Mantendo O Equilíbrio - Terceira Temporada escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 1
Terceira Temporada - Notas de abertura e Prévia


Notas iniciais do capítulo

Olá, querido(a) leitor(a), bem-vindo(a) à terceira temporada!

Esse post é apenas um anúncio dos capítulos que se seguirão a partir daqui. Não se enganem, esse conto é uma loooooooooooong-fic, então capítulos novos sempre estarão aí, postados em combos.

Entendo que muita gente dispensa long-fics e entendo seus motivos, ainda mais sendo uma original (a maioria das pessoas seguem em frente quando a história é parte de um fandom/fanfic). Mas se estás aqui, quer dizer que essa trama também te conquistou e algo nela bateu certo em você. Pode ficar tranquilo(a) que esta fic NÃO será abandonada. Sei disso por estar me encaminhando para o final e quero deixar de ser um tantinho egoísta de guardá-la só para mim. Mas faço mistério sobre o que se trata de temporadas e capítulos. Deixemos apenas que a fic siga seu curso natural haha.

Leitores-fantasmas, sintam-se à vontade para ler. Se puderem/quiserem deixar algum coment, estejam mais à vontade ainda :) Como eu disse, ainda tem uuuuuuuuuns capítulos pra postar e espero que gostem.

A sinopse já está disponível na página da fic, então deixo vocês com essa imagem ~bem amadora~ e os núcleos maiores da terceira temporada:

(se a imagem não aparecer, eis o link: http://i1286.photobucket.com/albums/a619/alexisklets/mantendooeqseason3_zpsff35cfaa.jpg)



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- Eu num sei se é uma boa eu ir...

Respiro o perfume masculino que vem acompanhado de um passar de braços pela minha cintura. Com o queixo apoiado no meu ombro, Vinícius sussurra tentando me reanimar:

- Vamos, o meu avô está doido pra te conhecer.

- Ele já me viu na delegacia, já nos conhecemos.

- Desde quando se encontrar numa delegacia conta?

Ele ri ante meu pescoço, dá pra sentir sua respiração batendo. Leva meu comentário de boa, sem ressentimentos. Estávamos bem quanto a isso, apesar de não ter terminado de fato a conversa. O que estaria pensando agora em fazer? Quer dizer, em relação a Filipe ou mesmo sua mãe?

- Nós conversamos também, lembra que eu pedi aquilo de seu pa... tio?

- Mi, quero que vocês se conheçam em outras circunstâncias... é importante.

Eu sei, e só por saber dessa importância, que meu coração pula, minhas mãos soam, o nervoso começa. Ele se aconchegando mais não sei se ajuda ou se me deixa mais pulsante. A cozinha parece abafada. Termino rápido de enxugar as xícaras que usamos no café-da-manhã, deixando-as secas na bancada de mármore da pia da cozinha. Digo rápido por não ser seguro ter alguma alteração nervosa tendo peças de vidro em mãos. Já me bastava o Murilo quebrado.

- É importante que eu fique também... eu não sei se ele está muito bem.

Bem bem, meu irmão está, um pouco melhor. Foi só um susto. E que susto tremendo ele me deu! Só não bati nele pra não sentir mais dor... isso se ele sentisse alguma dor depois dos analgésicos que o deixou mais pra lá do que pra cá.

Aline não soube me explicar de fim como tudo se sucedeu, estava nervosa por demais para qualquer explicação. Ela estava tão perdida quanto eu, apesar de ela ter estado lá na festa, pois quando foi ver, meu irmão já estava machucado. Pelo que eu entendi, houve uma briga entre ele e um cara do evento cultural da empresa. Motivos? Vai saber! Com Murilo pode ser qualquer coisa... O fato é que dessa briga, eles quebraram uma mesa de comes e bebes. Nessa “brincadeira”, o tal cara pisou em falso e caiu para trás, na escada, rolando um pouco pelos degraus e quase levou meu irmão junto. Mas Murilo também não se livrou do desastre, foi se levantar no meio daquela meleca toda e deslizou, batendo meio de lado, meio de costas, a região do braço e ombro no parapeito próximo de si.

