Capitulo 8

Maxon me puxava pela mão. Estava ansiosa para saber onde ele me levaria. Percebi que ele parou, e abriu uma porta.

- Venha devagar, por que vamos subir uma escada – disse ele ainda me puxando. Percebi que nós subimos dois lances de escada. Quando por fim, ouvi Maxon abrir outra porta. Parece que entramos. Sentia um ar puro naquele lugar.

- Já chegamos Maxon? – perguntei.

- Sim – disse ele.

- Podem sair agora. – disse ele para alguém. Ouvi os passos desaparecerem. Parecia que tinham descido as escadas.

- Espero que goste – disse atrás de mim. Percebi que ele se aproximou e começou a desamarrar o lenço.

Quando ele tirou o lenço dos meus olhos, meu queixo caiu. Estávamos no terraço do palácio. Maxon tinha preparado um jantar só para nós dois. Aquela noite estava perfeita. Não estava muito frio, estava agradável. Percebi que arrumaram uma mesa linda, com direito a velas e tudo. O céu estrelado ajudava no romantismo. Além de Maxon e eu, um chefe de cozinha estava a postos para nos servir. Fiquei com um sorriso de orelha a orelha.

- Maxon!Que lindo! – disse encantada.

Ele me segurou por trás. – Queria fazer algo diferente para nós dois. Algo mais... íntimo. – ele beijou a parte de trás da minha cabeça. Me virei para encara-lo.

- Acredito que... amo mais e mais você a cada dia – disse acariciando seu rosto. Ele fechou os olhos e suspirou. Continuei.

- Acho que nunca em minha vida, imaginaria encontrar alguém como você Maxon. - Ele pegou minha mão e a beijou.

- America – disse ele ainda segurando minha mão -, você gosta das coisas simples e eu a admiro por isso. – olhava para ele com ternura. Ele continuou.

“Sei que não preciso lhe dar o mundo inteiro, só meu coração. Cada momento que passar com você, quero que eles marquem nossas vidas, e que um dia possamos contar para os nossos filhos, que vale a pena fazer tudo por aqueles que amamos.”

As palavras de Maxon me deixaram emocionada. Joguei-me em seus braços e depois o beijei. Nunca tive tanta certeza da pessoa que passaria o resto da minha vida.

Maxon me levou até a mesa. Ele puxou a cadeira para que eu sentasse. A mesa não era muito grande, assim, tínhamos a possibilidade de ficarmos bem próximos. Logo o chefe veio nos servir. Fiquei maravilhada por nos servirem Fondue. Estava delicioso.

Passamos o jantar inteiro conversando coisas agradáveis. Muitas vezes Maxon segurava minha mão e beijava. Com direito de um, dar comida na boca do outro. Depois que terminamos Maxon agradeceu ao chefe pela atenção e o dispensou. Eu também agradeci. Por fim estávamos sozinhos. 

- Preparada para mais? – Maxon me perguntou.

-Tem mais? – perguntei.

-Tem sim. – ele disse com um sorrisinho sapeca.

Ele se levantou e me puxou pela mão. Caminhamos para o outro lado do terraço. Quando paramos percebi que tinha outro cantinho para nós. Colocaram no chão um tapete enorme cheio de almofadas por cima. Parecia um ninho. Nosso ninho.

- Venha. – ele me conduziu até lá. Ele se deitou primeiro e começou a bater com a mão na almofada do lado para me mostrar onde tinha que ficar. Sorri e me deitei.

Ficamos de um jeito em que um ficava de frente para o outro só escorado em um braço. Ele começou a acariciar meu rosto.

- Gostou da surpresa meu amor? – perguntou ele.

- É claro que gostei! – disse sorrindo.

Maxon enfiou a mão de baixo de uma almofada entre nós e tirou uma caixinha. Fixei os olhos nela.

- Essa era a outra surpresa. – disse ele, me entregando a caixinha. Peguei da mão dele e a observei. Era linda, branca enrolada com um laço vermelho.

- Não vai abrir? – ele me perguntou.

- Sim. – disse baixinho. Estava sem palavras.

Desenrolei o laço e abri a caixinha. Maxon me deu um medalhão lindo de ouro. Não era muito grande. Tinha um pingente redondo com um desenho de uma coroa. Era tão delicado.

- Abra. – ele me disse

Percebi que podia abrir o pingente. Quando o fiz, me emocionei outra vez. Vi nossa foto que tiramos na sessão fotográfica quando ainda estava na seleção, quando ele me fazia cócegas para me sentir melhor diante dos olhos das outras meninas. Que boa lembrança!

- Nossa Maxon, eu ... – não achava palavras – amei, é lindo! – uma lágrima correu pelo meu rosto.

- Que bom que tenha gostado. Lembro-me deste dia, já era apaixonado por você desde esta época – disse se aproximando. – Quer colocar? – perguntou. Concenti.

