I Miss You. escrita por Lux


Capítulo 8
Um novo alguém.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/404023/chapter/8

Quando tudo o que você acredita se perde na escuridão ou quando tudo o que você ama se vai, a única coisa que se pode fazer é esquecer.

– Sasuke! – Naruto gritou a plenos pulmões enquanto corria de encontro ao amigo, que estava prestes a embarcar.

O loiro precisou pular algumas malas, ouvir alguns insultos e tirar algumas pessoas da frente para poder passar correndo pelo detector de metais do aeroporto. Alguns guardas ali presentes mal viram o que os atingiu quando um vulto amarelo passou os empurrando para o lado, um deles até tentou deter o garoto, mas foi muito lento ao se jogar em cima dele para tentar pará-lo, acabou se chocando com o chão, batendo a enorme barriga com tamanha força que a fez balançar como um colchão d’água.

Diferente de Orochimaru, Naruto não olhou para trás.

– Sasuke, querido – sussurrou o homem-cobra no ouvido do mais novo pupilo. – Vá dizer adeus ao seu amigo. Ele parece já estar morrendo de saudade.

O Sorriso no rosto de Orochimaru era ameaçador e seus olhos eram sádicos. Sasuke não conseguiu deixar de estremecer ao sentir o hálito quente vindo daquela boca medonha de cobra, tão perto de seu pescoço. E porque ele teria enfatizado a palavra “morrendo”? Era a pergunta o que Uchiha se fazia em mente.

– Não demore. Não temos muito tempo. – Lembrou-o Kabuto, fitando o garoto que corria em direção a eles com um guarda em seu encalço.

O moreno deu dois passos na direção de Naruto, que ao perceber aquilo abriu um largo sorriso de vitória. Mal sabia ele o quanto estava errado. Quando alcançou Sasuke, o loiro hiperativo parou bruscamente, segurou o mesmo pelos ombros e o olhou nos olhos, porem a expressão de ambos eram totalmente diferentes, seus olhares diziam coisas totalmente opostas.

Sasuke estava indiscutivelmente serio, paralisado e frio como se tivesse sido esculpido em pedra, seus braços mantinha-se junto ao seu corpo, enquanto eram sacudidos levemente pelo Uzumaki. O moreno, como sempre, tentava não deixar transparecer o que sentia naquele momento, mas aquilo era quase uma missão impossível, a qual ele estava conseguindo cumprir com hesito.

Por outro lado Naruto não conseguia parar de se mexer, seu olhos azuis agora brilhavam como se dissessem ao amigo: “Vamos logo embora daqui, Teme!” Mas seu grande sorriso se desfez aos poucos, ao ver que não estava sendo correspondido com o mesmo entusiasmo.

– Vá embora. – Ordenou Sasuke, o olhando indiferente.

– O que? – Naruto perguntou confuso. – Teme, você precisa me dizer o que rolando. Eu posso te ajudar!

O Uchiha virou o rosto, furioso.

– Não. Você não pode. Nem você, nem ninguém. – Ele parecia se forçar a dizer aquelas palavras, como se ele próprio não quisesse acreditar.

– Sai dessa, cara. – Naruto insistiu, falando tão rápido que parecia tropeçar nas palavras – Esquece essa viagem, seu lugar é aqui...

Nesse momento o guarda que perseguia Naruto o alcançou e o suspendeu no ar, agarrando-o por trás com um braço só, pegando desprevenido o garoto.

– Me larga! Me põe no chão! Anda logo, me põe no chão! – Ele se debatia e xingava o homem com tamanha energia que chegou a assustá-lo.

Sasuke nada disse, apenas assistiu o amigo sendo jogado em cima de um ombro como um grande e irritante saco de batatas. Pôde sentir o olhar de Orochimaru e Kabuto sobre si e sabia que estava na hora de partir, se virou de costas para Naruto, que agora era carregado com dificuldade pelo homem. Mas antes de ir, Sasuke ouviu as últimas palavras da boca do amigo:

– Sabe o quanto está machucando a Sakura-chan com isso, Sasuke? – O loiro berrava, chamando a atenção de todos para aquela cena – Ela te ama! E nunca mais vai confiar em você. Nunca mais! Você ouviu? Nunca mais!

