Jay me olhou com cara de “eu não duvido dela, se ela diz que vai fazer considere feito!”. Eu tinha lá minhas dúvidas, afinal, estávamos falando de Isabella ‘arredia/desconfiada’ Swan e como eu era mestre em tentar trazê-la pra fora da bolha, que embora um parecesse que não ainda insistia, eu iria com certeza iria ajudar Vic em seu plano.

– Olha Vic, temos que ter cuidado com isso... Não sabemos como será a reação da Isa quando se ver no palco em frente à escola toda... – Jay tentava tirar o dele da reta e eu bem sabia que ele estava preocupado com Isabella, mas mais ainda com o depois.

– Loirinho, eu vou com calma! Isa não será obrigada a representar, se percebermos que ela vai pirar na hora, é lógico que não vamos expô-la a tanto!

– Isso aí Jay. – concordei. – É óbvio que Bella vem em primeiro lugar! Se ela não estiver a vontade, jamais vou permitir que ela passe por algo que vai afetá-la. – e eu não iria mesmo, tive tantos momentos complicados com ela insegura e reclusa e seria doido se permitisse e concordasse com algo que pudesse machucá-la emocionalmente.

– Meninos, fiquem calmos. Eu já sei como vou agir com Bella. Direi que estou muito insegura por ser a última apresentação antes de sair da escola e pedirei a ajuda dela, para que ensaie somente comigo, me dando algumas dicas. – Vic sorria singelamente.

– E é claro que não poderei ver né? – e eu queria mesmo ver e ajudar no que fosse possível.

– Você tem problemas com ansiedade crônica? – fiz uma careta e ela riu. – Calma Edward, eu preciso que ela esteja a vontade.

– Comigo ela se sente a vontade!

– Mas pode ser meio esquisito você lá. Ela vai exigir que ensaie comigo. – é, pensando por esse lado...

– Você tem razão... – disse a contragosto.

– É claro que tem! Minha ruivinha é inteligente! – rolei os olhos e os dois riram. Logo Tânya e Isabella estavam de volta e arrumamos um animado café da tarde que foi emendado com uma sessão pipoca com direito a filme de terror e Jay com medo e agarrado a Vic. Tânya não perdoou e riu a valer junto comigo, enquanto Bella e Vic ficavam roxas de tanto segurar a risada. A noite terminou com um Jay carrancudo indo embora com uma Vic adormecida nos braços e uma irmã risonha e chorando de tanto gargalhar. Como eu estava com muito sono acabei voltando para o sofá e dormindo junto com Bella, que já estava em no décimo sono.

– Xiu Carl, para de rir, você vai acordar eles... – ouço vozes, caraca, será que dormi tanto assim? Acho melhor esperar eles saírem da sala.

– Não tem como não rir querida, olha como eles estão dormindo! Meu filho realmente é um cavalheiro. – hum, porque meu pai está dizendo que sou um cavalheiro?

– Eu vou acordá-los Carl, está tarde e é melhor eles dormirem direito. Renée nem vai ligar da Bella dormir aqui. – Tarde? Epa, melhor acordar. Abro os olhos e vejo meu pai sorrindo e minha mãe me olhando com os olhos brilhando, estou confuso.

– Mãe, pai? O que aconteceu?

– Vocês acabaram dormindo no sofá, agora é quase meia-noite querido. E você dormiu no chão. – arregalei os olhos e vi que realmente estava no chão e nem tinha percebido.

– Ah, a Bella deve ter me derrubado, ela me empurra às vezes... – disse ainda sonolento e meu pai abafou o riso.

– Sei bem como é isso... Não é querida? – minha olhou feio pra ele e lhe deu beliscão. – Ai Esme! Só estava brincando!

– Pare de falar mal de mim, eu não te empurro, só reivindico meu espaço na cama! – disse meio emburrada e achei melhor sair dalí antes que Bella acordasse.

– Ok, isso eu deixo pra vocês resolverem sozinhos. – os dois riram. – Mãe, Renée sabe que Bella está aqui né? – ela rolou os olhos como quem diz “óbvio”. – Eu... Hum... Vou dormir e levar ela lá pra cima.

– Boa noite querido. – ganhei um beijo na bochecha, minha mãe ainda me tratava assim na hora de dormir.

– Deixe Isabella descansar hein filho. – arregalei os olhos bufando.

