Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 32
Capítulo 31




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– Dean... Eu também tenho que te contar uma coisa...

Dean levantou os olhos em direção ao namorado. O que quer que Sam quisesse lhe dizer não poderia ser assim tão terrível...

– O que foi, Sammy? – Perguntou o menino com a voz tranquila.

Sam, ao contrário de Dean, estava nervoso. Sabia que a conversa com o namorado não iria ser fácil... Precisava ser extremamente cuidadoso com as palavras. Qualquer passo em falso e o louro sairia correndo dali sem olhar para trás. O moreno suspirou.

– Está vendo aquele prédio ali? – Disse apontando para frente.

Dean fez que sim com a cabeça. Não tinha ideia de onde Sam queria chegar, mas imaginou que fosse mais uma de suas doideiras...

– Dean... Lembra que você me disse que não queria procurar o seu pai?

O louro franziu o cenho e encarou o namorado, agora prestando mais atenção. Por que Sam mudara de assunto? Por que resolvera falar sobre seu pai agora? Falar de Roger era um assunto delicado para ele... Apreensivo, Dean fez que sim com a cabeça.

– Dean... Ele é seu pai... – Ponderou o moreno.

– Sam, não podemos deixar pra conversar sobre isso outra hora? – Dean soou suplicante. Ele estava suficientemente cansado para discutir sobre o pai com Sam. Pelo jeito o moreno nunca se convenceria de que ele não ia procurar Roger de maneira alguma... Melhor mudar de assunto. Perguntar sobre o prédio para o qual Sam apontara há pouco parecia uma ótima opção. Com certeza tinha alguma coisa a ver com Oliver, Tristan ou Ross... Dean nunca imaginou que o prédio pudesse ter alguma relação com seu pai.

– Mas o que tem aquele prédio? – perguntou o louro, fingindo interesse. – Você acabou não me contando...

– Dean... Olha... – O moreno segurou as mãos do namorado e olhou diretamente em seus olhos, como se as palavras que viessem em seguida pudessem feri-lo. Dean estremeceu com o tom de voz e gesto do moreno.

– Você e seu pai precisam se reconciliar... Eu sei que você fica nervoso... Mas se estiver com medo...

Dean nem esperou o namorado terminar a frase. Com um gesto brusco soltou as mãos de Sam das suas.

– Sammy, pelo amor de Deus... Eu já não falei pra conversar sobre isso depois?! Eu estou cansado! – Seu tom de voz era agora bem mais revoltado que suplicante.

O louro sentia-se muito cansado agora, não somente física, mas também emocionalmente... Queria voltar para o colégio logo, apesar da pouca vontade de encarar o diretor e principalmente seu amigo Brian.

– Pode trazer a conta, por favor? – o garoto pediu, dirigindo-se à garçonete. Estava visivelmente irritado com a insistência do moreno.

Sam olhou para o namorado um tanto indignado. Ele ainda não havia terminado a conversa... Dean pelo jeito estava apressado para fugir dali e também do assunto. Ele já ia abrir sua boca de novo quando, para sua enorme surpresa, viu Castiel aparecer do nada, diante de seus olhos.

Sam, boquiaberto, viu que seu amigo fantasmagórico parecia nervoso.

– Sam, não...

Mas antes que Castiel pudesse completar a frase, sumiu novamente, de maneira tão repentina quanto como surgiu. Em um relance, Sam conseguiu enxergar também o espírito de uma mulher. Ela era loura, bonita e muito familiar. O menino reconheceu o rosto do retrato pintado por Ross: era o de sua mãe, Donna.

O moreno nem teve tempo de esboçar uma reação. O que Castiel estava fazendo ali, depois de sumir por tanto tempo? E o que Donna fazia ali? Estavam tentando dizer alguma coisa? Pois que tivessem aparecido antes e se explicado melhor... Nada faria com que ele desviasse sua atenção da missão que tinha a cumprir agora...

