Shade and Love escrita por Thality


Capítulo 17
Capítulo 16 - Algo que me pertence


Notas iniciais do capítulo

Olá a todxs ♥
Como vocês estão?
Espero que me desculpem pela demora em postar. Estive trabalhando/estudando muito nesse semestre e não tive tempo de vir :(
Mas imaginem a minha surpresa quando acessei minha conta e descobri que havia recebido uma recomendação!!! Sério, estou muito feliz, muito mesmo!
Obrigada Debby Winchester por suas lindas palavras, esse capítulo é dedicado à você, espero que goste ♥



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Já passava das dez da noite quando Damon finalmente chegou a Mystic Falls. Ele continuou dirigindo até encontrar a pequena clareira onde ficava a casa de Mia. Silenciosamente, parou o carro e se aproximou da casa a pé. Não sabia o que deveria fazer a partir daquele momento. De algum jeito, se esqueceu de planejar aquela parte, talvez porque acreditasse que Mia estaria na porta, esperando por ele, que o sentiria chegando, como Damon a sentira chamando por ele. Claramente, aquilo não havia acontecido.

O vampiro deu a volta na casa, sentando-se em seu velho e conhecido tronco de árvore que permitia que ele visse o quarto de Mia pela janela. E lá estava ela, parecia estar quase dormindo sob o cobertor. E então Jeremy Gilbert entrou, com uma bandeja com o que parecia suco de laranja e um sanduíche.

Mia se sentou com esforço, e então Damon viu o braço da garota, estava imobilizado com uma tala azul escura. Ele olhou com mais atenção e percebeu que em sua testa havia um corte que ele considerava profundo, apesar de não estar suturado.

—Você está sendo muito gentil, Jer. –Disse a garota, sem consciência de que Damon podia ouvi-los. –Mas não vou conseguir comer nada hoje, minha garganta ainda está doendo. Isso além do meu braço, minhas costelas, minhas cabeça.

Mas o que aconteceu com ela? Damon se perguntou. Como Stefan permitiu que ela se machucasse tanto?

—Vicky fez um estrago e tanto em você. –Jeremy disse, tristonho. –Sinto muito por isso, de verdade.

“Vicky?”. Damon teve vontade de sair dali naquele momento e procurara por Vicky. Queria fazê-la pagar por ter machucado sua garota, mas conteve-se, queria ouvir um pouco mais, olhar um pouco mais.

—Você não tem culpa. –Disse Mia. –E nem ela... –Mia conteve-se, sabia que não poderia explicar mais ao amigo sem contar sobre a hipnose e sobre vampiros, e sobre Stefan e Damon.

—Eu não vou mais voltar com ela... –Ele abaixou os olhos, e Mia se entristeceu por ele, gostaria de poder explicar o que realmente havia acontecido.

—Ah Jer... Você não precisa...

—Eu quero que você pense naquilo, Mia. –Ele levantou a cabeça, parecendo decidido.

—Naquilo o... O q-quê? –Ela sabia sobre o que ele falava, e gostaria muito de não saber, assim não teria que pensar, não teria que explicar, ou correr o risco de destruir a amizade dos dois.

—Você aceita ser minha namorada? –Os membros já entorpecidos de Mia, congelaram ainda mais.

Do lado de fora da casa, o coração de Damon deu um salto, meio surpreso, meio apavorado. Jeremy pareceu tímido, um leve rubor sobre suas bochechas. Para Mia, ele tinha os olhos de um menino que precisava de carinho, tanto quanto ela própria.

—Não precisa responder agora. –Ele disse, preenchendo o silencio entre os dois, antes que se tornasse embaraçoso. E Mia respirou um pouco mais aliviada. –Só me prometa que vai pensar no assunto.

“Não, não, não”. Damon pensava, enquanto observava tudo pela janela. Se ele pudesse, entraria ali e colocaria Jeremy para correr mostrando seus olhos vermelhos. Mas não podia entrar, não havia sido convidado. E mesmo se pudesse algo o mantinha paralisado ali. Medo, talvez? De perdê-la. Mas ele sabia que Mia nunca havia sido sua, de fato. Talvez fosse medo de sua doce e inocente garotinha estar envolvida com um garoto tão problemático e pervertido como Jeremy Gilbert. Damon não podia suportar a ideia dele tocando-a, de pressionando-a a fazer coisas com ele, coisas que meninos humanos de 16 anos não conseguiam esperar para fazer. E o vampiro travou a mandíbula quando ouviu a garota dizer:

—Sim. Eu vou pensar. Prometo.

