Saímos do meu quarto em direção a sala de jantar, dava pra ver que Lucas e Ana estavam apreensivos e nervosos. Assim que entramos a rainha Cecília avaliou a Ana dos pés a cabeça, deixando-a desconfortável. Eu sentei ao lado de Edward como sempre, Ana resolveu sentar ao lado de Charlie que estava ao lado da rainha e Lucas sentou ao meu lado, fazendo Charlie revirar os olhos.

- Sejam bem vindos! – falou o rei Adam

- Obrigada! – falou Ana. – É um prazer conhecê-los!

- É uma honra finalmente conhecê-los! – falou Lucas

- Igualmente! – falou a rainha e o rei acenou que podiam servir o jantar. Lucas apertou minha mão debaixo da mesa e me olhou com cara de tensão e eu sorri. Comemos com calma, e como sempre a refeição seguiu em silêncio. Quando todos terminaram de jantar, o rei e a rainha saíram primeiro e depois o Charlie sem dizer nada.

- Então, o que fazemos agora? – perguntou Ed.

- Que tal dormir? – perguntou Ana e eu sorri.

- Edward eles precisam dormir, o fuso horário é de cinco horas, eles precisam descansar.

- Ah, é claro! Desculpe! – falou ele sem jeito.

- Não tudo bem, você me acompanha até o meu quarto? – perguntou Ana e Edward assentiu sorrindo. Os dois saíram da mesa e eu fiquei sozinha com Lucas.

- Então é isso! – falou ele sorrindo.

- Precisa de companhia até o quarto também? – falei sorrindo e ele riu.

- Preciso sim, eu poderia falar que era porque eu tinha planos, mas na verdade é porque eu não lembro mesmo como chegar lá. – falou me fazendo rir.

- Tudo bem, vamos lá! – falei levantando seguida por ele.

>>o Ponto de vista: Ana

Passar aquele momento com Edward novamente era incrível, nós conversamos, rimos, nos beijamos e por um momento eu me esqueci do mundo. Ele era um garoto incrível e eu estava completamente apaixonada, e ele também me amava eu sabia disso. Nada ia nos separar!

- Ana, eu te amo! – falou ele assim do nada me encarando em frente ao meu quarto, isso me fez sorrir como nunca antes.

- Eu também te amo! – falei e ele me beijou. Se eu tinha alguma dúvida antes, não tenho mais. Eu sentia que ele me amava e que me queria ao seu lado para sempre.

- Agora a senhorita tem que dormir porque amanhã tem um longo dia pela frente! – falou no meu ouvido me fazendo sorrir.

- Sim, Vossa Alteza! – falei e o beijei antes de entrar no quarto. Nessa noite eu tinha certeza que eu ia ter sonhos maravilhosos!

>>o Ponto de vista: Edward

Quando eu estava com ela, tudo era diferente! Eu esquecia dos meus problemas, das minhas responsabilidades, esquecia do mundo. Vê-la feliz deixava o meu coração tranquilo, mas assim que ela entrou no quarto eu pensei no que teríamos que contar pra ela amanhã à noite! Eu não sei como seria a reação dela, o que ela falaria? O que ela faria? Mas no fundo eu estava aliviado por o Lucas está aqui, talvez com ele aqui ela não fugisse. Mas sinceramente, eu não sabia e isso acabava comigo. Eu nunca tinha me imaginado casar com outra pessoa que não fosse a Ana, muito menos com a Angie. Mas ver essa realidade cada vez mais perto só me assustava. Eu estava perdido!

>>o Ponto de vista: Angie

Caminhei em silêncio com Lucas, cada um estava absorto em seus próprios pensamentos. Eu estava pensando no Charlie e na sua reação desde que descobriu que eu e Ed íamos nos casar, pensava na Ana e no que ela faria quando descobrisse e o que ia acontecer com a nossa amizade. Eu pretendia contar pra ela que nós nos beijamos fora do nosso compromisso com o casamento, mas também queria contar pra ela os meus motivos de aceitar me casar.

- Angie? – chamou Lucas.

- Olá! – falei parando ao seu lado em frente à porta do quarto dele.

- O que aconteceu? Você tá com uma cara engraçada!

- Eu sou estou pensando, só isso!

- Ah, tudo bem então! Boa Noite!

- Boa Noite! – falei beijando a bochecha dele, e ele entrou no quarto.

Assim que entrei no corredor onde ficava o meu quarto, eu vi Edward parado em frente a minha porta.

- Oi! – falei e ele olhou pra mim.

- Oi, eu estava te esperando! – falou ele.

- Quer entrar? – perguntei e ele assentiu.

Sentei no sofá e ele sentou na poltrona a minha frente, nós dois respiramos fundo ao mesmo tempo, isso fez com que a gente desse um sorriso fraco.

- Você também está pensando na Ana, né? – falou ele pra mim.

- Sem dúvida! Eu to preocupada!

- Eu também, Angie! Eu não quero magoá-la, mas não tenho escolha.

- Eu sei, eu quero explicar pra ela porque eu aceitei essa loucura!

- Você acha que ela vai entender?

- Não sei Ed! Sinceramente não sei!

