Menina dos Olhos escrita por Spaild


Capítulo 3
Inúmeros Narizes.


Notas iniciais do capítulo

Já disse e afirmo, nada disso me pertence a não ser a ideia central da trama! Fico feliz em 'brincar' com o mundinho da J.K.



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Chapter Three: Inúmeros Narizes.



"(...) na realidade os dias são cheios de problemas

E às vezes sofridos, são tempos solitários.

Tenho certeza que mentir não faz sentido.

Todo meu amor…

Sem isso, não consigo sobreviver

Doce amor, como eu vi em meus sonhos..."



Rolling Star

Yui.



Os raios do sol entravam imponentes pelas finas cortinas milimetricamente fechadas, banhavam o quarto com uma coloração dourada presunçosa e antiquada, partículas de poeira desprendiam-se no ar, dançando como pontos brilhantes. Toda aquela claridade deveria ser proclamada obscena. O homem jogado as sombras grunhia, parecia querer atacar o astro rei que despojava seus brilhantes feixes de luz.

Quanto tempo passara ali jogado ao chão remoendo o que lhe fora dito? “Veredas inexploradas e incertas.” fora o que ela disse, não podia negar que de fato ela tinha alguma razão. Ele era um mar de incertezas. Uma vida com ele nem poderia ser chamada de vida. Ao menos ela era sincera, sempre fora sincera em tudo o que se propunha a fazer. Decidira-se brincar de casinha com o cabeça de fósforo do Weasley e ela levaria isto até as ultimas consequências se ele, Severo Snape não fizesse algo para demonstrar-lhe o que sentia.

Mas, será mesmo que Snape poderia privar a mulher de uma vida boa e feliz para viver uma vida incerta com ele? As vezes, nem ele mesmo se aguentava, rabugento, metódico, irônico, seco, sarcástico. O único que havia conseguido ver além daquela máscara de frieza foi o homem que morreu por suas mãos. Ele era um condenado, todos que o ofereciam um pouco de amor, tinha uma morte vinda da parte dele. Fora assim com Lily, fora assim com Dumbledore. Mas ele a queria tanto.

- Senhorita Granger... - resmungou.

Ela era o modelo de mulher ideal que ele construirá uma vez, bonita, simplista, humilde, desapegada de bens materiais, inteligente, culta, fiel e apaixonada. Porque ele sempre viu a paixão que ela dedicava a tudo que a rodeava, paixão pelos estudos, pelos amigos, pela causa que defendia, pelos professores que haviam se aproximado dela. Sentia uma inveja incontrolável de Minerva McGonagall. A bruxa de meia idade havia conseguido o grande troféu de Hogwarts sem nenhum esforço, selecionada para a Grifinória quando suas qualidades intelectuais a jogariam perfeitamente para a Corvinal. E a bondade e instinto de proteção que Minerva exalava pelos poros conquistou o carinho da garota. E muitos outros professores haviam rendido-se a inteligencia e perspicácia de Hermione Granger. Porém ele, o único ignóbil manteve um muro de difícil acesso, e a pobre menina tentou, Snape sabe, Merlim também sabe o quanto a menina tentou de alguma forma se aproximar do professor de poções. E ele com aquela mania de afastar tudo e todos afastou-a de si desencadeando todas as desventuras que vivia agora.

Irritado, seus olhos lacrimejavam, era uma criatura das trevas, e a menor incidência de luz o comprometia, como então, ele pensou, ficaria com a Senhorita Granger? Ela sem nenhuma sombra de duvidas pertencia a mais sublime luz, não, ela era a luz. Snape levantou-se e a garrafa de hidromel rolou para o lado, vazia.

- Maldição, eu sou Severo Snape! Não tenho que me prestar a esse sentimentalismo barato por causa de uma Sabe-tudo Grifinória!

Nem o Próprio Snape concordava com o que dizia, porém ele não era conhecido por ser exatamente o tipo de homem que lida bem com seus sentimentos. Um farfalhar de asas precedeu um tipica bicada de coruja no vidro da janela. Snape afastou as cortinas ralas grunhido mais com a exacerbada claridade, a janela fora arrastada e uma coruja Tyto alba adentrou o recinto com a imponência que sua raça exercia.