Jeremy a beijou na testa, onde não estava machucado. E o fogo dentro de Damon se acendeu. Ele percebeu quando seus caninos começaram a crescer. Uma raiva sem tamanho tomando seu corpo. Havia passado semanas procurando por um assassino, na esperança de conseguir protegê-la. E quando finalmente voltou, encontrara Mia fisicamente aos pedaços e com Jeremy flertando com ela? Que tipo de guardião Stefan havia sido?

Damon ouviu a porta da frente se abrir e fechar, e soube que Jeremy estava indo embora. Esperou um tempo, para que o garoto se afastasse, e então foi até ele. “Posso consertar isso”. Pensou com frieza, enquanto o seguia. E quando já estavam longe o suficiente da casa, colocou-se na frente de Jeremy de forma rápida, sem que ele pudesse perceber enquanto se aproximava, surpreendendo-o.

—Olá, pequeno Gilbert. –Disse o vampiro, em um tom de voz baixo e ameaçador.

—Damon. –Se Jeremy estava assustado, não demonstrou.

—Vi que você está tentando convencer Mia a... Ter algo... Com você... –Damon olhou profundamente nos olhos do garoto, pronto para usar a hipnose e então, algo humano em sua consciência o impediu.

“Desista disso” ele teria dito em outra época. “Você sabe que Mia não é para você. Você não a ama”. Uma hipnose teria convencido Jeremy daquilo ainda que ele realmente sentisse algo por ela. Tantas coisas ele poderia ter dito, mas escolheu dizer:

—Se lembra de quando o encontrei na floresta a primeira vez? Pedi que fosse até a casa de Mia, que fosse gentil com ela... Cuidasse dela. –Damon falava com pesar. Percebendo que talvez ele próprio tivesse sido responsável pelo interesse de Jeremy em Mia. Ele viu quando Jeremy, hipnotizado, balançou a cabeça afirmativamente, então continuou: –Eu te liberto disso. Apenas... –Engoliu em seco. –Apenas seja honesto com ela. Seja sincero, e faça bem a ela. 

Jeremy assentiu. E então Damon o permitiu ir para casa, enquanto olhava fixamente para nada em especial. Sentia um crescente nó na garganta e mal podia acreditar no que havia feito. Ou melhor, no que havia deixado de fazer. Não havia feito Jeremy desistir de Mia. E estava mais arrasado por isso do que imaginara. Mas ele não poderia fazer aquilo, não quando Mia pudesse sentir algo por Jeremy, não quando ela poderia sofrer com a súbita mudança de planos do garoto. E imaginar-se contando a ela a verdade, o quanto fora egoísta, acabaria com ele e Mia não merecia aquilo.

**

Logo após Jeremy ter ido embora, Mia juntou todas as forças que tinha para se levantar da cama e ir até a parte dos fundos de seu quintal. Precisava respirar ar fresco depois do dia intenso que tivera. Era seu recorde de “quase morte” em um mesmo dia, e ela estava exausta, fisicamente e emocionalmente. Apenas uma coisa poderia fazê-la se sentir melhor.

Ela caminhou entre as árvores, estava com um cobertor leve sobre as costas e se esforçava para mantê-lo no lugar com apenas um braço. Por baixo, usava seu pijama favorito: uma calça azul e uma blusa de alcinha bege claro. Elena a ajudara a se vestir mais cedo.

Parou quando chegou ao local desejado. Havia descoberto uma árvore ali há algumas semanas. E ia para lá quase todas as noites, porque a árvore era simplesmente idêntica a que tinha em seus sonhos com Damon. Em seu primeiro sonho, ela havia ganhado dele um ramo daquela árvore, um ramo cheio de flores azuis. Em outros sonhos, os via abraçados ali em baixo. Eram outros tempos, quando não existia nenhuma casa próxima dali, mas Mia quase conseguia acreditar que era o mesmo lugar.

