Shade and Love escrita por Thality


Capítulo 3
Capítulo 2 - Sonhe comigo


Notas iniciais do capítulo

Oii queridos. Espero que me perdoem por ter demorado um pouco pra postar, tá, um muito. A semana passada foi realmente corrida, tive muitos trabalhos para fazer e não consegui me concentrar em escrever.
Espero que gostem desse capítulo. Mas por favor, me digam o que estão achando e como eu posso melhorar. Preciso saber se ainda tem alguém lendo.



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Damon estava sentado no galho de uma árvore, completamente imóvel há quase uma hora. Uma parte dele achava ridículo estar naquela situação, olhando para uma bela garota da janela, sem poder entrar na casa dela. Mas no fundo ele sabia que era melhor daquela forma, era uma maneira de protegê-la dos perigos noturnos, e quem sabe, dele mesmo. Aquela não era a primeira noite que ele passava em frente à janela de Elena. Ele estivera ali quase todas as noites desde que a viu pela primeira vez.

Ele adorava vê-la dormir, não apenas porque ela era a cópia fiel da sua amada Katherine, mas porque ela lhe fazia ter boas lembranças de quando ainda era humano. Claro que ele não percebia que daquela forma estava nutrindo sentimentos profundos por ela. Mas eram sentimentos que ele nunca assumiria, tanto por sua devoção por Katherine, quanto porque não estava preparado para amar outra pessoa.

Damon havia percebido, no primeiro instante que falara com Elena, que ela era muito diferente de Katherine apesar de serem idênticas fisicamente. Ele não sabia o porquê daquela semelhança e gastava boa parte de seus dias refletindo sobre aquilo, mas o mundo era muito mais complexo do que se podia imaginar, a começar por sua própria existência. Ele era um vampiro em um mundo onde seres sobrenaturais não existiam, teoricamente. Então decidiu deixar de fazer suposições a respeito de Elena e Katherine e apenas aproveitar para observá-la.

Ele estava se lembrando de quando falara com ela na mansão dos Salvatore. Elena havia ido procurar por Stefan e encontrara com Damon quase sem querer, quase, porque na verdade ele sabia que ela apareceria por lá mais cedo ou mais tarde. Riu ao se lembrar de como havia deixado Stefan irritado apenas por ter falado com ela. Ele havia se apresentado formalmente, pela segunda vez, e estava sinceramente feliz por não ter tido que apagar a memória dela como fizera da primeira vez.

Agora Stefan passava seu tempo preocupado com o bem estar de Elena com o irmão mais velho por perto. Naqueles tempos difíceis, uma das coisas que mais alegrava os dias de Damon era deixar o irmão com a testa enrugada. Stefan era inocente de mais para compreender que se Damon realmente quisesse machucar ou usar Elena, ele já teria feito há muito tempo.

Elena se moveu na cama, despertando Damon daqueles pensamentos. Ele se aproximou um pouco mais da janela; tanto quanto o galho lhe permitia. Percebeu que ela sorria, provavelmente estava tendo um sonho bom.

—Stefan... –ela sussurrou. E Damon revirou os olhos. Ela estava sonhando com seu irmão.

—É Damon, querida. –Falou, com um leve tom de indignação, dando ênfase ao próprio nome.

—Damon... –Ela repetiu, agora com as sobrancelhas franzidas. Ele a observou, intrigado. Era realmente bom ouvir seu nome sendo sussurrado por aquela voz novamente. Ele não sabia exatamente se era porque era a mesma voz da Katherine, ou se era por ser Elena. Mas naquele momento sentiu vontade de beijá-la, de ir deitar-se com ela naquela cama, de fazê-la suspirar seu nome, mas dessa vez conscientemente. Sentiu vontade de estar com ela, com Elena ou Katherine? Ele não sabia, sabia apenas que queria sentir seu corpo junto àquele corpo e... Elena acordou assustada. Damon desceu da árvore em um salto e correu para a escuridão. Pôde ver quando ela olhou para fora e depois fechou a janela.

