Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 21
Capítulo 21




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/405344/chapter/21

– Nossa, que esculturas lindas!

Dean se aproximou para olhar melhor, mas Sam já havia se afastado com a lanterna.

– Sammy, ilumina aqui! – reclamou o louro.

Sam estava pouco se importando com esculturas. Precisava encontrar os preciosos quadros, e era isso que iria fazer. Depois Dean podia apreciar aqueles objetos empoeirados se quisesse. Saiu andando apressadamente pelo aposento e iluminando em todas as direções a procura de seu tesouro.

– Você está procurando alguma coisa? – O louro perguntou então sem entender.

Sam hesitou.

– Os quadros de Ross...

Ah não... Ross de novo não... Por que Sam estava tão obcecado pelos dois amantes da gruta?

– Que quadros são esses, Sam? – o menino perguntou aflito.

– Seu Romero me contou que Ross pintou uns quadros... E que estão por aqui em algum lugar. Lembra aquele pincel que você achou na praia? Era dele... – suspirou.

– Sam, você perguntou para o Seu Romero sobre Tristan e Ross? Pra que?

– Curiosidade...

Dean olhava incrédulo para o feixe de luz que pipocava por todos os lados. Ele queria tanto apreciar os lindos objetos de arte... Mas Sam pelo jeito não se importava com nada além das bichinhas da gruta... Fechou a cara.

– E por que esses quadros te interessam tanto? Tem outras coisas lindas por aqui...

Sam não respondeu. Estava se afastando cada vez mais. O depósito era maior do que Dean previra, pois logo se viu totalmente no escuro.

– Sammy, volta aqui! – gritou revoltado.

– Espera um pouco que eu já vou! – o outro menino respondeu. Tinha finalmente encontrado um amontoado de quadros, e começou olhá-los, um a um, apressadamente.

Dean tentou ir ao encontro de Sam, porém assim que se pôs em movimento começou a esbarrar nos objetos. Teve medo de quebrar alguma coisa e achou melhor não se mexer.

– Sam! – chamou ele de novo. Não sabia por que o namorado o havia arrastado até lá, se estava pouco se importando com ele. Antes tivesse ficado estudando Física na biblioteca sozinho...

– Já vou, Dean. Espera um pouco! – Sam respondeu apressado. Estava quase encontrando o que queria. Não iria parar agora. Não custava nada Dean esperar um pouco mais.

Dean conseguiu encontrar um cantinho no chão para sentar. Sentia-se miserável. Sam só pensava em pinturas e pintores... Era obcecado por isso. Desde quando se conheceram, quando Sam surtou dizendo que o amava, afirmou saber que Dean era um grande pintor... Dean se lembrou do desapontamento no rosto do outro garoto quando ele revelou a Sam que estava redondamente enganado.

Dean se encolheu ainda mais, abraçando as próprias pernas. Teve vontade de chorar. Sam tinha tara por pintores, só podia ser... E por isso tentara incentivar Dean a melhorar aquela capa ridícula que tinha feito para o trabalho de história. Por isso queria que Dean fizesse um curso de pintura... Namorar um garoto sem nenhum talento devia ser o fim do mundo pra ele. E agora mais essa... Descobrira que Ross pintava quadros... Talvez o interesse que Sam nutria por Tristan e Ross desde o dia em que viu seus nomes estampados na gruta fosse por conta do pincel que acharam. Ele provavelmente desconfiara que um dos dois meninos fosse o dono do pincel, e estava doido para saber mais sobre isso desde então.

Maldito pincel... Malditos pintores... Malditas pinturas... Sam estava demorando uma eternidade... E provavelmente fora por causa de Ross e seus quadros que Sam se atrasara tanto para a aula de história. Ele sabia o quanto Dean estava nervoso, mas pouco se importou... Assim como pouco se importava se ele estava sozinho agora no escuro. Dean chorou baixinho. Queria sair dali e correr para bem longe.

–----------------------------------------------------------------------------------

Sam olhou todos os quadros. Já estava perdendo as esperanças quando avistou mais alguns escondidos atrás de uma escultura grandona. O menino apontou a lanterna em direção a eles e estremeceu ao ver que retratavam pessoas de antigamente.

O moreno andou até eles e, trêmulo, tirou um a um cuidadosamente. Só então iluminou o primeiro para observá-lo com mais atenção. Era o retrato de uma mulher, bela e loura. Exatamente como ele se lembrava dela, ali estava a mãe de Ross. No cantinho inferior, a direita, um assinatura muito bem desenhada revelava o nome do artista: Ross McKinnon. A emoção tomou conta do garoto, e lágrimas começaram a rolar em seu rosto.

A segunda tela exibia o rosto do pai, e a terceira, do irmão mais velho. Sam iluminou finalmente a quarta tela, e lá estava o retrato de seu amor. O menino se recordou nitidamente da pintura, assim como das anteriores, em seus mínimos detalhes. O garoto bonito com um ratinho no bolso... Sam sorriu, chorando. Engraçado como só agora percebia o quanto Ross era diferente de Dean. Era lindo também, mas diferente... Não tinham as mesmas feições.

Por fim, Sam olhou o retrato de Tristan. O menino do quadro olhava para ele e sorria. Também tinha covinhas, e seus olhos tinham a mesma cor dos de Sam. Não eram idênticos, porém Sam se reconheceu nele.