– Eu hein, vocês dois pensam que eu e Bella nos comportamos como dois adolescentes tarados! – disse indignado pegando minha namorada que dorme feito pedra nos meus braços e saindo da sala pisando duro ao ouvir a risada dos dois. – Vocês andam demais com a Renée! – disse ao pé da escada e os dois gargalharam.

Carreguei Bella com todo o cuidado do mundo até meu quarto e deitei-a em minha cama, como era de casal cabia perfeitamente nós dois e em praticamente seis meses de namoro cada um já tinha o seu “lado” da cama; Bella dormia do lado esquerdo e assim que a coloquei no colchão ela se aconchegou contra o travesseiro e virou-se de lado, como costumava dormir. Deitei-me de lado e fiquei observando seu rosto retirando os óculos que quase sempre ficavam em seu rosto quando ela adormecia assistindo TV. Acariciei de leve seu rosto e inclinei-me para beijar de leve sua testa; como pode uma garota ser tão única? Resposta óbvia: porque todos somos únicos e cada um de nós encara a vida de um jeito e eu admiro muito Isabella Swan não abrir mão de quem é por mais que isso dificulte sua vida na escola. Ela usa óculos, usa roupas simples e casuais, gosta de ler e estudar e namora o garoto novo da escola sem se importar em ser chamada de puta ou acusada de me favorecer, como se ela precisasse chegar a esse nível. Pensando em todas essas coisas e admirando seu rosto sereno enquanto dormia, acabei me entregando ao sono.

********

Os dias foram passando e eu nem quero comentar da enorme desculpa que tive que arranjar para disfarçar os planos que comecei a fazer para comemorar meu aniversário e o dela. Isabella na verdade nem reclamou da falta dos ensaios porque os professores resolveram passar trabalhos e mais trabalhos, o que veio a calhar e deixar que eu planejasse o meu aniversário, que coincidentemente era no mesmo dia que o dela: trinta de Janeiro. Com certeza a pior parte vai ser pedir autorização pra Renée, tudo porque nosso aniversário vai cair numa quinta e eu precisava da ajuda dela para autorizar Bella a faltar dois dias da escola. Eu, como um cara muito adiantado já planejei tudo e hoje, um dia antes da viagem eu resolvi ir falar com ela e com minha mãe ao mesmo tempo. Enquanto Bella toma um banho, já que acabamos de voltar da escola eu corro pra minha casa e dou de cara com as duas tomando um café da tarde, só as duas mesmo... Tomar café da tarde quase na hora de jantar, mas isso não vem ao caso, o foco é outro e estou uma pilha de nervos porque eu sei que ela vai me zoar até a minha décima quinta geração; mas já que ajoelhei, agora vou rezar.

– Boa tarde meninas! – cumprimentei as duas como sempre e me sentei à mesa com elas.

– Boa tarde querido! – minha mãe sorriu e Renée arqueou uma sobrancelha pra mim segurando o riso.

– Ai, lá vem... – falei baixinho e ela gargalhou.

– Diga o que quer genrinho.

– Nossa, como você é direta! – minha mãe engasgou com o café tentando segurar o riso e eu bufei.

– Ainda não se acostumou? Sabe querido, sinto que quer me pedir algo...

– E eu quero mesmo. Sabe, amanhã é meu aniversário e...

– O da minha Bells também. – ela me cortou rindo e eu rolei os olhos.

– Ok, vamos ser objetivos. – as duas prenderam o riso e fingiram, muito mal fingido, uma expressão séria. – Eu planejei um final de semana prolongado para comemorar o nosso aniversário e os quatro meses de namoro, que serão no dia seguinte. Começamos hoje a noite.

– Hum... E eu não me oponho, dois dias de falta para dois excelentes alunos não fará mal. – minha mãe ponderou e Renée assentiu concordando.

– Ok, só não esqueça as camisinhas tá? – corei roxo berinjela como era de costume.

– Renée...

– Nem vem Edward, sei que você está levando! – ela riu e eu bufei derrotado.

– Emergência, eu sinceramente não sei o que pode acontecer e prefiro não ter que esperar nove meses e meu pai me matar antes de ver o resultado... – Renée riu alto e minha mãe concordou comigo.

– Pior que ele está certo Renée, não que Carl fosse matá-lo, mas certamente Edward estaria completamente encrencado...

