(Anteriormente em Yes, my Lady...)

– Se-Sebastian! – gritou Louise, enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. O mordomo andou rápido em sua direção, preocupado com o estado da pequena, enquanto o cretino sequestrador estava preparado para apunhalar o demônio quando ele menos fosse esperar.

Sebastian desatou o nó que prendia os punhos de Louise, logo o homem elegante, conhecido melhor como sequestrador, aproveitou o momento em que o mordomo se distraia em desfazer os nós que amarravam os tornozelos da dama, e tirou uma arma de seu bolso. Louise percebeu, então gritou no momento em que o gatilho foi apertado na direção dos dois, o som ecoando pelas quatro paredes.

Depois de alguns segundos, ela percebeu que não estava morta e resolveu abrir os olhos. Sebastian segurava a bala de prata entre os dois dedos, indicador e médio. Antes de qualquer coisa, jogou a bala contra o sequestrador, que saiu do cômodo para se proteger. O mordomo foi logo atrás, como um vulto. Louise foi atrás, se esquivando e procurando uma janela. Após sair do cômodo em que estava antes, os dois haviam desaparecido, provavelmente estavam em outro cômodo, era possível ouvir alguns barulhos de socos. Sebastian ainda está apanhando? Pensava que demônios eram mais fortes. Pensava Louise enquanto pulava uma janela.

– Ei ei ei, onde vai jovenzinha? – perguntou alguém, do seu lado. Louise olhou e então o reconheceu. Eram quatro homens, não três. Aquele era quem a havia pego de surpresa. A dama tentou correr, mas o mesmo tirou uma faca de seu bolso e atacou Louise no ombro. – Eu sei que o mestre não quer nenhum arranhãozinho, mas que se dane o mestre, já perdemos dois homens.

– Vo-você... – Louise gemia de dor. Seu ombro ardia, e o corte profundo sangrava, manchando o vestido velho. A mesma caiu no chão, sua visão embaçando, por ora ela pensava ter visto alguém com longos cabelos vermelhos pulando do teto. Talvez fosse só impressão sua.

– Ora ora, o quê temos aqui? – a pessoa de cabelos vermelhos perguntou – Oh, então você é a tal Louise? – um homem... Ou talvez uma mulher, avançou para perto de Louise. Ele usava um longo casaco vermelho, junto com uma camiseta branca, com um laço listrado. Uma calça apertada preta e uma bota vermelha. Seus olhos eram uma mistura de verde-amarelado e o mesmo usava um par de óculos vermelhos – Parece que temos uma luta injusta aqui... – ele falou, voltando se para o homem – Um demônio contra uma garotinha... Isso não me parece justo. – logo ele tirou duas tesouras vermelhas do bolso – Isso sim é justo, vamos começar a nossa batalha Death.

O ruivo fez uma pose, com seus cabelos esvoaçando ao vento, como se fosse um daqueles comerciais de xampu. O outro homem, o segundo sequestrador, avançou, tentando acertar o ruivo com a faca. O de vermelho se esquivou, facilmente e pulou para trás, abrindo e fechando as tesouras freneticamente, como se quisesse cortar algo.

– Esse é o máximo que pode fazer baby? – ele sorriu, mostrando os dentes afiados – Ninguém é páreo para a Grell diva Death. – ele mostrou a língua e avançou, pulando nas costas do homem; o derrubando e sentando em seus ombros, cruzando as pernas – Ah, que sem graça. Posso acabar com você em... – ele começou a contar nos dedos, mas logo foi jogado para longe, batendo a cabeça no chão. A batida provocou um estrondo enorme. Quando o Grell se levantou, a sua testa sangrava.

...

Do outro lado da casa, dois demônios lutavam também. (Sebastian = negrito) (Se não fica confuso)

– Então você é o Michaelis? – gritou o homem de cabelo comprido se desviando das facas que o mordomo jogava – Achava que era mais forte.

– O quê fez com a Louise? – Sebastian perguntou, se aproximando e socando o nariz do homem, que caiu para trás. O demônio Michaelis pegou as duas mãos do outro, o arremessando para longe. O mesmo bateu contra a parede e caiu de costas.