A sorte grande é que tinha um atendimento médico lá perto da festa. Aline quando encontrou meu irmão, já no chão machucado, controlou o pânico e susto da situação e conseguiu erguê-lo com a ajuda de outros presentes para levá-lo de lá, da mesma forma que alguns outros estavam cuidando do outro cidadão. Aline ficou tão na alerta que fazia tudo para ajudar, mas na hora de ouvir a resposta do médico ela não conseguiu acompanhar. Quando me ligou não sabia se ele tinha quebrado o braço ou só torcido. Murilo ainda não tinha sido liberado.

Não quebrou o braço, mas também não só o torceu. Quer dizer, não foi uma torçãozinha qualquer, foi uma distensão muscular, algo mais violento e doloroso. Por causa disso deram a ele remédio para dor... e aí, já foi outro problema, porque, mesmo ele não estando bêbado ou muito alterado pela bebida que havia tomado na festa, o remédio demorou a se infiltrar no seu organismo, e com isso houve um pequeno aumento de dosagem. Algo que o estragou praticamente, deixando-o meio apagado. Por isso ele não podia dirigir e Aline estava lhe fazendo esse favor.

- Aquilo não foi nada... ele só tá meio desligado por causa dos remédios para dor. Vamos.

É, ele usou aquela inflexão dele, sussurrada no pé do meu ouvido. Bateu forte no meu coração, de verdade. No entanto, dessa vez não foi o bastante esse arrepiozinho... porque meio desligado meu irmão não estava... Meio? Murilo, se deixasse, dormiria quase 12h! Quando às vezes acordava, parecia que era sonâmbulo ou zumbi ou ficava num estado de drogado tamanha era a sonolência dele. Acho que ele nem sabia mais o que era realidade ou sonho (bom que não soubesse mesmo, pois quase me pegou no maior flagra... que é outra conversa).

Relaxante muscular é um negócio perigoso... pelo menos se você não está acostumado à combinação de substâncias que esse troço tem. Acho que não está sentindo dor... porque ele não reclama, ou mesmo teve chance de reclamar já que passou as últimas horas dormindo. Isso porque dizem que essas medicações têm cafeína, que poderia ter um caso inverso ao sono, mas, hello?, eu não sou enfermeira ou farmacêutica pra entender disso. Aline também não, apesar de ela creditar esse efeito à mistura do remédio com o álcool de algumas cervejas que ele havia tomado. Reações de sono, enjoo e tonturas poderiam ser desse encontro de substâncias...

De qualquer forma, eu virei a enfermeira dele de novo... quer dizer, todos acabaram tendo seu momento enfermeiro. Ao passar o endereço de minha casa à Aline, meus amigos esqueceram de seus problemas e se preocuparam em me ajudar. Até Gui veio no carro comigo (ele não estava de carro), deixando Dani com Bruno. Claro que não deixei Bruno dirigir, mesmo no meio dessa confusão para sair. Ele chamou um táxi na avenida e teve que deixar o seu carro na casa de Natália... (não haveria problema algum, ela nos disse). Se ofereceu também para ajudar, mas eu não seria tão inconveniente assim de tirar a aniversariante de sua festa. Meus dois amigos acabaram por ficar “sóbrios” diante da minha aflição.

Minha sorte é que a avenida estava limpa, dada ao horário, era quase 11 da noite e a pista estava bem vazia. Não sou muito adepta de correr, no entanto, Vini acatou meu pedido mudo quando o olhei antes de entrar no carro. Minha expressão devia não estar das melhores ou ele sentia o mesmo, afinal, tinha Murilo como seu irmão também. Aquela peste tinha desenvolvido uma grande amizade com meu namorado, coisa que por algumas vezes era chato, mas por outras era ótimo.

Todo o longo chão até em casa, de não sei quanto tempo custou, foi só um borrão que eu via sem desviar o olhar baixo de lá. Segurava as lágrimas que teimavam em encher meus olhos, a preocupação queimando em mim. Mesmo sabendo que ele já tinha sido atendido, já estava medicado e estava a caminho de casa também, eu não sossegaria até vê-lo.

E em pensar que no outro dia quem estava assim era ele, em relação a mim, me quebrou mais um pouco. Ele que ficou preso no engarrafamento, que se desesperou sozinho e deve ter sofrido horrores pensando em tudo que é coisa ruim que poderia ter acontecido comigo. Ás vezes eu não meço consequências mesmo de meus atos ou penso no que vou causar aos outros. Olhando por esse lado, eu fui injusta de infligir tamanho sofrimento a uma pessoa que amo muito. Minha impulsão pode ser justificável pelo que foi a situação naquele momento, mas considerar só isso é viver apenas num mundinho de minhas reações, não pensar no outro próximo. Não só meu irmão, mas meu namorado também. Eles não tiveram acesso à conversa que tive com Filipe, então para eles tudo era perigo, tudo era suspeito.

