Scenes Of Our Lives escrita por EvansPotter


Capítulo 64
Conformação


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeey amores!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
entãããão... a fic chegou nos 600 comentários e eu estou só um pouquinho feliz com isso *--------------------------*
E para comemorar isso eu vou postar um capitulo pa deixar vcs tristes :D
bom, mas agr falando serio sobre o capitulo, eu escrevi ele esse semana em um dia que eu não estava nada bem, então, sim, ele é um capitulo do tipo "desalmada", mas o que eu quero falar aqui é que eu não sei se a qualidade dele está das melhores, mas, acreditem, eu fiz o melhor que eu consegui pro dia que eu escrevi ele.
É isso, espero que gostem mesmo assim, comentem por favor e mto mtoooooooooooooooo obrigada pelos 600 reviews *------------*
Até semana que vem!!!



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– Lily?

Ela apenas virou a cabeça ao chamado de James, os olhos vermelhos e inchados.

– Harry já dormiu. – Ele informou e caminhou até ela, se sentando ao seu lado na beirada da cama. Lily acenou levemente com a cabeça e a passou encarar suas mãos, entrelaçadas sobre as pernas dela.

– Você está bem? – James perguntou.

Mais uma vez, ela respondeu apenas com um movimento de cabeça negativo, ainda olhando para as próprias mãos.

O marido passou o braço por cima do ombro dela, se aproximando mais e Lily encaixou a cabeça entre o peito e o braço dele e deixou o corpo chacoalhar por soluços, que cresciam pouco a pouco. James passava carinhosamente uma das mãos pelo cabelo dela, enquanto a outra fazia carinho no braço da mulher.

– Queria poder fazer alguma coisa. – Ele falou beijando a cabeça dela. – Queria poder mu...

– Mas esse é o ponto! – Lily interrompeu subitamente, se afastando de James. Sua voz estava entre aguda e empastada, os vivos olhos verdes, vermelhos e aguados. – Nós não podemos fazer nada!

– Lily...

– Não! É verdade! Não podemos fazer nada! - Ela se levantou depressa e ficou em frente a James. - Não importa o quanto cada um de nós lute, a única coisa que está acontecendo é vermos cada um dos nossos amigos ser morto! E nós só podemos observar isso!

– Não é verdade, Lily. – James rebateu, embora em voz baixa. – Nós...

– James! Cada um de nós está morrendo. Gideon e Fabian pouco tempo atrás e... e agora... a Lene e...

Ela recomeçou a soluçar. James se levantou e a abraçou, envolvendo-a e deixando-a molhar a suas vestes com pesadas e profusas lágrimas.

– Eu não aguento mais ver todos eles morrendo e não poder fazer nada. – A voz dela veio abafada, o rosto ainda enterrado no peito do marido. – Eu só fico pensando em quem vai ser o próximo. Pode ser o Harry, pode ser nós, pode ser o Sirius, ou o Remus, o Peter, ou...

– Para, Lily. – James balançou a cabeça, e se sentou visivelmente perturbado na cama.

– Desculpa, James, mas é verdade. Voldemort está ganhando. Estamos caindo, um por um. Caindo sem ganhar nada. Nós não conseguimos absolutamente nada até agora.

– Lils...

– E a cada dia eu me sinto pior. – Ela continuou. – Com mais medo e com menos esperança. E... e... a Marlene, James! Ela era minha amiga! Ela a matou, e a toda a família dela!

– Estão dizendo que foi realmente ele. – James informou em voz baixa, sem saber ao certo o que dizer. – Quer dizer, ele mesmo, quem os matou. Não um Comensal da Mor...

– Eu não me importo com isso! – Rebateu aumentando consideravelmente o volume da voz. – Não ligo se foi ele pessoalmente ou qualquer outro dos seguidores dele! Isso não importa! Não interessa quem faz o trabalho sujo, porque no final é sempre ele! É sempre Voldemort!

James ficou calado, apenas a olhando. Ele entendeu que não adiantava falar nem contestar nada, naquele momento, Lily só precisava falar. E, no final das contas, ela estava mesmo certa.

– Ele está matando um por um! – Continuou, andando nervosa de um lado para o outro no quarto, lagrimas ainda escorrendo pelas bochechas. – Estamos perdendo. A Ordem está cada dia mais fraca e Voldemort cada dia mais forte. É só uma questão de tempo até ele matar todos nós!

Ela se sentou em uma poltrona por alguns momentos, tentando se controlar, mas sem sucesso algum se levantou de novo, subitamente, e voltou a caminhar pelo quarto, fazendo James virar a cabeça para acompanha-la enquanto ela falava.

– E eu não consigo suportar a ideia de ir a mais e mais enterros, só pensando quando vai ser o dos outros três! Porque eu simplesmente não consigo suportar a ideia de ter que enterrar Sirius, Remus ou Peter!

James tentou segurar a mão dela, mas com o movimento rápido ela o repeliu, em vez disso, levando as duas mãos aos cabelos, segurando-os firmemente, como se estivesse a ponto de arrancar todos os fios de uma só vez.

– Eu tenho medo de chegar ao ponto em que a única família que me reste seja Petunia! Porque isso, na realidade, seria família nenhuma! Mamãe, não muito antes de morrer, me disse que Petunia gostava de mim, lá no fundo. Mas eu acho que ela estava errada! Não... mas isso não importa.