Ficamos em silêncio por um tempo, encarando o nada sem nem piscar.

- Ed, acho que vou contar pra Ana que nos beijamos. – falei sem olhar pra ele.

- Ela tem que saber de qualquer jeito, né?

- Sim, acho que se a gente contar tudo de uma vez a pancada é menor do que contar aos pouquinhos!

- Você tem razão!

- Eu to com tanto medo! – falei deixando as lágrimas virem. E ele sentou ao meu lado e eu coloquei a minha cabeça no seu ombro, e ele colocou a mão dele na minha cintura. Mas esse nosso gesto foi diferente da vez em que a gente se beijou dessa vez não tinha olhares trocados, não tinha rostos vermelhos de vergonha, dessa vez a gente só consolou um ao outro como um amigo.

>>o

- Bom dia, Angelina! – falou Elizabeth assim que abri os olhos.

- Bom dia, Elizabeth! – falei ainda com preguiça. – Alguém já levantou?

- Sua Alteza já levantou e está resolvendo algumas coisas do baile e me pediu para te avisar que o carro dele estará disponível para você a partir das onze horas da manhã para levar os visitantes à Londres. Senhor Charlie acordou e pediu pra avisar que o seu vestido já está pronto e será entregue a você às cinco horas. – falou ela arrumando o meu café da manhã na mesinha de centro.

- Obrigada! Que horas são? – perguntei

- São dez horas. – falou.

- Faz um favor pra mim? Vai ao quarto da Ana e acorda ela, por favor. Depois vai ao quarto do Lucas e acorda ele também.

- Pode deixar! – falou ela saindo do quarto. Eu levantei e sentei no sofá para tomar café da manhã, e eu comi bastante porque hoje seria um dia cheio.

>>o

- Angie querida quando você disse que ia me emprestar a sua empregada, eu não sabia que você queria dizer que ia fazer ela me acordar de madrugada. – falou Lucas assim que abriu a porta pra mim. Ele ainda estava com a cara de quem acabou de acordar, seu cabelo castanho estava bagunçado, ele vestia só uma calça de moletom preta.

- Desculpe, eu... Ah... – me confundi, por um momento.

- O que? – perguntou ele confuso

- Primeiro bota uma camisa pra eu conseguir me concentrar! – falei e ele sorriu de um jeito sacana.

- Quer dizer que eu deixo você confusa?

- Olha, só veste uma camisa! – falei um tanto sem graça.

- Por que está com vergonha?

- Claro que não, é só que... Ah... – eu não conseguia pensar direito. Droga! Ele tinha que ter a barriga definida!

- Estou ouvindo! – falou sorrindo.

- Ah, esquece! – falei saindo, mas ele me puxou pelo braço e me encarou bem perto do meu rosto, minha respiração acelerou e eu conseguia sentir a respiração dele, mas Lucas sorria.

- Eu te deixo nervosa? – perguntou

- Sabe qual é o seu problema? Você é parecido demais comigo! – falei e sai indo em direção ao quarto da Ana, mas ainda consegui ouvir a sua risada e a batida da porta. Agora eu sabia por que a Ana não tinha ficado com ele antes, Lucas não fazia o estilo dela. Ele não fazia o tipo Lord ou príncipe da Disney que sempre encantou ela.

- Angie por que você está sorrindo? – perguntou alguém e minha vista focou.

- Ah, oi Ana! Eu estava indo até o seu quarto! – falei olhando pra ela.

- Ah, sim! Mas ainda não me disse por que estava sorrindo. – falou curiosa.

- Nada, eu fui primeiro no quarto do Lucas e... – comecei, mas ela sorriu de um jeito que me fez parar de falar.

- Ele é muito parecido com você, né? – falou Ana me encarando, ela podia ser pateticamente romântica e sonhadora, mas ela não era idiota.

- Talvez um pouco! – falei pensando no que tinha acabado de acontecer.

- Não vou fazer comentários! – falou ela

- Obrigada! Mas eu estava indo ao seu quarto para ver se você prefere almoçar em Londres ou se você prefere almoçar aqui e ir depois?

- Eu não sei, você já perguntou ao Lucas?

- Não, não perguntei.

- Mas você não foi...

- Nem pergunta amiga! – falei e ela sorriu. Seguimos pelo corredor em direção ao quarto do Lucas. Bati na porta devagar e ele abriu já devidamente vestido.

- Olá! – falou a Ana

- Olá, Aninha! Diga! – falou encostado na porta de braços cruzados. Ele tinha um ar rebelde que me chamou a atenção de alguma forma, a Ana tinha razão ele é muito parecido comigo.

- Então você quer almoçar aqui ou em Londres? – perguntou Ana.

- Em Londres. – falou sem nem pensar.

- Tudo bem, então. Eu vou ao meu quarto trocar de roupa e a gente vai. – falei

- Quer ajuda? – perguntou Lucas e eu sorri.

- Na verdade, eu quero. – falei e ele arregalou os olhos numa mistura de surpresa e animação.

- Sério? – perguntou ele.

- Sim! Ana, você poderia me ajudar? – perguntei e ele fez bico.

- Assim eu fico magoado! – falou ele.