Eu havia feito uma promessa a mim mesma há muito tempo de não mais fazer isso com quem eu amava, apesar de meus créditos estarem em baixa. Naquele ano tudo foi uma confusão e foi tudo manipulado por uma mente maldita, que atrapalhou vários de meus relacionamentos, de amizades, de amor e até o lado fraternal. Uma mente que se dizia minha amiga e companheira colocou todos contra mim apenas para roubar aquele de quem eu gostava na época, abusando das pessoas próximas a mim só para me destruir. Denise é o nome da vaca que quase me acabou, uma prima que quase viveu na minha casa e aproveitou-se da boa índole que oferecemos a ela.

Foi essa coisa que me trouxe a época mais sombria e que mais insisto em esquecer. Todos carregam seus traumas, e eu quero mais é deixá-lo para trás, pisá-lo até que fique no mais profundo esquecimento. Não por me sentir mal de pensar nisso, mas por me ver livre do que foi essa bagunça, eu superei, afinal. Encontrei a verdade no final das contas.

Só que... quando a verdade veio a tona, a “bendita” já havia me separado de Eric, de Murilo e outros mais da minha escola. Como sempre, eu saí como a errada e não mais me preocupei em provar minha inocência. Quanto mais eu tentava remexer no caso, mais coisas ruins eu encontrava e isso tudo não estava mais valendo a pena. Era um desgaste a toa, um trabalho que não adiantava, por isso larguei de mão e fui me reconstruir, perdoar quem precisava ser perdoado. Verdade que por muito eu senti ódio e dele me remoí tanto até ver que aquilo não era pra mim, eu devia era seguir em frente. Eu não devia aceitar que me derrubassem assim. Talvez por causa disso eu tenha essa necessidade em provar as coisas para as pessoas ou esconder delas o que não entendem.

Se eu consegui recuperar algo de concreto foi meu irmão mesmo. A saída da cidade para cuidar de minha avó logo que acabei o ensino médio foi meio o que nos fez nos unir mais, porque família é família, na hora do aperto a gente esquece as intrigas. Minha avó mais uma vez foi minha guia. Se não fosse por esses momentos que passei ao lado dela, mesmo no perrengue e na preocupação, e se não fosse pelos seus conselhos e compreensão... não sei o que eu estaria sendo hoje, que “eu” eu teria desenvolvido. Não foi difícil só com meu irmão, mas com outros familiares também, como meus tios, pais de Denise, que não davam muito confiança para a filha e exigiam de mim algum exemplo. E eu lá queria ser exemplo para outra pessoa? Eu queria ser só eu e pronto, ninguém tinha que se meter nisso. Mas adiantava dizer?

Quando chegamos à porta de casa, Aline já tinha estacionado o carro de Murilo por lá e tentava o reanimar para tirá-lo do veículo. Por todo o caminho ela disse que tentou o manter acordado, porém, aquela dosagem meio exagerada o deixara bem molenga. Foi aí que os homens entraram em ação, Vinícius e Bruno que praticamente o carregaram até o quarto dele, Murilo meio acordado, trôpego e de tipoia segurando o braço enfaixado para evitar movimentos bruscos. Gui seguiu-os para qualquer força a mais que precisassem.

Antes meu irmão só estivesse bêbado, o que seria uma estranha visão para se rir, quem sabe. Enquanto isso Aline descrevia o pouco que sabia e me passou o remédio que o posto havia cedido, uns poucos analgésicos em pílulas para dor.

Para findar a noite Vinícius se ofereceu para deixar toda aquela turma em suas devidas casas, apesar da insistência de uns e outros de pegarem um táxi, deixou então que sua persuasão fluísse e todos acabaram por ceder. Ele uma vez já precisou de amigos que lhe apoiasse e acho que escolheu essa hora para retribuir, senti isso quando apertou a mão de Bruno agradecendo a preocupação.