A magnifica ave mantinha os olhos fechados, soberba, alheia a toda aquela desordem que era aquela casa. Um lenço triangular purpura fora amarrado no pescoço da coruja, a parte pontiaguda vertida para a cauda curta exibia o simbolo do Ministério da Magia. Esticou a pata coberta por escamas amareladas com impaciência, Snape desatou o pequeno laço verde limão e a carta escorregou para sua mão.

A coruja soltou um pio e saiu ganhando a imensidão azul do céu matutino. Snape desdobrou o pedado de pergaminho e leu a carta.



Sr. Severo Prince Snape,

Meste em Poções;

Ordem de Merlim – Primeira classe;

Viemos por meio desta, convida-lo a comparecer

ao baile Ministerial em Honra a libertação dos Bruxos Modernos

que ocorrerá neste sábado às 20:30.



Ps.: Trajes de Gala exigidos.



Kingsley Shacklebolt.

Ministro da Magia.”



E havia mais aquilo, a maldita festa anual que contava com todos os 'heróis' de guerra que livraram o mundo em que viviam do Megalomaníaco que fingia seguir. O pior de tudo não era comparecer aos bailes, e sim, dividir o mesmo recinto com a testa-rachada. Forçou-se pela memória buscando em que dia da semana estava.

- Ah sim, quinta-feira... - resmungou.

O calor que desprendia-se do sol a obrigava aproveitar-se mais da cama e das cobertas, o barulho do chuveiro aberto era como uma melodia que velava o sono da mulher. Esticou os pés preguiçosa e seus dedos roçaram um pedaço de pergaminho curiosa, levantou e puxou para si, estava devidamente dobrado, olhou para o quarto e encontrou um outro pergaminho um tanto quando amaçado, sobre a poltrona. Obviamente aquele à poltrona era endereçado a Ronald Weasley. Rodou o papel em seus dedos e viu um pequeno 'HG' no canto inferior direito do papel, abriu-o a ler.

__________________________

Srta. Hermione Jane Granger,

Chefe do Departamento de Execução das Leis Mágicas

Ordem de Merlim – Primeira classe;

Viemos por meio desta, convida-la a comparecer

ao baile Ministerial em Honra a libertação dos Bruxos Modernos

que ocorrerá neste sábado às 20:30.



Ps.: Trajes de Gala exigidos.



Kingsley Shacklebolt.

Ministro da Magia.”



Hermione sorriu, adorava bailes de gala, e os bailes Ministeriais eram sempre cheios de pessoas queridas que lutaram em conjunto para derrotar as trevas. Divagava o que deviria usar quando uma voz a chamou, e lembrou-se que precisava esclarecer com Ron o beijo que ela dividira com o antigo professor de poções.

- Bom dia Flor-do-dia!

- Bom dia Ron! - mergulhou as mãos em seu colo. - Precisamos conversar!

- Mione, podemos fazer isso durante um almoço? - Ron agitou a varinha e estava vestido e pronto para sair. - Preciso chegar mais cedo hoje... - Beijou o topo da cabeça de Hermione e sorrindo deixou o quarto.

Hermione bufou, odiava ser cortada como vinha sendo desde que decidira contar para Ron que havia beijado Snape. Principalmente que ela estava incomodada consigo mesma. Mas, enquanto Ron não a dava oportunidade, o que ela poderia fazer realmente? Gritar a bons brados com ele, jogando a realidade nua e crua sobre o rapaz? Não, aquilo jamais seria a coisa certa a fazer, principalmente porque Hermione tinha um longo histórico com a homem em questão. Porque acima de tudo, era amigos.

Levantou-se e rumou para o banheiro, sem nenhuma pressa arrumou-se, pela primeira vez não precisava correr para o trabalho, na verdade, ela até assumir o novo cargo, estava, digamos, desempregada. Revirou os olhos quando saiu do banheiro enrolada na toalha e viu bichento se aconchegando nos lençóis revirados. O meio-amasso a olhou com os olhos amarelos e sem importar-se deitou. Hermine decidiu-se que deixaria aquilo para depois, no momento, precisava tomar uma boa e quente xícara de café. Hermione vestiu o grande suéter azul escuro com um 'R' no meio. Gostava de usar as roupas de Ron após acordar, e o rapaz nunca havia reclamado do hábito que ela havia adquirido.