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– Castiel, já te disse que você não pode interferir... Não pode fazer isso!

Castiel olhou para o homem de trajes brancos e baixou a cabeça em seguida. Estava visivelmente envergonhado.

– Desculpe, Senhor Malaquias... É que eu estou muito preocupado... Não pude me controlar mais...

– Preocupado com o quê, meu filho? Fique tranquilo... O que tiver que ser será... – respondeu o espírito. Ele tinha uma expressão bondosa no olhar, mas falava de maneira firme.

– Eu já cansei de dizer isso a ele, Senhor Malaquias... Mas o Castiel é insistente... – Dessa vez quem se pronunciou foi Donna, que prestava atenção à conversa. – Se eu não consigo te chamar a tempo de impedi-lo, teria sido um desastre...

Castiel olhou para a moça com cara de poucos amigos. Desastre iria acontecer se ele não interferisse, isso sim... E quem era ela para se meter em seus assuntos... Dedurá-lo para o supervisor... Onde já se viu? Tinha agora que convencer Malaquias antes que fosse tarde demais.

– Senhor... Por favor... Deixe eu me manifestar para o garoto uma última vez... Eu preciso consertar o erro que cometi. É por minha culpa que eles estão indo atrás do Roger...

Malaquias observou o rapaz com dó. Antes que pudesse dizer alguma coisa, virou-se para ouvir o que Donna tinha a dizer.

– Foi culpa do Castiel mesmo... Porque fala demais! Agora está na hora de deixar que os garotos usem seu livre arbítrio... Ele não pode interferir mais, Senhor Malaquias... – Pediu ela.

O supervisou concordou com a cabeça.

– Desculpa, Castiel... Donna tem razão. Um erro não justifica o outro... Você não pode falar com Sam. É uma ordem.

Dizendo isso, Malaquias desapareceu no ar. O homem de olhos azuis se desesperou. Será que ninguém enxergava a tragédia que estava por vir? Ele então encarou Donna, suplicante e desesperado.

– Você sabe muito bem o que pode sair desse encontro com Roger... Ele não vai aguentar... – Lágrimas brotaram dos olhos de Castiel. Donna só estava vendo o seu lado... Pouco se importava que prejudicasse o resto da humanidade durante o processo...

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Dean, que ainda pensava sobre a insistência de Sam em falar sobre seu pai, nem reparou na expressão assustada que o namorado fez quando viu os fantasmas. Ele ficou foi aliviado quando a garçonete voltou e entregou-lhes a conta. Queria ir embora dali o mais depressa possível.

– Aqui, rapazes. Confiram por favor...

Sam olhou o preço e estendeu uma nota de cinquenta dólares à moça. A garçonete trouxe o troco depressa. Nesse meio tempo os dois meninos permaneceram calados.

Enquanto se retiravam do local, Sam suava frio. Ele não tinha mais tempo para amansar o louro. Não tinha mais tempo a perder... Com o coração quase saindo pela garganta, o menino se forçou a falar. Soltou a frase toda de uma vez, sem se dar ao luxo de considerar a reação do namorado.

– Dean... Olha... Eu procurei sobre o seu pai... Eu descobri onde ele trabalha. Ele trabalha bem ali. – Disse o moreno apontando para o prédio da Hill & Oates. Os meninos haviam acabado de sair da lanchonete e encaravam o prédio de frente.

Dean demorou alguns segundos para processar a informação. Quando o fez, olhou para o namorado com a expressão mais apavorada do mundo. Sam viu o queixo do louro cair e tremer em seguida. Os músculos de seu corpo se contraíram de repente. Em um gesto desesperado, Dean segurou os braços do namorado e puxou-o com força.

– Vamos embora daqui agora! – ordenou ele, em pânico.

Para Dean, concordar em procurar por Roger era o mesmo que se permitir uma pontinha de esperança. Era assustador... Ele não aguentaria se decepcionar com o pai novamente.

