Draco acordou bem cedo na manhã seguinte, foi até o berço e viu que Sissa ainda dormia. Separou uma muda de roupa e foi para o banheiro tomar banho, assim que terminou ouviu o choro da filha. Vestiu-se rapidamente, pegou a filha no colo e sentiu um cheiro nada agradável vindo da fralda.

- Dipsy! – ele chamou em voz alta.

- Sim, meu senhor! – o elfo apareceu num estalo e fez uma reverência.

- Preciso que troque a fralda dela pra mim. E acho que ela deve estar com fome também.

- Claro, senhor! - o elfo desapareceu num estalo e voltou alguns minutos depois com uma mamadeira  e algumas fraldas.

Uma hora depois, Draco estava parado em frente a nova casa, num vilarejo chamado Port Smashtown. A casa era grande, mas, para os padrões Malfoy, parecia uma cabana! A casa tinha dois andares e um quintal bem grande, no primeiro andar ficavam: a cozinha, a sala de estar, a sala de jantar, um banheiro e uma pequena sala que poderia ser usada como escritório; no segundo, havia três quartos e um banheiro. A casa já estava mobiliada, com móveis simples, claro! Ele ficou com o quarto maior e pôs o berço de Sissa em um dos outros.

- Dipsy deixou o almoço pronto, meu senhor. É só esquentar quando estiver com fome. E também preparei a mamadeira da menina Sissa! Deseja mais alguma coisa antes de Dipsy voltar para a mansão?

- Não Dipsy, pode ir.

- Com licença, senhor. – fez uma reverência e desapareceu.

Draco foi terminar de arrumar suas coisas enquanto Sissa dormia novamente, mais tarde teria que sair para comprar algumas coisas pra ela.

Logo depois de almoçar e de dar a mamadeira para a filha que havia acabado de acordar, Draco a pegou no colo e usou a rede de flú para chegar ao Beco Diagonal. Andou por uns dez minutos até encontrar o que procurava. A loja “Tudo para o seu bebê”, realmente tinha tudo para o seu bebê! E Draco não fazia a menor idéia por onde começar.

- Boa tarde, senhor! Precisa de alguma ajuda? – perguntou uma das atendentes. Ela era negra, seus cabelos castanho-escuros eram longos e cacheados e estavam presos num rabo-de-cavalo alto, seus olhos eram cor de mel e seus lábios carnudos eram bem desenhados. Ela era muito bonita, mesmo usando o uniforme azul claro totalmente sem graça da loja.

- Boa tarde! Na verdade eu vou precisar de muita ajuda! – disse ele, sorrindo galanteador.

- Bom... – sorriu para o loiro – Do que é que essa menininha está precisando?

- De tudo. Hm... Mellany! – leu o nome dela no crachá.

- Muito bem então. Vamos começar pelas roupinhas! Por aqui, por favor!

Mellany o guiou por um corredor comprido até chegarem a seção de roupas. Foram quatro pilhas de roupinhas e mais duas contendo mantas, toalhas, gorros, luvinhas e meias, tudo escolhidos pelas atendentes – é, o loiro atraiu mais duas para atendê-lo - , Draco apenas concordava com a cabeça. Depois de alguns minutos, Sissa começou a se manifestar, o loiro ficou perdido, sem saber o que fazer para acalmar a filha.

- Ela não está com fome? – perguntou Alissa, uma atendente loira de cabelos ondulados e olhos castanho-escuros.

- Ela tomou a mamadeira agora à pouco. – Draco respondeu, tentando acalmar a filha.

- Já trocou a fralda dela? – perguntou Valkíria, morena de cabelos curtos e lisos, estilo Chanel.

- Na verdade eu não sei trocar fraldas... Será que vocês podiam me ajudar? – ele abriu seu melhor e mais galanteador sorriso.

Resultado: as três suspiraram e praticamente deram um curso pra ele sobre como cuidar de bebês. Elas o ensinaram a trocar fraldas, dar banho, preparar a mamadeira (inclusive fizeram uma pra Sissa), e até ensinaram uma massagem para quando Sissa tivesse cólica.

Draco saiu da loja quase três horas depois, com inúmeros embrulhos devidamente diminuídos com magia e Sissa dormindo tranquilamente no carrinho novo. Chegaram em casa já no finalzinho da tarde, quase anoitecendo. Levou os pacotes para o quarto da filha e começou a desembrulhá-los, até achar a banheirinha cor-de-rosa que havia comprado.

- Hora de testar o que eu aprendi!

Foi até o banheiro e encheu a banheirinha de água morna, pegou Sissa, que estava brincando com um chocalho e tirou a roupinha dela, logo a colocando na água. Ela ria e sacudia os braços e as pernas, espalhando água para todos os lados. Depois de quase meia hora de muito esforço, Draco finalmente concluiu a tarefa de dar banho nela, mas em compensação, ele estava todo encharcado e o banheiro parecia ter sido alvo de um tsuname.

Na hora de vesti-la foi um desastre. Não prendeu a fralda direito, deixando-a muito folgada, e vestiu nela um macacãozinho rosa florido, que precisou de quatro tentativas até ele conseguir encaixar todos os botões nos lugares certos. Cinco minutos depois ela fez xixi e como a fralda estava frouxa, acabou ensopando toda a roupa dela e a camisa de Draco, que estava com a filha no colo. O jeito foi dar outro banho nela e mais uma vez o banheiro foi quase inundado.

Depois do segundo banho, Sissa começou a dar sinais de sono e o loiro foi preparar a mamadeira. Se queimou três vezes experimentando a temperatura do leite, e quando finalmente ficou morno, ela o tomou e adormeceu em seguida.

Draco estava exausto, nunca poderia imaginar o quanto era cansativo cuidar de um bebê! Se jogou na cama e dormiu... Até ser acordado à uma e quinze da madrugada pelo choro da filha. Fato que se repetiu mais duas vezes até o dia amanhecer.

***   ***   ***

Dipsy aparecia regularmente e arrumava toda a bagunça que os dois faziam pela casa e também preparava a comida. Draco até tentou cozinhar uma vez, mas o resultado não estava muito comestível... acabou se rendendo a uma invenção trouxa: o microondas!

Depois de um mês, Draco já tinha pegado o jeito de como trocar fraldas, dar banho, trocar a roupinha, preparar a mamadeira... tinha até decorado o quarto da filha. As paredes que antes eram cinza-azuladas - como todo o resto da casa - , agora estavam pintadas de lilás; o berço, antes de mogno escuro, fora pintado de branco e tinha um móbile com joaninhas, borboletas e flores, pendurado bem encima. Havia também algumas prateleiras brancas, umas com brinquedos e outras com alguns livros infantis.