Capitulo 7

Estávamos sentados tomando café. Observava por cima da minha xícara o rei. Ele parecia calmo. De vez em quando ele conversava com a rainha e sorria. Mas não me olhava.

- America querida. – a rainha me chamou

-Sim alteza – eu respondi

- America- disse ela, e limpou a boca com o guardanapo – lembre-se que agora pode me chamar pelo nome – ela continuou – somos da família. – ela olhou para Maxon e sorriu. Ele sorriu também. – Não é Clarkson? – ela se virou perguntando para seu marido. Aquela pergunta o pegou de surpresa. Ele olhou bem para mim. Parei de respirar.

- Mas é claro! – disse ele – Muito em breve America fará parte de nossa família – ele começou a adoçar seu café. Pegou a xícara na mão, me encarou e continuou – Até por que ela sabe que não entrará em uma família qualquer. Não é America? – me disse tomando um gole de seu café.

Engoli a seco. – É claro rei Clarkson, sei disso – respondi. Minhas mãos estavam em meu colo. Senti que estavam tremendo e suando.

- Ela sabe meu pai – disse Maxon – America será uma ótima princesa. – concluiu ele colocando o braço atrás da minha cadeira.

- É claro que sabe. – disse o rei com um sorriso torto.

- Bem... – recomeçou a rainha – estava querendo lhe dizer minha querida, que hoje começaremos os preparativos para o casamento. -  balancei a cabeça concordando. A rainha continuou – Soube que não quis arrumar seu quarto de princesa.

- Não altez... quer dizer Amberly – disse. Ela sorriu com a minha confusão – achei melhor não decorar porque ficarei só duas semanas lá então...

-Mas é claro – disse o rei me cortando – ela esta certa Amberly. Não tem cabimento gastar com decorações se ela ficara só alguns dias naquele quarto. – a resposta dele me pegou de surpresa. Ele está concordando comigo?

- Esta bem então – disse a rainha – Depois do café eu e America vamos para a salão das mulheres para fazermos os preparativos.

- Posso ir também? – Maxon perguntou. A rainha começou a rir.

- Quer conversar sobre decoração, cor dos pratos e guardanapos – ela continuou – cor das toalhas de mesa e como serão os vestidos das madrinhas, entre outras coisas relacionadas a casamento? –perguntou ela se divertindo da cara de “o que ela está falando?” de Maxon. Comecei a rir também.

-Pensando bem – disse esfregando o queixo – é melhor eu só ficar com a parte de escolher minha roupa para o dia não é? E outra! – ele olhou para mim e pegou minha mão – E também de escolher a aliança. – ele deu uma piscada.

No dia em que Maxon me anunciou, ele não me deu nenhuma aliança. Nós concordamos que seria só no dia do casamento. Ele guardaria segredo sobre ela e me faria uma surpresa no dia.

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Terminamos o café, eu e a rainha Amberly nos dirigimos até a salão das mulheres e ficamos a tarde inteira com os preparativos. Disse a ela que só escolheria o vestido de noiva na próxima semana porque tinha prometido a May que ela me ajudaria. A rainha achou muito em cima do dia, mas cedeu. Silvia que também se juntou a nós me trouxe amostras de pratos, copos, talheres e fotos de flores que com certeza seriam trazidos só no dia do casamento para não murcharem.Discutimos sobre o que serviriam no dia para os convidados. Pedi para o cardápio ser comida italiana. Sempre gostei de massas, molhos e panquecas, alias, também tinha uma amizade com as italianas que me ajudaram muito quando ainda estava na seleção. Queria fazer uma homenagem a elas, mas, aquilo só ficou comigo. Começamos a fazer uma lista de quantas pessoas seriam convidadas para o casamento. A lista terminou com mais ou menos umas 600 pessoas. Silvia disse que era pouco, todos teriam que conhecer a nova princesa de Illéa. Olhei para a rainha em busca de socorro, pois, não queria algo muito grande e com certeza a maioria das pessoas que viriam eu nem os conhecia. A rainha Amberly me deu carta branca e disse que era eu quem decidia, mas que teria que falar com Maxon também.

Fizemos mais uma revisão na lista e chegou a 680 convidados. Já estava bom. No meu casamento viriam além de toda a minha família é claro, toda a família de Maxon, lideres de outras nações e outras pessoas que nunca tinha ouvido falar. Não convidei nenhuma das meninas que estavam comigo na seleção. Kriss, que achava que seria sua amiga me mostrou que não gostaria de manter contato depois, até porque ela era realmente apaixonada por Maxon. Já Marlee ninguém podia saber ainda sobre ela e Carter no castelo, pelo menos até eu e Maxon sermos rei e rainha. Depois então criaríamos nossas próprias leis. Mas queria que ela fosse uma de minhas madrinhas. Que pena!

As conclusões foram: os convites do casamento seriam vermelhos com letras pretas com um laço dourado – lembrei-me de meu vestido que usei no mesmo dia em que Maxon e eu nos beijamos pela primeira vez -  o salão seria decorado de branco e dourado, os pratos seriam de porcelana pintados à mão com guardanapos brancos envolvidos com anéis também dourados e talheres banhados a ouro. As toalhas de mesa seriam brancas e bordadas, taças de cristal e pequemos arranjos com margaridas completariam o enfeite da mesa.