– Não, Dean! Você precisa enfrentar esse medo! – Sam fez força contrária, impedindo que o louro pudesse fugir como pretendia.

Dean tentou se desvencilhar, apavorado. Queria ir embora carregando Sam consigo, mas se não fosse possível, correria dali sozinho mesmo.

– Sam, me solta! Me solta! – O louro se debatia, chamando a atenção dos pedestres desavisados. Sam, mais forte, não deixava que se mexesse.

O louro foi tomado por uma gigantesca sensação de pavor. Sentiu como se estivesse preso e a mercê de seu maior medo. Era como se Roger estivesse prestes a aparecer por trás, forçando-o a encará-lo de frente.

– Sam, me larga! – O louro caiu aos prantos. Soluçava e se debatia. Não conseguia raciocinar. Precisava fugir depressa.

– Dean, para! – o moreno falou com a voz firme, sacudindo o namorado. Ele estava dando um chilique daqueles. Precisava se controlar... – Para com isso! – insistiu o moreno.

O choro descontrolado servira apenas para enfraquecê-lo. A Dean, só restava suplicar. E foi isso que ele fez.

– Sam, por falor, pelo amor de Deus... Vamos embora... – Pediu, entre soluços.

Sam abraçou o namorado com força. Pobrezinho... O moreno sentia por ele. O garoto imaginou o quanto Dean devia estar apavorado, com medo de ser rejeitado pelo pai uma segunda vez. Segunda não, terceira... Ross também tinha sofrido do mesmo mal. Mas o louro precisava ser forte... Era o único jeito.

– Dean... Vai ficar tudo bem... – O moreno disse baixinho. – Eu estou aqui com você... Não precisa ter medo! Nós já chegamos até aqui... Seja corajoso! Vai dar tudo certo... Você não pode perder a chance de reencontrar seu pai...

Nos braços do namorado, o louro parou de fazer força. Abraçado a ele, deixou as lágrimas rolarem, molhando a camisa do moreno. Após ficarem em silêncio por algum tempo, Dean estava conformado, apesar de ainda nervoso e amedrontado. Sam tinha razão... Ele não podia se comportar de maneira tão covarde. Era a sua oportunidade de finalmente rever o pai...

– Eu não sei o que dizer pra ele, Sammy... – choramingou o menino.

Sam então abriu a mochila e para espanto de Dean tirou de lá a o porta-lápis que ele pintara para o pai.

– Não precisa dizer nada... Entregue o presente para ele... Você guardou-o todos esses anos para isso...

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Após voltarem para a lanchonete para que Dean pudesse lavar o rosto e se recompor, os meninos finalmente andaram até a porta da Hill & Oates. Sam segurava o braço do namorado, tentando lhe passar segurança, apesar do nervosismo que ele mesmo sentia.

– O que desejam? – perguntou o segurança que tomava conta da entrada.

– Por favor, estamos procurando o Sr. Roger Campbell... Ele é funcionário daqui... – informou Sam.

O homem olhou os garotos de cima a baixo. Não apresentavam nenhuma ameaça a segurança do local.

– Podem seguir por esse corredor. Você podem se informar na primeira sala a direita.

Na primeira porta a direita, encontraram uma secretária. Sam perguntou por Roger novamente.

– Acho que está no almoço... – informou a moça. – mas me deixa conferir...

Enquanto discava o número do ramal de Roger, Dean e Sam aguardavam ansiosos. Dean desesperadamente torcia para que o pai não estivesse ali...

– Roger? Tem dois rapazes querendo falar com o senhor. Posso deixar que subam? – A moça então acenou afirmativamente para os garotos. – Podem pegar o elevador. A sala dele é a 204.

Sam apertou o braço do namorado com força e seguiu com ele até o elevador. Dean estava quase tendo uma síncope. Pensou em correr, mas suas pernas já não o obedeciam...

Finalmente chegaram à porta de Roger. O moreno reuniu toda a sua coragem e bateu.


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