou Hermione.

—O.k—Disse Draco, eles já estavam saindo quando uma corujinha pequena apareceu na janela da casa e soltou uma carta.

—Aposto que é do Scorpius—Hermione disse abrindo a carta:

Papai e mamãe.

Estou super feliz! Fui para sonserina, igual eu queria. A comida bruxa é muito boa e o diretor Snape é muito legal e brincalhão! Tem uma professora de adivinhação chamada Lilá que na para de insistir que conheceu vocês! E pai... O que eu faço? Eu achei a Lily muito linda, ela foi pra grifinória, e se ela me odiar? Amo vocês, abraços.

Hermione mostrou a carta à Draco e o loiro sorriu.

—Parece que os sonserinos têm uma quedinha por grifinórias...

—E pelo jeito, as grifinórias têm uma quedinha por sonserinos loiros e perfeitos—Disse a morena, puxando o loiro para si e o beijando, como fazia antes de o Scorpius ter nascido.

—Vamos logo jantar, quero voltar logo pra casa pra aproveitar a noite com você—Disse o loiro, meio ao beijo. Hermione pegou a chave do carro e desceu ao lado do marido até a garagem. Pegou o carro novamente e foram até um restaurante. Enquanto comia, Hermione olhou para seu bracelete que possuía as iniciais H e D. Eles comeram e depois foram para casa, aproveitar o resto da noite, afinal, a noite é uma criança.