E Se...? (Cam & Gabbe) escrita por Dê Tribbiani


Capítulo 9
One More Shot?


Notas iniciais do capítulo

Desculpa as graaaandes pausas entre postar, minha vida tá um caos e os reviews ajudam pra caramba viu meus leitores fantasmas? beijinhos e obrigada pra todos que continuam comentando :* E, enfim, quem tá acompanhando :3



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P. O. V. Cam

O dia estava mais nublado do que o comum enquanto entrávamos no chalé de Roland no Sul da Filadélfia. As paredes de madeira escura ostentavam o teto triangular sobre nossas cabeças e os lustres balançavam de um lado para o outro produzindo um leve tilintar enquanto as pedrinhas brilhantes se chocavam.

–Cam! O que o traz aqui, cara? –Ouvimos a voz rouca a poucos metros.

Roland cortara os longos cabelos negros próximos a cabeça e os olhos marrons pareciam maiores do que nunca. Seu rosto se franzia em uma expressão animada enquanto ele me estendia uma mão e encarava Sam.

–Quem é o cara? Não o vi nas últimas reuniões... Ah. É o anjo daquela sua missão besta?

–Não. –O interrompi. –Este é Sam e, sim, é um anjo. Mas um traidor. –Dei de ombros. –Ele não sabe de porcaria alguma. E também não consegue voar. –Revirei os olhos me jogando em uma cadeira revestida de veludo.

–Ah. –Roland falou e se virou- Seja bem-vindo então, Sam. Querem alguma coisa? Bolo, bolachas, batatinhas?

–Tem Pringles? –Sam perguntou, animado.

Roland sorriu largamente.

–O que seria de uma casa sem Pringles?

–Tá, crianças, temos um problema sério para resolver. Eu não encontrei um anjo. –Disse rápido, antes que pudesse perder a coragem.

–Você o que? –Roland sibilou. –Mas só temos dois dias até lá...

–Eu sei! Mas eu estava perdendo muito tempo com um anjo fiel ao Trono. –Revirei os olhos olhando para as próprias mãos.

–Uma tal de Gabbe. –Sam murmurou, entediado.

–Ah, agora você sabe falar o nome certo, seu filho da mãe? –Praguejei erguendo a cabeça.

–Gabbe? Você tentou a Gabbe? Cam, você tem merda na cabeça ou o quê? –Ele ergueu as sobrancelhas grossas enquanto sumia na porta para a cozinha.

–Foi a que o chefe escolheu! –Gritei.

–Mas você conhece a Gabbe! Temos anos de amizade. Ela não merecia que você a usasse! Como tentou convencê-la?

Suspirei sentindo as palavras de Roland como um peso caindo em minhas costas.

–Eu... –Cocei a borda do nariz.

–Ele tentou seduzi-la. –Sam me interrompeu, divertido.

–Ele o quê? Não acredito nisso. –Roland rugiu da cozinha.

–Porra, Roland, acredita! Só porque você tem uma quedinha pelo anjo...

Não consegui terminar a frase. A mão de Roland se acomodou na gola de minha blusa e a puxou para cima com força e eu ouvi o rasgão do tecido. Meus pés não tocavam mais o chão e eu chiava com a dificuldade para respirar.

–Nunca mais fale isso, Cameron Briel. Nunca mais. –Ele murmurou antes de me largar e apontar para a porta. –Saia agora.

–Mas...

–Agora, Cam!

Sam saltitou até a porta tremendo e eu o segui.

–Você vai se arrepender. Faltam dois dias. Se eu afundar, você vai junto. Eu juro. –Murmurei apontando para o nariz de Roland enquanto andava para fora do chalé.

P. O. V. Gabbe

Tomei mais um gole da bebida verde sentindo o líquido viscoso descer por minha garganta como uma faca.

–Você tá bem? Está roxa, Barbie. –Phoebe sorriu.

