~ Anteriormente em Yes, my Lady... ~

Louise colocou a mão esquerda um pouco em cima da nuca do mordomo, mexendo em alguns sedosos fios negros. Logo o puxou para mais perto de si, o mesmo não hesitou...

Sebastian a colocou sentada em seu colo e a envolveu. Era como se o corpo de Louise não a obedecesse mais, era inevitável, não havia como escapar. E a verdade é que a mesma não queria escapar, de forma alguma. As mãos do maior subiram até o cabelo da dama, a mesma sentiu um arrepio com o toque, ele apenas sorriu, se aproximando.

Ela pensou em recuar, mas já esperava por aquele momento há algum tempo, então preferiu permanecer. A mesma concentrou a atenção nos lábios do mordomo. Eram tão vermelhos como sangue, demonstravam também muito desejo. Louise sentiu suas mãos suarem frio enquanto fechava lentamente os seus olhos.

Como num instinto repentino, os lábios gelados, de mármore do mordomo se pressionaram contra os da dama. Os dedos da menor se fecharam nos cabelos negros do maior, o apertando contra si. Sebastian virou um pouco o seu rosto, fazendo com que os seus lábios se encaixassem perfeitamente com os da dama. Logo sua língua quente invadiu a boca de Louise, a mesma a deixou entrar, enquanto o desejo tomava conta de si. Os dois começaram a se beijar, o mordomo explorava a boca da dama, enquanto a mesma explorava a dele, calmamente, sem nenhuma pressa.

...

– Desculpe-me. – desculpou-se Sebastian pela milésima vez.

Louise e o mordomo estavam em seu quarto, a mesma apenas com suas roupas íntimas depois do banho que havia tomado recentemente, enquanto o mordomo estava costurando o estrago feito pela faca do sequestrador. Sebastian tinha mãos habilidosas, mas nem por isso a dama não iria sentir dor. Até agora já havia levado três pontos.

– Falta muito? – perguntou Louise.

– Não muito... – respondeu Sebastian, concentrado.

Louise ainda pensava no que havia acontecido, e até agora estava sem saber direito o quê fazer, ou se deveria fazer. O demônio agia naturalmente, como se nada estivesse acontecido, isso deixava a dama ainda mais nervosa, já que a mesma não conseguia mais agir naturalmente, não ao lembrar do acontecido.

Louise então soltou um gemido de dor, o mordomo parou, por um momento, esperando que a dama se recuperasse. Novamente, depois de poucos segundos, a agulha entrava em sua pele, junto com a linha.

– Pronto... – Sebastian falou, prestes a cortar a linha. Louise mordeu o lábio inferior, contendo um grito de dor – Precisamos fazer um curativo. – o mesmo saiu do cômodo.

A dama, sozinha em seu quarto, inclinou a cabeça para trás e soltou um longo e demorado suspiro de exaustão. Ela estava muito cansada e seu ombro não a ajudava muito, era uma dor um tanto quanto insuportável. O quê ela percebera era que, o ombro que fora acertado era o que estava com a marca do contrato. Teria sido por propósito? Sebastian deu duas batidas leves na porta e então entrou.

– Isso afeta em algo? – Louise olhou para a marca do contrato em seu ombro, que parecia não ter sido danificada, apenas o seu ombro que estava realmente feio.

– Não se preocupe, - Sebastian sorriu de lado – você ainda é minha.

– A propósito... – Louise corou com a resposta do mordomo – Como me encontrou? Digo... Como sabia que eu estava lá?

– Apenas cumpri uma ordem que foi me imposta.

Louise então se lembrou:

“A dama sussurrou para si mesma, Sebastian venha logo, isso é uma ordem.E então percebeu que a marca do contrato em seu ombro estava com um certo brilho, na verdade, um brilho diferente, que não havia ali antes. De um lilás. O quê significa isso?”

– Acho que já terminei o curativo... – Sebastian falou – Teremos que trocá-lo amanhã também. – o mordomo se levantou e foi até o guarda-roupa de Louise.

– Está falando como um médico, Dr. Michaelis. – a menor falou e pôde perceber um discreto sorriso na face de seu mordomo.

– A senhorita gosta? – perguntou Sebastian, passando uma camisola azul claro pelo pescoço de Louise e cuidadosamente passando os seus braços pelas mangas compridas.

A dama se arrepiou com o toque quente de Sebastian, que a acomodava em sua cama. Será que toda vez a dama teria que se arrepiar com o toque do mordomo? Involuntariamente, a mesma deixou que seus olhos se fechassem devido ao cansaço que sentia, enquanto o maior a cobria.

Logo o mesmo colocou o longo cabelo da dama para o lado. Louise suspirou, exausta. Sebastian por fim desceu a mão pelo rosto de Louise, fazendo uma leve carícia com as costas da mão. Sua mão, sem a luva branca que sempre usava, era macia e leve, e aquele toque fez com que Louise relaxasse, esquecesse por um minuto daquele dia.

– Durma bem, madame. A senhorita teve um longo dia, merece descansar.