Quanto Tudo Começou A Mudar. escrita por Lina Pond


Capítulo 25
Quero que vocês conheçam uma pessoa.




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 - Não era pra isso ter acontecido – Eu disse enrolada no edredom enquanto Aaron sorria ao meu lado – Ainda estou brava com você.

- É claro que está – ele me puxou para perto e voltou a me beijar.

- Aaron, é sério. Vou dormir agora.

- Por favor, isso foi basicamente a melhor noite da minha vida e você vai estragar isso?

- Ah é claro porque eu estrago tudo.

- Para de distorcer tudo o que eu falo Emma. Boa noite.

Me levantei e fui até o banheiro. Lavei o rosto e vi no espelho uma pessoa cansada. Cansada de brigar. Coloquei o pijama e caminhei de volta até a cama, me deitando e abraçando meu travesseiro.

Senti a mão quente de Aaron encontrando minha cintura e me puxando para perto dele. Me virei em sua direção e o beijei lentamente.

- Eu te amo – ele sussurrou – Me desculpe por hoje. Eu sou um babaca.

- Eu sou a maior babaca de todas, estou estragando nossa viagem. Eu amo você.

Acabamos caindo no sono sem ter tempo para discutir mais.

***

- Bom dia amor – Aaron estava todo animado, fazendo abdominal.

- Não – eu disse levantando toda descabelada.

Aaron abriu as janelas e pulou em cima de mim.

- Nós temos que ir conhecer a faculdade amor. Levanta.

Ele me beijou e me arrastou da cama.

- Aaron?

- Sim?

- A água do chuveiro está gelada.

- Se você quer uma desculpa para tomar outro banho comigo, é só dizer.

- Ah com certeza – eu disse colocando a toalha em cima do corpo enquanto ele arrumava o chuveiro.

Aaron saiu do chuveiro e me mediu.

- Você sabe que eu já te vi nua né?

- Sai daqui Aaron.

- Mas é sério, e tipo não foi só uma vez não. – Dei um tapinha nele.

- Sai daqui que eu vou tomar banho e a gente não tem tempo pra isso agora.

***

Fazia frio em Nova York e eu e Aaron andávamos parecendo dois esquimós, agarrados. Chegamos ao prédio da universidade Columbia. Sabe quando você vê aquilo na tv e imagina que não pode ser maior? É maior. Nós entramos e eu fiquei três horas esperando Aaron conversar sobre seu curso enquanto caminhava pela universidade.

- Então? – eu perguntei quando Aaron saiu do sala. Foi quando um homem veio caminhando do final do corredor, com cabelos dourados e olhos iguais aos do Aaron.

- Pai – Aaron gaguejou e eu encontrei os olhos do homem de meia idade, que tinha um sorriso sério.

- Aaron – ele o puxou para um abraço longo e eu fiquei procurando o homem que Aaron normalmente rejeitava.

- Essa é minha namorada, a Emma. Emma, esse é meu pai. Marcos.

- É um prazer senhor – eu disse estendendo meu braço.

- Emma. Falo pouco com meu filho, mas ouvi falar muito sobre você.

- Ah, sim! Fico feliz, eu acho – disse sorrindo.

- Eu e a Emma vamos almoçar. Nós nos vemos mais tarde pai.

- Ou vocês podem ir almoçar comigo. – Marcos disse. Aaron olhou para mim como se pedisse socorro.

- Eu tenho que ligar para meus pais do hotel. Que tal nós irmos jantar? – Aaron ainda olhava para mim como se eu não tivesse resolvido o problema.

- Vai ser ótimo um jantar Emma. Aaron sabe onde eu moro. Era a casa dele. Espero vocês hoje à noite.

Eu sorri e Marcos andou em direção à saída.

- Muito obrigado – Aaron disse entrelaçando seus dedos nos meus e nos levando para a saída.

- Como você esperava que eu me livrasse do seu pai? Ele é tipo: seu pai.

- Não diga.

Aaron me arrastou até um Starbucks e ficamos tomando café e montando um mapa de tudo que veríamos no resto da nossa semana de passeio.