Mais uma vez ela parou de falar, pelo menos pelos segundos em que ficou encarando a carta em cima da mesa de cabeceira, a carta que trazia a noticia da morte dos McKinnons. Uma nova corrente de lagrimas brotou de seus olhos.

– Eu estou cansada de ver gente que eu conheço desde meus onze anos morrendo, seja do nosso lado ou do de Voldemort. Porque cada vez que estavamos em alguma batalha, James, e eu, de alguma forma reconhecia alguém, eu... como eu podia matar aquela pessoa? Alguém que esteve na mesma sala de aula que eu, alguém que eu vi ser selecionado pelo Chapéu Seletor?

O marido continuou calado, apenas a observando, e entendendo, em seu intimo, cada uma das palavras que ela pronunciava.

– Uma vez eu reconheci o irmão do Sirius. Eu sei que Sirius nunca foi próximo dele, talvez nunca tenha mesmo gostado dele, mas não pude mata-lo, ou lutar com ele ou... – Ela parou, fechando demoradamente os olhos e respirando fundo. – Não importa o quão ruim seja a relação deles... se... se eu o matasse eu nunca mais conseguiria olhar para o Sirius.

– Lily, tenho certeza de que o Pads...

– Não me interessa se ele se importaria ou não! Eu me importaria! Eu não quero matar meus colegas de escola! Eu não consegui matar o Snape também! Porque tudo que eu consegui ver quando o encarei, desarmado na minha frente, mesmo talvez ele nem sabendo que era eu, tudo que eu vi naquela hora foi o menino de dez anos me contando que eu era um bruxa! James, eu não quero matar ninguém! E eu definitivamente não quero falar sobre matar pessoas com essa facilidade!

– É uma guerra, Lils...

– Eu não quero matar ninguém! – Ela repetiu em voz mais alta, interrompendo-o, talvez porque não estivesse nem ouvindo.

– Ninguém quer, Lily.

Ela se sentou outra vez. James caminhou até ela, se sentando no braço da poltrona e a abraçando meio de lado.

– Eu me sinto uma pessoa horrível às vezes, James. – Lily confessou, o rosto enterrado nas mãos, o corpo meio inclinado para que os cotovelos ficassem apoiados sobra as coxas. – Me sinto uma péssima mãe, porque, às vezes, eu olho para o Harry e queria que ele não... que ele não existisse. Não por que... é só que... não quero que ele viva nesse mundo. Não quero que ele cresça nesse mundo. Isso não é justo. Ele é só um bebê.

– Isso não faz de você uma péssima mãe, Lils...

– E às vezes eu me sinto uma pessoa mais horrível ainda porque eu desejo que fosse o Neville e não o Harry. - Lily começou a chorar mais ainda, o peso da sua confissão a esmagando e James apenas a abraçou mais forte, ainda entendendo-a, porque ele também já tinha desejado isso. – Queria que Voldemort estivesse atrás do bebê de dois dos nossos amigos!

– Lily, isso só quer dizer que você queria que Voldemort não estivesse atrás do Harry. Eu também queria isso.

– James – Ela chamou levantando a cabeça e olhando fixamente para ele. – Em tudo isso... em toda essa... essa... James, eu só tenho certeza de uma coisa... – Lily mal podia colocar as palavras juntas, a voz tremia, era difícil entender o que ela falava em meio a lagrimas e soluços. – Eu só sei que eu não vou viver em um mundo onde o Harry não exista. Não vou! Porque eu vou morrer antes de deixar Voldemort encostar nele. E eu sei que você também! Eu vou fazer qualquer coisa... qualquer coisa! Para salvar o Harry se eu precisar!

– Eu sei, eu...

– Não interessa o que seja! Eu vou morrer tentando proteger ele, James. Só isso vai fazer eu parar. Só depois que eu estiver morta, é que Voldemort vai conseguir ter alguma chance de...

Ela foi incapaz de terminar a frase, o choro copioso a impediu outra vez. Outra vez o corpo foi chacoalhado por fortes soluços.

– Mesmo que isso não o ajude em nada, não o salve. Eu juro, James, eu juro que ele vai ter que me matar antes de apontar uma varinha para o Harry.

– Eu sei, Lily. Eu sei disso. E ele também vai ter que me matar antes de atingir o Harry. Antes de atingir o Harry ou você.

Lily inclinou a cabeça e a deitou na perna de James, ao seu lado. Fixando o olhar em um ponto qualquer do quarto e ainda deixando as lágrimas escaparem dos olhos.

– Isso só quer dizer que vamos morrer. – Falou por fim. – Porque uma hora ele vai nos achar. Não podemos nós esconder para sempre. Ele vai ganhar essa guerra.

James, outra vez, não disse nada. Apenas correu a mão pelo cabelo dela.

– A não ser que um milagre aconteça, ele vai ganhar essa guerra. – Continuou. – E eu não acredito em milagres.

James beijou a têmpora dela, afastando uma mecha de cabelo do rosto molhado da mulher e respondeu em um tom de voz apenas audível:

– Nem eu, Lily. Nem eu.


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