Será que terminamos? Por que minha cabeça já não aguentava mais pensar.

- Ficou perfeito America – disse a rainha – simples mais muito bonito – concluiu ela com um sorriso de satisfação.

- Obrigado – agradeci.

- America? – me chamou Silvia.

- Sim – respondi.

- Quantas madrinhas você terá? Nos esquecemos de perguntar? – ela disse.

- Só minhas irmãs. – respondi.

- Só duas madrinhas? – disse ela incrédula.

- Sim.

- Silvia – chamou a rainha – America só quer as irmãs e disse a ela que não tem problema. – concluiu. Silvia concordou.

- Mas não esqueça que na semana que vem, terá que estar decidida sobre seu vestido de noiva e os vestidos das madrinhas – disse a rainha se levantando olhando para mim – então já pense nas cores. Concordei.

- Bem – disse a rainha com um suspiro – acho que terminamos. Se houver qualquer coisa que queira mudar ou acrescentar não deixe de avisar America. – ela continuou – Agora só temos que enviar os convites e começarmos os preparativos. Nos teremos dias agitados por aqui. – ela começou a caminhar para sair do salão.

Depois da tarde inteira planejando os preparativos do casamento fui para o meu quarto descansar um pouco a cabeça. Minhas criadas estavam a minha espera. Me deitei na cama para tentar relaxar. Anne, Lucy e Mary ao mesmo tempo em que trabalhavam cochichavam e riam. Fiquei curiosa e me sentei.

 - O que esta acontecendo? – perguntei.

Elas se viraram para mim e disseram:

- Senhorita, é que soubemos que o rei providenciou mais soldados para virem ao castelo – disse Anne.

-É! Parece que o rei chamou um bom numero de soldados novos – disse Mary, e continuou – acho que é para fazerem a segurança mais reforçada para o dia do casamento. – concluiu.

Fiquei pensando. Se o rei chamou mais soldados para o palácio, então seria por causa dos prováveis rebeldes. Então não era mentira. Fiquei com meu coração apertado. Não conseguia imaginar um ataque bem no dia do casamento.

- Senhorita America? Esta tudo bem? – perguntou Lucy me tirando de meus pensamentos.

- Sim Lucy... estou bem. – disse. Gostaria de contar a elas sobre os rebeldes, mas, estava fora de questão. Lucy ficaria em choque e eu tinha prometido a Maxon que não contaria a mais ninguém.

- Será que o soldado Leger vai voltar também? – me perguntou Lucy com um brilho nos olhos.

- Não sei Lucy. Ele já esta fora há alguns meses neste treinamento mais intensivo para subir de nível – continuei – se ele voltar provavelmente não será mais como um simples soldado. – concluí. Lucy mostrou ter entendido mais estava como se estivesse sonhando acordada.

Desde quando Aspen partiu para um centro de treinamento para se preparar para subir de cargo nunca mais soube noticias dele. Já se fazia três meses. Lucy é completamente apaixonada por ele, mas, ainda não sente nada por ela mesmo sabendo de suas intenções. Ele foi sincero com ela antes de ir. Disse que pensaria no assunto. Mas ele nunca mandou uma carta se quer para Lucy.

Quanto a nós dois, nos tornamos amigos. Ele entendeu meus sentimentos por Maxon e acabou me ajudando a ficar com ele. Sabia que no fundo ele ainda gostava de mim, mas, se mostrou compreensivo e me desejou tudo de bom na vida. É claro que desejo o mesmo para ele. E que um dia seja com Lucy, espero.

Minhas criadas sabiam do relacionamento que tive com Aspen no passado então, tocar neste assunto não eram mais motivos para segredo. Na verdade os únicos que sabiam desta história eram só elas e Maxon.

Mais tarde estava me preparando para o jantar. Estava sentada em minha penteadeira arrumando os cabelos com a ajuda de Lucy. Bateram na porta e Anne foi abrir. Era Maxon. Ele estava na porta que dava para o corredor.

- Senhoritas? – ele disse

Minhas criadas imediatamente o reverenciaram.

- Vossa alteza! – disseram elas todas juntas.

- Nos já sairemos senhor – disse Mary

- Não precisam sair – ele se escorou na porta e continuou – na verdade vim aqui só para buscar a America. Vou leva-la a um lugar. -  Minhas criadas se viraram para me olhar. Levantei-me e fui em direção a Maxon.

- Vai me levar aonde? – perguntei curiosa.

Ele pegou minha mão e beijou – Isso é surpresa! – disse – Venha. E me puxou para fora do quarto.

Paramos no corredor e ele ficou de frente para mim. Logo percebi que tirou um lenço do bolso. Olhei para ele curiosa.

- O que vai fazer com isso? – perguntei

- Faz parte da surpresa também. – ele se aproximou e colocou o lenço nos meus olhos. Comecei a sorrir

- Maxon? – chamei.

- Shhh! Confia em mim? – disse ele perto do meu ouvido. Concordei.

- Então vamos. – disse ele. Maxon me pegou pela mão. Me levaria a algum lugar. Agora me pergunto. Onde?