–Não quero conversar com você.

–Por favor, Liza. Deixa eu entra.

Suspiro e dou espaço para que ela entre.

–Entra Katherine.

–Obrigada.

Ela entra e se senta no sofá, me sento ao seu lado.

–O que você conversa?

–Primeiro, eu não sabia que ele era seu namorado, por isso desculpa.

–Tudo bem.

–Segundo, vocês precisam fazer as pazes, ele te ama muito.

–Não é o que parece.

–Mas ele tem ama. Só aconteceu aquilo entre nós dois por que ele estava sofrendo por você.

–Não sei o que eu fiz de errado.

–Ele viu você com o Fred no parque. E viu também vocês quase se beijando.

Agora tudo faz sentindo. Por que eu não pensei nisso antes?! Burra! Mas não ouve beijo nenhum!

–Mas eu não o beijei.

–Mas é o que ele pensa, que você o beijou, por isso ele está agindo assim com você.

–Tudo faz sentido.

–Tem certeza que você não o beijou?

–É claro Katherine! Ele saiu de cima de mim, nenhum dos dois queriam se beijar. Ele sabia que eu estava namorando o Benjamim.

–Humm e agora o que você vai fazer?

–Falar com o Benjamim, me ajuda?

–É claro.

Ela disse se levantando.

–Calma, espera.

–O que?

–Por que você está me ajudando?

Ela respira fundo.

–Eu vi o jeito que ele olha pra você, o jeito que ele fala com você. Ele te ama Elisabeth. E também em memoria a nossa grande amizade de infância, você não se lembra?

–Sim é claro que me lembro, éramos grandes amigas até minha vida mudar completamente. Até o atentado acontecer.

–Podemos ser amigas de novo?

–Sim, podemos.

Nos abraçamos e fomos até meu carro. Logo chegamos.

–Pronta? – pergunta Kath.

–Sim – digo.

Saímos do carro e batemos na porta do Benjamim. Nada. Batemos de novo. Nada. Me lembrei que eu tinha uma chave, peguei a mesma e abri a porta. Entramos. Ele estava deitado no sofá sem camisa com, um litro de vodca ao seu lado. Fui até seu lado e tentei acordá-lo.

–Ben – o chamei – Ben.

–Acho que ele bebeu demais. – diz Katherine.

–Também acho. Me ajuda eu levar ele até o banheiro?

–Claro.

Cada uma pegou de um lado e levamos para o banheiro.

–Acho melhor eu ir. Acho que quando ele acordar não vai estar nos seus melhores dias e humor. Tchau.

–Tchau Katherine.

Comecei a tirar sua roupa deixando ele apenas de cueca, como ele já estava embaixo do chuveiro apenas liguei o mesmo no mais frio que tinha. Assim que a água atingiu seu corpo ele acordou.

–Que merda é essa. – ele disse acordando e olho para cima – Por que você está aqui?

–Oi para você também.

–Elisabeth o que você está fazendo aqui?

–Não tá claro? Tô te dando um banho. Mas agora que você já acordou pega aqui o sabonete, vou prazer um paracetamol pra você.

Entreguei o sabonete a ele e sai. Entrei na cozinha e abri a maleta de primeiros socorros.

–Paracetamol, Paracetamol, Paracetamol. Ah! Aqui está você.

Peguei o paracetamol, um copo de água e fui até o banheiro novamente abri a porta e ele estava vestindo uma roupa limpa.

–Toma- disse entregando para ele.

Ele tomou e me entregou de volta, voltei à cozinha e coloquei o copo na pia. Ele estava sentado no sofá pensativo quando eu me aproximei, percebendo minha presença ele me encarou.

–Por que está fazendo tudo isso? Por que você aqui?

–Precisamos conversar.

–Da ultima vez não deu muito certo Elisabeth.

Respirei fundo.

–Não aconteceu nada entre mim e o Fred.

–Como eu posso saber?

–Não confia em mim?

–Não mais.

Respiro fundo novamente e o encaro.

–Escute, não houve beijo nenhum, o Fred saiu de cima de mim, a gente não se beijou. Eu nunca beijaria o Fred e ele sabe isso.

–Não acredito em você.

–E eu não acredito no que você fez.

Ficamos um tempo em silêncio.

–Ohh! Seu idiota, eu te amo! Quantas vezes eu preciso repetir pra você acreditar?

Ele continuou em silencio.

Agora eu me irritei!

–Sabe de uma coisa, eu tentei. Se você não quer acreditar em mim, PROBLEMA SEU! Se você não acredita que eu te amo, não vou mais insistir. Se você quer que eu nunca mais apareça na sua frente, tudo bem. Só espero que quando você cair em si não seja tarde demais.

Peguei minha bolsa e sai. Liguei o carro e dirigi para qualquer lugar.

“Ele não acreditou em mim” Era isso que ficava martelando na minha cabeça “Ele não acreditou em mim”.

As lágrimas embaraçavam minha visão, o meu coração cada vez mais dolorido e despedaçado.

Freie o carro, mas, não adiantou era tarde demais, só senti o impacto do carro contra o meu e minha cabeça batendo em algo, dai em diante tudo escureceu.