O menino segurou o quadro nas mãos e não pode conter a enchente de lágrimas que se seguiu. Era emoção demais. Aquela era a declaração de amor de Ross para Tristan. De Dean para ele... O pobre rapaz do retrato sorria, inocente, sem saber quanto sofrimento viria em seguida. Sam prometeu que seria feliz para recompensá-lo.

Quando finalmente começou a se recompor, Sam lembrou-se de Dean, que estava quieto já há muito tempo.

– Dean! Eu encontrei os quadros! – Sua voz embargou. Sam torceu para que Dean não percebesse que estava chorando.

Que se danassem os quadros... Dean pouco se importava com eles. Enxugou as lágrimas.

– Que bom! – Ele falou enfatizando o pouco entusiasmo. Tudo o que ele queria era que Seu Romero chegasse depressa.

– Eles são lindos... Eu vou aí te buscar para você vir até aqui vê-los... – Sam disse, enquanto caminhava em direção ao louro. Dean tinha direito de ver suas belas obras. O moreno estava curioso para saber qual seria a reação do namorado. Será que algo despertaria dentro dele? Ficaria emocionado?

– Não quero ver nenhum quadro... Eu quero sair daqui!

Sam notou o tom magoado na voz de Dean.

– Dean, você está chateado com alguma coisa?

– Não, Sam. – mentiu o louro - Eu só estou cansado de ficar aqui dentro. Eu quero respirar ar fresco!

Sam se aproximou do namorado com a lanterna, mas antes que pudesse insistir mais um pouco a porta se abriu, deixando um pouco de claridade entrar. Era Seu Romero.

– Demorei muito, meninos?

– Não! – respondeu Sam. Ele queria ficar mais tempo lá dentro. Queria mostrar os quadros para Dean. Mas o louro, sem dizer mais nada, correu em direção a porta.

– Tchau Seu Romero, obrigado! Sam, te encontro depois. – e dizendo isso, Dean saiu de lá bem depressa. Não queria que Seu Romero, e muito menos Sam, vissem seu rosto vermelho de tanto chorar.

Sam não entendeu o porquê de tanta pressa. Uma pena Dean não ter visto os belos quadros de Ross... Precisaria mostrar a ele em outra oportunidade...

– E então, Sam? Encontrou os quadros?

– Encontrei sim, Seu Romero. São exatamente como eu me lembrava! – o menino abraçou o funcionário emocionado e agradecido. – posso ficar com eles?

O homem estremeceu. Aqueles quadros eram do acervo do museu do Colégio. Não podia deixar que saíssem do depósito...

– Desculpa garoto, mas não posso deixar que os leve consigo...

– Mas o Dean nem chegou a vê-los... – os olhos de Sam se encheram de lágrimas novamente.

O funcionário teve pena. Sabia o quanto os quadros significavam para o garoto, e o quanto era importante para ele que Dean também os visse.

– Não precisa ficar triste, você pode trazê-lo aqui de novo quando quiser... É só me pedir que eu abro a porta do depósito para vocês...

Apesar de triste por ter de deixar as telas ali, Sam compreendeu. Sentia-se feliz e emocionado por rever aqueles quadros, e estava muito grato a Seu Romero por levá-lo até eles. Olhou o relógio. Estava atrasado para estudar matemática com Clark. Finalmente despediu-se, agradecendo mais uma vez, e saiu correndo dali.

–--------------------------------------------------------------------------------

– Sam, onde você se meteu? Você está muito estranho hoje! – comentou Clark assim que viu o amigo chegar esbaforido na biblioteca. – Estou te esperando há meia hora já!

O menino se desculpou e contou sobre o depósito. Disse que ele e Dean foram até lá para ver os objetos de arte.

– Mas não conte para ninguém, por favor – Pediu – Ou pode dar problema para o Seu Romero... Ele é um cara muito legal!

Clark concordou. Começaram a estudar, mas Sam estava muito inquieto. Era difícil se concentrar com tantas coisas passando por sua cabeça. Queria conversar com Dean. Falar sobre os quadros e sobre Ross...

– Sam, desde quando 1/3 + 1/2 = 1/5? Você está totalmente desatento hoje! Acho que vai acabar me desensinando...

– Desensinando? – Sam riu... – Não exagera!

– Não... É sério. Vamos deixar pra outro dia...

Era tudo que o menino queria ouvir. Agradeceu ao amigo, guardou suas coisas apressado e partiu correndo para o quarto de Dean.

–----------------------------------------------------------------------------------

Toc Toc Toc

Dean não esperava por ninguém àquela hora. Nem estava com humor para conversar com ninguém. Passara a última hora remoendo os acontecimentos do dia e tendo certeza de que Sam não podia gostar dele de verdade.

– Quem é? – respondeu sem vontade.

– Sou eu, Dean!

Dean estremeceu ao ouvir a voz animada do namorado do outro lado da porta. Não estava pronto para vê-lo novamente.

– Você não ia estudar com o Clark?

– Nós remarcamos para outro dia... Me deixa entrar, Dean!

Sem opção, o louro abriu a porta. Sam estava lindo e sorria para ele, exibindo duas belas covinhas no rosto. Talvez quisesse se desculpar... Dean forçou um sorriso e deixou que o namorado entrasse.

– Dean, você foi embora tão depressa do depósito! Nem viu os quadros do Ross... – disse o menino assim que adentrou o aposento.

Dean teve vontade de gritar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, aproveito para desejar a todos um Feliz Ano Novo. Que 2014 nos traga muitas boas histórias com os nossos queridos Sam e Dean :) Beijos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Nova Chance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.