Mantendo O Equilíbrio - Terceira Temporada escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Uma primeira noite (ou primeira tarde?) mto mto amor ♥
Shippers shiparão!
Cortesia do dia: trilha de Civil Twilight.



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Trilha indicada: Civil Twilight – Next To Me

http://www.youtube.com/watch?v=7qHzmSDBsmU


You are my only escape

You are the reason that I wait

On the corner of this empty street

I just can't wait to meet

There's so much a man can do

There's so much a man can say

See, I have done so many things wrong

That you should have through me away


Você é minha única escapatória

Você é a razão de eu esperar

No canto dessa rua vazia

Eu não posso esperar pra conhecer

Há muito que um homem pode a fazer

Há muito que um homem pode dizer

Veja, eu já fiz muitas coisas erradas

Que você deveria ter me afastado


Uma hora estávamos no telhado, logo, nos degraus da escada. Ao fim desta, eu mal vi o céu azulando-se. Anoitecia. A brisa ainda era agradável, mexia de leve na barra do meu vestido, bagunçava de leve meu cabelo solto. Como Vinícius foi o primeiro a descer para me receber, de fato ele me pegou pelos braços. E dali eu soube que ele não mais iria me soltar, se assim eu quisesse. Eu não queria.

Não havia exaspero pelo outro, não havia empatas. Estávamos entregues.

Nossa relação pode não ter longas datas ainda, pode ter sofrido algumas acelerações, e ainda assim eu não sentia que era precipitado. Não, nada disso. Há pessoas nesse mundo que só por uma noite buscam um parceiro sem mesmo conhecer o nome, sem nunca mais vê-los ou querer conhecê-los. E nossa história começou antes mesmo de nós a reconhecermos. Diferente de muitas pessoas ou mesmo de um eu passado, eu tinha a certeza.


I've got this second chance, I'm gonna take it

I've got this song and dance, I'm gonna take it

I've got all that I need

And I can taste it

I've got you next to me

I don't want to waste it


Eu tenho essa segunda chance, eu vou agarrá-la

Eu tenho essa música e essa dança, e eu vou agarrá-las

Eu tenho tudo que precisei

E eu posso provar disso

Eu tenho você ao meu lado

Eu não vou desperdiçar


Da escada, do quintal, foi um pulo para o quarto dele. Mal vi quando passamos pela cozinha, pelo corredor ou pela porta do quarto. Me lembrei a tempo da porta, de passar a chave quando ele me tinha ainda apoiado nela. Não queria algum telespectador futuro nos espiando... porque esse era um momento só nosso. Mal dávamos chance às paredes de nos ver, pois não ligamos luz alguma no interruptor. A questão não era de visão ou olhos, era tato e pele. Sensações. Pulsações.


You are my only embrace

You are the light that lights my face

Any fool would do the same

Oh to follow in your trace

People come and people go

But I know I should have been replaced

I know it


Você é minha única proteção

Você é a luz que brilha no meu rosto

Qualquer idiota coisa faria o mesmo

Oh, pra seguir por ser rastro

Pessoas vem e vão

Mas eu sei que deu deveria ser substituído

Eu sei


Cheguei a rir quando um abajur nos deixou em luz baixa, amarelada, só para nos orientar mesmo eu acho. Achava. Aparentemente ele tinha comprado um para seu novo antigo quarto também. Sussurrou, logo que percebeu meu riso, que ele viveu no escuro por muito tempo e, depois de ter conhecido uma luz em particular, ele não queria viver sem. Nem eu.

Ao deitarmos sobre a maciez de sua cama, breves lembranças surgem como flashbacks entrecortados. Poderiam vir a ser lembranças ruins, mas não. Só me diziam que aquela vez eu o procurei por buscar uma segurança. E ele me ofereceu mais que isso, me deu sua calma, seu corpo, calor, e dúvidas... ah, muitas delas. Quanto mais eu fugia dele, mais ele se fazia mais presente. Agora são as certezas que nos cobrem. Agora ele era meu.


I've got this second chance, I'm gonna take it

I've got this song and dance, I'm gonna take it

I've got all that I need

And I can taste it

I've got you next to me

I don't want to waste it


Eu tenho essa segunda chance, eu vou agarrá-la

Eu tenho essa música e essa dança, e eu vou agarrá-las

Eu tenho tudo que precisei

E eu posso provar disso

Eu tenho você ao meu lado

Eu não vou desperdiçar


Claro que o nervoso me cobre por inteira. Caramba, se não houvesse um colchão para nos aparar, eu não sabia onde as tonturas iriam me levar. Engraçado é que são boas tonturas. Eu o senti hesitante também, ele sentiu minha inexperiência. Eu não sabia bem como proceder, estava seguindo-o conforme os instintos me diziam. Se já esteve com outras mulheres, nem me importo, pois bem ali eu o tinha e me bastava. As outras tinham perdido. Eu era a vitoriosa. É bom ter esse gosto.


