I Have Trouble escrita por Master


Capítulo 9
Lírio


Notas iniciais do capítulo

Voltei amores.

Gostaria primeiramente de agradecer a linda recomendação da Anne Potter, obrigada sua linda, me emocionei lendo.
Gostaria de agradecer todos os reviews.

Aqui estou com um novo capítulo, espero que gostem.



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Eu não soube como eu havia conseguido dormir e muito menos como eu havia chego ao dormitório da Sonserina, eu não conseguia pensar em mais nada. Quando cheguei tarde ontem à noite, Annie me fez muitas perguntas e eu só lembro-me de ter respondido coisas sem nexo como “Uhum, ta, é, coxinha”.

Merlin não havia tido piedade de mim, como supliquei noite passada, muito pelo contrário, só piorou meu estado mental, porque pela primeira vez na vida eu estava escolhendo o que vestir.

Normalmente eu usava só o uniforme obrigatório, mas agora eu estava entre uma minissaia da Annie ou minha bela calça jeans que eu nunca usava.

Obviamente, escolhi a calça jeans. E Annie assentia orgulhosa da minha escolha de eu ser mais eu mesma do que ser ela, que era bem... Digamos sedutora, para não usar algum outro termo pejorativo.

Por mais que eu fosse uma adolescente apaixonada, eu não queria ver Scorpius e muito menos encontra-lo. Eu estava assustada, com medo de ter criado uma expectativa unilateral e eu tinha a sorte de sempre quebrar a cara.

Resumidamente, eu estava arrumada e quando percebi, já eram oito horas, o que significava que estava semiatrasada, então coloquei a capa de inverno e corri para fora.

~~~~

Assim que cheguei ao salão principal para o café-da-manhã, tudo desandou inclusive meu coração que parecia que ia sair pela boca a qualquer momento. Andei meio rapidamente e sentei-me à mesa da Sonserina fazendo o possível e o impossível para me manter sã e não olhar a mesa da Grifinória.

Eu sentia os olhos dele em mim, mesmo com toda aquela distância, tinha a certeza que era ele me encarando.

– Se você está tentando agir com naturalidade, está falhando Di-lua. – Annie disse e eu engasguei com o suco de maçã.

Oh Fuck.

Um dia eu iria descobrir como ela fazia isso de saber tudo.

Olhei com os olhos suplicantes de cachorro que caiu da mudança e ela suspirou me abraçando.

– Está com medo, não está? – Perguntou ela e eu assenti. – Rose está te encarando, acho melhor você colocar um sorriso e mostrar que tudo está normal, uma hora você vai ter que decidir Lily, ou você é feliz ou Rose será, não tem como as duas serem felizes amando a mesma pessoa.

Fechei os olhos e suspirei lentamente. Rapidamente milhares de boas lembranças me invadiram.

“- Lily, Lily! – Rose gritava animada e a pequena criança de seis anos foi correndo desengonçada para atender o chamado de sua prima.

– O que foi? – Lily perguntou curiosa assim que chegou.

Rose apontou para um local mais afastado no jardim, quase não se dava para enxergar o que ela apontava, mas Lily viu e sorriu.

– É um lírio vermelho. – Rose disse animada. – Vamos pegá-lo!

– Mas não é perigoso? – A pequena Lily perguntou um pouco temerosa.

Rose riu e deu de ombros.

– Esse lírio vermelho vai ser o símbolo da nossa amizade Lily, então eu não tenho de ir pegá-lo.”

Abri os olhos lentamente e encarei a distante mesa da Grifinória procurando Rose que ainda me encarava como se procurasse algo em meu rosto, algum vestígio de traição, alguma hesitação ou se restava algum laço que um dia juramos ter.

Sorri triste para ela. Eu a amava, Oh Merlin, por muito tempo ela foi a pessoa que mais me apoiou quando eu não soube lidar com a minha família, com os meus medos, eu queria tanto que ela fosse feliz.

Mas eu também queria ser.

Se eu iria me arrepender? Talvez, mas mesmo com todos os meus medos de quebrar a cara, meu coração ainda continuava insistindo.

Então levantei o copo e brindei silenciosamente com ela o nosso novo laço: A rivalidade. E eu não estremeci quando a vi fazer o mesmo, com os olhos cheios de fogo.

– Bem, isso vai ser uma guerra. – Annie disse apertando meu ombro em um sinal de apoio. – Nós vamos vencê-la.

