Soba Ni Iru Né... escrita por JúhChan


Capítulo 48
Capítulo quarenta e oito – Pode beijar a noiva


Notas iniciais do capítulo

Oii, gentee!!
Era pra ter sido um post duplo, mas perde a noção do tempo coma one shot que está por vir!! Me desculpem!!
Só que não seria eu sem meus atrasos loucos!! suahsuash'
Enfim, boa leitura!! Foi o capítulo mais lindo que eu já escrevi, pois está cheio de momentos felizes, sem sofrimento ou tristeza, só amorzinho mesmo!
Boa leitura!!



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O mês de abril se findou em um piscar de olhos, seja pela agitada rotina que todos levavam, seja pela ansiedade pelo casamento de Naruto e Hinata, que aconteceria naquele mês, logo após o fim da “Semana Dourada*”, mais precisamente no dia nove de maio.

Os preparativos do evento estavam a todo vapor. De acordo com assessora de eventos, tudo estava indo conforme o planejado: o local do casamento estava alugado, o buffet contratado e com o cardápio decidido, a decoração estava pronta, os padrinhos dos noivos já estavam com as vestimentas em suas últimas provas, assim como da dama de honra, do noivo e da noiva.

—Como assim vocês não querem uma despedida de solteiro? – indagou uma Tenten incrédula.

Era o último dia de feriado que compunha a “Semana Dourada” e estavam todos reunidos na casa da família Nara, comemorando o dia das crianças. Antes do farto almoço, tivera até o hasteamento dos tradicionais KOINOBORIs* na área da piscina, com direito a gritos alegres de Shikadai e Yuuta, que mesmo sendo bebês se encantaram com as três carpas de tecido enormes, que tremulava conforme a passagem de ar pelos seus interiores.

—Eu estava contado com a sua despedida para retomar a minha relação com o álcool. – a Hyuuga continuou a falar.

—Me desculpe, Tenten.

—Você não tem que pedir desculpas, Hinata. A Tenten só quer ter um motivo para encher a cara. – disse Temari enquanto tirava do armário pequenos pratos descartáveis, para servir a sobremesa.

—Eu só quero lembrar...

—Lembrar coisa nenhuma! – a Nara interrompeu, depositando a travessa de gelatina colorida sobre a grande mesa. -Você bebe vinha na sua casa desde quando a Akemi era uma recém-nascida, que eu sei. 

—Era uma dose. – recebeu olhares surpresos. -O que foi? Vão me condenar por causa disso? A minha médica falou que eu podia, perguntem as duas ali. - apontou para Karin e Sakura que estavam ajudando a pôr a mesa da sobremesa. -Além do mais, eu sou uma humana, antes de ser mãe.

—É verdade, meninas. A gente permite ingerir uma dose, é comprovado que não faz mal à mãe nem ao bebê, mas é só uma dose. – a Hoozuki explicou, sentando-se no banco em que estava antes.

—Viram?

—Vimos que você quer ficar bêbada. – falou Gaara, arrancando risadas do grupo.

—Por que você não guarda toda essa animação para a festa de casamento? – perguntou Itachi, servindo-se de pudim e gelatina colorida.

—Porque eu tenho um pedaço de gente que depende de mim.

—Manda o Neji cuidar dela, a Akemi não foi feita com os seus dedos. – Namie falou e ofereceu uma taça de vinho rose à amiga.

—Vocês não estão entendo, eu quero sair para encher a cara como antigamente e não quero que a minha filha me veja bêbada, posso traumatiza-la. – e lançou um olhar cúmplice às amigas de longa data.

Mais risadas foram soltas.

—Ah, Tenten, por favor. Não lembre da época da faculdade. – Sakura pediu, despertando uma curiosidade em Karin, Namie e Suigetsu.

—Por favor, Tenten, lembre-se da época da faculdade sim. – incentivou Gaara. -Principalmente, quando vocês bebiam demais e tínhamos que levar para casa.

—Ou, a formatura da Hinata, quando vocês resolveram virar shotes de tequila e a Sakura ficou muito bêbada. – disse o dono da casa.

