Clarity escrita por Mafê


Capítulo 18
I Think I Love You Better Now


Notas iniciais do capítulo

SORRY pela demora! Mas alguém aqui assiste Teen Wolf? Haha #viciadaemséries



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/410610/chapter/18

“I said, "no one has to know what we do"

His hands are in my hair

His clothes are in my room”

–Wildest Dreams, Taylor Swift

Ao deixarmos o baile, puxei Ian para outro carro que estava estacionado no final da rua. Mostrei a ele as chaves e ele me olhava sem acreditar, um sorriso na boca.

–Eu achei que tinha ficado destruído depois do acidente!

–Eu mexi meus pauzinhos e fiz eles consertarem tudinho Achou que era o único com uma surpresa hoje?

Ele me beijou e eu tive aquela sensação de novo. De que estivesse caindo, mas em um sentido bom. Tipo borboletas no estomago. O afastei e olhei em seus olhos.

–Agora, você vai levar a gente para esse endereço aqui porque eu tenho outra surpresa...

–Ainda não acabou?

–Nem perto. Agora anda logo porque meus pés estão doendo desses saltos.

Entramos no carro Ian dirigiu até o hotel indicado no papelzinho, que não era muito longe dali. Descemos do carro e fomos até o balcão, onde uma moça loira nos aguardava.

–Bem vindos ao nosso hotel, no que posso ajuda-los?

–A suíte reservada para Amy Cahill, por favor. Eu fiz a reserva hoje de manhã.

Ela olhou com uma cara desconfiada para mim e olhou para o computador. Olhou para mim e para o computador novamente. Relaxou o rosto e disse:

–Uhum. Nada no registro, senhorita. Sinto muito, talvez tenha sido em outro hotel, ou você se enganou. Quer que eu cheque as reservas da semana que vem? Pode ser que...

–Da licença...

Olhei no monitor e estava lá. A minha reserva. Tudo certinho, só um detalhe que eu achei estranho.

–Aqui diz que eu já fiz o check in... Quem entrou na minha suíte? Pode falar, anda logo.

Ela não mexeu um músculo.

–Você sabe que isso pode te colocar na cadeia né? Uma ligação para meu amigo, o detetive e você...

–Ta bom, ta bom. Eles pediram que eu não falasse nada. Estavam vestidos de festa, igual a vocês. A menina tinha um cabelo moreno, a pele bronzeada. O rapaz era alto, forte. Era mais branquinho, mas o cabelo era mais escuro...

–Esquece, para de falar. Eu já sei quem são.

–Dan e Natalie.

–Exatamente. Muito obrigada... Kaitlyn. Mas a gente já vai indo. Até mais.

Saímos do hotelzinho e eu não conseguia parar de rir. Nat tinha escutado minha conversa e pelo visto roubou meu plano. Ah, cunhadinha, espere por mim. Vingança é um prato que se come frio.

–O que a gente faz agora? – Ian perguntou, ao entrar no carro. Sentamos e ele olhou pra mim de novo.

–Agora, a gente vai comer, porque eu estou morrendo de fome. Vamos de Burger King.

Ele sorriu e ligou o carro.

***

–Tira as patas da minha batata frita! Serio! IAAAAAAN!

Estávamos sentados naquelas cadeiras desconfortáveis de restaurante fazia pelo menos uma hora. Nosso pedido demorou um século, mas quando veio, veio quentinho. Mas o problema é que meu namorado... Meu noivo é um aloprado que pede nuggets e suco num fast food. Ele não sabe engordar.

Já eu, gorda profissional, pedi um sanduíche, uma batata e um milk shake. É assim que se faz me desculpem, losers.

–Só um pouquinho, você tem um monte!

–Isso é uma lição. Não acredito que você não sabe pedir sanduiche direito. Isso que é bom de ter sido pobre uma vez na vida. Eu sei viver.

–Ah é? Quero ver então...

A próxima coisa que eu vejo é um nuggets vindo em direção a minha cara, cheio de molho barbecue. Minha cara inteira fica vermelha e eu entro num estado de choque. Não acredito que ele fez isso. Ah, me espere...

