Acordo com o despertador tocando ás 7hrs numa quarta-feira. Vou no banheiro me arrumo e em seguida vou ao o quarto do meu filho, Jared. Ele tem cinco anos, olhos verde-mar, cabelos loiros lisos, e é um pouquinho magrinho para sua idade. Passo minha mão no cabelo dele e o chamo baixinho para ele levantar e se aprontar para a escola que começa ás 7:30. Ele tem uma baba escorrendo da boca dele então eu limpo e o chamo de novo. Dessa vez ele acorda e me pergunta o dia da semana:

–Quarta, Jared. Você lembra o que tem na quarta né?

Ele me olha sem entender do que eu falo. Depois de um segundo ele arregala os olhos e grita:

–Natação! – ele sai correndo e vai se arrumar

Jared sempre amou natação apesar de eu e Luke termos tentado ensinar basquete para ele. Me levanto da cama dele e vou para a cozinha... e me esbarro em Luke que tinha acordado

–Annie – ele diz e me abraça. Nunca gostei do apelido que ele me deu mas continua a me chamar assim- Voltei ontem.

Que surpresa eu penso mas ao invés falo:

–Que bom – dou um beijo nele e vou para a cozinha

–Vou voltar a dormir, Annie. Só vim te dar bom dia mesmo – ele fala já saindo da cozinha

–Ei! – eu o chamo – Fica e toma café com a gente, amor – faço cara de pidona

Ele suspira e senta na mesa e eu fico olhando ele. Luke viaja muito quase todos os dias da semana. Normalmente ele só aparece em casa nos fins de semana. Aquela quarta-feira era um dia daqueles bem excepcionais.

Jared entra correndo na cozinha, se senta no lugar dele e me dá um sorriso. Eu retribuo o sorriso e começo a fritar o ovo.

–Ahhhh – Jared tem mania de suspirar antes de pedir qualquer coisa. O que é um ótimo fator sobre ele por que assim eu já me preparo... – porque vocês dois não tem um anel? Todas os outros pais tem!

Eu me viro e encaro Luke. Não somos casados por que... bom, por que não precisamos de um anel para representar nosso amor e era isso que Luke deveria falar em seguida:

–Verdade, Jared –ele diz e se vira para mim novamente dando uma piscadela –eu e sua mãe teremos um anel no dedo antes do seu próximo aniversario ano que vem, ok?

Eu fico muito abismada para falar que me viro de costas para eles e encontro o meu ovo todo queimado. Ele não podia ter feito aquilo muito menos na frente de Jared o que me deixa limitada a um “sim” sem muita discussão.

–Vou ter que fazer outro ovo, - digo sem me virar e dou uma olhada no meu relógio 7:12- mas não dá tempo –jogo o ovo queimado no lixo e finalmente crio coragem para me virar- Vamos Jared, você come na escola.

Jared sai correndo, pega a mochila dele e vai chamar o elevador. Quando passo por Luke, ele agarra minha cintura e me para:

–Tudo bem?

–Sim - eu digo e saio atrás de Jared

–Annie? – Luke me chama antes de eu sair pela porta – O que foi aquele “sim”?

–Sim, -podia tranquilamente dizer que o “sim” era pela pergunta se eu estava bem mas... –Eu caso com você.

Saio correndo pela porta pois ouço o elevador chegando e vou levar Jared na escola. Porque me comportei daquele jeito?

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Depois de deixar Jared na escola, todo eufórico por conta do pedido de casamento, decido passar na casa da Thalia antes do trabalho. Thalia é minha amiga desde sempre. Ela frequentemente me ajuda com meu problemas. Paro um pouco para pensar nas coisas que ela me ajudou. Como quando fui para um acampamento de verão e acabei me apaixonando por Luke mas ele se mudou e fiquei muito chateada, Thalia estava lá e me ajudou a superar Luke. Aquela vez também na qual eu tinha terminado com o meu antigo namorado antes de Luke... Como era o nome dele mesmo? Peter, Pedro Per..

Meu telefone toca e interrompe minha linha de pensamento. Na verdade é só uma mensagem do próprio Luke com detalhes dos próximos voos dele. Suspiro desolada, queria mais tempo com ele.

Chego na casa da Thalia e decido ligar antes mas vejo o marido dela, Nico, saindo no portão. Desligo o carro e saio para falar com ele:

–Nico! – grito

Ele olha em volta e primeiro não vê ninguém mas depois me reconhece:

–Uau! Há quanto tempo Annabeth - ele, sim, me chama como eu gosto. Que alívio estar entre amigos – Veio ver Thalia? –Ele pergunta me abraçando

–Sim – Digo

–Sobe lá, eu estou meio ocupado então já vou ok? – e se vira para o porteiro – Pode deixar ela entrar por favor?

Agradeço e entro no prédio. Vou até os elevadores e espero. Desde o pedido fiquei muito nervosa e estava tentando achar um motivo por não estar, na verdade, feliz aos pulinhos por conta disso. O elevador chega, eu entro e aperto o botão do 30 andar, por isso, não demoro á chegar.

Toco a campainha e espero. Uma Thalia com bobs no cabelo e de roupão me atende com um abraço. Eu aperto o abraço de volta.

–Quanto tempo! – diz ela me soltando – O que houve? –ela diz quando repara na minha cara. Talvez estivesse com cara de que quem comeu e não gostou

–Luke... – e levanto a mao para mostrar o anel... que não está no meu dedo

–Ele te pediu em casamento!!! –ela grita dando pulinhos –mas já não era hora!

Sorrio e lembro que Luke na verdade não me deu anel nenhum

–Cadê o anel, perdeu? –ela pergunta e eu explico o que houve naquela mesma manhã

–E como você não está superfeliz ou dando pulinhos? –ela continua

–Não sei... juro que quase saí correndo de casa quando ele falou

Thalia olha pra mim com pena. Eu retribuo o olhar. Não sei o que está me fazendo nervosa nem porque sinto que eu não devia estar fazendo isso. Suspiro derrotada e Thalia me abraça.

–Você sabe que eu apoio sua decisão né? – sorrio para ela enquanto ela continua a falar –acho que você deveria pedir um tempo antes de qualquer coisa, Annabeth. Talvez depois desse tempo todo você só agora enxergue o que eu te disse desde sempre; ele não é o homem certo pra você.

Ela me puxa pro sofá para não ficarmos em pé. Considero o que ela acaba de falar, eu e Luke estamos vivendo dentro de uma fantasia. Nosso relacionamento não vai bem desde o seu novo “trabalho” que mais parece uma outra vida. Sempre que chega em casa reclamo do trabalho. Não acordo nem tomo café com ele nos fins de semana porque sempre diz que estava muito cansado para acordar cedo. Quando acorda e toma café vai para seu escritório e trabalha até tarde da noite e no outro dia as mesmas desculpas.

Sorrio para Thalia. Ela sempre me faz pensar. É por isso que ela é minha amiga

–Annabeth, se você algum dia se casar, vou ser sua madrinha!

Rio com ela e checo meu relógio, 8:07, hora de ir para o trabalho.

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Sempre depois do trabalho, janto sozinha em algum restaurante. Estou concentrada no meu macarrão quando uma mensagem chega e eu pulo de susto. Pego meu iPhone e checo a mensagem que dizia:

Annabeth! Quanto tempo! É o Percy Jackson lembra? Vamos combinar para nos encontrar!