Chegamos ao nosso quarto de hotel e eu tive que escolher um vestido chique, culto e que não me congelasse. Acabei escolhendo um vestido que Mariana tinha me emprestado para nossa formatura, um ano antes. Ele era verde e longo e ficava muito melhor em mim do que nela, modéstia parte.

- Uau – Aaron disse se aproximando do espelho onde eu tentava arrumar meus cachos – Você está... incrível.

- Obrigado – eu sorri e me virei, começando a arrumar sua gravata – Você também está incrível.

- Então que tal se a gente... – Aaron deslizou a mão pela alça do meu vestido enquanto sorria descaradamente.

- Não – eu disse segurando minha mão e ajeitando meu vestido novamente – Você não vai fugir disso Aaron. Você não pode.

- Ok – ele bufou – Tanto faz. Mas ele só vai te deixar desconfortável.

- Eu lido bem com isso.

***

Pegamos um táxi para chegar à casa de Marcos. Ela tinha traços bem brasileiros. Um jardim alegre e portas grandes. Caminhamos de mãos dadas até a porta. A mão de Aaron suava frio enquanto eu a apertava com força o suficiente para que ele conseguisse pensar em outra coisa. Uma governanta nos recebeu com um sorriso e pediu que esperássemos na sala de estar.

Para minha surpresa, o lugar era simples. Tinha um sofá bordo e vários porta-retratos do que aparentemente era Aaron criança. Mas o que realmente chamava atenção era um quadro gigantesco no final da sala, o retrato de uma mulher linda que eu conhecia muito bem.

- Aaron – eu disse lentamente enquanto admirava o quadro – É sua mãe.

 - Pois é – ele examinava o quadro de longe – Agora me diz, como alguém pode abandonar uma mulher dessa?

- Você nunca me contou a história – eu me sentei no sofá e ele se sentou ao meu lado – Tudo bem se você não quiser contar...

- Está tudo bem... – Aaron estava segurando minha mão novamente – Ela era jovem e ele rico. Mas ela não sabia que ele tinha tanto dinheiro. Ele começou a rondar ela e como toda adolescente boba, ela se apaixonou pelo rapaz mais velho. Em dois meses ela estava grávida. Ele cuidou dela escondido até eu nascer e então meu avô descobriu. Ela teve uma casa e pode cuidar de mim até eu completar cinco anos. Então meu pai conheceu uma mulher da alta sociedade e meu avô mandou minha mãe para longe, mas não deixou que ela me levasse junto. Quando fui procurar por ela, com doze anos, ela já tinha falecido. Provavelmente de tristeza.

- Aaron... – eu respirei fundo e apertei sua mão ainda mais forte – Eu sinto muito. Eu tenho certeza que ela era maravilhosa.

- O pouco que me lembro dela era maravilhoso. Você me lembra um pouco dela.

- Quando eu for tão bonita quanto ela... – eu observei novamente o quadro, aquela mulher parecia não existir.

- Me desculpem os deixar esperando – Marcos apareceu na sala com um terno engomado, com seu cabelo dourado penteado para o lado e uma gravata violeta – Estou muito feliz que vocês tenham realmente vindo.

- Obrigado pelo convite – eu disse tentando quebrar o silêncio.

- Podemos jantar? – Aaron disse impaciente.

- Antes – Marcos engoliu seco, balançando as mãos de maneira nervosa – Quero que vocês conheçam uma pessoa.

Um jovem negro e alto apareceu na sala. Em passos lentos, ele se aproximou. Ele era muito bonito, forte e usava roupas menos formais. Tinha um sorriso iluminado e parecia simpático.

- Aaron, Emma – Marcos entrelaçou as mãos com a do jovem e senti o corpo de Aaron tremer – Quero que vocês conheçam meu namorado, Louis.


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Notas finais do capítulo

Devido ao fato de eu estar totalmente em débito com vocês, vou começar a postar dois capítulos por fez, assim me sinto menos culpada, certo? Espero que vocês estejam gostando, eu já estou quase acabando com a nossa jornada ):
P.S: Revelação da noite o pai do Aaron hein. Beijos!



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