Nightingale escrita por GiuhBatiston


Capítulo 24
Capítulo 24 - I Won't Give Up


Notas iniciais do capítulo

Heeeyy sweeties!
Nem demorei dessa vez, tá vendo? Nem vou demorar nas próximas por que finalizei a fic hoje... #momentodowntotal
Sem mais, um capítulo bem grandinho pra vocês!



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Primeiramente tudo estava negro. Não uma escuridão do tipo que se tem a noite, era uma escuridão impenetrável, onde luz nenhuma poderia entrar. Tentei gritar, tentei correr, mas de nada adiantava, era a mesma escuridão em todo lugar que ia. Então surgiu uma luz branca tão forte que não pude manter meus olhos abertos. Mas ainda sim, ainda sim, eu sentia que ela me puxava. Quando abri meus olhos vi meus pais, parados na minha frente como se nunca tivessem partido. Eles estavam em um jardim tão lindo que eu tive vontade de deitar na grama e só aproveitar o sol quentinho.

– Rose... – disse minha mãe, levando as mãos à boca. – Não, não é pra você estar aqui. Você tem que voltar!

– Mas... Você não me quer aqui? Eu senti tanto a falta de vocês, não quero partir. – disse me jogando em seus braços. Fui envolvida pelos braços de minha mãe e meu pai e me senti segura como não me sentia a anos.

– Nós também sentimos a sua falta, querida. Mas a sua hora ainda não chegou, você não pode ficar aqui, esse não é o seu lugar. – papai disse urgentemente.

– Por que não? Eu não posso escolher o que eu quero?

– Você quer ficar aqui? – perguntou minha mãe incrédula. – Você tem que voltar Rose. Por Lissa, por seu irmão e por Dimitri.

– Dimitri? – então me lembrei de ver um vislumbre de seus olhos me encarando enquanto eu ouvi o segundo tiro, da dor em seus olhos enquanto a dor em meu corpo se alastrava como brasas. O que aconteceria a ele se eu não voltasse? E o que aconteceria a Lissa, a Luke? – Vocês vão continuar comigo? Mesmo se eu voltar?

– Claro que sim filha. Pra sempre. – disse meu pai. Ele me puxou para seus braços mais uma vez, antes de dar um beijo na minha testa. Minha mãe também me abraçou apertado uma ultima vez. Eu me senti sendo puxada, meus pais desaparecendo. Os ouvi dizerem que me amavam e mal tive tempo de dizer que os amava também. Então tudo desapareceu ao mesmo momento que um bipe irritante começou a soar em meus ouvidos.

A primeira coisa que vi foram os olhos chocolates de Dimitri me encarando. Assim que percebeu que eu estava acordada o alivio se espalhou por eles.

– Graças a Deus! Você não tem ideia do susto que nos deu. – disse se aproximando da cama.

– Desculpe. – pedi sem graça.

– Eu é que tenho que me desculpar. Espero que você me dê uma chance de explicar o que realmente aconteceu. – eu apenas acenei, não estava com cabeça pra pensar nisso agora. – O que aconteceu lá? – perguntei esperando que ele entendesse o que “lá” significava.

– Nós arrombamos o cativeiro e quando viu que ela tinha uma arma apontada pra você, um dos policias atirou na mão dela. Acho que ninguém esperava que fosse se recuperar tão rápido. Enquanto você vinha correndo para nós, ela atirou em você. Acho que estava mirando na sua cabeça, mas por sorte ela te acertou na barriga. Aconteceu que a bala rompeu uma artéria e você teve uma hemorragia. Os médicos quase não conseguiram conter. E nesse processo você também teve uma parada cardíaca. Doze horas numa sala de cirurgia. – ele se calou, como que recordando as horas de duvidas. – Eu estive tão perto de te perder hoje, Rose. Eu fiquei com tanto medo... – ele sussurrou e para meu espanto, lágrimas escorriam por seu rosto.

– Eu vi meus pais.

– Como?! – ele me olhou chocado, em duvida se era verdade ou se eu estava ficando maluca.

– Primeiro era tudo escuro e então essa luz branca me puxou. Quando dei por mim estava num jardim e meus pais estavam lá. Eu queria ficar com eles, mas eles disseram que não era minha hora, que eu tinha que voltar. – senti lágrimas quentes na minha bochecha. Dimitri as limpou com a ponta dos dedos.