Ela ficou parada, contemplando a forma como a árvore não tinha folhas, apenas as flores azuis. Parecia completamente desconexa das outras espécies de árvores, como se tivesse sido plantada ali magicamente. Ficava imaginando o tamanho daquela ironia. Uma árvore idêntica a de seus sonhos, plantada no fundo de seu quintal. E então, sem querer, começara a se lembrar dos sonhos, e se pegava imaginando Damon ali. Quase podia ouvir a voz dele.

—Mia... –A garota não se virou ao ouvir a voz do vampiro às suas costas, teve medo de que fosse apenas sua imaginação, ou o efeito de todos os medicamentos que havia tomado naquele dia. E então o ouviu novamente, dessa vez a voz veio acompanhada de um toque suave em seu ombro. –Olá...

O toque de Damon era suave, quase inseguro, mas foi suficiente para fazer o coração de Mia falhar em uma batida. A voz dele era baixa e contida. Ele não sabia que reação esperar de Mia. Esperava a pior delas, a falta de reconhecimento, a insignificância, já estava pronto para aquilo. Mas então ela se virou, os olhos marejados de lágrimas, e então o abraçou. Afundou o rosto em seu peito, como se só assim pudesse realmente respirar. E ela respirava o cheiro dele, cheiro de ferrugem, cravo e hortelã.

Damon pareceu incrédulo no início, mas quando se deu conta da situação, simplesmente retribuiu o abraço e sorriu. Acariciou os cabelos de Mia, como fizera em seus pensamentos a cada dia que passara longe dela. O corpo frágil de sua garota estava seguro agora, com ele por perto para protegê-la, e ele a abraçou mais forte, controlando-se um pouco, pois sabia que sua força era muito superior à dela. Sentia o toque frio dos dedos de Mia na lateral de seu corpo. Apenas uma das mãos, pois a outra, Damon se lembrou, estava machucada. Ele a afastou um pouco, ajeitou o cobertor sobre os ombros nus dela, a pela clara em contraste com os cabelos escuros, apenas aquela imagem era suficiente para mexer com ele de um jeito que ele havia se esquecido há muito tempo. Ele sentia vontade de trazê-la para mais perto, de acariciar sua pele, de... Beijá-la.

Então Damon se concentrou em analisar a extensão de seus machucados, aquilo poderia lhe distrair daqueles pensamentos. Ele olhava com atenção para cada parte do corpo dela, conferindo se estava realmente bem. Mas qualquer um podia ver, havia mais do que cuidado em seus olhos, havia desejo, havia saudade. Uma saudade que ele não podia explicar. Havia passado três semanas longe dela, e agora, ela não parecia mais uma menininha. Estava mais próxima da “Mia do sonho”, uma jovem forte e independente, ao mesmo tempo meiga e gentil. Aquilo aumentou ainda mais a vontade que o vampiro sentia de tê-la para si.

—Achei... –Mia quebrou o silêncio, quase com um soluço. –Achei que você não voltaria mais.

Damon passou as costas dos dedos no rosto dela de forma suave, apreciando o desenho, a delicadeza de sua pele.

—Sempre vou voltar para você. –Disse ele, olhando-a nos olhos. –Se lembre disso. Sempre.

Mia sorriu, e encostou a mão no coração dele, como se daquele jeito pudesse saber que Damon realmente estava dizendo a verdade. Ele aceitou a mão dela sobre seu peito e não se moveu, na tentativa de conter o desejo que crescia dentro dele. Não queria assustá-la com toques brutos. Não queria assustá-la fazendo as coisas que ele realmente estava com vontade de fazer.

Sentir o calor de sua pele tão próxima à dele aumentava ainda mais aquele desejo. Desejo que ele não sabia ao certo quando começara a nascer. Talvez em algum momento daquelas três semanas, talvez antes. Mas estava ali agora, e o fazia tremer ao toque dela como um adolescente inseguro.

—Gostaria que me contasse como foi que isso aconteceu. –Disse ele, apontando para o braço de Mia. Era mais uma tentativa de afastar os pensamentos que lhe torturavam, lhe instigavam a tocá-la.

—Ah, isso... –Mia sentiu as bochechas corarem. –É uma longa história.

Damon viu um tronco caído, e a puxou para se sentar ali, ao lado dele.