E, mais risadas foram soltas, deixando os três novos membros do grupo curiosíssimos.

—Não fiquem rindo e contem direito isso! – exigiu Namie após um generoso gole de seu vinho.

—Não! – a Haruno exclamou.

—Que mané não, dona Sakura. Vamos lá, contem para nós, queremos rir também.

A rosada lançou um olhar aflito aos amigos, condenando-os mentalmente pela vergonha que havia passado anos atrás. Desviou o olhar para o Uchiha mais novo, na esperança de encontrar um socorro, mas a sua vergonha apenas dobrou de tamanho ao se deparar com um sorriso zombeteiro nos lábios finos do mesmo.

—No final da festa de formatura da Hinata, elas resolveram competir quem virava mais shotes de tequila. Eu perdi a conta no quinto shot. – começou Shikamaru. -Resultado: cinco garotas bêbadas que pareciam ter dois pés esquerdos. Então, de repente, a Sakura para na frente do Sasuke e começa a falar que quando a festa acabasse, ela iria para o apartamento dele... – mas, ele não conseguiu terminar, pois caiu na gargalhada como a maioria dos presentes.

—Naquela época, vocês não estavam juntos? – a Okada indagou.

—Estávamos. – respondeu entredentes. -Eles contam que eu não estava reconhecendo o Sasuke.

—Ela falava que iria para o apartamento do Sasuke para transar com ele, para o Sasuke. Na frente de todo mundo. – Gaara terminou o relato, entre risos.

— Chegou a dizer que tinha comprado calcinha comestível especialmente para aquele dia. Vocês não fazem ideia do quanto foi memorável a cara de felicidade da Sakura enquanto falava isso. – a Nara complementou. -Esse momento eu lembro com muita clareza.

A Haruno agradeceu internamente por Tsukimi e Akemi estarem entretidas com o canal de desenhos, na sala, e Shikadai e Yuuta, tirando a sagrada soneca pós-almoço.

—E quando a Hinata tomou o primeiro porre dela? – a Yamanaka disse entre risos.

—Não contem isso! É muito constrangedor. – pediu com o rosto vermelho.

—Fica tranquila que pior que a nossa amiga aqui não foi. – deu leves tapas no ombro esquerdo de Sakura. -Foi em uma festa da atlética do curso de química, se não me engano...

—Ino-chan...

—Isso mesmo! Ela tomou citrus com vodca desde que chegamos lá, e saiu carregada pelo Naruto e a Sakura no meio da festa. Achamos que ela tinha entrando em coma alcoólico, mas ela só precisava vomitar e ficar sob os cuidados do namorado. – contou Tenten. -Pelo menos não saiu espalhando para todo mundo que iria transar. – e tomou mais um gole do vinho rose, enquanto mais uma onda de risada acontecia.

A cena da futura senhora Uzumaki sendo levada para fora do local da festa, com o loiro e a rosada segurando-a pelos braços, para evitar que caísse, era ainda fresca na memória dos jovens ali.

—É por isso que não vamos ter despedida de solteiro!

—Não queremos ninguém de ressaca no nosso casamento. - completou Naruto.

~~*~~*~~*~~

O salão de eventos de um dos melhores hotéis do bairro Ginza estava decorado para a festa do casamento do casal Uzumaki, assim como a área da piscina, onde aconteceria a cerimônia religiosa.

Os tons mais vibrantes da cor laranja e roxo eram os protagonistas da decoração, deixando os dois ambientes alegre e intenso, mas, ao mesmo tempo, aconchegante, adequado para que o amor de Naruto e Hinata fosse o centro da comemoração.

Foi posto uma passarela de acrílico sobre a piscina, com grades de proteção branca envolta com fios de pequenas lâmpadas de LED. Em cima desta, as cadeiras, para os convidados se sentarem, estavam cobertas com o típico pano branco, o altar enfeitado com rosas laranjas e roxas e, cortando a passarela, um tapete lilás cintilante estava estendido. Havia mais cadeiras espalhadas em volta da piscina aos convidados que não conseguiram um lugar sobre a piscina.

