Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Gente, voltei! Desculpa a longa ausência. Estava de férias, inclusive das fics :) Espero que gostem do novo capítulo.



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– Dean, você foi embora tão depressa do depósito! Nem viu os quadros do Ross... – disse o menino assim que adentrou o aposento.

Dean teve vontade de gritar.

– Eu estava cansado de ficar ali dentro no escuro... Você não estava me deixando ver nada... – O menino então disse, sem esconder seu descontentamento.

– Ahh Dean, me perdoe... É que eu queria encontrar os quadros do Ross! – desculpou-se o moreno. Achava aquele um excelente motivo para ter feito o que fez.

Dean apenas se calou, soltando um suspiro alto em seguida. Sam olhou para ele e sorriu.

– Dean, os quadros são lindos! E o Seu Romero falou que podemos voltar lá para eu te mostrar!

– Pra que? Não tenho o menor interesse em vê-los...

O moreno sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. Já ia argumentar alguma coisa quando Dean tomou a palavra de novo.

– Olha, eu estou cansado. Amanhã cedo vou ter treino de basquete... Depois a gente conversa, tá?

E dizendo isso o louro encaminhou o namorado até a porta.

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– Castiel! Castiel!

Assim que chegou em seu quarto, Sam chamou pelo amigo desencarnado. Queria falar com ele sobre os quadros. Precisava de um amigo para compartilhar suas descobertas.

Chamou por muito tempo, mas novamente Castiel não veio... Sam se irritou. Pelo menos agora tinha Seu Romero para ajudá-lo. Seguiria os conselhos do seu novo amigo. Cedo pela manhã iria começar as suas buscas por contatos com Oliver Queen e Roger Campbell.

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Dean dormiu mal. Não conseguia parar de pensar em Sam e em sua obsessão pelos namoradinhos da gruta. Pior ainda, em sua obsessão por quadros e pintores. Bem, se gostasse dele teria que aceitar sua falta de talento... Dean não faria nenhum esforço para tentar desenvolver um talento que não possuía.

Se arrastou para fora da cama desanimado e colocou o uniforme de educação física. O dia estava feio e cinzento. Não estava com a menor vontade de ir treinar basquete...

Os corredores estavam vazios, pois não teriam aulas antes das 11h. A grande maioria dos meninos havia aproveitado a oportunidade da folga matinal para dormir até mais tarde. Dean tomou o café-da-manhã sozinho e seguiu até a quadra.

Apenas quando se aproximou dos outros meninos, Dean começou a ficar nervoso. A maioria dos garotos do time era do último ano. Tinham em média dois anos a mais que ele. Eram grandes, fortes e conversavam animadamente entre si. Com certeza não iriam gostar de um pirralho sem graça...

Dean apertou suas mãos uma contra a outra e fingiu prestar atenção no passarinho que voava por ali. Não sabia se devia cumprimentar os rapazes ou ficar calado. Foi então que, surpreso, sentiu um tapinha nas costas.

– Dean?

O louro virou-se para trás e seu olhar encontrou-se com o de Brian Scott.

– Brian? – Dean sorriu. Uma agradável surpresa encontrar por ali um rosto conhecido e amigável...

– Que legal! Não sabia que você tinha entrado para o time!

– É... Eu entrei... – o louro respondeu timidamente.

Brian, animado, apresentou o novato a todos os seus amigos, que foram bastante simpáticos com ele. Talvez fazer parte do time de basquete não fosse ser tão ruim assim afinal...

Logo o professor, Kurt Harris, chegou à quadra e mandou os meninos se aquecerem. Dean se esforçou ao máximo. Estava tendo um bom desempenho, até que o tempo abriu e o sol surgiu intenso no céu. Ficou muito quente e as reclamações começaram a pipocar dentro de quadra.

– Professor, eu vou morrer de calor! – Reclamou um dos rapazes.

O treinador era duro. Mandou que os garotos se calassem e enfrentassem o calor como homens.

Dean estava sedento e quase morto de cansaço quando Brian puxou-o pelo braço.

