– Harry, é impressão minha ou sua mãe está olhando para você? – Perguntou Hermione.

Olhei disfarçadamente para ela. Realmente estava olhando para mim para meu pai, aparentemente, confusa.

– Não é impressão não. – Respondi.

No momento, fiquei pensando se ela estava se perguntando porque eu e meu pai seriamos tão parecidos ( Sim, eu fiquei pensando mesmo já sabendo a resposta ). Não sei como meu pai, Sirius, Lupin ou até mesmo Pettigrew  não notaram minha existência.

– Bom – Disse Hermione em voz baixa – Vocês topariam fazer, novamente, uma poção escondidos?

– Que poção? – Perguntou Rony.

– Poção Mata-Cão. – Respondeu – Para o Professor Lupin.

Concordamos.

– Bom, Vamos precisar de Essência de Beladona, Pernas de Billywig Picada e Saliva de Cachorro – Disse Hermione. – Os dois primeiros ingredientes eu tenho, mas... Saliva de Cachorro esta em falta...

– Sirius bem que podia ajudar... – Falou Rony, brincando.

Rimos. Mas ainda não nos ajudava a descobrir onde conseguir Saliva de Cachorro.

– Mas é verdade, seria muito mais fácil se funcionasse... – Comentei.

Começamos a falar dos lugares que poderíamos pegar a Saliva. Um mais estranho que o outro. Depois de algum tempo, não conseguíamos parar de rir. Minha mãe já estava no Dormitório Feminino e meu pai, começou a me encarar.

– Acho que meu pai finalmente percebeu minha existência. – Comentei.

– Achei que esse momento não chegaria. – Comentou Rony.

–  Por incrível que pareça... Eu também não. – Falou Hermione.

Minha cicatriz começou a doer, levemente, mas consegui sentir. Será que o Voldemort do passado? Ou será que era o do presente ? Acabei, sem querer, levantando a mão. Meu pai me observava, agora curioso.

– Cicatriz ? – Perguntou Rony e Hermione ,em coro.

–  Está tão na cara assim? – Perguntei, eles balançaram a cabeça.

– Bom, vamos indo. Temos treino amanhã.

– Temos? – Perguntou Rony.

– Temos, Rony. – Respondi, meu pai desapareceu, acho que estava usando a Capa da Invisibilidade. – E Espero que não aconteça como na ultima vez que jogamos Quadribol.

Antes de pegar a Capa e o Mapa, Hermione falou em voz baixa:

– Aqui não, Harry.

– Por quê?

Ela indicou os olhos para os Marotos.

– Sério, Hermione?

– Rony, não tenho culpa. Vai que...

– Hermione! – Falou Rony – Para com isso! Você sabe que isso pertenceu a eles!

– Mas...

E lá ia mais uma briga típica do Rony e da Hermione. Cheguei mais perto da lareira, até aquela briga acabar ia demorar... Comecei a pensar nos meus pais... Como queria que eles soubessem que eu estava aqui... Vi um rato, nenhum dos Marotos estava mais aqui. Imagino que estavam todos, menos Pettigrew, em baixo da Capa.

– Harry Potter, você esta me escutando ? – Gritou Hermione.

– O quê?

– Acho que a resposta é não. – Falou Rony.

Ela se virou para ele.

– Jura? – Falou – Obrigada Rony, se você não tivesse dito eu não saberia.

– Da para vocês pararem de brigar por pelo menos um minuto? – Falei. – Os motivos estão ficando cada vez mais bobos, não tem tanta necessidade! – Peguei a Capa e o Mapa. – Vocês vão vir ou não?

Eles ficaram em silêncio até o dia seguinte. Hermione, que estava preparando a poção Mata-Cão, conseguiu pegar a Saliva durante a noite.

– Sorte Líquida – Disse ela – Bem mais fácil.

– Quando a Poção vai ficar pronta? – Perguntei.

– Não demora muito. Mas precisamos convencer Professor Lupin a bebe-la uma noite antes e na noite de Lua Cheia.

– E como vamos fazer isso? – Perguntou Rony.

– Bem... Eu tenho...uma ideia... – Falei. – E vou executa-la... Agora mesmo!

Antes que Rony e Hermione pudessem protestar, já havia pegado o Mapa do Maroto e saído da Sala Precisa, já com ele aberto. Localizei Lupin e fui até ele. Estava sem os outros Marotos, acho que a Sorte de Hermione passou para mim.

– Professor Lupin!

Ele Parou, se virou. Me encarou e disse:

– Prof...?

Comecei a explicar tudo sobre a poção Mata-Cão. Quando terminei ele me encarou bem e falou:

– James, o que...

– Ah! Esqueci de falar isso também! Eu não sou James, esse é meu p... – Tampei minha boca com a mão imediatamente. Não Poderia falar que ele era meu pai! Ele ia achar que eu estava zoando com ele.

– Seu o quê? – Perguntou. Escolhi minhas palavras cuidadosamente.

– Sinto muito, eu poderia até terminar essa frase mas você não vai acreditar em nada e vai achar que eu sou louco. Mas eu queria falar, acredite.

Ele me olhou por um momento.

– Entendo, mas, como você sabia que eu era um... – Falou, um pouco intrigado.

– Bem... Acho que eu vou ter que falar isso de qualquer jeito agora... Mas, se eu falar, me prometa que não vai achar que eu estou ficando louco.

Ele concordou, meio desconfiado.

Expliquei tudo para ele. Como eu tinha feito com Hagrid. Quando terminei, achei que ele ia sair achando que eu sou louco ( como tinha dito ), mas ele simplesmente colocou a mão no meu ombro, sorriu e falou:

– Bem que estranhei James ter olhos verdes vivos.

Sorri, conseguira fazer mais um acreditar.

– Mas ,por favor, – Disse Professor Lupin – Pare de me Chamar de Professor.

– Desculpe, – Falei – Mania.

– Você acha que eu devo falar... Tudo isso que você me contou para seu pai?

– Bem... – Falei – Querer eu queria, mas acho que eles não iriam acreditar...

– Você vai ter que falar alguma hora...

– Mas que hora? – Perguntei.

Ele apenas sorriu. Sabia que estava pensando no momento certo para contar.