Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 8
Capítulo 8




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Ficaram ali curtindo o abraço por um bom tempo. Era difícil pensar que em algum momento precisariam separar seus corpos. Dean e Sam queriam ficar juntinhos para sempre.

Sam estava especialmente radiante. Sentiu um onda de otimismo preenchê-lo por completo. Era como se ele agora tivesse certeza de que sempre haveria de ser feliz. Quando tudo parecera perdido, quando seu mundo desmoronara, ele ganhara uma nova chance. Uma nova chance com o seu Dean.

Olhou o quarto do louro. Estava muito modificado em relação ao que ele conhecera na outra realidade. Os móveis antes pesados e muito antigos, agora estavam modernos e mais práticos. No lugar do belo piano, Dean tinha um computador. Os quadros na parede eram diferentes, assim como todos os objetos de decoração. Para uma pessoa pouco observadora, eram quartos completamente diferentes. Sam, entretanto, conseguia ver o mesmo toque pessoal nos dois ambientes. Tudo sempre muito bem arrumado, com uma decoração simples e de bom gosto. Sem dúvidas eram habitados pela mesma pessoa. A pessoa de quem ele tanto amava...

Sam fechou os olhos e desejou dormir com Dean em seus braços, porém pouco antes das 9h da noite, o louro se afastou dele.

- Sam, já são quase 9h. É melhor você ir para o seu quarto...

- Ahh, eu queria dormir aqui... – suspirou o moreno.

Dean sorriu sem graça. Corou.

- Eu também queria que você dormisse aqui, Sam... Mas o inspetor vai passar para olhar os quartos as 9h, e se você não estiver por lá... Vai dar problema.

Ahhh, o inspetor... Algumas mudanças, infelizmente, haviam sido para pior. Antes não tinha droga nenhuma de inspetor averiguando se estavam todos recolhidos em seus quartos para dormir.

- Tudo bem... – Respondeu o moreno, se levantando da cama. Estava feliz demais para deixar que qualquer coisa atrapalhasse. No dia seguinte veria Dean de novo, e isso lhe fazia o garoto mais feliz do mundo.

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No dia seguinte, cedo pela manhã, Dean avistou Sam na cafeteria sentado com dois amigos: Clark e Garth. Sentiu-se envergonhado em se aproximar, pois pareciam conversar animadamente. Achou melhor fingir que não os tinha visto. Havia dado dois passos em direção contrária quando ouviu Sam chamando seu nome. O moreno olhou para ele e fez sinal para que se aproximasse.

- Senta aqui com a gente – ele convidou. Dean sentiu suas bochechas pegarem fogo. Será que Sam havia dito alguma coisa sobre ele para seus amigos? Sentou-se calado e começou a comer seu café da manhã bem quietinho.

Dean notou o quanto Sam era extrovertido. Tão diferente dele... Ele parecia especialmente animado naquela manhã de quinta-feira. Garth e Clark também falavam bastante e eram engraçados. Sam parecia rir muito com eles.

Clark era bonito, chamava atenção. Chamava ainda mais atenção pelo modo de se vestir e por seus trejeitos afeminados. Ele era gay escrachado. Mais gay que ele e Sam juntos.

Garth, ao lado de Clark e Sam, era tão magrelo e tão feiinho... Mas o menino não parecia se importar nem um pouco com isso. Estava rindo, se divertindo e contando piadas. Dean se sentiu apagado no meio daqueles meninos. Desejou não ter se sentado com eles.

De repente, Sam parou de rir. Sua expressão animada tornou-se doce e terna. E então ele virou-se na direção de Dean e perguntou:

- Está tudo bem com você?  

 Sam segurou o braço do louro, que sentiu seu coração bater mais forte. Ele acenou a cabeça afirmativamente.

- Eu comprei um bombom pra você... – o moreno falou entregando a ele um coraçãozinho de chocolate.

Dean agradeceu e olhou para baixo. Sentia-se envergonhado, porém imensamente feliz. Sam podia ser amigo de quem ele quisesse. O coração, real ou de chocolate, eram apenas dele, de Dean.

Quando já estavam quase se levantando para ir assistir a aula de inglês, o inspetor apareceu para dar um aviso a turma: a professora de inglês estava doente. Foi pedido que os alunos fossem para a sala assim mesmo e levassem o material de alguma matéria para estudar.

- Vamos terminar o trabalho de história? – sugeriu Sam.

Dean concordou. Acabou se lembrando que as folhas escritas tanto por ele quanto por Sam estavam em seu quarto, pois o moreno esqueceu de levar a sua parte na noite anterior. O louro então saiu rapidamente para buscá-las.

Dean levantou-se e Sam acenou para ele sorrindo bobamente. Só então reparou no olhar inquisidor que Clark o lançava.

- Agora conta, Sam! Conte tudo e não esconda nada! Está obvio que está rolando alguma coisa entre vocês dois... – disse o garoto afrescalhado.

