Violentada escrita por C W Elliot


Capítulo 7
Eu acredito em você


Notas iniciais do capítulo

Amigos. As mais belas criaturas já inventadas por quem quer que seja que inventou os amigos. Eles sim, são um conforto. Eles sim, nos entendem. Eles sim, sabem dizer: Eu acredito em você.



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A rua está fria e solitária, como eu. No alto do que imagino ser o céu, está algo que imagino ser a lua, ela está linda hoje.
Não sei se pular a janela do 4º andar e descer escalando as janelas abertas dos vizinhos foi uma boa ideia, mas eu tinha que tentar. Meus olhos ainda estão marejados de ter chorado quase a noite inteira. Como ela não acreditou em mim? Minha própria mãe. Confia mais no dragão do que na princesa. Como ela pode? Eu, eu não estava mentido. Aquilo não eram fantasias. Aquilo era real. Ele invadia meu corpo toda noite. Ele passava aquelas mão nojentas e pegajosas no meu corpo. O dragão segurava a princesa. Eu não acredito que ela não acreditou, mas tem alguém que eu sei que não vai me decepcionar, eu sei que essa pessoa vai acreditar em mim, ela sempre acreditou. E ela também é esperta, ela vai me ajudar a escapar da torre.


***

– Espera mãe, toda vez é isso, não quero passar esse negócio no meu cabelo, parece que foi lambido por uma vaca, odeio essa chapinha, me deixe com meus cachos
– Eu desisto, faça o que você quiser, então, Nanda, só estava tentando ajudar, e você vai pra festa assim? Com esse cabelo à là Maria Bethania?
– Eu nem quero ir pra merda dessa festa, você sabe que eu odeio a senhorita-Barbára-Prima-Eu-comprei-isso-prima-eu-comprei-aquilo, ela é uma chata e uma pé no saco
– Fernanda Fabiana Ferreira Fausto, pare de falar de sua prima assim, que palavreado é esse?
– Tá bom, pare de falar isso, você sabe que eu odeio esse nome. Por que raios você colocou tanto F no meu nome. Parece que pegou o dicionário de nomes e colocou todos com a letra F. Com licença, madame, que eu vou atender a porta, tem alguém batendo, quem será?
– Ahn... Oi... Sophia... o que faz por aqui? Quanto tempo...
– Oi... Nanda... então... podemos conversar?

***

– Mãe, é a Pia, nós vamos lá pro quarto.
– Eu já disse pra você chamar os outros pelo nome, mal-educada, Oi, Sophia, tudo bem? Ah, ok. Só não demore muito, sabe que temos a festa.
Nanda revirou os olhos e me empurrou escada acima.
Nanda é uma das poucas amigas que tenho, na verdade, a única. Éramos muito unidas quando estávamos no 5º ano, mas depois ela mudou de escola, foi para uma escola particular do outro lado de Town, a Private School of Town (dá pra acreditar nesse nome?). Mesmo assim, não nos distanciamos muito, continuamos sempre amigas.
Me sentei na cama dela, nem esperei ela me perguntar algo, ou então se sentar, e já logo soltei a história toda, eu precisava disso. Eu via a expressão dela mudar, espanto, nervosismo, medo, tristeza, compreensão, ajuda. Nunca repulsa, eu a agradeci mentalmente por isso. Quando terminei, olhei para ela, e ela me disse:
– Pia... eu não sei o que dizer... você realmente precisa sair daquela casa.
– Você... você... acredita em mim? - Perguntei, atônita.
– É claro que sim, Pia. Eu acredito em você. Agora vamos arrumar um plano para você ir embora daquele lugar - ela me disse, com firmeza.
Amigos. As mais belas criaturas já inventadas por quem quer que seja que inventou os amigos. Eles sim, são um conforto. Eles sim, nos entendem. Eles sim, sabem dizer: Eu acredito em você.


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Notas finais do capítulo

Aguarde....



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