Só então percebeu que estivera dentro da cabeça dela sem querer. Ele havia se esquecido de como era fácil manipular uma mente humana, ainda mais se a pessoa em questão estivesse dormindo. Sem querer ele havia feito Elena sonhar com ele, sabe-se lá o quê ele a fizera sonhar, mas geralmente quando fazia aquilo conscientemente, plantava as imagens que ele imaginava na cabeça da “vítima”, como se fossem pensamentos dela mesma. Então, o sonho de Elena havia sido no mínimo... quente.

Por um momento ele se sentiu culpado. Havia prometido para si mesmo que não manipularia Elena, pelo menos não como manipulava qualquer outro humano. Mas depois pensou nas possibilidades de irritar Stefan. Com certeza o irmão ficaria muito irritado ao saber que Damon estivera na cabeça dela, em seus sonhos, mais precisamente. Certo, ele pensaria nisso no dia seguinte.

***

Na manhã seguinte, Mia acordou antes da mãe, pediu um café da manhã e foi tomar um banho enquanto esperava. Quando a refeição chegou, ela pegou a bandeja e levou até a cama onde Jessica Summer ainda dormir.

—Boa dia, mãe! –Ela disse sorridente quando viu a mulher abrindo os olhos e estendeu a bandeja.

—Bom dia Mia! Você caiu da cama? –A mulher pegou a bandeja com o café e deu espaço para a filha se sentar também.

—Não exatamente... –Mia se lembrou do pesadelo, aquele sonho tinha impedido que ela dormisse bem naquela noite. –Ontem tive um pesadelo...

—O que você sonhou? –Jessica sabia que os sonhos da filha não eram apenas sonhos, pelo jeito como a garota a olhou, ela logo soube que não era nada de bom. Chegou a se arrepender de ter perguntado e a pensar que não queria saber, mas ela deveria estar preparada para o que quer que acontecesse.

—Foi tão ruim mãe... Um homem, ele matava você. –Os olhos de Mia se encheram de lágrimas quando ela se lembrou do corpo da mãe, os olhos sem brilho, parados. –Por favor, me diga que foi só um sonho.

Jessica segurou firme as mãos da filha entre as suas.

—Mia... Nunca é apenas um sonho, você sabe disso, o Pa. Vicente te disse... Mas nós não sabemos quando vai acontecer, não sabemos como vai acontecer ou por que... –Ela tentava passar alguma confiança para a garota. –Pode ser hoje, amanhã, daqui a 10 anos, 30 anos... Nunca se sabe, filha. –Jessica respirou fundo, precisava se preparar para a próxima pergunta. –Como acontece, Mia?

—Um vam-vampiro. –Ela lembrou-se dos olhos do vampiro, de como eram intensamente azuis, e de como, por um momento, ela sentiu algo realmente bom por ele.

—Que bobeira Mia. Vampiros não existem. –Jéssica sorriu, e respirou aliviada. –Foi só um sonho... –Ela sorriu ainda mais e abraçou a filha. –Foi só um sonho...

A garota deixou-se contagiar pela alegria da mãe. Tinha sido apenas um sonho. Então, passaram a programar atividades para aquele dia. Decidiram que Mia iria à escola, enquanto isso, Jessie levaria as malas para a nova casa e daria um jeito de organizar as coisas para que pudessem se mudar. Mia estava realmente ansiosa para ter aulas e conhecer adolescentes como ela, os chamados “grupos sociais” que tanto estudou com Vicente enquanto estava no mosteiro. Ela mal podia acreditar que ia começar a ter uma vida normal. Estava tão contente com isso.

Depois te tomar café, Mia escolheu cuidadosamente a roupa para ir à escola. Uma saia de prega azul escura, uma camiseta branca e uma jaqueta jeans, como ela havia visto em um filme. Olhou-se no espelho, precisava dar um jeito naqueles cabelos. Ela tinha cabelos pretos e ondulados, cumpridos na medida da cintura, realmente chamativos e volumosos. Mia ainda não sabia com lidar com eles, estão fez um rabo de cavalo. Parecia bom.

—Maquiagem? –Jéssica perguntou, já pegando um batom.

—Não não, acho que estou bem assim. –A garota respondeu. Olhou novamente no espelho, tinha lábios naturalmente vermelhos, e uma coloração natural em suas maçãs do rosto, a pele clara realçava seus olhos azuis. Ela era realmente bonita, mas não se sentia dessa maneira, assim como a maioria das garotas encontrava muitos defeitos em si mesma, defeitos que outra s pessoas jamais perceberiam, mas que ela sabia que estavam ali.