– Deixa a gente ir beber água, Sr. Harris? – o rapaz mais velho pediu.

O treinador olhou para os dois de má vontade mas acabou assentindo.

– Nossa, estou acabado... – Brian então comentou. – Vem, vamos beber água. O professor Harris às vezes esquece que nós não somos máquinas... – o moreno disse, sorrindo.

Dean ficou agradecido por ter sido tirado de quadra para um breve intervalo que fosse. Brian conduziu o louro até o bebedouro. Caminhava com tanto vigor que Dean teve certeza que fizera aquilo apenas para ajudá-lo. Brian tinha um preparo físico invejável. Beberam água, descansaram por cinco minutos e voltaram para o treino.

Assim que foi liberado, Dean despediu-se de Brian e dos outros meninos e se retirou da quadra. Estava exausto, porém sentia um enorme peso se desprender de seus ombros. Conseguira sobreviver ao primeiro treino e seus colegas eram todos garotos bacanas. Brian, em especial, era atencioso e tinha tudo para se tornar um grande amigo.

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Sam havia passado o inicio da manhã pesquisando listas telefônicas da cidade onde estavam e de regiões próximas. Não achou Oliver Queen, nem Roger Campbell... Mas Oliver era bastante idoso. Com certeza devia morar com parentes mais jovens... Roger ele não sabia.

O menino copiou centenas de nomes e números de telefone de pessoas com sobrenomes Queen e Campbell. Começaria suas buscas por aí... Comprou uma montueira de fichas telefônicas. Pretendia usá-las em uma das cabines públicas destinadas ao uso dos alunos assim que tivesse tempo para isso. Não tinham telefone no quarto.

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– Como foi o treino? Muito ruim? – Sam perguntou assim que encontrou seu amado na sala de aula.

– Sabe que nem tanto... Os garotos são legais... – Dean estava de bom humor. Tinha até esquecido que estava magoado com Sam.

– Que bom! – o moreno sorriu. – Dizem que o treinador é um carrasco durante os treinos... Mas você parece bem. Acho que está ainda mais lindo... – sussurrou.

Dean sorriu ruborizado. Era impossível ficar chateado muito tempo com o dono de um sorriso tão lindo...

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Os dias foram passando. Sam ainda insistiu algumas vezes para que Dean fosse ver os quadros de Ross, mas ele se recusou. Sempre que Sam vinha com esse papo, ou tinha algum comportamento estranho, Dean tentava ignorá-lo. Talvez o relacionamento entre eles estivesse mais frio graças a isso. Talvez fosse graças ao fato de que eles tinham menos tempo para passar juntos.

Dean andava treinando duro para os jogos de basquete que estavam para acontecer em breve. Apesar da alta frequência dos treinos dificultar seus encontros com o namorado, o louro estava feliz. Ele estava jogando bem, e o treinador andava elogiando seu desempenho.

Além disso, assim como previra, Brian havia se tornado um ótimo amigo. Os dois meninos estavam bastante próximos, e Dean se sentia muito a vontade ao lado do garoto mais velho. O louro estava gostando de ter alguém com quem conversar. Sam era seu namorado, com ele era diferente... E Clark e Garth, apesar de legais, eram bem mais amigos de Sam que dele.

Dean conversava com Brian sobre tudo. Já tinha até falado sobre seu pai e sua infância. Os únicos segredos que guardava a sete chaves eram a sua homossexualidade e seu namoro com Sam. Brian era católico fervoroso, e achava a homossexualidade um pecado mortal. Dean tremia nas bases só em pensar que Brian poderia um dia descobrir toda a verdade a seu respeito e passar a detestá-lo para sempre.

Enquanto Dean treinava basquete, Sam percorria sua lista de nomes fazendo ligações. Estava determinado a encontrar o que queria. Não esperava mais que Castiel aparecesse, visto que o amigo fantasma não deu mais o ar de sua graça. Talvez ele tivesse até perdido o dom de ver e falar com espíritos. Quem sabe?

– Alô, é da casa do Sr. Oliver?

– Não é daqui não... – respondeu uma mulher, mal humorada.

