Mais tarde , aproximadamente umas 16:30 hrs meu celular toca, é o corretor de imóveis me perguntando se podia me encontrar com ele agora, digo que estarei dentro de 30 minutos no café mais próximo.

Nos encontramos então no Palace Café, considerado o melhor café da região. Ele diz que teria me ligado assim tão de repente pois tem noticias sobre a escritura da casa, ele diz estar tudo pronto para a venda, que no próximo sábado a casa teria seu novo dono, e eu, o valor dela em dinheiro sob minhas mãos. Logo após dessa conversa, ele sai, diz que tem uma outra reunião marcada, e eu? fico sentada ali olhando a mesa por alguns instantes, até que resolvo ir embora e talvez dar uma volta por ai, andando chego então ao Park Avenil, sento-me em um daqueles bancos brancos ,típicos de filmes americanos. Entre tantos e tantos pensamentos, a memória que mais predomina é a lembrança desses últimos dias e em pensar o quanto tudo mudou desde o dia que meu irmão deu a noticia que voltaria para cá.

De repente , com meus olhos embaçados por algumas lágrimas, vejo vindo em minha direção algo laranja, não vejo muito bem o que é, até que isso me acerta em cheio. Tudo começa a ficar mais embaçado do que já estava, até, eu fechar meus olhos...

– O.. o que houve?

– Você esta bem?

Apenas ouço uma voz suave, com um tom de preocupação, não reconheço essa voz, até que a luz do sol penetra em meus olhos me forçando a levantar. Coloco minha mão acima dos meus olhos, tentando tapar o sol.

– O que aconteceu?

– Ah, me desculpe , estava jogando frisbie com meu cão e sem querer ele a acertou, me desculpe.

Agora vejo melhor, um rapaz desconhecido, loiro, olhos verdes, cabelo arrepiado ,ajoelhado ao meu lado ,apoiando minha cabeça sobre seu colo, sorrindo levemente tentando disfarçar a culpa que o consome por dentro.