I'm gonna take it

All that I can get

I'm gonna take it


Eu vou agarrar

Tudo que eu puder

Eu vou agarrar


A trilha que nos acompanhava era nossas respirações se mesclando e o zumbido longe do ar-condicionado. Não saberia dizer quando ele ligou se foi depois de muito tempo que o percebi ligado. O frio que começou a correr pelo quarto não chegou bem a nós e talvez nem chegasse tão cedo dado o calor corporal que tínhamos.


It's beautiful the way you move, the way you take me back

Here she comes, around the bend, she's coming to take me back


É lindo o modo que você movimenta, o modo que você me leva de volta

Aqui vem ela, cercando, ela está vindo pra me levar de volta


A primeira vez que estive nesse lugar, nesse quarto, nessa cama, foi negando tudo o que sentia. Quando saí, estava entre o martírio e a boba sensação de algo ilegal. Quando digo ilegal, é de algo bom. Só porque agora não era ilegal não quer dizer que seja ruim, é melhor ainda. Agora sim estava plena, “textualizando” todos aqueles não ditos. Tratava-se de texturas mesmo.


Oh I've got this second chance, I'm going to take it

I've got this song and dance, I'm going to take it

I've got all that I need

I can taste it

I've got you next to me

I don't want to waste it

You are my only escape

You are the reason that I wait


Oh, eu tenho essa segunda chance, eu vou agarrá-la

Eu tenho essa música e essa dança, e eu vou agarrá-las

Eu tenho tudo que precisei

Eu posso provar disso

Eu tenho você ao meu lado

Eu não vou desperdiçar


Você é minha única escapatória

Você é a razão de eu esperar


Quando as peças foram aos poucos se esvaindo de nossos corpos, se tornava mais concreto. Não era nada como a primeira vez, apesar de ser uma “primeira vez”. Se eu tive alguma dúvida, ele já a sanou. Os nossos descompassos estavam ali era para provar. Queria tanto quanto ele. Porém, antes que fôssemos longe demais, ele quis que eu determinasse essa ida sem volta. Estava tão rente que sua respiração era quase minha, apesar de bater no meu pescoço. As leves cócegas que fazia seu nariz em minha mandíbula eram somente pra enfatizar a pequena pausa:

– Tem... certeza?

– Mais do que eu pensei que teria.


~;~


Como sentir frio no calor e calor no frio? Eu sentia.

Grogue eu tento abrir melhor os olhos e me remexer na cama. Aí que me toco do ar-condicionado ligado e... bem, de Vinícius. Tá explicado o frio e o calor. A iluminação do quarto se dá pelo abajur deixando todo o espaço meio amarelado de uma luz baixa, bem gostosa para dormir. Era o clima perfeito. Não é a toa que dormimos mesmo... mas foi depois de muita coisa. Pela segunda vez rio ao olhar o abajur, ali em cima da cômoda ao lado da cama. Mais flashbacks tomam minha cabeça e não são da noite dos trovões. Aí sim que meu sorriso discreto aumenta pela minha face, eu sinto.

Viro para o lado e sinto em mais potência a respiração regular e serena dele, pois, ao me mexer de leve, sua cabeça deitada no vão do meu pescoço, foi mais de encontro a mim. Por instinto talvez, o braço dele em volta de minha cintura me aperta a ele, como se dissesse que dali eu não sairia tão cedo. Será que ele sabe que faz isso? Sempre achei esses instintos inconscientes dele uma graça.

Agora é mais que uma graça, pois eu o amava. Amo.

Disse ele que me ama, declarou logo após a minha passagem para dar continuidade, da certeza que lhe afirmei. Essa foi uma daquelas coisas que passam por nossos ouvidos e por lá ficam, rodando e rodando. “Eu amo você” feito de inflexões, de sonoridade, de ritmo e concretude, que deslizou de sua boca para a minha em um ato apaixonado. Mesmo que o tenha ainda badalando nos tímpanos de leve, eu queria ouvir mais e mais vezes. Espero por ouvir, porque eu sei que irei e quero sentir o mesmo como a primeira vez dita. Deve ele intentar pelo mesmo, pois depois dessa eu não me dei chance de responder, porque eu queria era falar de outra forma. E acordando agora, acho que consegui. Ele me fez necessitada de ações, não de palavras.