Os arranjos de rosas colocados estrategicamente na área da piscina, juntamente com os pingos de luzes pendurados, para dar a impressão de estrelas, davam o toque final.

Ainda faltava muito para o verão, mas os noivos desejavam transmitir a sensação calorosa que a estação trazia consigo no dia que se uniriam nos laços do matrimonio.

 No arco que levaria àquela área, Ino, Sakura, Tenten e Temari se encontravam reunidas. As quatros madrinhas vestiam vestidos lilás, no estilo tomara que caia, com uma faixa de cetim abaixo do busto. Os cabelos presos em tranças laterais com pequenas presilhas brilhantes e uma maquiagem suave no rosto, deixavam-nas com ar gracioso.

—Como foi dirigir por Tóquio pela primeira vez? – a Nara perguntou à Haruno, curiosa.

—Um pouco assustador, mas consegui chegar aqui, não é mesmo? – disse rindo. -Além do mais, eu não posso ficar dependendo do meu pai ou do Itachi.

—Ou até mesmo do Sasuke.

—Sim. – concordou um pouco desconcertada.

Todos já estavam cientes de que ela e o moreno não estavam mais juntos e entenderam os seus motivos, mas ainda ninguém se acostumou totalmente com a situação. Pois, internamente, havia uma torcida para que eles voltassem.

No entanto, não era o momento para voltar. Precisavam de um tempo e, os amigos respeitavam a decisão.

—Soube que a Tsukimi ficou encantada com o restaurante do seu pai, ontem. – disse Tenten, com a atenção em seu pedaço de gente andando pelo gramado sintético, aguardando ser notada pela mesma.

Para não se atrasar, a Haruno chegou em Tóquio ao final da tarde do dia anterior, trazendo consigo a pequena Yamashita ainda vestida com a roupa que foi à escola. O senhor Kizashi as convidou para jantar em seu restaurante, para o deleito da criança, e por isso, as duas pernoitaram na casa dos pais da rosada.

—Minha mãe ficou muito preocupada a vendo comer um monte de sashimi e nigirizushi. – contou, lembrando-se da expressão feliz no rosto infantil enquanto mastigava o pedaço de peixe cru com vontade. -Por sorte, ela não passou mal, até agora pelo menos. – e sentiu algo se chocando contra o seu corpo.

A Haruno agradeceu por não estar de salto agulha, e sim com de salto médio, do tipo Anabela que o vestido o cobria por completo.

—Tia Sakura! – a voz infantil preencheu a audição das quatros. -Você está linda!

Os quatro pares de olhos se abaixaram na direção de Tsukimi e suspiros maravilhados foram soltos, ao visualizar os cachos loiros bem definidos e uma franja cobrindo a testa – no primeiro dia da Golden Week, Sakura cortou a pedido dela -, olhos azuis brilhantes, bochechas coradas, sendo destacados por um vestido azul anil. As pequenas pedras bordados na região do busto cintilavam conforme os raios solares refletiam nelas, na cintura uma fita de cetim que terminava com um lanço na frente, ambas de cor azul anil também e, sobre a saia do vestido, duas camadas de tule azul, em sobreposição. O sapato preto de boneca completava o look.

—Você também, querida. – disse a rosada boba. Sem dúvidas, a cor azul destacava a loirinha.

Novamente, Sakura sentiu ser abraçada e franziu o cenho quando percebeu que Tsukimi escondia o rosto em seu abdômen e apertava o tecido de seu vestido com a mão direita. 

—Aconteceu alguma coisa? – preocupou-se. -Se sente mal? – acariciou o topo da cabeça loira.

—Você está bem, Tsukimi? – Ino também demonstrou preocupação. Afinal, um sorriso animado, como o que a Yamashita demonstrava, não desaparecia do nada.

—Eu estou com medo. – falou com uma expressão assustada. -Desde que desci, tem bastante gente que não conheço me olhando.