– Eu iria ajudar a te defender, dizendo que eu avisei!

– Rá, rá, muito engraçado sogra querida. Eu pretendo devolver Bella no mesmo estado fisco que ela sair daqui, se é que me entende...

– Eu sei que vocês ainda não estão prontos, eu brinco e tiro sarro, mas acho tão bonito vocês se respeitarem desse jeito. As vontades de suas mentes vencem as do corpo e isso é realmente interessante e muito maduro da parte de vocês. – sorri ao mesmo tempo que ela, Renée tinha esse jeito maluquinho, mas no fundo era uma pessoa centrada e entendia minha relação com sua filha.

– Bem, obrigado pelo apoio e eu aviso desde já que estaremos na casa de campo que era da minha vó Cullen, na cidade de Tacoma, num lugar mais afastado do centro e com vizinhos a dez minutos de distância. – elas assentiram sorrindo e me despedi delas deixando um abraço para o meu pai. Como eu tinha combinado com a minha sogra, a mala de Isabella estava no porta-malas do meu carro; o combinado era um jantar em Port Angeles e depois uma sessão de filmes na minha casa, o combinado era esperar até meia noite acordados, queríamos ser o primeiro a cumprimentar o outro. Bella achou isso perfeito e na prática isso seria realizado, mas numa linda casa de campo antiga, que vai deixá-la encantada e se sentindo uma personagem dos livros de Jane Austen. Dois dias antes eu tive que pedir pro meu pai me ligar no horário do almoço para que pudesse sair da escola para ‘atender’ uma emergência e fui pra Tacoma ajeitar a casa para recebê-la e ajudar os caseiros a arrumarem tudo.

– Amor, estou pronta! – fiquei divagando e nem tinha percebido ela vir até mim, estava esperando-a encostado no meu carro.

– Olá minha quase aniversariante! Você está linda!

– Não exagere, com esse frio que está fazendo estou vestida em camadas, pareço uma cebola! – eu ri e beijei suas bochechas vermelhas por causa do frio.

– Como eu já disse antes, uma cebola linda! – ri e ela rolou os olhos. Abri a porta do carro e ela entrou correndo e ligando o aquecedor.

– Ainda não se acostumou com o inverno?

– Não, mesmo depois de praticamente dezoito anos vivendo em Forks, a explicação é uma só: Isabella Swan não nasceu pra viver na neve durante o inverno. – disse debochada e eu dirigi rumo ao nosso jantar romântico pré-aniversário.

Ao chegarmos fiz tudo o que faço sempre, e com o maior prazer do mundo, abri a porta do carro e andamos agarrados até o restaurante; puxei a cadeira pra ela sentar e fizemos o pedido juntos, mas confesso que a pior parte esta sendo disfarçar minha ansiedade para ir logo pra Tacoma. Ela está tão contente e falante e eu mal consigo ouvir o que ela fala porque meu coração está fazendo eco na minha cabeça, de tão forte que bate!

– ... E depois nós podemos emendar com alguns episódios de Friends?

– Meu Deus, que eu não fique distraído a ponto de começar a falar sozinho!

– Amor?

– Oi... – porque ela estava rindo?

– Porque estava distraído?

– Quem te disse isso?

– Você!

– Ops...

– Ops?

– Ai meu Deus, de novo. Desculpe, só estou ansioso porque é o primeiro aniversário que passo namorando sério sabe...

– Que fofo, não fique ansioso e se serve de consolo, acho que estou mais nervosa que você!

– Ei, não há motivos pra que fique assim.

– Eu sei... Mas é uma data importante sabe? Dezoito anos, quatro meses de namoro sério, final do Ensino Médio e ida pra faculdade. – sua expressão foi ficando mais ansiosa e eu resolvi cortar o assunto, não era hora pra isso. De ansioso já bastava eu.

– E as nossas primeiras férias de verão! Ei, não estou vendo a senhorita comer... – um mal dela, quando estava ansiosa só queria saber de comer doces.

– Não seja chato, estou comendo. Você sabe o quanto eu amo risoto de funghi!

– E como eu sei... – rimos juntos e o jantar seguiu tranquilo até o momento da sobremesa, que passou como um borrão e quando dei por mim já estava pagando a conta e conduzindo Bella de volta ao carro.

– E agora começa uma surpresa minha pra você! – ela arregalou os olhos e eu sorri abraçando-a.