Saber que ele tinha razão fez Sasuke se sentir ainda pior. Ele nunca mais teria a sua rosada de volta e isso era fato, mas ela corria perigo, e ele também. Então, que escolha tinha a não ser deixá-la?

O Uchiha embarcou de vez, sem olhar para trás.

...

– Eu já mandei me soltar! – Naruto ainda se debatia no ombro do homem.

– Ok. – Ele respondeu se dando por vencido, porem já tinha levado o garoto até o lado de fora do aeroporto.

Estavam parados a alguns passos da entrada principal.

Perto de Naruto o guarda parecia extremamente alto e, apesar de magro, era muito forte. Seus olhos eram da cor de esmeraldas, repuxados levemente nos cantos. Seus cabelos, tão pálidos quanto sua pele, eram repartidos ao meio com uma linha torta que lembrava um raio, duas mechas vinham a frente de seus ombros, ambas com dois prendedores vermelhos nas pontas, enquanto o restante de seu cabelo – tamanho médio – se encontrava solto nas costas.

– Você cheira a problema, moleque. – Ele disse ao garoto, abanando o ar com uma das mãos e fazendo uma careta.

Naruto demorou, mas entendeu o duplo sentido da frase e ficou constrangido. Coçou a nuca com a mão direita e sorriu meio sem jeito.

– É que eu ainda não consegui tomar banho – Confessou. –... Desde ontem.

O homem sorriu e balançou a cabeça negativamente, achando graça da reação do menino.

– Vá pra casa, está bem? – Ele o alertou. – Antes que arrume mais problemas, pra mim e pra você!

Um pouco emburrado e chateado, Naruto agradeceu e saiu andando em direção ao carro que tinha pegado emprestado de Jiraiya.

– Ei, Naruto! – Kiba gritou animado, com um sorriso vitorioso no rosto. – Demos um jeito naqueles caras! – Mas ao ver que o loiro não prestava atenção ao que ele dizia e se aproximava cabisbaixo, teve certeza que o plano tinha fracassado.

Ninguém tentou consolá-lo no caminho para casa, todos sentiam muito por ele não ter conseguido trazer o melhor amigo de volta. Mesmo assim tinham em mente que tentaram e ajudaram da maneira que podiam.

Meia hora antes. Na casa Haruno.

Sakura passou a manhã inteira pensando no que Naruto quis dizer com aquela mensagem de texto. O que será que aquele cabeça oca hiperativo iria aprontar? A duvida corroí-a.

No momento a rosada se encontrava de pijamas, sentada em sua varanda, sua pele a mostra aproveitando o calor do sol enquanto seus cabelos se deliciavam com a leve brisa que ali passava vez ou outra.

Há duas horas ela havia criado coragem de tomar um banho frio. Passou mais tempo do que realmente precisava lá dentro, como se quisesse que aquela água fria lavasse não só seu corpo como também sua alma. Era provável que uma gripe surgisse até o final do dia, mas Sakura não se importava. Quem se importa? O fato era que nem mesmo um banho foi capaz de revigorá-la por completo.

A rosada fechou os olhos por um momento, encostando a cabeça na parede ao lado da porta de vidro que dava passagem para seu quarto. Abraçou os joelhos e inspirou fundo, segurando o ar por alguns segundos e depois os soltando pelo nariz.

Já estava na hora de fazer alguma coisa. Não poderia mais colocar sua felicidade nas mãos de ninguém, pois esta pertencia somente a ela. Tenho que me preocupar comigo e com quem esta ao meu lado, nada mais, pensou. E com isso se levantou um pouco mais determinada do que antes. Foi quando um teoria lhe veio a cabeça, em relação à Naruto. A garota trocou de roupa rapidamente (vulgo vestiu qualquer coisa que viu pela frente) e saiu sem dizer a ninguém para onde ia.

– Filha, você não vai...? – Seu pai tentou perguntar, mas já era tarde, a garota fechou a porta antes que ele pudesse terminar. Então completou a frase para si mesmo –... Comer nada?

– Essa menina anda cada vez mais estranha – concluiu Mebuki, servindo o marido com o almoço recém feito. – E você sabe que tudo isso é culpa daquele garoto Uchiha, não sabe Kizashi?