—Oh, querida. – a abraçou de forma protetora.

—Alguém fez ou tentou fazer algo com você? – questionou Temari, ao se abaixar para ficar na mesma altura que a criança.

—Não. – balançou a cabeça de um lado para o outro.

—Você falou para mais alguém sobre isso? – a Haruno perguntou, ao se dar conta de que a Yamashita sentia-se desconfortável com o ambiente, desde que havia descido com a pequena Hyuuga e seu pai, há uma hora.

Pois, as duas crianças ficaram prontas primeiro e resolveram descer junto com os rapazes, por isso Neji foi busca-las.

—Não. Eu tentei ignorar brincando com a Akemi-chan, mas...

—O que aconteceu com ela? – a voz de Sasuke soou preocupada. -Está tudo bem, Tsukimi? Se machucou? – avaliou os cotovelos e as pernas, a procura de ferimentos.

—Não, ela está incomodada com os olhares das pessoas. – respondeu Sakura, ainda abraçada à criança. -Tsukimi nos garantiu que ninguém fez nada com ela.

A vontade de pega-la no colo para acalentar como um bebê era grande, mas ela corria o risco de mostrar os seios pelo estilo do vestido e pela dificuldade em içar o corpo de Tsukimi. Afinal, ela ainda estava trabalhando para que sua musculatura voltasse ao normal.

 E, como se o Uchiha lesse a mente da Haruno, se agachou em frente à Yamashita.

—Vem cá. – a chamou em um tom gentil.

No instante seguinte, a criança se virou para ele e, o moreno pode visualizar a expressão apreensiva no rosto da loirinha.

—Não precisa ficar com medo, Tsukimi. – a pegou no colo, sob os olhares de todos ali presentes. -Estão te olhando, porque você é linda. – tentou consola-la.

—Não é um bom momento para dizer que ela está linda, Sasuke. – Tenten lançou um olhar de advertência a ele.

—Por quê?

—Porque assim você a faz entender que todos estão a objetificando por ser bonita. Ela é só uma criança. Nós temos que fazê-la se sentir segura em uma situação dessa, sem usar a justificativa de que ela é ou está bonita. – explicou a rosada, lançando um olhar sério ao moreno.

—Hum. Acho que entendi. – ajeitou melhor o corpo infantil no braços, de forma que a cabeça loira repousasse sobre o seu ombro direito. -Está tudo bem ficar assustada, Tsukimi. Nós estamos aqui, se alguém tentar fazer algo que você não goste. Não tenha medo de nos contar.

Ele sentiu os curtos braços se apertarem em volta de seu pescoço.

Com um sorriso doce nos lábios, Sakura se aproximou dos dois e depositou um beijo no topo da cabeça loira.

—Sabe... – Tsukimi levantou a cabeça para pode encarar as suas duas pessoas favoritas. -Eu senti que não fazia parte do casamento, quando recebia esses olhares.

—Que ideia absurda. Você não tem que se sentir assim, querida.

—Você é mais convidada do que qualquer outra pessoa aqui.

—Isso é verdade. – a Nara concordou, mesmo estando surpresa pelas palavras da Yamashita.

—Mamãe! – uma exclamação estridente rompeu o clima.

Então, os seis pares de olhos acompanharam Akemi vir correndo em direção da progenitora e pular sobre a mesma, sendo pega no segundo seguinte.

—Finalmente achei a mamãe. – comemorou na inocência de uma criança de três anos, mas sua atenção foi presa na expressão da loirinha, fazendo-a inclinar a cabeça para o lado esquerdo, confusa. -Por que a Tsukimi-chan está triste?

—Porque ela viu algo que não gostou, coisa fofa. – falou Sakura, apertando o pequeno nariz da criança.

—Ai, tia Sakura. – reclamou com a voz anasalada. -Não fica triste, Tsukimi-chan. – pediu e se jogou em direção da amiga, em um claro sinal para que a mãe se aproximasse mais. -Eu deixo a Tsukimi-chan entrar comigo ali. – e apontou para a passarela sobre a piscina.