– Louise? Aquela bastarda? – ele riu e se pôs de pé, pegando a arma do lado e atirando contra o mordomo. Sebastian se curvava e segurava algumas balas, as jogando contra o outro demônio – Não sabe como é medrosa... Pode ter aquela aparência de durona, mas se colocá-la em um quartinho...

– Isso é patético, acha mesmo que essas balas vão me afetar? – Sebastian perguntou, irônico.

– Não, mas isso vai. – o demônio saltou e ficou atrás do mordomo, que virou e acertou uma faca em sua perna. O outro demônio gritou, e a fita que prendia seu cabelo se soltou, fazendo os fios ficarem sobre o seu rosto.

– Isso o quê? – Sebastian chutou a barriga do outro, o fazendo cair. O demônio então pisou no outro e o olhou com um olhar de desprezo. Logo o chutou. O outro, de cabelos longos, rolou para o outro lado.

– Argh... – o demônio falou, limpando suas roupas – Ainda tenho cartas na manga... – e então ele tirou uma espada, que estava de baixo de uma mesa. O de cabelos longos avançou, apontando a espada para o mordomo, que se defendia com três facas de prata, as segurando entre os dedos.

Com um momento de distração de Sebastian, que lutava contra os socos do outro, o outro aproveitou a oportunidade e sacou a espada na direção do demônio, que não conseguiu se desviar. O mesmo caiu no chão, colocando as mãos na barriga e soltando as facas. O outro demônio recuou, pensando ter vencido.

– Esse é o seu último ataque? – Sebastian perguntou sua risada alta era maligna. O demônio ficou sem entender. Logo uma grande nuvem negra tomou conta do local, penas negras caiam no chão, e junto com a nuvem, o cheiro de enxofre. A silhueta de Sebastian havia mudado, aquela era... Sua verdadeira forma, sua forma demoníaca. O outro demônio se encolheu.

...

– Parece que temos alguém morrendo aqui... – falou um homem de óculos, olhos verde-amarelados e cabelos curtos e castanhos - Grell Sutcliff... Você deveria estar fazendo o seu trabalho agora, não fazendo coisas inúteis.

– William... – Grell gritou, correndo em sua direção e o abraçando – Você veio me salvar, não foi? Oh, meu príncipe... Depois do Sebas-chan lindo de morrer é claro. – logo o ruivo bagunçava os cabelos do outro, rindo. Enquanto William corava, sem graça.

Eu só posso estar delirando... Quem são essas pessoas? E esse tal de Grell Sutcliff, estava se referindo ao Sebastian como Sebas-chan lindo de morrer?

– Você Grell, envergonha aos shinigamis. – falou William tentando sair do abraço, mas Grell não deixava. Logo o outro sequestrador, que estava com o rosto todo inchado, tentou bater nos dois que estavam se abraçando. O homem chamado William se soltou do Grell e então chutou o demônio, que havia apagado com o impacto.

Louise então não viu mais nada.

...

– Louise? – a mesma acordou, se sentindo meio zonza. Ela tentou se levantar, mas duas mãos a seguravam. A dama olhou para cima e seus olhos se encontraram com o olhar preocupado de Sebastian. Logo ela percebeu onde estava. A dama estava deitada no colo do mordomo, dentro da carruagem, que estava com as janelas fechadas. Normalmente ela andava com as janelas abertas, mas o olhar de Sebastian a tranquilizava.

– Sebas-chan lindo de morrer? – Louise soltou sem querer, se lembrando da figura de longos cabelos ruivos. O mesmo a olhou, sem entender.

– Acho que você perdeu muito sangue... Não sabe o que está dizendo. – Sebastian falou, por fim.

– ... – Louise tentou falar alguma coisa para tentar consertar a besteira que havia feito – Eu... Ordeno que me proteja, a partir de agora.

– Yes, my Lady... – Sebastian falou, baixinho.

Louise colocou a mão esquerda um pouco em cima da nuca do mordomo, mexendo em alguns sedosos fios negros. Logo o puxou para mais perto de si, o mesmo não hesitou...