– Hum... E o que quer dizer com “uma surpresa minha pra você”? – balancei a cabeça como resposta.

– Nada de dicas! Só espero sinceramente que você goste.

– Bem, não há como não gostar das surpresas que você faz... Mesmo antes do namoro já eram maravilhosas, imagine agora? – ela deu um sorriso sincero tão lindo que até esqueci por um minuto de onde estava e o que tinha que fazer.

– Eu só te mostro o quanto é especial pra mim. – ela corou e beijei sua testa, finalmente dei partida no carro e coloquei um cd da sua banda favorita pra tocar.

– Adoro a Muse, são demais! – e ela realmente se distraiu cantando todas as músicas. Depois de duas horas de viagem ela acabou adormecendo com a cabeça encostada em meu ombro, ainda eram dez da noite e chegaria em Tacoma com tempo de sobra para cantar o ‘parabéns’ a meia-noite, a esposa do caseiro era uma excelente doceira e eu tinha encomendado um bolo trufado de chocolate com nozes para cantar o parabéns e apagar as velinhas, nove azuis e nove roxas, nossas cores preferidas em nosso aniversário conjunto completando a mesma idade.

Abaixei o volume do som e fui cantarolando o cd que estava tocando novamente enquanto ela seguia adormecida em meu ombro. Não existe sensação melhor que essa: estar a um passo de comemorar um dos dias mais importante da sua vida ao lado de alguém que está dando um novo sentido a ela e fazendo com que se torne uma pessoa melhor a cada dificuldade que enfrenta ou problemas que vão surgindo durante um longo caminho chamado vida.

Chegamos à casa e estava tudo aceso, Sr. Dickens, o caseiro veio abrir o portão e me avisar que estava tudo pronto.

– Boa noite menino Edward! Está tudo pronto, minha mulher deixou o bolo sobre a mesa que você deixou arrumada e as velinhas já foram colocadas!

– Obrigado Sr. Dickens! Dê boa noite a sra. Dickens e diga que amanhã eu gostaria de almoçar com os senhores, quero apresentar Bella!

– Agradecemos o convite menino! Amanhã estaremos aqui!

– Boa noite e obrigado!

– Disponha menino! – sorri agradecido e segui com o carro até a entrada da casa, delicadamente tirei a cabeça de Bella do meu ombro e desci do carro para descarregar nossas malas e quando voltei para o carro vi que ela estava dando sinais de estar acordando, abri sua porta e acariciei de leve seu rosto.

– Bella, Amor... Chegamos.

– Hum... – ela resmungou e nem abriu os olhos.

– Bella, já são onze e meia da noite...

– Ok.

– Bella... – disse distribuindo beijos por toda a sua face.

– Amor? – ela abriu os olhos confusa e eu me coloquei a sua frente para tampar a visão da casa.

– Chegamos ao destino da sua surpresa Amor...

– Destino?

– Sim!

– Hum, vamos ver o que meu namorado está aprontando. – tentou descer do carro, mas eu não deixei.

– Calma, preciso que feche os olhos e confie em mim, vou guiá-la. – ela arqueou uma sobrancelha e apenas assentiu fechando os olhos e estendendo as mãos pra mim. Guiei-a para fora do carro e ela permaneceu sorrindo nervosa e de olhos fechados, ansioso como estava eu só faltava suar de expectativa. A noite de inverno estava gelada e tratei de levá-la logo para dentro e subimos devagar os cinco degraus da varanda e entramos na sala aconchegante, logo que fechei a porta fomos acolhidos pelo ambiente aquecido pela lareira. A casa era antiga e sua construção era semelhante a de um chalé, toda de madeira e com a decoração simples, todos os móveis eram de madeira mogno e tudo nela tinha um aspecto bem romântico e lembrava uma casa do século XX, a sala estava decorada com velas e flores, rosas brancas e grandes almofadas em frente a lareira.

– Amor? Está tão quentinho aqui... – fui tirado de meus devaneios quando ela falou.

– Sim... E essa é a surpresa. Abra os olhos. – ela abriu devagar e sorriu encantada com a casa.

– Meu Deus! Que lindo! É a casa de campo que era de seus avós?

– Sim, estamos oficialmente em nossa primeira viagem! Embora Tacoma seja apenas a três horas de distância de Forks...

