Ai que droga! Tenho que ir pra escola e novo! Vou ter que ver o Benjamim de novo, nas aulas que passamos juntos ele não parava de me olhar. Aquilo me incomodava, uma parte de mim se sentia incomodada por isso, o jeito que ele me olhava, os olhos dele. Mas, a outra parte de mim, a parte fria, a nova Elisabeth, gostava por que ela percebia que ele sofria e com isso ela ficava feliz. Uma pequena parte de mim queria abraça-lo e dizer o quanto eu o amo, mas a outra queria vê-lo sofrer, sentir dor, como eu senti. A parte fria era mais forte, por que tinha argumentos para ser assim e a parte da antiga Elisabeth não tem força para lutar, não tem argumentos, por que ela sabe o quanto sofreu e o quanto Benjamim errou, mas ela o ama e isso devia ser argumento suficiente, certo? Não, para a nova Elisabeth a palavra amor não passa de uma simples palavra, sem força nenhuma, ela não acredita mais no amor, ela é como muitos dizem, uma pessoa fria.

Estaciono meu carro numa vaga qualquer, confiro minha roupa e vou para o meu armário. Vejo Fred se aproximar de onde estou.

–Bom-dia – disse Fred.

–Bom-dia – digo sorrindo.

–Pronta para mais um dia?

–Sempre estou pronta, baby.

Ele riu.

–Você mudou muito.

–Cansei de sofrer, Fred. Agora sou a nova Elisabeth.

–Sabe que eu prefiro você assim. – ele disse se aproximando de mim.

–Sabe que eu também – digo também me aproximando dele.

–Pena que o Benjamim não soube aproveitar – ele disse se aproximando mais de mim.

Eu aproximo minha boca do seu ouvido.

–Mas, a questão aqui agora é se você vai saber aproveitar?

As palavras saíram mais sexy do que eu pensei. Um sorriso malicioso brotou em seus lábios, ele aproximou seus lábios do meu ouvido e sussurrou:

–Pode ter certeza que vou.

Ele me prensou entre seu corpo e o armário. Um sorriso malicioso surgiu nos meus lábios, ele aproximou seus lábios dos meus, deu selinhos nos mesmos e desço para o pescoço. E voltou a subir pra meus lábios só que agora selou eles com um beijo. Passei minhas mãos pela sua nuca e o aproximei mais de mim. Sua boca tinha um gosto diferente do que eu reconhecia, o seu jeito de me beijar, o seu jeito de apertar minha cintura contra seu corpo, nada era igual ao do Benjamim, nada podia ser comparado ao do Benjamim, os beijos do Benjamim não tem comparação, são incríveis e viciantes. Lembrei de como o Benjamim me beijava e abri meus olhos lentamente e em vez de ver Fred me beijando, vi o meu Ben, o meu Benjamim me beijando. Me afastei rapidamente empurrando o Benjamim o quem será que fosse para longe de mim. Vi a cara de surpreso do Fred e sorri falso.

–Vamos guardar um pouco para depois. – digo.

Ele sorriu assentindo e deu um selinho nos meus lábios.

–Eu vou indo – digo me afastando e indo pra minha sala.

Ai meus Deus eu estou ficando louca. Mas, como eu queria que fosse ele.

O sinal bate e eu vou para o recreio, me sento sozinha numa mesa qualquer.

–Adivinha quem é? – alguém sussurra no meu ouvido, fazendo meu corpo todo arrepiar.