– Eu só posso imaginar o que você deve estar sentido agora, mas acredite Rose, estou muito feliz por você estar aqui.

– Eu também Dimitri. – ele ia dizendo alguma coisa quando a porta se abriu e uma enfermeira entrou.

– Então a senhorita está acordada? Devo pedir licença, mas preciso ver como ela está senhor Belikov. – disse se dirigindo a Dimitri.

– Eu já estava de saída. – respondeu se encaminhando para a porta.

– Dimitri. – chamei. Ele se virou para mim. – Vamos marcar um café. – ele sorriu antes de ir embora.

Uma semana se passou até que eu recebesse minha alta. Uma semana comendo comida sem sal e dormindo naquela cama dura. E ainda sim tinha sido liberada com todo tipo de restrições. Repouso, nada de escola, nada de estripulias. Tinha que ter uma enfermeira para trocar o curativo todos os dias. Deveria ficar mais uma semana com os pontos e pelo menos um mês de repouso. Ainda bem que o campeonato já tinha passado.

Lissa me trazia os deveres de casa e eu estava estudando mais do que nunca para as provas finais. Adrian e Sydney vinham me visitar com frequência, também. Eles estavam planejando uma viajem de formatura para a Grécia e em seguida iriam para a mesma faculdade. Já tinham até alugado um apartamento perto do campus. Ela fazendo arquitetura e ele artes. Ainda não conseguia entender como esses dois entre todas as pessoas acabaram juntas. Se bem que eu e Dimitri também não tínhamos nada em comum. Vai ver essa história de opostos se atraírem fosse mesmo verdade. Dimitri... Ele vinha me ver todos os dias após o trabalho e fazia questão de jantar comigo, no quarto. Ainda não tínhamos tido a conversa, mas eu estava quase perdoando-o.

Duas semanas depois de sair do hospital, Lissa me acompanhou até o médico para tirar os pontos.

– Essas últimas semanas foram tão loucas que eu não tinha reparado em como a sua barriga tá enorme. – disse. Era praticamente impossível abraçar Lissa agora.

– Nós já escolhemos um nome. Ele vai se chamar Lucas.

– Christian deve estar muito feliz.

– Ele se divide entre momentos de alegria e tristeza. Ainda não consigo acreditar que Tasha fosse capaz de tudo isso. Papai nos ajudou a vender o apartamento que eles moravam e nós compramos uma casa perto dos meus pais.

– Wow Liss... Esse é um grande passo. Por que você não me disse antes?

– Por que não era nada concreto ainda. Nós acabamos de fechar o contrato. Quero que você me ajude a mobiliar e então, quando as aulas na faculdade começarem nos mudaremos para lá.

– Mas é claro! Você achou mesmo que eu ia ficar fora dessa? Vou adorar pintar o lado do guarda roupa do Christian de rosa! – Lissa me deu um tapa no ombro. Ela queria se fingir de irritada mas acabamos na gargalhada.

– Opa! – exclamou. – Eu não acredito que ri tanto que fiz xixi na roupa. – disse apontando para a parte molhada da sua calça.

– Lissa, eu não acho que isso seja xixi. – me lembrei de todas as aulas de preparação para o parto que ela me fez assistir. – Acho que a sua bolsa estourou.

– Mas eu não estou sentindo nada. – bem nessa hora uma enfermeira passou.

– Moça, eu acho que a bolsa dela estourou. – disse. A enfermeira saiu e logo voltou com uma cadeira de rodas. Lissa foi levada para um quarto enquanto eu retirava os pontos. Meia hora depois toda a família estava no hospital.

– Como você tá? – perguntei a Liss. Ela estava deitada na cama, mas não parecia sentir nenhuma dor.

– Bem, eu acho. A médica confirmou que minha bolsa realmente estourou. Meu obstetra tá a caminho, mas acho que ainda vai demorar. Só to sentindo uma dor nas costas, mais nada. E a enfermeira disse que to só com dois centímetros de dilatação. Deve demorar horas até que chegue aos dez.

– Você tá com medo? – fiz a pergunta mais idiota do mundo. Claro que ela estava com medo, uma criança ia sair do meio das pernas dela. Se fosse eu estaria gritando por uma cessaria.

– Estou mais ansiosa. Claro que to com medo, mas a ansiedade é maior. Não vejo a hora de pegar ele no colo, ver o rostinho dele...