- Não fique! Você pode vir também se quiser, mas vai ficar sentado e quieto, enquanto eu e Ana escolhemos uma roupa pra mim no closet. – falei e ele assentiu ainda com o bico. Nós fomos ao meu quarto em silêncio, assim que entramos Lucas pegou meu iPad e sentou no sofá. Enquanto eu e Ana entramos no closet.

- Fala pra mim o que tá acontecendo entre você e Lucas, hem? – perguntou Ana sorrindo.

- Nada, por que a pergunta? – falei sem entender.

- Ah, sei lá! Mas vamos mudar de assunto. Que roupa você pretende vestir?

Depois de trocar de roupa e arrumar meu cabelo, passei maquiagem e perfume. Saímos de lá direto pra almoçar por causa do horário.

- Em que carro vamos sair? – perguntou Lucas olhando pra dentro da garagem carro por carro.

- No conversível de Edward, a chave já fica comigo mesmo! – falei e entrei no carro, Lucas sentou ao meu lado e Ana foi atrás.

- Por que a chave fica com você? – perguntou Ana curiosa, talvez até enciumada. Ah se ela soubesse!

- Porque eu vou com esse carro pra faculdade! – falei e ela sorriu.

- Ah sim! – falou um tanto sem graça.

- Onde a gente vai almoçar? – perguntou Lucas.

- Tem um restaurante legal no centro. – falei

- Então, partiu? – falou Lucas.

- Partiu! – falei e dei partida no carro. – Ah, como é bom falar português de novo.

- Já tava com saudade? – perguntou Ana

- Demais! – falei e ficamos em silêncio. Depois de um tempo Lucas começou a mexer no meu cabelo.

- O que você tá fazendo? – perguntei

- Desculpe! – falou ele, mas não tirou a mão.

- Ele tem mania de mexer no cabelo de garotas que estejam dirigindo um conversível! – falou Ana me fazendo rir.

- Falando em conversível, como está o meu bebê? – perguntei

- Eu to cuidando dele direitinho, tá? – falou Ana sorrindo.

- Espero mesmo! – estacionei o carro e fomos almoçar.

Ficamos uma hora no restaurante, foi divertido almoçar de novo com a Ana, rir com ela e conversar. Nossa! Como eu estava com saudade!

- Pra onde agora? – perguntei quando todos entraram no carro.

- Plataforma 9 ¾ ! – falaram ao mesmo tempo em fazendo rir.

- Então, partiu! – falei e segui o meu caminho.

Nos divertimos muito o dia inteiro, fomos a vários lugares legais, e por último passamos na costureira que faz os vestidos reais para Ana escolher o vestido para o baile.

- Eu posso ficar no carro? – perguntou Lucas.

- Não, mas pode andar pela cidade! Encontre a gente aqui dentro de uma hora. – falei e ele assentiu sem pestanejar.

- Ai, Angie eu não me sinto à vontade fazendo isso. – falou Ana em frente à loja.

- Ah não, Ana! Esse baile vai ser de época como eu sempre sonhei em ter, então não estrague com charminho seu. – falei e empurrei-a pra dentro da loja.

- Eu tava com tanta saudade desse seu carinho! – falou Ana transbordando ironia.

- Cala a boca e escolhe um vestido. – falei e ela olhou pra mim com a sobrancelha levantada. – Por favor, linda!

Ana começou a percorrer a loja olhando cada vestido até que de repente.

- Angie, corre aqui. Vem logo! – falou ela mexendo a mão.

- O que foi? – perguntei, até que eu vi o que ela puxava da arara.

- Lindo né?

- Muito lindo! – falei pegando o vestido na mão.

- Eu também adorei será que dá em mim? – perguntou preocupada.

- Querida, se não der as costureiras dão um jeitinho. Vai logo experimentar! – falei e ela correu para o provador com o vestido na mão. E quando ela saiu, nossa! O vestido ficou perfeito nela, não precisava de ajuste nenhum! Lindo! Esse vestido era verde água com espartilho (nessa parte precisou da minha ajuda, é claro!), o resto era todo de dobras e na ponta de cada dobra tinha uma linha de um verde mais escuro, a manga tinha um bordado feito à mão branco imitando renda. Fantástico!

- Ai, amiga! Você tá tão linda! – falei e ela se olhou no espelho.

- Ficou perfeito! – falou se admirando.

- Eu sei, agora tira e vamos! Que a gente já ta atrasada! Eu nem comecei a me arrumar ainda e tenho só duas horas. – falei e ela assentiu.

Quando saímos da loja, Lucas estava encostado no carro com uma cara entediada.

- Finalmente! Vocês sabem que horas são? – perguntou entrando no carro.

- Nem me fale! Eu vou ter que burlar algumas leis de trânsito! – falei e pisei fundo no acelerador.

- Sua louca! – falou Ana caindo pro lado.

- Sinto muito! – falei, mas não diminui a velocidade.

Chegamos lá e eu só tinha uma hora e meia pra me arrumar. Pedi pra Ana tomar banho e levar as coisas dela pro meu quarto pra ajudá-la com a roupa e ela com a minha. A noite prometia!