Sinto que estou embalada, sem saber de real se estou acordada. O lençol que nos cobria também abafava nosso calor corporal, só não chegava a meus pés, pois os sentia geladinhos daquele ar-condicionado. Apesar de ter identificado tudo isso com meus sentidos, um sono me pegava enquanto eu lutava pra permanecer acordada. Como aquelas pessoas que ficam enrolando pra levantar, eu abria os olhos por uns minutos e sentia ser levada pra outro mundo de novo, de tão relaxada que estava por mornar na cama. Quando consigo sair desse estado mais pra lá do que pra cá, mexo-me mais. Passo a mão nos olhos e tento me esticar para pegar o celular dele que vejo na cômoda ao meu lado da cama, pra pelo menos ter noção de tempo, porque o “oncontô”, o “concotô” e o “quemcosô” eu já sabia.

Era pouco mais de 20h.

Deixo o celular no mesmo lugar e volto à antiga posição, inspirando preguiça e coragem. Uma pontinha de fome tentava me despertar mais para levantar. Ao conseguir me afastar minimamente dele e conseguir olhar seu rosto tranquilo, desejo não o acordar. Sabia que estava cansado, do dia e da “noite”, afinal, não dormira muito na última vez que bateu na cama. Teve que trabalhar cedo e só agora pode voltar ao acalanto de seu sono. Faço carinho em sua face e ele parece sorrir. Mexe a cabeça querendo se afundar mais em alguém... e por não me encontrar tão próxima, fuça com o nariz pelo travesseiro até me achar.

Acho que ele gosta de repetir discursos. Sua voz calma cobre nosso cantinho, ditando seu estado grogue de acordar naquele momento, mas ainda assim carregado de posse. Nem abrir os olhos ele abre, o que é mais engraçado.

– Você não vai tentar fugir, vai?

Ao perceber que eu só consegui rir, ele continua o discurso. O mesmo que fez uma semana atrás quando não me largava para sair da sala de aula do salão. Inevitável foi minha mão migrar para seus fios, mais bagunçados que outra coisa. Arte minha.

– Porque você sabe que eu não deixo, né?

Aperta-me pela cintura, arte dele. Lá estava seu sorriso, numa mescla de brincadeira e seriedade. Era bem capaz de ele não me deixar sair daqui. Aí sim viraria sequestrador. Não que eu já não o achasse um criminoso – meu criminoso – mas, por mais que quisesse ficar nesse frio e quentinho, não mais queria dormir. E a fome começava a se fazer presente.

– E se...?

– Nem “e se...”.

– Nem se um cometa caísse no meio de sua rua?

– Eu não seria curioso.

– Nem se o M.I.B. aparecesse procurando... coisas estranhas?

– Contanto que não invadissem o quarto... podem revistar a casa.

– Nem se... um transloucado batesse com o carro dando de encontro com a sala?

Ele inspira fundo e desata uma “explicação científica”:

– A física não ia deixar. Um carro não conseguiria força o bastante, nem velocidade para entrar nessa rua e bater logo aqui. E pra atravessar a parede, teria que ser um caminhão, o que torna mais inviável ainda, porque se um carro não consegue velocidade aqui, imagina um caminhão. Mesmo que esse cara conseguisse passar por esses obstáculos da física, até esse bendito caminhão chegar à sala... eu podia ligar pra polícia daqui e só puxar mais o lençol pra voltar a dormir.

Depois dessa eu não sei se realmente ele acordara ainda agora, porque é muita lógica pra uma pessoa meio “lá e cá”. Pela metade eu até parei de mexer no seu cabelo, não acreditando que ele estava dizendo uma coisa daquelas. O mais impressionante foi o final, de ele se virar pra dormir. Inacreditável a cara-de-pau dele. Quer dizer, a expressão cara-de-pau, presunçosa, ainda de olhos fechados, tendo tudo sobre controle. Contenho-me para não rir tão descarada. Tento uma última vez, pra ver que loucura mais ele pode comentar. Queria abalar seu forte, e pra isso busco por uma voz suave e terna, para fazer mais chantagem emocional:

– E se a pessoa aqui estivesse com fome?

– Hum. Essa eu não tinha pensado.

Querendo dizer que ele tinha pensado bem nas outras?

Bom, pelo menos agora ele abriu os olhos.


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Notas finais do capítulo

Então? *-*



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