O grande relógio que fora um presente da Tia Muriel, moveu-se ruidosamente, girando o ponteiro com o nome de Ron e apontando para 'Em transito'. Hermione ainda olhava o relógio com uma caneca vazia nas mãos quando as chamas da lareira ficaram verdes e no mesmo instante que o ponteiro marcou 'Em casa' o rapaz apareceu saindo da lareira, para esta novamente brilhar verde e permitir que Harry Potter também saísse.

Os dois pareciam agitados demais para notarem a morena na sala com os olhos espantados e a boca entreaberta, do mesmo modo que entraram saíram assim que Ron convocou um livro com uma capa escura que Hermione nunca tinha visto na casa. Piscou ainda algumas vezes antes de mover-se.

Estava resoluta em não entrar naquele lugar, primeiro porque aquela loja de tijolos vermelhos e vitrines com manequins velhos, com roupas mais antigas ainda davam um certo medo. Segundo e não menos importante, ela tinha um certo desconforto em hospitais. Sussurrou para o manequim que iria visitar uma amiga e o mesmo moveu-se para apontar a porta. Hermione entrou e logo se viu dentro de uma recepção tumultuada, com bruxos sentados em bancos de madeira por todos os lados. Atrás da mesa da recepção, havia uma bruxa de meia idade que dava as informações.

Encontrou a ala que queria, Envenenamento por poções ou plantas - Terceiro andar. Andando pelo andar, a fim de encontrar uma cabeleira ruiva, chocou-se com as vestes verde-limão dos curandeiros. Hermione sempre achou aquele tom de roupa improprio para pessoas que tratariam de outras pessoas incapacitadas, mas no mundo bruxo, tudo girava em torno da excentricidade. Reconheceu os cabelos presos de Ginny a meia distancia. Começou uma caminhada tranquila até chegar na garota que carregava uma bandeja com inúmeros medicamentos. As vestes berrantes contrastavam com os cabelos ruivos.

- Olá Ginny!

- Hermione! - surpreendeu-se. - Já falo com você sim, me espera no Quinto andar, só preciso medicar um paciente com erupções causadas por uma poção polissuco mal feita.

Hermione assentiu abrindo para Ginny a porta branca para que passasse. Seguiu para o quinto andar e sentou-se em uma das mesinhas dispostas para os visitantes relaxarem. Pouco tempo depois Ginny sentou-se ao lado da amiga segurando o riso.

- O que foi Ginny?

- Sabe, o sujeito que eu fui medicar, ele colocou mais pele de araramboia do que precisava e quando tomou a poção, inúmeros narizes brotaram pela pele dele.

Hermione fez uma cara de nojo ao imaginar um homem coberto de narizes pelo corpo, rodou os olhos e lembrou-se de sua experiencia com a poção, não fora tão boa quanto desejava, mas ao menos não fora um descuido no preparo e sim na hora de acrescentar o pedaço da pessoa a se transformar.

- E o que isso tem de engraçado Ginny?

- Não é o fato de ter muitos narizes, ou melhor até é, o engraçado realmente foi que quando o mediquei com uma poção de reversão, descobrimos que ele tem alergia a Ditamno, e ele espirrou um muco amarelo.

Hermione franziu o cenho, o que era tão engraçado em espirrar um muco amarelado? Então o entendimento recaiu como uma pedra em sua cabeça. Imaginou claramente um homem com todos aqueles narizes espirrando muco amarelo para todos os lados possíveis. Aquela imagem formada em seu cérebro, Hermione não pode deixar de rir. Passado o surto de risos das duas mulheres, Ginny secou os olhos e encarou Hermione curiosa.

- Agora diga Mione, o que a trouxe?

- Ginny, eu sou uma perfeita idiota!

- Hermione, o que o meu irmão fez dessa vez? - Ginny sabia que toda a vez que Ron fazia algo, Hermione sentia-se mal por não concordar com ele.

- Não foi ele, foi eu! - e abaixou o tom de voz até um ponto em que apenas ela e a ruiva pudessem ouvir. - Eu beijei o Snape.

Ginny fez cara de riso, e encarou Hermione divertida.

- Sonhando novamente com o morcegão das masmorras Mione? Achei que tivesse parado com isso!