Adeus, milk shake. Abri meu copo e joguei tudo em cima dele. Bem feito.

–Com licença, vou ter que pedir para se retirarem. – era o gerente. Eu nem tentei argumentar, porque estava coberta em barbecue. E Ian em sorvete. Peguei meu lanche e sai correndo com Ian.

–Onde a gente vai comer, espertinho? Você nos expulsou de um restaurante!

–Depois sou eu que não sei viver. Aqui ó, está ótimo.

Ele apontou para um banco de praça, e minha cara devia ser um grande sinal neon escrito REALLY? Mas só de ver o sorrisinho de satisfação no rosto dele, eu tirei meus sapatos e sentei lá, de pernas cruzadas.

–Bobão. Não acredito que fez isso. Eu te odeio.

–Odeia mesmo? Acho que não.

–Odeio sim, com todas as minhas forças. – cruzei os braços e olhei para o céu, só para reparar que já estava clareando.

–Não odeia não. Você me ama.

–Já disse que odeio.

Devemos ter ficado nisso por horas, até eu finalmente disse:

–Tá vendo esse anel de noivado no meu dedo? Sim, amo sim, convencido.

–Pois é. Acontece que eu te amo também. Então estamos quites.

–Quites.

Eu olhei para ele e sorri. Ver Ian tentar comer comida frita e ainda parecer um super rico empresário me fez lembrar da primeira vez que nos vimos.

Era uma festa de família, e estávamos todos na casa de minha falecida avó. Dan estava chorando em um canto, eu fui até lá perguntar o que houve. ‘Ele roubou meu brinquedo. Aquele moreno de gravata!’

Quando virei para trás e me deu de cara com Ian, quase tive um treco. Ele era lindo. Simples assim. Mas esqueci disso e fui até ele pedir o brinquedo de volta. “Claro” ele disse. Nossa essa foi fácil. “Mas uma condição. Eu quero um beijo. Beijo de adulto.”

Não sei o que deu em mim, mas eu bati na cara dele com toda minha força, peguei o brinquedo e saí correndo. Desde então esse menino ridículo não saiu mais da minha vida, e cá estamos nós. Noivos.

–Amy? No que está pensando.

–Em nada. Só lembrando dá primeira vez que eu te vi. Quando eu te dei um tabefe. Aposto que deixou marca. Você era um ratinho de tão fraco na época.

–Ei ei ei, pera aí. Não era bem assim não. Nem deixou marca, se quer saber.

–Eu finjo que acredito, porque você vai ser meu maridinho.

–Mas é verdade! Eu juro que...

–Só come, Ian.

Ele revirou os olhos, sorriu e voltou a comer as batatinhas. Peraí. São minhas batatinhas! Eu olhei pra ele e parece que ele nem percebeu e continuou comendo, na cara de pau. Bati na sua mão quando ia pegar mais uma.

–Ai! Pra que isso?

–Bem feito. Essas batatinhas são minhas!

–Quem menina chata!

Olhei inacreditada para ele só pra ver um sorriso se formar em sua boca.

–Eu não sou chata!

–É sim, e muito. – ele tirou todo o lixo de comida e jogou em um lixinho, sentando em pertinho de mim – Mas eu gosto assim. – e me beijou.

Não sei se é assim pra todo mundo, e eu não tenho muita experiência com isso, mas toda vez que ele me tocava eu sentia uma coisa. Um friozinho no estômago. Mas quando ele me beijava, era mais do que isso. Eu andava nas nuvens.

–Ian já são umas quatro da manhã – disse quando nos separamos – Vamos pra casa, vem. Lembra que a minha surpresa ainda não acabou?

Levantei a sobrancelha e sai andando em direção à rua para pedir um táxi.

Como se fosse mágica, todos os táxis que passavam estavam... Ocupados. Incrível. Às quatro da manhã. Ouvi uma risada atrás de mim e virei, só pra dar de cara com Ian quase caindo no chão de tanto rir.

–O que é tão engraçado, bonitinho?

Ele nem conseguia responder direito sem começar a rir de novo.

–Você.

–Eu?

–É... Por que... Porque você está chamando um táxi? –risadas de vilão de cinema.

–Não entendi.

