I Have Trouble escrita por Master


Capítulo 6
Preciso falar com você.


Notas iniciais do capítulo

Voltei o mais rápido possível.
Bem, depois de ficar um bom tempo sem escrever essa fic, eu acabei me esquecendo qual era a proposta dela e o que aconteceria, então, decidi mudar alguns fatos, que aparecerão mais pra frente.



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– Di-lua! – Annie chamou sentada na cama de Lily. – Lily, é sério, por quanto tempo você pretende ficar deitada nessa cama com essa cara? – Annie perguntou brava.

Lily não respondeu. Olhava para um canto na parede com tanta perseverança, que é quase como se fosse sair um Brad Pitty dali. Era um ator trouxa, certo?

– Me deixe sozinha, eu apenas quero ficar aqui. – Lily disse somente.

Annie suspirou, mas não saiu dali.

– Olha Lily, eu não sei o que aconteceu e seria ruim eu perguntar agora, mas, já fazem dois dias que você está nessa cama. – Annie disse cética enquanto acariciava os cabelos ruivos da amiga que estavam embaraçados. – Estou dizendo aos professores que você não está se sentindo muito bem, mas na verdade, quem está se prejudicando é você, ano que vem, temos os N.O.M’s, você mesmo disse que não pode ir mal nos exames, então, não deixe qualquer coisinha te abater... Porque você é da Sonserina, lembre-se sempre disso.

Lily enxugou uma lágrima solitária que caiu e sentou-se na cama e abraçou a amiga que correspondeu o gesto.

Ela não precisava de mais nenhuma palavra de conforto, isso não fazia o estilo dela, na verdade, as palavras de Annie sempre tiveram mais do que um significado e pela primeira vez, a ruiva compreendeu todos eles.

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Suspirei exausto assim que me sentei à mesa do banquete no salão principal para o jantar, o dia tinha sido mais longo que normal, por inúmeros motivos que eu fingia que não me abalavam, mas isso no final do dia era somente mais uma mentira.

Olhei de soslaio para a mesa da Sonserina fingindo estar olhando para a mesa dos professores e como esperado, ela não estava lá.

O peso voltou aos meus ombros.

Eu sempre achei que Lily Luna fosse uma pessoa a altura, desde sempre idealizei que ela fosse a mais forte de todas, de presença e perseverança inabalável, nada conseguia a atingir, eu tinha inveja daquilo, então passei a ver Lily daquela maneira, uma pessoa inquebrável e por causa disso acabei esquecendo de que a mesma é uma garota, que querendo ou não, minhas palavras a magoaram.

E não poder olhar para ela ali comendo e rindo, com seu olhar selvagem, era sufocante.

– Se você acha que está conseguindo disfarçar alguma coisa, está enganado, caro Malfoy. – Alvo disse com seu mesmo tom de ironia que me fazia revirar os olhos sempre.

O encarei.

– Vocês Potter tem uma mania enorme de perseguição. – Disse sarcástico. – Estão sempre achando que eu estou perseguindo a ruiva.

Alvo riu.

– Viu? – Ele disse. – Eu nem citei o nome da minha irmã e você já está falando nela.

Fiquei sem palavras.

– Rose já deve estar desconfiada, cara. – Alvo disse e eu suspirei. – Por falar nisso, onde ela está?

Rose, Rose e Rose.

– Você não se preocupa? – Perguntei e Alvo me encarou confuso. – Pelo fato de sua irmã não ter aparecido desde domingo? Não te deixa nem um pouco bravo pelo fato de você já ter certeza que o culpado sou eu?

Perguntei e Alvo me encarou por longos minutos.

Longos que por um momento pareceram eternos.

Mas ele somente sorriu.

– Você é meu melhor amigo, cara. – Respondeu ele me fazendo dar um leve sorriso. – Não é que eu não me preocupe, afinal, ela é minha irmã, cada sorriso, cada erro, cada acerto me preocupa, mas ela não me perdoaria se eu fosse atrás dela em um momento como esse. – Alvo disse sério enquanto encarava um ponto qualquer na mesa.

Franzi o cenho, confuso.

– Ela não te perdoaria? – Perguntei.

Alvo riu soprado ao olhar para mim.

– Acho que ninguém sabe disso ou tenha percebido, afinal, essa é mais uma história familiar. – Alvo falou e bebeu um longo gole de suco. – Sabe, no meu primeiro ano em Hogwarts, o meu maior medo era ir para a Sonserina, era muita sobrecarga para uma criança como eu que só tinha onze anos, apesar de meu pai sempre dizer que não importava para onde eu fosse e que ele me apoiaria, aquilo continuava sendo o meu maior medo.

Não falei nada, apenas assenti e o deixei continuar.

– Mas claro que isso começou quando eu era bem mais novo, eu e Lily, nós temos dois anos de diferença, mas desde pequena Lily entendia bem as coisas, James sempre fazia piadinhas sobre o quanto seria desastroso se um de nós caísse na Sonserina, eu tinha certeza que Lily também entendia aquilo. – Alvo disse. – Mas diferente de mim, Lily não tinha medo da possibilidade. Ela nunca reagia às provocações, mas era quase como se eu pudesse ver os seus pensamentos. E daí se ela caísse na Sonserina? Provavelmente era isso que ela pensava.

Dessa vez eu tomei um gole de suco enquanto absorvia as informações.

– No primeiro ano dela em Hogwarts, na hora da Seleção, você viu que o chapéu seletor ficou quieto por um minuto. – Ele disse e eu assenti, foi a primeira vez que eu tinha visto Lily. – Eu estava olhando principalmente para ela, afinal, ela é minha irmã e eu não queria perder nenhum momento, eu vi Scorpius, eu vi a boca dela mexer com as seguintes palavras... Grifinória não.

Fiquei atônito. Eu nunca tinha pensado nisso, para mim, Lily estar na Sonserina era coisa do destino, assim como eu ter caído na Grifinória.

– Daquela vez em diante eu passei a respeitar minha irmã mais que todas as outras pessoas no mundo, enquanto todos a volta diziam “oh, sinto muito por você ter ido para a Sonserina”, ela só esperava um “Parabéns por ter caído na Sonserina”. – Alvo disse e me olhou profundamente. – Você entende o que eu quero dizer? Lily não precisa que eu vá até ela e diga que ela está mal e triste, isso ela já sabe, ela não me perdoaria se eu apontasse uma fraqueza na cara dela, o que ela precisa é fazer o que faz de melhor...

Ser forte. Completei mentalmente.

– É por isso que eu tenho certeza de que nesse exato momento, ela está pensando em um modo de mostrar pra você que ela irá quebrar a sua cara. – Alvo disse e eu ri imaginando a possibilidade.

Sim, depois de tudo, essa era a Lily que eu via nos corredores, a Lily que eu respeitava assim como Alvo, a inquebrável ruiva Potter.

– Malfoy! – A voz me pegou de surpresa fazendo eu e Alvo virar para trás bruscamente.

– Lily? – Alvo perguntou confuso.

– Eu preciso falar com você! – Lily disse olhando para mim.


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Notas finais do capítulo

Temos finalmente um POV do Scorpius Õ/
Obrigada a todos os comentários *-*
Até mais!
E desculpem qualquer erro, capítulo não revisado.