– Eu também não vejo a hora de pegar meu sobrinho no colo. – era verdade. Nunca tinha sido muito fã de crianças, mas esse menino eu ia mimar e muito.

– Quem disse que eu vou deixar você pegar meu filho no colo? – Christian disse.

– Até que enfim. Achei que ia perder o parto do seu próprio filho. – ele me lançou um olhar que pretendia ser ameaçador. Eu apenas ri.

– Não é como se eu fosse entrar na sala de parto. – disse com um dar de ombros.

– Como assim? É claro que você vai entrar na sala de parto. – Lissa interrompeu. Christian olhou pra ela assustado. – Christian Ozerra. Não me faça de arrastar pelas orelhas. Você vai entrar naquela sala de parto e segurar minha mão, ou eu não respondo por mim.

– Tudo bem amor. – engoliu em seco. – O que você quiser meu anjo.

Quatro horas se passaram e nada de Lissa ir pra sala de cirurgia. Como já estava ficando cansada de toda essa espera, decidi ligar para Dimitri e marcar um encontro na cafeteria próxima ao hospital.

– Hey Camarada! – acenei quando ele entrou na cafeteria. Dimitri sorriu ao vir ao meu encontro.

– Tenho que admitir que senti falta de ouvir você me chamando assim. – disse sentando-se. Um silencio desconfortável se instaurou e foi quebrado pela chegada da garçonete que pegou nossos pedidos.

– Então... – disse sem saber por onde começar.

– Eu não vou negar o que aconteceu, mas também não posso dizer que estava tendo um caso com a Tasha, por que isso é mentira.

– O que aconteceu então Dimitri? – perguntei friamente.

– Seu irmão e Eric me procuraram. Eles já suspeitavam dela naquela época e pediram que eu tentasse uma confissão dela antes que você pudesse ser machucada. Não era pra ela ter me beijado, mas eu não podia dar pra trás e deixar ela desconfiada. E também não esperava que você fosse aparecer.

– Não é minha culpa se você me deixou horas te esperando. – a garçonete então chegou trazendo nossos pedidos.

– Eu sinto muito, Rose. Não queria te magoar.

– É uma história e tanto Camarada, mas não sei se acredito nela. – respondi amargamente.

– Eu imaginei que você fosse dizer algo assim, por isso trouxe isso. – disse me estendendo uma pasta com várias folhas dentro. – São todos os e-mails que eu troquei com Luke e Eric. – eu dei uma rápida olhada. Ele parecia estar sendo sincero, mas se tudo aquilo fosse verdade, Dimitri estava apenas tentando me proteger. E ainda sim eu não tinha certeza se estava pronto pra perdoa-lo.

– Eu prometo ler isso com calma, mas agora tenho que voltar pro hospital.

– Hospital? Como assim?

– A Lissa está tendo o bebê.

– Tudo bem.

– Eu prometo te ligar pra conversarmos novamente. – prometi. Primeiro eu precisava organizar meus pensamentos e descobrir se eu poderia perdoa-lo.

– Eu falei sério, Rose. Nunca esteve nos meus planos te magoar. Nunca faria isso com você. Não de propósito, pelo menos. Eu ainda te amo. Sempre vou amar.

– Eu também te amo. Mas não posso prometer nada por agora.

– Posso pelo menos te dar um abraço? – pediu parecendo um cachorrinho que caiu da mudança. Eu deixei que ele me envolvesse em seus braços. Só não esperava o selinho que ele me deu ou o sorriso sapeca no rosto.

– Tchau Dimitri. – disse tentando controlar o riso.


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Notas finais do capítulo

Então... A reconciliação mesmo não é ainda nesse capítulo, mas como eu tava bem inspirada, juro que vocês vão gostar... Vou até deixar um spoiler aqui...

"- Rose. – disse olhando para o meu estado perplexo.
- É verdade? – perguntei estendo a carta. – Isso tudo o que você escreveu aqui, tudo o que você disse que faria, é verdade?
- Onde você encontrou isso?
- Não importa. Me diga se é verdade. – exigi.
- Sim. Todas as palavras escritas aí são verdade. – então antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa eu o puxei pelo colarinho do terno, me perdendo em seus lábios."

Agora acho que mereço muitas recomendações né??? ;)