A pequena Hyuuga foi escolhida para ser a dama de honra que levaria as alianças dos noivos. E, em sua visão limitada de criança, concluiu que a Yamashita havia ficado triste ao ver que ela não andaria pelo tapete lilás cintilante no momento da cerimônia.

—Obrigada, Akemi-chan. Mas, eu só preciso ficar no colo do tio Sasuke até a hora de começar.

—‘Tá bom. – e direcionou um meigo sorriso à amiga enquanto fazia um carinho nos fios loiros encaracolados.

A clara demonstração de afeto protagonizados pelas duas crianças havia prendido a atenção das pessoas ao redor, fazendo suspiros e murmúrios em sinal de encantamento fossem soltos.

—Viu como você faz parte deste casamento, muito mais do que as pessoas que você não conhece? – a rosada indagou em um tom baixo, apenas para a loirinha e o moreno ouvirem.

Um sorriso contido foi a resposta da criança.

—Ei, pessoal! – a voz alegre do noivo atraiu a atenção deles.

O tradicional terno no corpo masculino transmitia uma imagem de pessoa séria e decidida. Até a gravata, que todos esperavam por uma cor inusitada, era azul marinho, assim como o restante da roupa.

—O casamento é meu, mas são vocês que estão sendo comentado por todos os meus convidados. – comentou risonho, se aproximando dos amigos, junto do restante dos rapazes e os amigos de Konoha. -Principalmente você, Sasuke.

O Uchiha apenas balançou a cabeça de um lado para o outro.

—Está na hora de me casar, pessoal!

A felicidade parecia não caber no sorriso de orelha a orelha do noivo.

~~*~~*~~*~~

O loiro aguardava a vinda da futura senhora Uzumaki em frente ao altar. Sentia as mãos úmidas, as batidas de seu coração ecoavam em suas orelhas, e respirava profundamente cada vez que passava os olhos pelos amigos, ali junto de si.

O vestido lilás das madrinhas de sua noiva, combinava perfeitamente com os ternos e gravatas pretos dos seus padrinhos, porém, para lhe representar, exigiu que uma flor laranja fosse presa à lapela dos quatro amigos.

Ele não estava confiante em usar as cores preferidas suas e da amada para o tema do casamento, mas observando como ficou o resultado final, não havia nenhum resquício de arrependimento.

Os olhos azuis se arregalaram quando Hinata surgiu acompanhada do pai, no arco que dava acesso à área da piscina.

O típico vestido branco destacava a faixa de cetim roxo escuro que demarcava a cintura feminina. Os ossos das clavículas estavam amostram pelo estilo ombro a ombro, uma camada de tule misturada com renda branca se estendia pelas extensões dos braços femininos, a região do busto brilhava pelas pequenas pedras fixadas ali, e a saia se mostrava volumosa.  O longo cabelo estava preso em um coque baixo, acima deste, o véu foi inserido com o auxílio de um adorno dourado em formato de flores e suas folhas. A maquiagem destacava os olhos perolados. O buquê de rosas das cores laranja, roxa e lilás na mão direita, finalizava o visual da noiva.

No entanto, todos esses detalhes ficaram em segundo plano quando um sorriso de felicidade tomou conta dos lábios femininos, quando parou no arco de flores no início da passarela sobre a piscina.

A marcha nupcial soou pelas caixas de sons postas ali e os convidados foram se levantando para receber a noiva, que se recusou a cumprir o tradicional atraso de alguns minutos.

 -Faça-a feliz, Naruto. Estou lhe confiando um de meus bens mais preciosos. – pediu Hyuuga Hiashi.

—Pode deixar, eu prometo que Hinata só chorará de alegria. – disse decidido e envolveu a mão delicada entre as suas. -Você está linda.

—Você também, Naruto-kun. – e viraram-se para o homem de meia idade que celebraria a união do jovem casal.

As felicitações e as sábias palavras do homem de feição gentil eram escutado atentamente por todos ali presentes, emocionando alguns, causando sorrisos fáceis em outros. Porém, a atenção deles estava fixada nos noivos que trocavam olhares apaixonados e sorrisos bobos.