– Desculpa, foi engano.

Sam desligou o telefone. Bocejou. Aquela já devia ser a vigésima ligação que fazia aquele dia. Era uma tarefa de fato muito monótona. O menino discou o número telefônico que se seguia na lista.

– Alô, é da casa do Sr. Oliver?

– Quem deseja? – Respondeu uma voz um pouco incrédula do outro lado da linha.

Sam sentiu seu coração sair pela garganta. Não sabia o que dizer... Acabou levando o maior susto do mundo quando ouviu chamarem seu nome. O menino desligou o telefone depressa, sem responder à moça que o havia atendido tão educadamente. Virou-se para trás e deu de cara com Clark, que era quem chamava por ele.

– Está querendo me matar de susto? - protestou o menino.

– Nossa, calma, lindo... – Clark andava com a mania de chamar seus amigos de “lindo”, o que incomodava não apenas Dean e Sam, mas principalmente Garth – eu só vim chamar você para cantar parabéns para o Garth... O pessoal está reunido na lanchonete! Com quem você estava falando no telefone? – por fim perguntou, com curiosidade.

Sam titubeou. Seu coração ainda estava aos pulos. Tinha finalmente encontrado o número telefônico de seu velho amigo?

– Era um tio meu, um tio velho... – Sam então respondeu.

Clark pareceu estranhar, mas não comentou. Apenas reafirmou o convite para que Sam fosse com ele cantar parabéns para o amigo que aniversariava naquele dia.

– Eu já vou... – Sam então respondeu apressado. – Vou lá chamar o Dean e encontramos com vocês daqui a pouco. – Disse ele, já se encaminhando em direção à quadra. O treino de Dean já devia estar terminando.

O moreno caminhou depressa e avistou Dean e Brian conversando, molhados de suor. Sam não gostava nada daquele garoto que vivia atrás do seu louro... Trincou os dentes.

– Dean! Vem logo! – chamou de longe, em voz alta. – Vamos cantar parabéns para o Garth.

Tudo o que ele queria é que Dean saísse de perto daquele garoto.

– Eu tenho que ir... – Despediu-se Dean.

Brian olhou para o amigo sem esconder um pouco de preocupação.

– Dean, toma cuidado com esse garoto... Ele te olha estranho...

O louro evitou encarar o amigo. Ficou sem graça. Claro que Sam o olhava estranho... Haviam trocado beijos e carícias na noite anterior... Como poderia Sam não olhá-lo de forma estranha? Dean disfarçou e fingiu não entender.

– Bobagem... – comentou baixinho.

– É sério, cara. E aquele outro garoto que anda com ele, o Clark? É mais estranho ainda. Dean, toma cuidado com esses garotos com quem você anda... Estou dizendo isso porque sou seu amigo. – e dizendo isso Brian se despediu.

Só faltava essa... Brian tinha percebido alguma coisa... Dean se aproximou de Sam tomando cuidado para não “dar bandeira”, mas o moreno foi logo pousando uma das mãos sob seu ombro.

– Sam, eu estou todo suado... – advertiu o louro.

– Como se eu me importasse... – respondeu o moreno de maneira sugestiva. – Vem, vamos cantar parabéns para o Garth. Eles estão esperando a gente.

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– Parabéns pra você, nessa data querida... – cantavam todos.

Data querida! De fato! A querida data na qual Sam havia finalmente encontrado o telefone de seu amigo Oliver. Iria ligar para ele assim que pudesse ficar sozinho. Mas dizer o que? Será que Oliver o acharia louco se dissesse a verdade? Muito provavelmente sim... O que fazer? O que dizer? Ele tinha tantas coisas para perguntar... Poderia mentir, assim como mentiu para Steave Gilbert... Dizer que era um trabalho da escola...

– Você quer bolo, Sam?

Sam voltou à realidade e segurou o prato de bolo que Garth estendeu em sua direção. Comeu sem vontade. Tudo o que queria agora era poder resolver mais esse impasse e desvendar um pouco mais os mistérios de sua encarnação passada.


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