- Não foi um sonho! - Hermione contou o ocorrido para a cunhada, desde o dia em que fora por ordem de Minerva e apoio de Harry Procurar o homem em questão. - E o pior, é que seu irmão não me dá chance de contar a ele.

Ginny pegou as mãos aflitas de Hermione e aconchegou nas suas, os olhos dela tomaram a consistência dos de sua Mãe, sempre que ia dar um conselho sábio para os filhos.

- Hermione, existem coisas que devemos deixar como estão. - começou com o mesmo tom da mãe. - Porque minha cara, eu acredito que meu irmão ficaria melhor sem saber que o homem que ele tanto odeia beijou a mulher que ele tanto ama.

Se Ginny estava tentando ajudar com toda aquela conversa, estava completamente enganada, as mãos de Hermione adquiriram uma textura rígida e fria quando ouviu falar do amor do rapaz por si. Engoliu em seco e encarou a ruiva com os olhos marejados.

- Hermione, é sério, meu irmão ficará melhor na escuridão confortável do que na claridade incomoda. - Ginny retirou suas mãos. - Além do mais que ele iria caçar o Professor como Harry caçava o pomo. E não queremos ter de reconhecer os restos mortais de Ron dentro de uma caixa de fosforo não é mesmo?

Hermione abriu um sorrido tímido, era estranho ouvir aquilo de Ginny, porque mesmo que ela fosse sua melhor amiga, ainda era irmã de seu namorado, e esperava ouvir insultos e outras coisas do gênero.

- E Hermione, por favor, não deixe essa situação tomar grandes proporções, decida-se logo. E se decidir-se pelo meu irmão, aceite o pedido de casamento dele. Mas se por ventura, escolher o Seboso, bem, compre uma loja de shampoo e conte com o meu apoio!

Ginny saiu pouco tempo depois, tinha que descobrir alguma formula de poção para curar o tal sujeito dos narizes, Hermione ainda ficou sentada ali, remoendo o que ouvira da cunhada. Estava passado por mal bocados, disso ela não tinha duvidas. Sempre tratara o que sentia pelo professor Snape como algo inalcançável, portanto poderia se envolver sem culpa em uma relação com o Ron. Uma vez que ela sabia que o bruxo nem se quer pensava nela, era fácil ignorar os solavancos que seu coração dava cada vez que falavam nele. E com o afastamento do mesmo, aquele sentimento ficou escondido em um cantinho escuro e sombrio. Mas, o destino pregara uma peça, e descobrira da pior maneira possível os sentimentos do tal Snape. Levantou-se mais relaxada, por hora, seguiria os conselhos de Ginny, no momento, a preocupação era encontrar um vestido digno de um baile ministerial.

__________________________

Snape saia de seu laboratório no St. Mungus com a carranca de sempre, cansado, irritado e com fome, apenas queria almoçar em paz. Comida de hospital era sempre comida de hospital, mesmo não sendo preparada para doentes. Seguia para a área de aparatação no quinto andar com a cabeça chiando, cheio das gargalhadas daquela ruivinha. “Como alguém consegue rir por tanto tempo da mesma coisa?” questionou-se. Um sorrisinho de canto de boca, quase imperceptível brotou nos lábios do bruxo, realmente, a cena devia ter sido interessante. Naquela área podia-se ouvir inúmeros ruídos de aparatação. Olhou para os lados e a viu, Hermione Granger, caminhava para uma das janelas com os cabelos castanhos cascateando suas costas quando com um estalo, desaparatou. Sacudiu sua cabeça, afinal, não poderia continuar a adotar aquela postura cada vez que a visse. Desaparatou em seguida.

Almoçou no caldeirão furado, Tom, o proprietário lhe sorriu com os dentes apodrecidos quando saudou sua divida pelo almoço. Moveu-se apressado para os fundos do bar e encontrou a parede de pedra, bateu a sua varinha sem muito precisar pensar, havia muitos anos que repetia aquele mesmo procedimento. As ruas do Beco Diagonal estavam apinhadas de pessoas andando para cima e para baixo. Snape tinha um destino fixo, a Farmácia Mullpeppers. Precisava acima de tudo repor os seus estoques.


