" Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito,
Nem que seja só pra te levar pra casa depois de um dia normal. "

Faltava menos de meia hora para Bella encerrar o dia de trabalho. O movimento fora fraco na pequena floricultura, culpa da falta de romantismo das pessoas. Dentre as poucas coisas que conseguem expressar o amor, flores estão em terceiro lugar, perdendo apenas para o Beijo e para o abraço. 

Ainda se lembrava de quando recebera uma pequena margarida de Edward aos seis anos. O sorriso do amigo, os cabelos cor de bronze e os olhos de um verde intenso. Isso inspirou-a a trabalhar com jardinagem.

A sineta da porta despertou Bella de seus devaneios. O carteiro entrou na pequena loja deixando uma carta e foi embora. Ela abriu o envelope e se desanimou ao perceber que era mais uma cobrança. Devia ter aceitado o convite de Edward para sair de Forks a sete anos atrás. Estaria trabalhando em uma grande empresa e não em uma floricultura afundada em Dívidas. Mas seu pai morreu pouco antes da viagem, e ela teve que ficar cuidando de sua mãe.

Agora com 25 anos, só não morria de fome graças ao dinheiro que herdara do pai. Como estaria Edward hoje em dia? Em uma mansão, casado e com um filho? Será que ele ainda se lembrava da amiga que deixara na pacata cidadezinha de Forks?

O telefone que ainda tinha o mesmo número de antigamente tocou.

– Floricultura Swan, Boa noite.

– Bella, é você? - Uma voz rouca perguntou do outro lado da linha.

– Sim. Quem fala?

– Edward.

O coração de Bella disparou ao perceber que era Edward no telefone. Seu ED! O rapaz por quem ela se apaixonara quando adolescente.

– Estou em Forks. Preciso falar com você.

– Se você quiser pode passar no meu trabalho, vou para casa daqui a pouco.- Sugeriu Bella.

– Pode ser. Você me passa o endereço?

– Claro! Fica ao lado da escola. Lembra-se onde é?

– Sim. Chego em dez minutos. Até logo.

– Até! - Disse Bella pouco antes de ouvir a chamada ser encerrada.

Ela correu até o banheiro da loja para verificar sua aparência e ajeitar o cabelo, para estar apresentável quando ele chegasse. Começou a trancar as portas e janelas, pegando a bolsa antes de sair pela porta da frente.

Surpreendeu-se ao ver um volvo prateado parado na rua, de onde saiu um homem alto de cabelos avermelhados.

– Olá Bells.

Bella correu para abraçar seu amigo que não via a tantos anos, e sentiu o cheiro de seu perfume importado.

– você já jantou? - Perguntou ele.

– Não.

– E quer companhia?

– Seria ótimo! Assim colocamos a conversa em dia.- Respondeu Bella.

Ambos entraram no carro que seguiu para o único restaurante existente em Forks. Ao chegarem, fizeram o pedido e sentaram-se em uma mesa próxima a janela.

– Com o que você está trabalhando agora?- Perguntou Bella.

– Sou advogado. Trabalho em um dos maiores escritórios de Phoenix, mas agora eu estou de férias.

Isabella olhou para as mãos que estavam sobre a mesa, e reparou que o dedo anelar tinha a marca de uma aliança. Seria uma namoro terminado? Ou um casamento mal-sucedido?

– Ed, você casou?

Ele soltou uma risada sarcástica.

– Eu estava noivo, ela se chamava Tânia. Nós iamos nos casar anteontem. Na semana passada eu cheguei um pouco mais cedo em casa depois do trabalho e encontrei-a na cama com meu melhor amigo, o Jacob. Não pensei duas vezes quando joguei a aliança na cara dela, peguei minhas coisas e viajei para cá. Precisava de uma amiga de verdade e lembrei de você.

– Eu sinto muito. - Disse Bella.

– Obrigada. Mas e você, como anda a sua vida?

– Estou prestes a fechar a floricultura que está afundada em dívidas, Moro na mesma casa de sempre mas quero vende-la, pois ela me traz lembranças ruins.

– E Renée, Como vai?

– Ela faleceu ano passado, um tumor no cérebro.

– Meu Deus!- Exclamou Edward. - Quanta coisa mudou por aqui. Não me diga que você está casada agora!

– Claro que não! Quem iria me querer? - Brincou Bella.

Edward sorriu e terminou seu bife enquanto Bella terminava de comer seu macarrão á bolonhesa.

– Já volto. Vou pagar a conta. - Disse Edward se levantando.

Bella ficou observando enquanto ele se dirigia ao balcão. As pernas torneadas marcadas sob a calça jeans, os ombros largos e os braços fortes. Ele havia se tornado um homem maravilhoso. Pena que a enxergava só como amiga.

– Vamos Bells, Eu te levo para casa.

Ela pegou a bolsa,se levantou e saiu do estabelecimento junto com ele.

Já no carro, Edward desviou o olhar da estrada e se pôs a observar o rosto de Bella. Não havia mudado muito desde a última vez que a vira. Os cabelos estavam mais longos, quase chegando a cintura, que por sinal estava mais fina. O corpo agora tinha as curvas mais acentuadas, mais insinuantes. Será que a pele era tão macia quanto parecia? Ele esticou a mão para encostar no braço que estava esposto pela blusa de mangas curtas, mas desviou o caminho para o câmbio ao perceber que ela também o estava olhando.

– Que foi Ed? Perdeu alguma coisa? - Disse ela rindo.

O bom senso disse Edward para si mesmo. Ele estacionou o volvo na frente da antiga casa onde Bella morava.

– Quer entrar para tomar um café? - Perguntou Bella abrindo a porta do carro.

Ignorando os avisos de seu próprio corpo Edward respondeu:

– Eu adoraria!

–-----------------------Fim do primeiro capítulo------------------------