Quanto Tudo Começou A Mudar. escrita por Lina Pond


Capítulo 4
É possível você se apaixonar por uma risada?




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E lá estávamos nós, naquele momento constrangedor, a porta.

– Foi muito legal. Hoje, eu quero dizer. – eu disse, já segurando a maçaneta.

– Você devia me passar seu número sabe? Assim...

– Ah, claro – eu disse pegando seu celular e anotando meu telefone.

– Você dorme cedo? – ele disse me devolvendo meu celular.

– Não nas férias. – e sorri. – Boa noite Aaron.

Abri um pouco da porta quando ele se aproximou.

– Eu... – eu disse e ele abriu os olhos. Eu me aproximei o suficiente para sussurrar em seu ouvido – Eu não beijo no primeiro encontro. É uma regra.

Me afastei e ele sorriu.

– Você vai acabar me matando.

***

Lizzie e minha mãe estavam sentadas no sofá, olhando diretamente para a porta quando eu cheguei.

– Ah Meu Deus.

– Como foi? – Lizzie correu, grudando nas minhas pernas.

A arrastei até o sofá e sentei entre as duas.

– Ele é... – queria dizer “maravilhoso” – legal.

– Legal do tipo abriu a porta do carro pra você sair? – Sarah perguntou.

– Ele não dirige. – respondi.

– Não? – minha mãe parecia surpresa – Ele é mais novo que você?

– Sobre isso, mãe...

Meu pai entrou na sala naquele exato momento. Ele estava com sua roupa de jardinagem, secando seu suor com uma toalha.

– Fiquei sabendo que a senhorita foi para um encontro sem me avisar.

– Não era um encontro pai. Foi só eu e um amigo tomando um sorvete.

– Um amigo que não dirige pai – Lizzie disse pulando no sofá.

– Muitas pessoas não dirigem – eu rebati – Não é algo tão chocante.

– Nós vamos conversar sobre isso – meu pai disse quando a campainha tocou – Mas, como podemos notar, não agora.

Respirei aliviada e corri para o quarto antes que tivesse que lidar com mais perguntas.

***

00h13. Fiquei segurando o celular na mão, medi cada centímetro. Coloquei no silencioso, tirei do silencioso. Decidi que não ia atender caso ele ligasse, quis procurar na lista telefônica pelo nome dele. Tive um dia longo e acabei caindo no sono.

Uma música começou a tocar no meu sonho, algo como Ellie Goulding. O toque do meu celular. No meu sonho, estava em baile, cercada de pessoas com máscaras. Dei um pulo e alcancei meu celular que vibrava descontroladamente sobre minha penteadeira, ao lado da cama.

– Alô?

– Oi, Emma. É o Aaron.

– Oi – eu realmente queria acordar, mas parecia que eu ainda estava dentro do sonho.

– Te acordei né? Desculpa.

– Tá tudo bem. Eu só estava um pouco cansada.

– Tudo bem, pode dormir. Eu ligo outra hora. – Ele disse, em tom de decepção.

– Agora você já me acordou. – eu disse, rindo.

Na verdade, eu estava exausta. Se fechasse os olhos por mais de dois segundos, corria o grande risco de dormir como se estivesse em um coma. Mas eu realmente queria ficar acordada e conversar com alguém que não fosse a Mariana.

– Então... – Aaron começou do outro lado da linha – Como foi o resto do seu dia?

– Normal – eu respondi – Eu cheguei, cozinhei, ajudei a Lizzie e deitei.

– Lizzie?

– Minha irmã – respondi.

– Ah legal. Quantos irmãos você tem? – Ele parecia tão interessado. A questão era, por que ele estava interessado em mim?

– Só a Lizzie. Ela tem doze anos. E você, quantos irmãos tem?

– Eu sou filho único. – senti uma certa tristeza em sua voz.

– Uau, deve ser um alivio. Sabe não tem que dividir nada e tal.

– É – ele respondeu meio rindo – Tem suas vantagens.

Silêncio constrangedor.

– Então... – eu ia começar com um assunto novo, mas ele tomou coragem primeiro – Amanhã... Eu preciso... Ir conhecer minha faculdade sabe?

– Ah, legal!

– E queria saber se você não queria ir comigo.

Sorri.

– Eu acho que você só está querendo uma carona – respondi.

– Droga, você me descobriu.

É possível você se apaixonar por uma risada?

– Tudo bem – eu disse – Mas você paga o Mcdonalds.

– Feito – ele disse, alto demais – Agora vou deixar você dormir.

– Certo.

– Certo.

Silêncio constrangedor.

– Aaron?

– Sim?

– Eu busco você na sua casa?

– Não quero abusar da sua boa vontade.

– Eu faria qualquer coisa por um Mcdonalds.

Ele riu.

– Ok, te espero as sete.

– Ok, as... O QUE?

Mas ele já tinha desligado o telefone. E eram quatro da manhã. Eu tinha mais três horas de sono, e depois uma viagem de carro para fazer.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é provavelmente o menor que já escrevi. Mas o próximo vai valer a pena, JURO! Me digam o que estão achando da relação dos dois ok? Beijos!