—Sou um vampiro. –Disse ele, com um sorriso torto. –Tenho todo o tempo do mundo.

—Você poderia entrar...

Ao ouvir as palavras, algo se acendeu dentro de Damon, e a mesma chama se refletia nos olhos de Mia. Sem querer, ele os imaginou entrando na casa, abraçando-se, beijando-se com intensidade. Ele a beijaria até que sua pele inflamasse em contato com a dele, até que ela o desejasse mais que tudo, e implorasse para que ele fizesse mais do que apenas beijá-la.

As mãos de Mia tremeram pela intensidade com que se olhavam. Damon percebeu, e relutante, se afastou um pouco. Que tipo de pervertido ele era? Olhou para ela, dessa vez com um pouco de culpa, notando sua fragilidade, a forma pequena de seu corpo, a delicadeza de sua pele. Ela estava ainda mais frágil naquela noite por conta de todos os machucados. E Damon se perguntou qual seria o castigo por imaginar aquelas coisas com ela. Mas a verdade era que ele já vinha imaginando há algum tempo, e agora, com a proximidade dela, aquilo ficava ainda mais forte.

—Que bom que você não pode ler pensamentos. –Disse ele.

—Digo o mesmo a você. -Ele viu o peito dela subindo e descendo de forma irregular, e se perguntou se Mia realmente havia entendido o que ele estava querendo dizer. Que se ela pudesse ler seus pensamentos, veria o quanto ele a desejava naquele momento. Talvez ela realmente tivesse entendido, Mia era cheia de surpresas.

—Se eu fosse você, não me provocaria. –Ele disse, com frieza na voz para disfarçar a verdade em suas palavras. E Mia sorriu, como se o momento anterior não tivesse passado de uma brincadeira, a ingenuidade brilhando novamente em seus olhos. –Eu não poderia entrar mesmo com um convite seu, nenhum vampiro poderia. O atual proprietário da casa não é você, deduzo que seja seu padrinho, que te enviou para cá. 

—Você tem razão! –Ela disse, surpresa. Havia se esquecido que Vicente não passara a casa para o nome de sua mãe, pretendiam fazer aquilo depois. –Me desculpe por isso. Vamos ter que ficar aqui fora.

—É melhor que seja assim. –Ele se manteve sério. –Ande, me conte sobre o braço.

E Mia lhe contou sobre sua queda, sobre como Vicky a atacara no hospital e que tudo aquilo havia ocorrido por ela estar sob efeito da hipnose. Damon parecia furioso, então Mia pediu que ele não fosse atrás de Vicky, pois ela não havia tido culpa. Ademais, explicou que estava bem. Que Elena e Jeremy haviam cuidado dela. Mia, inocentemente, contou sobre o fato de estarem mais próximos, e que ao final, o rapaz se tornara um bom amigo. Damon não queria ouvir aquilo. Não queria ouvir que Mia sentia algo por Jeremy. Então se levantou rapidamente, pronto para partir. 

—Mas o que foi? —A garota perguntou, confusa pelo gesto brusco do vampiro.

—Acho que já conversamos demais. —Disse ele, sem se olhar para ela. —Eu só queria me certificar de que você estava bem. Mas acho que você está mais do que bem. Eu não preciso mais me preocupar com você.

—Você está falando isso por causa de Jeremy? —Mia questionou, levantando-se também. Estava irritada. Durante três semanas, tudo o que ela queria era ter notícias de Damon, e agora ele estava ali, e a tratava novamente como se não se importasse com ela. Mas, de repente, algo passou em sua mente. —Você está com ciúme!

O vampiro cerrou os punhos. Como ela tinha ousadia de dizer aquilo?

—Você é só uma garotinha. —Ele disse, se virando para ela, com a voz baixa e os olhos furiosos. —Irritante e enxerida. — “Mas você está certa e eu não paro de pensar em você”. Ele concluiu, em pensamento. Mas seu orgulho jamais lhe permitiria pronunciar aquilo em voz alta.

—Você desapareceu por três semanas! —Ela disse, tão nervosa que acabou derrubando o cobertor. Mia gesticulava, se aproximando de Damon como se assim pudesse fazê-lo sentir o peso de suas palavras. —Você achou que eu iria parar de viver enquanto você desapareceu? Tenho novos amigos sim! E Jeremy é o melhor deles!