Definitivamente, aquele era o dia mais feliz da vida de Naruto e Hinata.

Para a futura Uzumaki, andar todo o trajeto até o altar, acompanhada do progenitor, foi emocionante, pois, ao final, o amor de sua via a aguardava com o melhor sorriso nos lábios. O seu coração batia em um ritmo acelerado desde o começo daquele sábado, não dando sinal de que se acalmaria.

Esperava que o amado estivesse na mesma situação.

—Vamos as alianças. – o senhor falou.

Uma suave melodia soou pelas caixas de sons, fazendo o casal se virar e sorrir encantado com a visão da afilhada, no começo da passarela.

Neji e Tenten incentivavam a filha a começar a andar, para levar as alianças até o altar.

O rosto infantil demonstrava um sorriso travesso, mas ao mesmo tempo, envergonhado em ter a atenção de todos sobre si. Porém, a vergonha pareceu desaparecer quando a noiva a chamou com a mão.

—Venha, Akemi-chan. – reforçou o noivo.

Uma risada estridente foi solta e, a pequena Hyuuga começou a andar com a cestinha marfim em detalhes laranja e roxo, onde estava o par de aliança dourada, presa com laços de cetim sobre uma almofada.

O cabelo castanho estava preso em uma trança, pequenas flores falsas da cor favoritas dos noivos foram colocadas entre o trançado e o final do cabelo colocado sobre o ombro direito. Apenas um brilho labial era a maquiagem da criança, pois as bochechas eram naturalmente coradas e ainda era muito nova usar os produtos de beleza. O vestido de dama honra também era no estilo ombro a ombro, branco, com manguinhas folgadas de renda, da cintura para cima estava coberto de pequenas pedras brilhantes. Uma faixa laranja com um grande laço nas costas dividia o vestido e, a saia terminava nas canelas de Akemi, mas não deixava de ser cheia, principalmente pelas várias camadas de tule branco, que davam o volume. Para completar, sapatos de boneca brancos com detalhes em dourado.

Estava adorável.

Na metade do trajeto da filha, o casal Hyuuga retornou ao seu lugar no altar, e assistiu, com sorriso orgulhoso, Akemi entregar a pequena cesta ao Uzumaki, para em seguida, depositar um beijo estalado na bochecha masculina.

Hinata se abaixou para receber o ato carinhoso também.

—Quero que fiquem um de frente para o outro.

Então, a troca de alianças e os votos aconteceram, oficializando a união em matrimônio do casal mais fofo do ano, no exato momento em que o sol estava se pondo.

—Bora’ festar! – o noivo exclamou animado, recendo a tradicional chuva de arroz.

Desviou o olhar para o céu em tons alaranjados e sentiu uma leve brisa balançar seu cabelo, entendeu como um sinal que seus pais estavam orgulhosos, mesmo não estando ali presentes para verem no homem que havia se tornado.

~~*~~*~~*~~

O salão de eventos do hotel se encontrava com a maiorias das luzes apagadas, pois lanternas com velas faziam o papel da iluminação, dando um ar caloroso ao ambiente. Os arranjos florais tinham as cores laranja e roxo em destaque e enfeitavam as dezenas de mesas dispostas pelo local.

Na entrada do salão, havia uma pequena exposição de fotos do casal, que tinha o intuito de contar a sua história. Um quadro com a caricatura deles estava posto para a assinatura dos convidados.

Havia também um ambiente com sofás e puffs. A mesa do bolo e os típicos doces estavam em outro canto, e parecia reluzir juntamente com a decoração, quando o jogo de luzes da pista batia ali. No topo do bolo confeitado delicadamente, havia uma releitura de bisquit da clássica cena do filme “a Dama e o Vagabundo”, onde eles estão comendo macarrão, porém, este foi substituído por uma tigela de lámen e, o casal era humano com traços de anime.

Do outro lado, estava a pista de dança com equipamento de som e luzes de última geração, pois um DJ agitaria a noite, após o jantar. Por enquanto, músicas ambientes tocava.