O homem apenas bufou e nada respondeu.

...

Sakura saiu sem nem ao menos ouvir o que seu pai havia falado, sua mente não estava ali naquele momento. Ela só queria ter certeza de uma coisa...

Andou a passos largos, seus dentes estavam trincados com a possibilidade de estar certa sobre seu pensamento. Seu coração saltava no peito por estar voltando até aquele lugar.

– Naruto não pode ter sido baka a esse ponto... – Ela murmurou para si mesma, fuzilando qualquer ponto a sua frente.

Todos que passavam por ela sentiam um misto de medo com pena, pois as lágrimas da rosada não demoraram a aparecer.

Em alguns minutos já estava de frente com seu destino. O apartamento dos Uchihas. Tentou manter a calma, pois também tinha a pequena chance de sua teoria estar errada, afinal, ela não sabia se ele ainda estava ali.

Subiu as escadas e andou pelo corredor até parar frente a uma porta, hesitou por um momento, mas deu algumas batidas leves. Não houve resposta. Bateu duas vezes, um pouco mais forte. E a porta se destrancou. Quem seria? Só de existir a possibilidade de ser ele a atendê-la já causou sintomas em Sakura, suas mãos suaram e o ritmo de seu coração agora era descompassado. O ranger das dobradiças se abrindo fez os olhos esmeraldas de Sakura olharem atentos para frente. Até que...

– Você?

...

Distante dali, na delegacia Uchiha.

– Pois não? Como posso ajudá-lo? – A secretária perguntou, sorrindo docemente.

– Preciso falar com Uchiha Madara. – Um homem respondeu de modo serio, sua voz era grave e rouca, o que despertou bons calafrios na mulher a sua frente.

Aquelas feições eram familiares, aquele homem lembrava alguém, mas quem...

Ela estava sentada com vários papeis e mais de um telefone em sua mesa, um deles apitou e ela apertou um botão para silenciá-lo.

– Ouviu o que eu disse? – Ele perguntou depois de alguns minutos sem resposta.

A secretaria corou ao ver que o encarava abobada por tanto tempo. Como ele é... Lindo, mesmo com essa, hm..., ela pensou, mas não conseguiu descrever o que via no rosto do homem. Balançou a cabeça de um lado pro outro para afastar devaneios maliciosos e voltou a respondê-lo:

– O senhor Uchiha está ocupado, não poderá atendê-lo agora. Quer deixar algum recado?

...ou o seu telefone?, ela completou em mente.

– Apenas vá e diga a Madara que a pessoa que ele estava esperando chegou.

O tom autoritário do homem fez a secretária engolir em seco, ele não havia levantado a voz, muito menos movido um músculo, mas algo nele fazia com que ela tivesse o impulso de obedecê-lo.

A mulher pegou um dos telefones e apertou um botão. Passou a mensagem para o senhor Uchiha assim como o homem a sua frente havia ordenado.

– Mande entrar. – disse Madara.

– É por aqui... – A secretária apontou para a porta do escritório e já estava se levantando para guiar o homem quando foi interrompida pelo mesmo.

– Eu sei onde é. – Ele caminhou em direção ao escritório e abriu a porta de imediato, entrando sem hesitar.

A sala era simples, não tinha muitos moveis, porem os que ali estavam eram de altíssima qualidade. Era um lugar pequeno, mas muito bem decorado, tanto que ao entrar ali qualquer um esqueceria que estava dentro de uma delegacia de policia.

Atrás da grande mesa de mogno se encontrava uma poltrona preta, nela havia um homem sentado, virado de costas para seu convidado que acabara de entrar e fechar a porta atrás de si.

– Então você finalmente chegou? – Madara perguntou retoricamente, girando a poltrona para encarar o visitante.

– Sim, como você pediu. – Respondeu o homem, ainda parado de pé frente à mesa.

– Ótimo, já estava na hora. Sente-se, vamos conversar – O senhor Uchiha abriu um pequeno sorriso maldoso no canto da boca. – Estou precisando dos seus serviços...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo pequeno, eu sei, eu sei. Mas tudo tem um por que. Então, até o próximo *-*
xx



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Miss You." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.