~~~~~

A aula de transfiguração havia sido a melhor em anos, a professora e diretora de Hogwarts, Minerva, pareceu muito feliz e surpresa por me ver chegar na hora pela primeira vez na sua aula.

Uma das minhas metas do sétimo ano, era ir bem nos N.I.E.Ms, e eu sempre me considerei muito boa em transfiguração, mas por chegar muito atrasada, tinha minhas dúvidas sobre o quanto a Professora iria me ferrar mais pra frente.

Mas bem, eu estou no quarto ano, tenho muito tempo pra conseguir o perdão da McGonagall.

A segunda aula poderia ter sido melhor. Aula de duelos era de longe a minha favorita, eu era muito melhor nas aulas práticas do que nas aulas teóricas, o que era bem diferente de Rose e esse foi o meu erro, pensei em Rose na hora errada e acabei estuporando a coitada da menina da Corvinal, resultado, ingresso sem volta para sala da McGonagall.

– Potter, Potter, Potter. – A diretora disse me avaliando de cima abaixo enquanto apoiava o queixo em suas mãos entrelaçadas.

Sorri amarelo.

– Em minha defesa, foi um completo acidente. – Disse o mais sincero que consegui. A verdade é que quando visualizei Rose a minha frente, havia perdido o controle.

Céus, eu era um monstro.

– Só pra constar, talento de entrar em confusões é de família? – Minerva perguntou rígida e eu dei de ombros pensativa.

– O que posso dizer? Está no gene. – Afirmei ironicamente e me arrependi quando ela fez uma careta. – Estou muito ferrada, não é?

Ela suspirou.

– Isso vai depender de você, Potter. – Ela disse me fazendo franzir o cenho confusa. – Já percebi que sua melhor matéria é Duelos e estamos com poucas pessoas no clube de duelos da Sonserina e bem, como é prática há alguns anos, depois das festas de Natal temos o torneio de Duelo, o que acha?

– Quer que eu participe do torneio? – Perguntei pensativa.

– Caso não queira, ficaria feliz em mudar a proposta para uma semana limpando as escadarias. – Ela disse séria.

Arregalei os olhos.

– Clube de Duelos, ótimo, perfeito, fechado.

~~~~

Andei lentamente pelos corredores no mundo da lua. Ter aula de Duelo era uma coisa, ser parte do Clube era outra, treinar para isso mais do que qualquer coisa era algo muito puxado, o novo sistema do clube era muito diferente do da época do meu pai. E eu tinha o treino de quadribol.

Suspirei exausta e baguncei meus cabelos, irritada. Era castigo, eu sentia isso, Merlin não estava feliz com os meus atos.

Ouvi vozes no outro corredor que se aproximavam para o corredor que eu estava e assim que levantei a cabeça encontrei virando o corredor Alvo e Scorpius rindo alheios a situação.

Dei um passo para trás silencioso para não chamar atenção, mas derrubei meu livro que fez um barulho imenso ecoar pelo corredor chamando a atenção completamente pra mim.

Palmas pra mim. Agora os dois me encaravam e eu estava paralisada.

Meus esforços de não encontrar Scorpius foram por água a baixo em questão de segundos, fortalecendo a tese de que eu estava sendo castigada.

Sério mesmo, Merlin? Não quer fazer os dois virem falar comigo?

E assim ocorreu, meu irmão e Scorpius começaram a vir na minha direção.

Really bitch?

E eu só me vi obrigada a fazer uma coisa:

Correr.

Não olhei pra trás, não peguei o livro, só corri como se minha vida dependesse disso. Não estava pronta pra encarar o Malfoy depois do que ocorreu ontem a noite, muito menos meu irmão que provavelmente já sabia o que estava ocorrendo. Eu estava com medo, gostar de alguém me assustava e ser correspondida me enchia de pânico.

Eu era uma idiota, ninguém precisava me dizer isso, eu mesma já sabia que fugir não resolveria nada, só adiaria o inevitável, eu teria que falar com ele.

Mas não agora, não na frente do meu irmão.

A última coisa que ouvi antes de desaparecer do corredor foi Alvo gritando meu nome.