A mesa do buffet foi montado ao lado direito do salão, e no lado oposto, uma ilha para servir drinks e coquetéis, onde dois barmen aguardava os pedidos dos convidados.

Na área da piscina, as cadeiras foram recolhidas e o altar desmontado, restando apenas a passarela sobre a piscina, com os pingos de luzes iluminando-a de cima, pequenas lanternas de velas flutuavam para preencher as poucas porções de águas da piscina, que o acrílico não cobria. A grade de proteção brilhava pelas lâmpadas de LED, assim como o arco de flores, dando a impressão de um coreto.

~~*~~*~~*~~

Então, a festa de recepção do casal Uzumaki seguiu conforme o planejado. O representante dos padrinhos, Gaara, escolhido após perder uma madura rodada de “jo-ken-pô”, discursou e brindou à felicidade do casal, sendo seguido por Tenten, a representante das madrinhas; o fotografo já havia capturado vários clicks dos noivos e dos convidados, mas precisava continuar fotografando; os garçons circulavam entre as mesas servindo as bebidas que não continham álcool; a noiva dançou uma valsa com o pai e depois, com o noivo, abrindo oficialmente a pista de dança; e por fim, o jantar foi servido.   

—Rápido, vocês dois. – Tsukimi pedia, puxando Sasuke e Sakura pelos braços. -A piscina está parecendo um lugar mágico.

A aflição do começo do casamento parecia que havia desaparecido, pois a loirinha se acostumou com o novo ambiente e nenhum olhar foi dirigido mais a ela, após a demonstração de proteção da rosada e do moreno.

—Olhem como está linda! – exclamou maravilhada, abrindo os braços para enfatizar o que disse ao parar em frente ao arco de flores. -Eu quero me casar em lugar assim, quando crescer. – uma expressão sonhadora tomou conta do rosto angelical.

 O Uchiha engasgou com a própria saliva e a Haruno apenas riu.

—Será uma cerimônia muito linda, querida.

—Você também acha isso, tio Sasuke? – perguntou com um sorriso esperançoso, fixando o par de olhos azuis no moreno.

—Acho que é muito cedo para se pensar em casamento. – respondeu sem jeito. Mas um sorriso maroto se desenhou nos lábios masculinos quando viu a criança fazer bico. -Não faça essa cara, Tsukimi. – estendeu a mão.

Em um piscar de olhos, a alegria estampou o rosto angelical. Aceitou prontamente a mão do moreno, agarrou com a outra a mão da rosada e recomeçou a puxa-los até pararem no centro da passarela.

Uma música da época da adolescência deles, em versão acústica, tocava tanto na área da piscina quanto no salão de festa. A Haruno começou a se mexer conforme o ritmo, sendo acompanhada pela Yamashita.

—Sabia que essa música é mais velha que você?

—Tudo vindo de vocês é mais velho que eu, tia Sakura. – respondeu zombeteira.

—Como você está engraçadinha. – e riram.

Sasuke se afastou, dando mais espaço paras duas se movimentarem. Ele sentiu o coração falhar uma batida ao se ver encantando com os dois doces sorrisos destacados pela iluminação do ambiente. Como faria qualquer coisa para preservá-los.

Na verdade, desejava que Tsukimi não se tornasse adulta, pois era impossível imagina-la sem a ingenuidade de criança e o entendimento “algodão doce” de mundo que possuía.

De fato, ele foi conquistado pela meiguice dela em pouco tempo, pois não saberia dizer em que momento exato, ela conquistou um espaçoso lugar em seu coração. Quando se deu conta, já estava se preocupando com estado de saúde delicado dela, se desesperando em imaginar que ela perderia a luta, se indignando com os familiares indiferentes a ela, se emocionando por ter a chance de salva-la e, principalmente, cuidando dela. Esperava que pudesse continuar fazendo parte da vida da loirinha, pois ele não enxergava um futuro sem a presença constante da mesma.