—Vamos! Você não vai querer se atrasar para seu primeiro dia.

***

Mia chegou à Escola de Mystic Falls e seguiu com sua mãe até a secretaria onde pegaria o horário de suas aulas. Foi difícil fazer com que a coordenação compreendesse que ela não havia estudado em uma escola regular, e sim, em casa. Para comprovar essa situação, a garota teve que fazer uma avaliação com todo conteúdo do ensino primário e primeiro ano do colegial.

Alguém da escola corrigiu a avaliação e algumas horas depois o diretor chegou com a resposta para o pedido de matrícula.

—Você, provavelmente, é um prodígio. Seja bem vinda! - Disse, entregando-lhe uma folha com os horários das aulas.

Jessica despediu-se da filha desejando boa sorte. Já era quase hora do almoço, então Mia decidiu dar uma volta pela escola, tanto para conhecer o lugar quanto para encontrar a sala em que teria uma aula de literatura a seguir.

A garota foi para a área externa, ficou encantada com o lugar, a escola ficava ao lado de um bosque, então havia muitas árvores cercando o local. Ela continuou andando até alcançar as quadras de esportes. Havia vários rapazes treinando futebol, Mia ficou observando parada perto de um muro, ela não queria ser vista por ninguém, tinha medo do que as pessoas pensariam dela.

Ela percebeu que um rapaz se destacava mais que os outros no jogo, ele era bem mais rápido e mais forte. Estava pensando nisso quando notou algo ainda mais interessante; as animadoras de torcida estavam ensaiando. Mia já havia visto animadoras em filmes e sempre se imaginou em meio a elas, saltando com aqueles pompons e ganhando sorrisos do público. Ela percebeu que uma das garotas parecia mais perdida que as outras. Ela era muito bonita, tinha cabelos longos e castanhos, era morena e a roupa de animadora lhe caía muito bem.

Mia estava prestando atenção nela, quando olhou adiante e notou a presença de mais uma pessoa. Ele também estava olhando o treino escondido, mas estava atrás de uma árvore. Tudo o que Mia podia ver era a silhueta do rapaz. Ele estava usando jeans escuro e uma camiseta preta que deixava seus músculos a mostra. Tinha a pele clara e os cabelos um pouco compridos caindo ligeiramente na testa. Mia o observou por um longo tempo. Ele era muito bonito.

Ela se aproximou lentamente, tentando não ser percebida, queria ver aquele homem mais de perto, havia algo nele que a intrigada, era como se ela já o tivesse visto. Se aproximou o suficiente para conseguir ver o rosto do rapaz. Ele estava olhando fixamente para aquela moça que Mia notara antes; a líder de torcida morena.

As sobrancelhas do rapaz estavam franzidas e o maxilar travado, quase como se estivesse com raiva, aquela foi a primeira impressão de Mia; ele estava com raiva da garota morena. Mas em seguida, observando melhor, observando os olhos do rapaz, percebeu outro sentimento, um sentimento de grande pesar, uma dor que ia além da dor física. E um pouco de... Paixão?

Mia estava caminhando na direção do rapaz quase sem perceber, então tropeçou em um galho quebrado e chamou sua atenção. Ele a olhou surpreso, seus olhos se encontraram. Ele tinha o olhar penetrante, e de um azul intenso. Tão intenso que Mia sentia-se quase hipnotizada. Então ela se lembrou de onde o conhecia. Ele era o homem do sonho da noite anterior. O vampiro que matara sua mãe naquele pesadelo! O choque fez com que ela derrubasse os cadernos que estava segurando. Ela apenas olhou para os cadernos caídos, depois para a árvore, mas o rapaz não estava mais lá.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo... Não, não vou dizer. Mas o próximo, com certeza vai ser o mais importante. Finalmente vou entrelaçar as histórias de Damon e Mia, então haverá muito mais sobre eles. Isso quer dizer: capítulos maiores à vista!!
Comentem!!
Ps.: Vou postar o próximo até domingo, prometo.



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