Enquanto Vini deixava meus amigos em casa, fiquei cuidando do meu irmão. Pensei em dormir na cama dele, mas sabendo que eu me mexia muito, não queria que ele sentisse muitos movimentos do móvel, já que o melhor a se fazer era mantê-lo numa mesma posição. Vai que eu meio que batesse nele sem querer enquanto me remexia no sono? Eu estaria inconsciente dos meus atos. Achei melhor voltar para minha cama, meu quarto.

Troquei de roupa, tirei a maquiagem e me preparei para deitar. Dado um tempo, Vini apareceu. Confesso que estava precisando dele para ter uma paz de espírito, só que ele estava querendo oferecer um pouco mais que isso... já estava por cima de mim quando ouvimos um barulho de porta vindo do corredor.

- Eu num sei... tem algo estranho. Parece que tem algo faltando... ele está muito calado. Quando você já viu Murilo calado? Não é o remédio. Não, eu tenho que ficar e ver se consigo arrancar dele algo.

Não ir a esse almoço não era bem uma resistência por nervosismo do próximo passo que significaria no nosso relacionamento – a afirmação perante sua família –, mas por sentir que algo estava errado com Murilo. Ele tinha acordado pelas 10 da manhã e, enquanto eu lhe ajudei a comer o café-da-manhã, ele deixou muito de suas respostas vagas quanto às perguntas do que realmente tinha acontecido na noite passada. Ele poderia estar enjoado como fosse, sonolento a ponto de se afogar numa sopa, dolorido a cada movimento por causa da briga e até tonto de se levantar, mas uma coisa era marca dele: reclamar. E ele não estava resmungando. Nada.

Na-di-ca.

Isso certamente pode ser considerado estranho, muito estranho.

- É capaz de ele dizer coisa com coisa... deixe ele descansar mais, se for o caso. Dá um espaço a ele e vem comigo... lembre-se, intimação é intimação.

Ok, meu namorado ou perdeu a noção do perigo ou estava se aproveitando do estado do meu irmão para me deixar à mercê dele e dos arrepios que sempre causa em mim. Agora sim ele conseguiu me distrair, porque lembrar o que ocorreu na madrugada passada foi digno de risada. Entrou para a história daqueles casos de que na hora é um susto/surpresa para depois se rir. Também né, é algo difícil de se esquecer quando seu namorado pula de sua cama para debaixo dela assim que seu irmão zumbi-que-não-sabe-em-que-realidade-está aparece do nada perguntando sobre “o pessoal”. Só vi o borrão de meu namorado voar para o chão quando Murilo abriu a porta.

“Que pessoal?” perguntei eu tentando puxar o lençol e disfarçar a minha respiração arfante deixada pela...”atividade” de Vini. Até inconsciente meu irmão conseguia ser empata, incrível! Ele achou que eu tinha transferido a festa para nossa casa, porque tinha em vaga lembrança a imagem dos meus amigos, então tive que explicar o porquê de todos terem se deslocado. Quando perguntou de Vinícius, onde ele estava, respondi que achava que ainda não tinha voltado, por ter ido deixar todos os meus amigos em casa.

Ele não pareceu se importar, só questionou porque eu tinha o deixado sozinho na cama, imaginava ele que eu estaria lá. Expliquei então que era por causa da imobilização dele, que eu não queria prejudicá-lo por me mexer. Ele não ligou, insistiu que eu ficasse com ele... dengoso como só ele consegue ser quando está dodói. Ah se Aline soubesse... Revirei os olhos e disse para me esperar que eu já ia para lá. Trôpego, fechou a porta do meu quarto e esperei uns dois minutos para poder levantar.

Vinícius? Também estava de muxoxo! Dois fazendo bico pra mim na mesma noite? Rum, eu devia era ter deixado cada um no seu canto, pra não acostumarem... Acabei foi abrindo uma exceçãozinha... para os dois, pra não dizer que eu tinha preferências. Digamos que Vini... hã... aproveitou bem seus 10 minutos.

Suspiro com um doce sorriso nos lábios.

- Isso é um sim?

- Sim. Só vou deixar o almoço dele no ponto e vou me vestir.

- E eu confirmo com meu avô e logo volto para te ajudar.

[...]

(Capítulo completo a seguir)


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Notas finais do capítulo

Reviews sempre são bem-vindos e, apesar da fic estar praticamente com todos os capítulos, eles impulsionam a escrita de qualquer pessoa. Perguntas, curiosidades, comentários ademais, o que seja, sintam-se à vontade.

Abs,

Alexis Kane.


Preparados(as)?



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