Se Eu Não Te Falar Agora... escrita por Quel Machado


Capítulo 6
Bento pergunta a Madá sobre Amora


Notas iniciais do capítulo

Apesar de tentar seguir a lógica da novela com a maior coerência possível, é provável que existam algumas discrepâncias entre a ordem cronológica das cenas nesse fic e Sangue Bom. Procuro estar atenta às notícias sobre o que ainda vai acontecer, mas nem sempre é clara a exata ordem que as coisas vão ao ar. Por favor relevem se não for 100% fiel à trama, OK?



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Casa da Bárbara (começo de noite)


Madá, Luz, Dorothy e Kevin estão na sala assistindo televisão e se divertindo. Alguém bate na porta e Madá levanta para atender. Bento aparece com um semblante muito sério.


Bento: Dona Madá, será que eu posso conversar com a senhora? É sobre a Amora…


Madá: Pode sim, meu filho. Crianças, vocês não tem algum dever de casa pra fazer? - diz acenando para sairem da sala.


Eles levantam a contra-gosto do sofá.


Kevin: Iiiiiihh! O que será que a Amora aprontou agora


Dorothy: Não sei, mas algo me diz que a gente vai descobrir rapidinho. - susurra para os irmãos.


Eles sobem as escadas deixando Madá e Bento sozinhos na sala de estar.


Bento: Dona Madá, eu vim aqui para perguntar uma coisa muito séria para a senhora. A Giane acabou de me contar que a senhora já sabia do falso bazar há algum tempo e que não falou nada porque a Amora fez algo contra a senhora.


Madá se joga no sofá derrotada.


Madá: Se fosse a mim, não era problema! Mas ela ameaçou a Malu! Aquelas pichações nas paredes da Toca foram um aviso de que ela não tava brincando!


Ele parece muito aflito.


Bento: Não acredito que a Amora seja capaz de uma coisa dessas, dona Madá! Eu aposto que ela tava blefando quando disse isso.

Madá levanta do sofá e encara Bento quase chorando.


Madá: Bento, eu estavá lá. Eu vi o ódio e o desespero nos olhos da Amora! Meu filho, toma cuidado, porque o que a Amora sente por você é obsessão. Ela é capaz de tudo pra ficar com você! E pelo amor de Deus, não deixa ela fazer nada de mal à minha neta.


Ele fica muito perturbado com a declaração de Madá.


Bárbara: Não acredite num única palavra dessa velha doida! - diz descendo as escadas - Eu não sei onde eu estou com a minha cabeça que eu não a internei pela décima vez!


Bento se vira chocado.


Bento: Como você pode falar assim? Ela é sua mãe!


Bárbara desce o último degrau e se põe na frente de Bento com as mãos na cintura:


Bárbara: Antes não fosse! Você só me envergonha, mamãezinha!


Madá: Meu erro, Conceição, foi dar a você mais do que eu podia. Se você tivesse estudado em colégio público, não tinha vergonha de mim nem falava pras colegas que eu era tua empregada! - diz Madá saindo da sala.


Bábara grita para as costas da mãe.


Bárbara: E que filha se orgulharia dessa mãe que se veste como um caminhoneiro e a cada cinco palavras diz seis palavrões.


Bento corta Bárbara.


Bento: Pois eu não vi aqui falar da sua relação com a sua mãe. Vim falar da Amora, e do modo irresponsável que você a criou!


Bárbara se aproxima de Bento fazendo drama.


Bárbara: Mas, afinal, do que você está me acusando, Bento? Eu dei tudo pra Amora!


Bento: Menos o principal! Caráter, princípios, dignidade! Você criou uma mentirosa, dissimulada, capaz até de atos criminosos. - diz já alterado.


Bárbara coloca o dedo em riste.


Bárbara: Auto lá! Não chame a minha filha de criminosa!


Malu entra em casa e ouve parte da conversa.


Malu: E o que ela fez na Toca, o que foi?


Bárbara continua totalmente voltada para Bento.


Bárbara: Por favor, Bento! Você não pode acreditar nessas calúnias estapafúrdias que essa invejosa inventou. A Amora é uma pessoa boa, caridosa e temente a Deus.