__________________________

Tão breve adentrou a loja, uma bruxa apareceu de trás do balcão sorrindo abertamente mostrando os perfeitos. Apertou os olhinhos de contas verdes e aproximou-se rápido demais para sua aparência frágil. Hermione lhe sorriu quando viu a mulher acenar a varinha e uma fita métrica começar a tomar suas medidas. Um bloquinho e uma pena de repetição-rápida anotavam freneticamente.

- Em que posso lhe ser útil Senhorita Granger?

- Boa Tarde Madame Malkin, vim escolher uma veste de gala.

- Oh! Sim, sim, claro, o Baile... - Madame Malkin puxou da parede a sua direita um gancho e desta surgiu uma arara com inúmeros vestidos finos pendurados.

Hermine viu que ela separava alguns conforme olhava as anotações do bloquinho, segurava uns cinco vestidos, de variadas cores. Um banquinho foi posto e Madame Malkin incentivou Hermione a subir. A bruxa experiente tirou a bolsa e o casaco de Hermione e colocou sobre o balcão, com um floreio de sua varinha a dona da loja fez um enorme espelho aparecer em frente a cliente. Hermione viu-se trajando um vestido rosa cheio de flores, que a fez sentir-se como um dos bolos da Senhora Weasley. Experimentou também um vestido lilás muito decotado, que fez a menina corar até a rais dos cabelos, um vestido verde e prata, que nem cogitou a hipótese, não queria parecer uma Sonserina. Agora encarava seu reflexo enfiada em um vestido azul royal rabo de peixe.

- Acho que não conseguirei andar com este. - disse Hermione referindo-se a base do vestido.

Com um aceno, um vestido tomara que caia preto cobriu seu corpo, o tom claro de sua pele contrastou com o preto do vestido, abaixo dos seios havia uma faixa vermelha de uns quatro dedos que quebravam a seriedade do vestido. Aquele sim, havia sido de seu agrado.

- E então querida?

- Este é perfeito Madame Malkin! - Hermione girou para ver a parte de trás do vestido.

- E quanto ao comprimento?

Hermione olhou e ponderou, decidiu que um palmo acima do joelho era aceitável para uma mulher na condição dela. Depois de pagar o preço do vestido, Hermione saiu da loja carregando uma enorme caixa amarela. O Letreiro animado da Loja Gemialidades Weasley chamou a atenção de Hermione e a garota foi caminhando com dificuldade até o local. Estava a alguns metros do local quando algo bateu em si jogando sua caixa de sua mão e fazendo-a cair sobre o cotovelo.

- Ai! - resmungou. - Não olha por onde anda não?

Hermione tentou levantar-se mas seu braço fisgou. George Weasley que estava a porta de sua loja aproximou-se de Hermione mas parou repentinamente. Mudou de direção e seguiu para a caixa amarela de Hermione e a pegou.

- Saudações! - disse o rapaz.

Hermione sentiu uma mão pegar o braço são e colocá-la de pé em um movimento rápido. Virou-se a fim de reclamar mais sobre o tratamento, quando descobriu quem a derrubara perdeu a fala. Os lábios estavam abertos e os olhos arregalados. Snape tinha uma sobrancelha erguida e olhava para o braço que Hermione mantinha aninhado junto ao corpo.

- Senhor Weasley o Senhor poderia...

- Como? - Perguntou George levando a mão aonde deveria haver a orelha direita. - Não ouço bem, sabe, não tenho mais uma das minha orelhas.

O rosto de Snape contorceu-se em uma fúria reprimida, uma jovem de longos cabeços loiros aproximou-se do Weasley vestida com um avental roxo e apoiou a mão sobre o ombro do ruivo.

- Senhor Weasley, - chamou baixinho. - vamos para dentro, estamos chamando muita atenção.

- Ótimo Susan! Nossa meta é mesmo chamar a atenção da pessoas esqueceu-se?

- Agora escuta bem Senhor Weasley? - perguntou o homem com o lábio superior contraindo-se.

Snape ainda mantinha Hermione presa pelo braço, a morena olhou da menina loira para os dois que encaravam-se preocupada.

- Bem Snape, apenas ouço o que me convém. - disse abrindo um largo sorriso. - Venha Hermione, venha, vamos entrar e ver o que aconteceu a seu braço. Espero que não precise amputar.

Snape sentiu a cólera corroer o seu interior, sentiu Hermione dar um arrancão em seu braço e o soltar em seguida para sem nem olhar para trás acompanhar o Weasley para dentro da loja de logros. Xingando deixou o local a passos largos.