~~~~

Depois da última aula do dia, me deixei escorregar em cima da mesa do Salão Principal para o jantar. Ainoha falava comigo entusiasmada com a minha entrada no clube, sobre o quanto seria bom ter alguém tão promissora como eu, que amanhã me entregaria uma folha com todas as regras e medidas que eram tomadas para o torneio.

Eu assentia e dava opinião em uma coisa ou outra, mas logo me despedi dela e de Annie, estava sem fome, estava sem pique, eu só queria a minha cama e uma boa ducha.

Sai do salão principal e comecei meu caminho para o salão comunal da Sonserina, mas antes mesmo de acabar o primeiro corredor me senti ser puxada e bati de frente no peitoral forte de alguém. Levantei a cabeça lentamente e meus medos se confirmaram assim que meus olhos encontraram os insistentes olhos cinza-azulados.

– Scorpius. – Murmurei acanhada quando percebi que continuava colada com ele.

Ele arqueou as sobrancelhas, aparentemente confuso e estudou minha face com cuidado e eu não consegui desviar os olhos. Ele suspirou e me abraçou tão forte, tão urgentemente que me senti espremida e pequena em seus braços.

– Por que está fugindo de mim Lily? – Ele perguntou sério me soltando do abraço e segurando meu rosto entre as suas mãos fortes.

Suspirei aprovando o contato de suas mãos calorosas em meu rosto e com muito custo me afastei fazendo suas mãos caírem e ele me olho temeroso.

– Lily... – Ele sussurrou e vi seu corpo e sua mente lutando entre me dar o espaço que fiz ou me agarrar e não soltar mais.

– Eu... – Desviei o olhar e encarei meus pés. – Não sei.

Ele segurou minha mão direita ainda mantendo certa distância entre nós e levou minha mão aos seus lábios e beijou lentamente meus dedos, me fazendo arrepiar.

– Não sabe? – Perguntou ele afastando minha mão, mas sem soltá-la. – Você não quer nada comigo Lily? – Ele perguntou sério, mas senti um tom temeroso em sua voz.

Ele tinha medo da resposta.

Eu o abracei tão forte e ele retribuiu com a mesma intensidade.

– Eu tenho tanto medo. – Assumi contra o seu peito. – Eu já não sei como te encarar e raciocinar ao mesmo tempo, eu estou magoando pessoas, mas não consigo mais me imaginar longe de você, Malfoy.

Ele acariciou meus cabelos e levantou meu rosto corado ainda mantendo nossos corpos colados.

– Então não fique longe.

E ele colou nossos lábios lentamente, suavemente, bem diferente da outra vez, agora era calmo, intenso, mas suave. Passei meus braços pelo seu pescoço e ele segurou meu rosto acariciando-o com o polegar. Ele sabia como me levar à loucura com coisas tão simples e eu era incapaz de me por contra as suas carícias.

Separamo-nos pela falta de ar, mas ele continuou uma sessão de beijos pelo meu rosto e eu fechei os olhos aproveitando a sensação maravilhosa de seus lábios indo em direção aos meus lábios novamente.

Ele me deu um selar demorado e por fim se afastou me arrancando um suspiro triste que o fez rir.

– Eu sonhei tanto com esses momentos. – Ele assumiu e eu ri me afastando por completo.

– Esses? – Perguntei. – Tem uma lista?

Ele riu e se aproximou do meu ouvido.

– Uma lista enorme. – Ele sussurrou. – Mas alguns itens vão ter que esperar alguns anos.

Corei intensamente e ele gargalhou beijando meu rosto.

– Vamos, te acompanho até o dormitório. - Ele disse e eu não hesitei em segurar sua mão.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

Críticas? Elogios?

Espero a opinião de vocês!

Beijos, até o próximo.



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