Malu: Que Deus? Dinheiro, fama e consumo? - Ela interrompe a mãe.


Bárbara: Eu não entendo porque estou sendo cobrada, Bento. Eu sou uma ótima mãe e a Amora é uma ótima filha! - diz fazendo cara de vítima.


Bento explode.


Bento: De fazer da Amora seu clone, sem escrúpulos, sem infância nem passado! Mas, como infelizmente o dano já tá feito, aconselhe sua filha a se tratar porque ela tá doente!


Bárbara se volta contra Malu.


Bárbara: A culpa é toda sua! Você e a sua avó que ficam enchendo a cabeça do Bento contra a Amora! Como você pode ser tão sonsa, tão invejosa? Você, sim, é a prova de que eu fracassei como mãe, e não a Amora!


Eles deixam Bárbara falando sozinha. Malu caminha até a varanda da casa e se apóia na grade. Ela suspira longamente e fica com a cabeça baixa por alguns instantes.


Bento: Você está bem, Malu? Eu não consigo acreditar nas loucuras que a Bárbara fala pra você. Mulherzinha desprezível! - diz colocando uma mãos no ombro de Malu.


Malu levanta a cabeça.


Malu: Eu já estou acostumada, Bento. - ela tem a voz um pouco embargada - Eu estou bem, só precisava respirar um pouco.


Os dois ficam por alguns instantes olhando para o nada, perdidos em seus pensamentos. Pau de Jacú se aproxima deles com um buquê de flores.


Pau de Jacú: Malu, minha querida. Acabou de chegar pra você!


Ela entrega o buquê para Malu, que procura pelo cartão, e sai em seguida.


Malu: Maurício! - diz sorrindo e levantando o semblante rapidamente.


Bento levanta as sobrancelhas.


Bento: Você o Maurício estão namorando? - Diz examinando as inúmeras rosas vermelhas.


Malu: Maurício é um amigo querido, só isso. Deve estar se sentindo culpado por ontem à noite… - ela lê o cartão e fica envergonhada.


Bento fica curioso.


Bento: Ontem à noite? Ontem à noite tipo… - ele tenta encontrar as palavras.


Malu interrompe o florista.


Malu: Ontem à noite do tipo que a gente não comenta com o irmão mais velho… - ela fala admirando o buquê.


Bento fica irritado.


Bento: Toma cuidado, hein, Malu! Vê se não vai cair no conto do playboy arrependido…


Malu: O Maurício, playboy? Ele é um fofo, isso sim! Ele já me pediu três vezes em casamento. - diz tentando esconder a satisfação.


Bento segura firme na grade.


Bento: Casamento, Malu, tá maluca? Esse cara não está te enrolando, não?!


Ela encara Bento.


Malu: O Maurício é um gentleman! Ele fala isso só pra me animar... - ela coloca uma das mãos na cintura - Mas sabe que seria ótimo se eu me empolgasse com esses pedidos como seria se ele tivesse pedido há alguns meses atrás? Adoraria me apaixonar por ele de novo do jeito que eu já fui um dia.


Bento parece um pouco desconfortável com a idéia.


Bento: Não sei não, Malu… - diz ele esfregando a nuca. - você não acha que casar agora seria meio precipitado?


Malu: Casamento, talvez sim… Mas pelo menos eu podia ir tocando a minha vida. Como você fez com a Amora. - ela desvia o olhar e olha as rosas - Eu tenho que colocar isso na água; a gente se fala mais tarde, tá?!


(Começa a tocar “Um simples desejo”)


Eles se despedem. Malu deixa Bento pensativo e caminha em direção à casa com o buquê nas mãos. Ele fica por alguns instante olhando para o nada até que percebe o vaso de amores-perfeitos que deu à Malu no chão, encostado à parede da casa. Ele franze a testa e caminha até o pequeno objeto. Ele o toma em suas mãos e analisa as flores.


Bento: Estão um pouco murchas. - ele fala pra si mesmo - Devem ter colocado aqui fora pra pegar um sol.


Ele levanta os olhos em direção à janela de Malu. Então coloca o vaso em uma posição estratégica para pegar sol, mas apenas o suficiente pra revigorar a planta. Ele sorri com o resultado e sai caminhando para o seu carro.


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