Hermione seguiu George até os fundos da loja onde entrou com ele em uma sala. O Ruivo a mostrou a caixa intacta enquanto a depositava sobre a mesa abarrotada.

- Vem cá Hermione, deixa eu ver o seu braço.

- Não precisa se preocupar, quando chegar em casa eu...

- Dá pra calar a boca sim? Obrigado! - Ele tomou o braço da garota com delicadeza nas mãos e inspecionou. - Parabéns Hermione, você tem um osso quebrado!

- Oh! Que emocionante!

- Não precisa fazer essa cara, a Ginny ou a Mamãe concertam isso em dois tempos! Bem, até mesmo você concertaria se não fosse justamente o braço da varinha!

- Obrigada George.

- Que nada, é meu dever espantar morcegos de perto de garotas bonitas! - sorriu-lhe. - Vi que vinha para cá, necessita de algo em especial?

Hermione sorriu com o elogio descarado de George, e repentinamente sentiu pena do ruivo, não era a mesma coisa sem o Fred, embora George se esforçasse. Abriu um largo sorriso quando o Weasley perguntou se ela precisava de alfo especial. Nem ela mesma sabia pelo que havia vindo até a loja. Antes porém que pudesse responder, viu o cunhado conjurar uma tipoia para apoiar o braço ferido.

- Obrigada! Bem, eu vim para uma visita social, mas se tiver algo interessante para me mostrar porque não?

Andou pela loja acompanhada do cunhando, o rapaz era mesmo um gênio, pena que usava sua genialidade para coisas como aquela. A loja vivia cheia de crianças e adolescentes, o famoso kit mata aula era o que mais tinha procura, e as poções do amor consequentemente eram bem vendidas para as meninas perto do período de volta as aulas. Hermione encantou-se com uma das novas invenções. Um kit de pergaminhos auto-organizáveis. Acabou comprando três desses.

Por fim já passavam-se das três quando a morena achou melhor ir embora. Sentada a beira da cama, com o braço ainda apoiado, revivia o ocorrido. Deu de ombros e decidiu esquecer aquilo, Severo Snape não merecia mesmo muita atenção quando o seu braço latejava incessantemente por culpa do bruxo mal encarado.

- Hermione querida, você está ai? - ouviu a voz da Senhora Weasley chamar. - George me disse o que aconteceu, Ginny está de plantão hoje, onde está querida?

- No quarto Molly!

O barulho de passos aproximava-se e depois de poucos minutos a Senhora Weasley aparecia com o semblante preocupado a porta. Chegou bem perto de Hermione e vasculhou seu corpo por alguma feria além da óbvia.

- Por Merlim, Severo poderia ter sido mais cavalheiro e ter curado isso para você!

- Sinto que estou melhor sem os cuidados dele Molly.

Molly sorriu, certamente ela achava que Hermione ainda mantinha o medo pelo temível professor de poções. Retirou a varinha da manga de suas roupas e apontou para o braço inchado da nora.

- Não fique assim querida, Severo ladra mas não costuma morder! Ah, Ronald pediu para avisar que não virá dormir em casa esta noite, sabe querida, houve uma fuga de Azkaban.

- Isso explica aquela cena estranha pela manhã. Ele e o Harry vieram aqui e depois que Ron pegou um livro estranho saíram.

- Eles estão procurando pistas do paradeiro dos fugitivos, Os Irmãos Carrow, Dolohov e Rookwood. Sabe querida, estou preocupada, eles são perigosos e podem estar buscando vingança. Se quiser passar a noite n'A Toca...

- Está tudo bem Molly, tenho feitiços suficientemente fortes aqui, feitiços ante-aparatação, Feitiços de reconhecimento e Minerva colocou Feitiços repelentes também.

- Tudo bem querida, como queira, mas, se mudar de opinião, sabe que não precisa de convite para aparecer.

A Senhora Weasley despediu-se de Hermione com um beijo na testa e depois de ser acompanhada até a sala sumiu entre as chamas verdes da lareira. Hermione olhou o relógio preocupada e suspirou aliviada, o ponteiro de Ron marcava. 'No Trabalho.' Agora era ela, Bichento e seus pensamentos.


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