—É porque ele não quer ser apenas seu amigo! —Damon esbravejou, perdendo o controle de suas palavras. Não se lembrava de já ter sentido ciúme de alguém daquela forma. Ele queria que Mia visse que Jeremy não passava de um adolescente confuso e carente. Talvez aquilo fosse o que doesse mais. Ver que era por um garoto como ele que Mia tivesse sentimentos.

—E se eu também não quiser ser só amiga dele? —Mia gritou de volta, sem pensar em suas palavras.

Ela fechou o punho, tentando bater no peito de Damon com o braço que não estava imobilizado. Mas o vampiro a segurou. Estavam tão próximos, que ele podia sentir o calor emanando do rosto dela. Ele estava furioso, mas era mais do que isso. Estava decepcionado e irritado. E de repente, não havia mais como controlar a si mesmo. O vampiro ainda tentou solta-la, tentando se lembrar de que ela era uma humana delicada e frágil. Mas um sentimento maior e primitivo tomou conta dele, e a única coisa que ele conseguiu pensar foi “Dane-se!”. Então a beijou. 

Com uma das mãos, o vampiro segurava o punho de Mia próximo a seu peito, e com a outra, ele segurava sua nuca, puxando-a para junto dele. Em um primeiro momento, ele a puxou com urgência, como se quisesse impedi-la de fugir, embora o beijo não passasse do encontro entre os lábios de ambos. Mas então, Damon voltou à consciência, soltou sua nuca, descendo a mão para seu ombro em um gesto delicado, dando oportunidade para que ela se afastasse dele. Mas, contrariando todas as expectativas, a garota fechou os olhos e entregou-se ao beijo.

Damon sabia que aquele era o primeiro beijo de Mia. E ele percebeu que, desde o primeiro momento em que a vira, queria que aquele beijo fosse dele. Aquele beijo pertencia a ele, e Damon queria que Mia se lembrasse dele para sempre, mas queria que fosse uma lembrança boa. Quem sabe a melhor. Então ele soltou o pulso dela e a abraçou pela cintura, trazendo-a para mais perto, beijando-a profundamente, porém com gentileza e ternura.

No início, a garota estava insegura, então apenas permitiu que ele a beijasse. Alguns instantes depois, ela pareceu ganhar confiança, e retribuiu o beijo com igual intensidade, abraçando o abdome de Damon e trazendo-o para mais perto, ainda que fosse praticamente impossível que se aproximassem mais.

Aquilo mexeu ainda mais com Damon. Ele sentia o aroma adocicado de Mia, e queria mais do que beijá-la. Por um instante, faria qualquer coisa para ter mais. Ele olhou o cobertor que havia caído no chão, e pensou em deitá-la ali. Beijá-la até que ela perdesse o controle, assim como ele. Mas qual seria a punição para aquele pecado? Mia não era como as outras garotas, ela era doce, terna, gentil. Ela precisava de alguém que fosse capaz de dar aquilo a ela também. E pensando nisso, o vampiro se afastou dela. Tão bruscamente quanto havia se aproximado. Ele tentou não olhar para seu rosto corado, ou seus lábios vermelhos. E sua voz soou fria e contida quando ele falou:

—Pode beijar quem você quiser agora. Mas não vai se esquecer disso.

E então, como num passe de mágica, desapareceu. 

Mia continuava parada, com a mão nos lábios ainda sentido o sabor dos de Damon. Assim como o seu cheiro, tinha algo que lembrava ferrugem, mas a sensação de frescor do hortelã e o calor do cravo eram muito mais acentuados. Ela voltou para dentro de casa, ainda perplexa pelo que ocorrera, sem saber o que pensar. Mas sabia que Damon estava certo: Ela jamais se esqueceria daquilo.

[A árvore azul dos sonhos]


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Notas finais do capítulo

E então?
Por favor, comentem o que acharam do capítulo. Preciso MUITO saber haha
Agora que estou de férias, está muito mais fácil escrever rs
E assim como eu fazia antes, prometo sempre tentar postar novos capítulos às quintas-feiras.
Beijos a todxs
E um Natal mais que especial para você ♥ ♥



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