Me virei. Segurei meus cabelos enquanto ele colocava o medalhão. Ele brilhava e não era pesado. Depois de colocado, passei a mão por ele e o segurei.

- Muito obrigado. – disse me aproximando e o beijando. Ele retribuiu e me abraçou. Deitamos. Fiquei escorada com a cabeça em seu peito e ele acariciava minhas costas.

-Nunca irei me cansar de lhe agradar America. – disse ele.

- Não tenho o que reclamar, você é perfeito! – disse passando a mão em sua camisa.

Estávamos aproveitando o momento. Maxon e eu começamos a conversar outra vez mesmo deitados. Contei a ele sobre as decisões que tomei para o nosso casamento. Ele concordou com tudo, até com o número de convidados. Ele também me contou que já tinha escolhido as alianças. Fiquei curiosa em saber detalhes, mas, ele não quis me contar.

Ele me mencionou que em uma das reuniões que teve com seu pai e os conselheiros, pediu reforço redobrado para o dia do casamento. Se existisse ou não a possibilidade dos rebeldes voltarem a atacar, não poderia arriscar.

- Então é verdade que irão chamar mais reforços? – perguntei.

- Sim, é verda ... espere! – ele se inclinou para me encarar – você já sabia? – me perguntou.

Mordi o lábio e balançei a cabeça concordando – Sim é... ouvi comentários. – respondi.

- Foram suas criadas?

- Como você sabe? – perguntei olhando para ele.

- Sei que elas lhe contam tudo,até por que existe uma delas que acredito que esteja ansiosa com esta noticia. – disse ele. Concordei.

- É verdade, Lucy pensa muito nele – disse me sentado – ela acredita que ele possa voltar.

Maxon estava deitado de barriga para cima. Ele colocou os dois braços atrás da cabeça. Parecia confortável e muito a vontade. Mas ele me observava de um jeito estranho.

-O que foi? – perguntei

- O soldado Leger vai voltar – disse ele -, ele esta na relação de uma lista feita pelo seu comandante.

- Nossa Maxon! Isso é uma ótima noticia – disse contente. Não via a hora  contar a Lucy.

- Na verdade parece que ele não é mais soldado – explicou Maxon – ele subiu de cargo e agora é Cabo. Cabo Leger.

 - Fico feliz por ele. – disse.

- Hum!

Me virei para olhar Maxon e percebi que ele agora estava com os braços cruzados no peito.Estava sério.

- O que você tem? – perguntei.

- Nada.

-Maxon?

- Já disse que não tenho nada America – disse olhando para o outro lado.

-Maxon? – falei um pouco mais alto. Ele olhou para mim.

- O que você tem? – perguntei outra vez.

Ele suspirou e disse: - É o Leger, só isso.

- O que tem ele?

- Ele vai voltar e com certeza vai procurar conversar com você. – disse ele.

-E qual é o problema? Sou amiga dele agora. – disse

- Eu sei mas, no fundo ele ainda tem sentimentos por você. – disse ele parecendo incomodado. Comecei a rir.

-Esta com ciúmes? –disse para provoca-lo.

-É claro que sim! – respondei de primeira.

- Maxon, não existe nada entre nós! Coloque isso na sua cabeça! – disse cutucando minha cabeça.

- Eu sei – disse ele suspirando –, é que não suportaria perder você America – ele continuou – acho que morreria de tristeza.

Deitei-me outra vez ao seu lado e o abracei. Coloquei minha mão em seu rosto o fazendo olhar para mim.

- Não diga isso Maxon. Não gosto de pensar na possibilidade de vê-lo triste – disse o encarando – eu escolhi você não foi?

- Eu sei America... me desculpe. – disse ele com os olhos abaixados.

De repente senti um aperto no meu peito. Lembrei-me do meu pesadelo. Estremeci com a lembrança. Maxon chorava e parecia muito triste, o rei me atacando para que eu não chagasse até ele. E agora Maxon diz estar preocupado com a volta de Aspen, e diz se houver a possibilidade de me perder ele morreria. Senti um nó na garganta. Aspen não faria nenhum mal a nos dois, mesmo depois que provei que amava Maxon e era com ele que queria ficar. Aspen não me trairia. Ele me deu sua palavra.

Mas tinha o rei Clarkson também. Ele ainda me intrigava. Sei que é pai de Maxon, mas, ainda não confiava nele. Ele mal falava comigo depois de ser a escolhida, alias, ele nunca conversou de uma maneira amigável comigo sem que eu me sinta sufocada.

Deitada com Maxon em silêncio, pensei que precisava contar para ele meu pesadelo, ou para alguém. Precisava desabafar e procurar auxilio.

- America? – disse Maxon me tirando dos meus pensamentos. – Você me perdoa ou não?

- Sempre perdoo meu amor. – disse olhando para ele.

Ele sorriu. Puxou-me para mais perto e me beijou. Abraçados ali, permanecemos por mais um tempo até cada um ir para seus quartos.