– Mas ainda sim é uma viagem! E eu amei a surpresa! Acho que me sinto no chalé da família Dashwood¹... Estou encantada!

– Fico imensamente feliz que tenha gostado! Já levei nossas malas para o quarto, se quiser trocar de roupa, fique a vontade... Só vou lá na cozinha rapidinho, preparar um chocolate quente pra nós. Acho que não precisa de ajuda pra se localizar, siga pelo corredor à direita ficam os quartos e na esquerda o banheiro.

– Oba! Meu aniversário vai começar da melhor maneira possível! Já volto! – disse indo disparado até o quarto enquanto eu tirava meu casaco e ia até a cozinha preparar nossas bebidas e levar o bolo até a mesinha da sala, olho no relógio e vejo que já são dez pra meia noite... – Está quase na hora... Estou tão nervoso, e nunca fiquei nervoso desse jeito só por fazer aniversário!

– Também estou ansiosa, acho que é porque vamos comemorar nosso aniversário juntos. – dei um pulo ao ouvir a voz dela e quase derrubei as xícaras no chão. – Desculpe por te assustar...

– Não precisar se desculpar, acho que nunca vou me acostumar com essa minha mania de pensar em voz alta...

– Eu acho tão fofinho... – fingi ficar bravo e ela riu.

– A senhorita poderia levar essas xícaras até a sala, por favor?

– Claro! – ela pegou as xícaras e foi até a sala. Rapidamente eu acendi as velinhas do bolo e fui caminhando atrás dela e olhei no relógio, meia noite!

– Parabéns! – ela sorriu emocionada e eu posicionei o bolo sobre a mesinha da sala. – Quer que cante os parabéns?

– Não precisa! – riu – Adorei as velinhas... Vou soprar as roxas? – assenti – Ok! – ela fechou os olhos pra fazer seu pedido e soprou as velinhas. Bati palmas e fiz o mesmo, ela bateu palmas e de repente nossos olhares se encontraram e eu me vi preso ali naquele brilho de felicidade que dizia tudo o que sua boca não falava, sorri de volta e minhas mãos migraram para os seus cabelos, que eu adoro afagar. Ela apoiou as suas em meu cabelo e minha nuca, fazendo uma lenta massagem. Fui aproximando meu rosto do seu e beijei-a com todo o carinho e lentamente, dizendo naquele gesto o quanto estava sendo perfeito estar com ela ali, naquele momento e naquele lugar que foi tão especial para os meus avós e que estava se tornando o mesmo para nós dois. Aproximamos nossos corpos como imãs destinados a ficarem unidos.

Como sempre, meu fôlego foi se esgotando enquanto sua língua ainda acariciava a minha, Bella foi diminuído o ritmo até transformar o beijo em vários selinhos.

– Feliz aniversário! – falamos ao mesmo tempo.

– Obrigada pela surpresa linda.

– Obrigado por me permitir estar com você e ser a namorada mais linda do mundo. – sorrimos um para o outro.

– Eu quero bolo! – brincou enquanto tomava um gole do chocolate.

– Vou buscar os pratinhos. – fui até a cozinha e aproveitei para ligar para meus pais e avisar que chegamos bem. Voltei para a sala e ela cortou dois pedaços do pequeno bolo.

– Está delicioso! Quem fez?

– A Sra. Dickens, que trabalha aqui com o marido como caseiros...

– Eu adorei, vou conhecê-la? Quero pedir a receita.

– Vamos almoçar com eles amanhã...

– Ótimo! – terminamos de comer o bolo e ela quis ver o chalé, sorrindo encantada e deliciada com cada detalhe da casa, após conhecer tudo nos acomodamos nas grandes almofadas da sala.

– Que tal assistirmos Friends? Queria tanto rever...

– Claro minha Bella! – levantei para ligar a TV e ela correu até o quarto pegar os DVDs em sua mala.

– Prontinho! – ela veio toda saltitante para a sala vestida com seu pijama lilás.

– Vai colocando aí, vou trocar de roupa. – fui rapidamente até o quarto me trocar e voltei para a sala e começamos uma maratona de Friends, rindo a cada episódio e trocando muitos carinhos; nada muito ‘animado’ demais, o clima estava tão romântico e tranquilo que nenhum de nós sequer pensava em ‘esquentar’ as coisas.

E assim começou o melhor aniversário que eu já tive!