Fechei a porta e entrei no meu carro. Precisa de alguém, liguei para ele.

-Oi....Preciso conversar......agora na pracinha?.........te espero lá........tchau.

Estacionei meu carro numa loja perto e fui para a pracinha, avistei Fred e me sentei ao seu lado.

-Oi – ele disse.

-Oi – digo.

-E aí, como está a vida?

-Uma droga.

-Bom mas, agora melhorou com uma companhia desse do seu lado, aqui ficou o paraíso.

Começo a rir.

-Sério eu tenho a estranha sensação que eu já te vi em algum lugar. Tem certeza que já não nos conhecemos?

-O que devo ter ocorrido minha querida é que seus pais lhe falaram para sonhar com os anjos, ai você sonhou comigo.

Comecei a rir mais.

-Incrível! Conseguiu alegrar meu dia.

-Seu dia deve estar horrível mesmo para minhas cantadas baratas, te alegrarem.

-Pior que está.

-O que aconteceu?

Uma lágrima escorreu dos meus olhos, ele limpou e me abraçou. Ai mesmo que desabei no choro.

-Liza?

Me afastei dele e vi Benjamim, quando ele me viu chorando ficou preocupado e me abraçou.

-Qu'est-il arrivé à la petite? (O que aconteceu pequena?)

-Minha avó.

Nós nos afastamos e ele limpou minhas lágrimas.

-Por isso te liguei, eu preciso de você.

Ele me abraçou de novo.

-Então, acho melhor eu ir. – disse Fred.

-Também acho. – diz Ben.

-Obrigada Fred.

-Disponha.

E saiu.

-Venha, vamos conversar em um lugar mais calmo.

Assenti e ele me levou até meu carro. Entreguei as chaves para ele e ele dirigiu. Logo chegamos. Subimos até a casa da arvore.

-O que aconteceu, cher?

-Eu fiz o que você falou conversei com ela.

-E?

-Ela me disse que a morte do meu avô foi um acidente que ela não teve culpa.

-Ela te disse só isso?

-Não.

Flasback On

Ela respirou fundo.

-Ai isso vai demorar – digo e me jogo no sofá.

-Foi um acidente Liza, ele estava muito bêbado, ameaçou de me matar, me agrediu, foi horrível aquele dia. Você não deve lembrar por que era pequena, nós discutimos Liza. Ele veio para cima de mim com uma faca e eu tive que me defender, consegui pegar o faca da mão dele, ele veio para cima de mim e eu só me defendi.

Ela abaixou a cabeça e começou a chorar.

-A faca atingiu seu peito. Eu não tive escolha Liza! Era ele ou eu, e eu não queria deixa-la sobe cuidados de um bêbado. Eu só me defendi!

-Eu não acredito em você.

Flasback OFF

Contei a ele tudo o que aconteceu. No final ele me abraçou.

-Mas, se ela estiver falando a verdade Liza?

-Ela não está, eu sei que meu avô não era assim! Ele não bebia! Ele era gentil, nunca fez mau nem para uma mosca!

-Mas, você era pequena, como se lembra? Como você sabe?

-Simplesmente eu sei! Eu sei! Não acredito nela, eu sei que está mentindo.

-Liza, você era pequena.

-E dai! Meu avô nunca faria isso! Nunca!

-Mas, Liza.

Ele respira fundo.

-Tudo bem. Vamos parar de falar nisso. Você precisa pensar e se distrair.

Assenti.

-Pronta para perder?

-De você? Nunca!

Rimos e fomos jogar vídeo-game.

15 de setembro de 2013

Acordei meio sonolenta ainda, eu estava dormindo ao lado do Benjamim, eu estava com a cabeça deitada sobre seu peito – sem camisa – me levantei rápido e ele acordou.

-Tudo bem? – ele pergunta.

-Sim, sim, sim, por que não estaria.

-Tá né.

Ele olhou confuso para mim e se levantou.

-Hoje não tem aula. O que você quer fazer?

-Não sei. Alguma sugestão?

Um sorriso malicioso brotou no sorriso dele.

-Trouxe roupa extra?

Assenti e ele sorriu mais ainda.

-Não, não, não – eu gritei – Me solta Ben!

Ele tinha me pegado no colo e estava em indo em direção ao lago.

-Não! O lago não!- grito e tento sair mas, sem sucesso – A água deve estar gelada, não!

Tarde demais, ele pulou no lago. A água gelada me deu um choque térmico.

-Você é um idiota mesmo! – grito, saindo de debaixo da água.

Ele riu, eu estava saindo do lago quando ele me puxou.

-Nem pense nisso. Vamos, se divirta!

Reviro os olhos e ele ri.

-Por favor –ele faz biquinho e eu desisto .

-Ainda acho você idiota.

-Eu acho você linda.

-Idiota.

-Linda.

-Retardado.

-Casa comigo?

-Imb....Como?!

-Não ouviu?  Então deixa que eu repito. Casa comigo?

-Idiota.

Ele me puxa para mais perto de si, deixando nossos lábios a poucos centímetros.

-Idiota que você gosta.

E me beija.

Ele me beijou e eu correspondi me aproximando dele, ele passava suas mãos pelos meus cabelos fazendo arrepios repentinos percorrerem  meu corpo, pela primeira vez tudo desapareceu, só estava eu e ele, ele e eu. Eu........ eu gostei, o beijo dele era doce e quente, cheio de paixão, pela primeira vez em anos me senti completa, pelo menos por alguns segundos, aprofundei o beijo agarrando uma das minhas mãos a sua nuca, ele deu um leve sorriso e eu quis bater nele mas, apenas agarrei braço dele com a unha, eu não queria parar, eu queria ele e ele me queria, mas tudo estava errado. Eu o empurrei.

-Não, não, não – eu gritava e balançava a cabeça freneticamente. – Não, não, não, não e NÃO!

-Porque não?

-É muito complicado. Eu sou muito complicada!

-Ótimo por que eu adoro complicações.

Ele deu um sorriso mas, vendo que eu não sorria, ficou sério. Ele se aproximou de mim, a essa altura eu já tinha saído da água. Eu abaixei a cabeça, mas, ele a levantou com uma de suas mãos me fazendo olhar em seus olhos.

-Só me responda uma coisa, você gosta de mim?

Respirei fundo e assento.

-Então qual é o problema, bichinha?

-Eu tenho segredos Ben, segredos que poderiam mudar o interesse que você sente por mim. Segredos que mudam tudo.

-O que eu sinto por você não é só um interesse, o que eu sinto por você é amor.

-Você está complicando mais ainda as coisas Thompson.

-1º desde quando você me chama de Thompson e 2º eu não estou complicando nada, eu te amo Liza.

Ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

-Você não confia em mim?

-Não é isso, é que.... – eu não sabia como continuar – é só que, agora eu não posso te contar, agora não.

-Tudo bem. – ele disse – Eu espero, ás vezes a gente faz loucuras por quem a gente ama, né?

Ele deu um sorriso nervoso e se afastou de mim.

-Calma!

Ele se vira.

-Obrigada.

Ele me olha confuso.

-Pelo o quê?

-Por tudo.

-Então.....de nada.

Eu sorri e ele se virou novamente para subir na casa.

-Espera! – digo me aproximando dele – Benjamim.

E dou um selinho um pouco demorado em seus lábios. Ele bagunça o cabelo.

-Depois eu agarro e beijo ela ai ela reclama e diz que não sabe por que eu fiz isso – ele murmura e eu começo a rir.

-Idiota – digo.