Ele levantou as chaves e olhou pra mim se segurando para não rir. Droga. A gente veio de carro. Revirei os olhos e fui até o outro lado do restaurante, onde Ian tinha estacionado.

Entrei e fiquei calada, ignorando todas as tentativas de conversa dele. Não que eu estivesse brava de verdade, mas ele merecia por ter ficado rindo de mim. Eu liguei o rádio e Let It Go começou a tocar e eu não consegui resistir. Fui cantando junto.

Quando a musica chegou ao refrão Ian começou a cantar comigo. Aquela com certeza foi a cena mais engraçada que eu já vi na vida. Não consegui segurar meu riso.

Quando chegamos ao hotel, minha barriga estava doendo de tanto rir.

Entramos no hotel de fininho, tentando não acordar ninguém. Levei Ian até minha suíte (que eu dividia com Natalie, mas a louca roubou meu outro hotel) e sentei ele na cama, enquanto trocava de roupa.

Fui até meu closet e peguei uma camisola que estava guardando para um dia especial.

–O que você tá aprontando ai? Eu to ficando curioso. Você vai me matar aqui...

–Calma, menino, pra que a pressa?

Nota Mental: nunca mais usar um vestido desse tamanho. Nunca vi algo tão grande e tão difícil de tirar. Nunca. Mais.

Coloquei a camisola, fui até ao banheiro e passei um perfume, em minha opinião, o melhor perfume do mundo, mas falamos disso depois.

Ajeitei meu cabelo e tirei o sapato. Removi toda a maquiagem da minha cara e fui andando devagarinho até o quarto. Ian estava de costas.

–Que tal?

Ele virou e parecia a pessoa mais feliz do mundo. Eu dei um sorrisinho e fui andando até ele. Quando cheguei perto, ele pegou minha mão e me girou, sem desgrudar os olhos de mim.

–Você está... Maravilhosa.

Ian me beijou e naquele instante tudo era perfeito. Foi m beijo apaixonado, calmo, que foi mudando para um beijo apressado e urgente, enquanto ele tirava a blusa.

Depois de algum tempo, minha camisola já estava do outro lado do quarto e eu desci suas calças. Ele me deitou na cama e olhou para mim, como se pedindo permissão. Eu fiz que sim com a cabeça e ele continuou.

Fez uma trilha de beijos até o meu sutiã e eu apaguei a luz.

***

Acordei na manhã seguinte com Ian me abraçando, e sua respiração na minha nuca. No momento em que abri os olhos, flashbacks da noite passada começaram a vir na minha cabeça, e eu sorri.

Me levantei e fui até o meu closet para trocar de roupa. Tentei fazer tudo no maior silencio para não acordar a bela adormecida deitada na cama. Espera... Isso foi um ronco? Eca.

Quando tirei a camisola e dei de cara com o espelho, meus olhos quase pularam da cara. MEU. DEUS.

Meu corpo inteiro estava coberto de chupões e marcas vermelhas de mãos. O corpo inteiro, eu não estou brincando.

Peguei uma coberta extra e desci as escadas, dando de cara com todas as meninas e... Dan. Droga. E agora?

–Dan... Pode dar uma licencinha? É urgente.

–Porque? O que aconteceu?

–Dan, você me deve uma, lembra? Você e a dona mocinha ali.

Olhei para Natalie e ele não conseguia segurar a risada, e todo mundo ficou com a maior cara de confuso.

–Está bem. Tô subindo.

Ele pegou uma maça e subiu as escadas, mas eu não falei nada até ouvir o som da porta do quarto dele bater.

–Tá bom é o seguinte.

Tirei o edredom e mostrei para as meninas. Eu consegui ver em câmera lenta o queixo de cada uma delas caindo. Sorri um pouco mas então lembrei do meu probleminha.

–É isso, chega. Nunca mais vou conseguir olhar pro meu irmão. Valeu, Amy! – Nat dizia rindo.

–Eu preciso da ajuda de vocês, como podem ver. Eu não tenho uma roupa que cubra isso tudo. Mas vocês podem me ajudar.

–Nada que uma base e corretivo não resolvam. Mas vamos querer detalhes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Clarity" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.