Garth olhou para Clark  e franziu o senho. Do que ele estava falando? Ficou ainda mais surpreso quando Sam admitiu tudo, e com muito orgulho.

- Eu e o Dean estamos apaixonados... – ele disse, suspirando. – Só que o Jen é tímido, então nada de fazer gracinhas perto dele! – advertiu.

Clark quis saber detalhes. Sam contou sobre o primeiro beijo na biblioteca e a última ficada no quarto de Dean. Depois acrescentou que Dean era o amor de sua vida.

- Gente, não acredito, eu ando com os gays da escola... – reclamou Garth de forma cômica.

Clark e Sam riram muito do comentário e pouco se importaram. Assim que Dean retornou foram os quatro para a sala de aula e começaram a trabalhar.

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Sam pegou as folhas escritas por Dean. A primeira parte falava sobre a arquitetura do colégio. Depois ele mudou completamente de assunto, falando sobre pessoas famosas que haviam estudado lá. Ninguém muito famoso de fato... Sam passou os olhos e um nome em particular lhe chamou a atenção: Stephen Gilbert.

Stephen Gilbert... Ele já tinha ouvido aquele nome antes... Quem era mesmo Stephen Gilbert? Então Sam se lembrou. Stephen era o irmãozinho caçula do chato do Frederick Gilbert. Sam sorriu ao se lembrar que aquele pentelho não existia naquela realidade. Uma coincidência ele ter sonhado com aquele nome...

Por curiosidade, Sam leu tudo o que estava escrito a respeito de Stephen. Ele era um escritor, nascido no ano de 1912. Seu maior sucesso foi um livro que deu origem ao filme “Ben, o rato assassino”. Sam estremeceu. Lembrou de forma vívida o garotinho de três anos brincando com o ratinho Ben. O ratinho de Dean... Será que aquele menino do passado tinha alguma coisa a ver com sua realidade anterior?

Sam não conseguiu mais se concentrar. Precisava procurar mais informações a respeito de Stephen Gilbert. Teria tido ele um irmão chamado Frederick?

- Vou dar uma passada na biblioteca – o moreno avisou a Dean antes de se retirar da sala. O louro nem teve tempo de perguntar porque, ou mesmo para lhe dizer que o inspetor não ficaria nada feliz com a sua escapada... Dean torceu para que Sam não fosse visto.

Sam chegou esbaforido na biblioteca.

- Você não está tendo aula, menino? – perguntou a bibliotecária.

Sam contou sobre a doença da professora e explicou que estava lá para uma pesquisa de história. Pareceu convincente.

O menino procurou, mas não viu nenhuma biografia de Stephen Guilbert, ou nada que falasse mais sobre ele. Achou porém o seu livro mais famoso: “Ratman’s Notebooks”. Quem sabe ele não dissesse alguma coisa sobre a famíla na contracapa? Mas não, não falava...

Sam folheou o livro. Seu coração acelerou quando leu o nome do outro ratinho, que assim como Ben, tinha um papel principal na história: Sócrates. Aquele era o nome do ratinho de Frederick!

O Sócrates do livro, assim como o Sócrates de Fred, era branco. Já Ben, tanto no livro quanto em sua realidade alternativa, era marrom escuro. O que aquilo tudo significava?

Sam tremia e suava. Estava nervoso demais. Lembrou então dos livros que exibiam informações sobre todos os alunos que se formaram a cada ano naquela escola. Fez alguns cálculos de cabeça. Se Steave nasceu em 1912, seu irmão Frederick, deveria ter nascido por volta do ano de 1900. Provavelmente havia se formado em 1918, ou em algum ano próximo.

Sam folheou o livro. Leu todos os nomes dos alunos que se formaram em 1918, mas não se lembrou de nenhum. Procurou 1919, e também nada. Voltou para 1917. Seu coração bateu descompassado quando seus olhos bateram nos nomes de “Castiel Novak”, “Frederick Gilbert”, “Oliver Queen”, além de vários outros conhecidos por ele.  Por um momento se perguntou se veria o próprio nome ali escrito. Mas não o viu, nem o dele, nem o de Dean, nem o de Clark.

Então aquela nova realidade mexera não só com o presente, ou com o passado próximo. Mexera com tudo, com todo o passado do universo inteiro... E de alguma forma ele, Dean e Clark estavam ligados a uma turma de alunos que se formaram no ano de 1917.

Talvez essa mudança de realidades fosse algo que acontecesse regularmente, mas ninguém se lembrava, e por isso continuavam a viver suas vidas como se nada tivesse acontecido. Será que ele já havia vivido em outras realidades das quais ele também havia esquecido? Então porque ele não esquecera dessa vez? Será que alguém mais, assim como ele, ainda lembrava de alguma coisa?

Ficou com medo de uma nova mudança. O que seria dele se novamente fosse o único a se lembrar? Ao mesmo tempo teve muito medo de esquecer. Não podia esquecer todos os momentos mágicos que vivera ao lado de Dean... 


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