–Faz anos que você não me chama de Barbie. –Reviro os olhos enquanto tentou equilibrar a taça na mão de modo tão sedutor quanto minha irmã. Os homens que estão apostando ao nosso redor nos chamavam para sair de cinco em cinco minutos. Provavelmente, estavam tão bêbados que esqueciam rapidamente o que tinham falado. –Eu... Eu vou indo então.

–Mas nem... Nem fiquei tempo o suficiente com você. –Phoebe reclamou fazendo um biquinho infantil que fez com que todos os homens não parassem de a encarar.

–Eu tenho coisas para arrumar. –Menti tirando o cabelos de cima de meus olhos. Sacudi a blusa deixando o ar entrar. O cassino era muito abafado e eu sentia as paredes se curvarem sobre mim enquanto o suor molhava minha testa e pescoço.

–Eu vou com você. –Phoebe equilibrou a bolsa no ombro.

–Não. Eu tenho que ficar sozinha. –Decidi engolindo em seco. A expressão de Phoebe se contorceu em agonia. –Logo, logo nos vemos, eu te prometo.

Phoebe deu de ombros fingindo indiferença, mas em seguida pulou sobre meus ombros os agarrando. Despedimos-nos sem dizer “adeus”, pois era demais para nós duas.

Comecei a procurar em minha bolsa alguma presilha ou elástico para amarrar o cabelo e meus dedos esbarraram no aparelho fino e gelado. Puxei-o cuidadosamente com dois dedos. O celular parecia uma grande tentação. Eu sabia que, se o desbloqueasse, meus dedos deslizariam a tela automaticamente até chegar em contatos e, por fim, achar o número de Cam. Mesmo assim, o fiz. Achei o nome “Demônio” no celular e disquei, impaciente e com dificuldade devido ao suor que molhava as palmas de minhas mãos. Cam atendeu no segundo toque.

–Gabbe?

Suspirei e permaneci em silêncio sentindo o bolo em minha garganta aumentar.

–Certo. Eu quero que você saiba que... Eu fui um canalha. Eu te usei e você merece alguém melhor. Eu só... Eu só queria que eu tivesse aparecido aquele dia na praia sem qualquer intenção de te enganar. Que nós... Tivéssemos nos beijado apenas porque nos amávamos. –Senti as lágrimas mornas escorrendo pelas bochechas e solucei.

–Você disse “amávamos"? -Murmurei.

–Queria que tudo isso tivesse acontecido. –Quando ele o disse, percebi que não havia realmente murmurado qualquer coisa. Havia o feito apenas na minha cabeça, na verdade, estava imóvel e incapaz de soltar algo mais do que lufadas de ar. -Mas não aconteceu. –Continuou. - E eu sei que eu te machuquei e me sinto horrível por isso. Mais do que achei que fosse possível para um demônio. Porque eu realmente sinto algo por você.

–Você é um otário. –Gaguejei tremendo.

Cam fez uma pausa e ouvi seu riso discreto.

–Um filho da puta. –Cam disse e eu pude sentir seu sorriso por trás da fala.

–Um bobão. –Enxuguei as lágrimas com a manga da blusa rindo contra minha vontade.

–Um grande pedaço de porra. –Ele disse.

Ri baixo sentindo o aparelho escorregar um pouco em minha mão.

–Eu também queria. Sabe, que tudo aquilo tivesse acontecido. –Suspirei coçando a borda do nariz.

Cam também suspirou.

–Eu... Sempre vou estar aqui pra você, Gabbe. Confia em mim, por favor.


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Notas finais do capítulo

Eu achei um cap cute-cute mas sei lá o que vocês vão achar e isso me deixa tão, tão nervosa rsrsrsrs Então, o Cam ainda merece a Gabbe, ou não? Ah, não esqueçam de comentar o "gostei", "não gostei" "bosta de unicórnio" ou simplesmente "bosta", mesmo que isso vá quebrar meu coração, então não comentem "bosta" kkkk beijinhos ♥