Internamente, concluiu que faria o impossível para proteger aquela criança, seja da maldade humana, seja do sofrimento, pois foi ela quem mostrou que dentro dele ainda havia bons sentimentos, não só ressentimento, ódio e rancor.

—Os dois falaram que eu sou muito nova, mas enquanto a vocês? Já não está na hora de se casarem? E, existe alguma música mais velha que vocês? – no centro da passarela, Tsukimi indagou com as mãos na cintura.

O ar presunçoso que aquela pose e indagações transmitia chocou os dois adultos. Com certeza, o acanhamento de horas atrás não existia mais naquele ser de meio metro.

—Por mais que te decepcione, existe sim músicas mais velhas que nós dois, Tsukimi. – Sasuke foi o primeiro a se recuperar do susto. - Posso te apresentar algumas, inclusive. - sacou o smartphone do bolso interno do paletó.

—Ai, tio Sasuke! – exclamou risonha. -Não, obrigada. Estou bem com as minhas músicas! – disse de queixo erguido, arrancando risadas dos dois.

—Irá se arrepender em não dar uma chance para as músicas antigas.

—Quem sabe quando eu ficar mais velha? – devolveu as palavras do moreno.

—Sem passeio na Disneyland para você amanhã. – Sasuke decretou sério, enquanto assistia a expressão alegre da menina se tornando uma de espanto.

Por dentro, os dois adultos estavam se segurando para não rir.

—Mas... Mas... Você prometeu. – a voz infantil soou chorosa.

—Mocinhas levadas não têm passeio na Disney. – disse Sakura, tentando manter a expressão séria no rosto.

O Uchiha se aproximou do centro, onde as duas se encontravam. Talvez, a brincadeira foi longe demais, pois a Yamashita fazia uma careta de choro e a qualquer momento poderia, de fato, chorar.

—Você sabe que estamos zoando, não sabe? – a expressão séria não estampava mais o rosto masculina, quando se pôs de cócoras na frente da loirinha.

—E vocês sabem que eu também, né? – e se atirou para o colo do moreno.

—Tsukimi! – repreendeu Sakura, vendo-a ser levantada com uma feição traquina, por Sasuke.

Uma sonora gargalhada foi solta pela menina ao ser lançada para o alto. 

—Você está mesmo muito engraçadinha. – a rosada continuou, não acreditando que foi enganada pela loirinha.

—Inacreditável. – murmurou o moreno, parando de joga-la para o alto.

—Vocês caíram. – cantarolou vitoriosa.

—Não faça mais isso. Se um dia você estiver chorando de verdade, não vamos acreditar. – os olhos verdes a encararam com uma seriedade poucas vezes vistas pela menina.

O sorriso travesso desapareceu assim que Tsukumi percebeu que passou do limite.

—‘Tá bom, me desculpem. – a voz soou baixa.

—É só não fazer de novo, porque nós também não vamos mais. – disse Sasuke e a ajeitou em seu colo.

—Combinado. – a animação voltou ao rosto angelical. -Mas, ainda falta vocês me responderam a uma pergunta.

—Qual?

—Oras, tia Sakura, aquela de estar na hora de se casarem também. – respondeu naturalmente, na inocência de uma criança que vive em seu mundo cor de rosa.

O moreno arqueou as sobrancelhas e a rosada mordeu o lábio inferior.

Como explicariam para ela? Pois, não poderiam inventar uma história para amenizar a situação. O mundo cor de rosa também tinha seus limites.  

—Eu não estou falando que vocês precisam se casar um com o outro, sabe. – a loirinha começou a explicar. -Se bem que assim seria melhor, porque ver as duas pessoas que eu mais amo juntas, depois dos meus pais, soa muito bem. – as bochechas coraram. -Mas também, eu sei que pedir isso pode ser egoísta, se vocês amarem outras pessoas.

Os dois adultos trocaram olhares surpresos. Comparada à Tsukimi do começo ano, que era movida pelo princípio do “eu quero e nada vai me impedir”, esta, na frente deles, mostrava um grande amadurecimento. Encarando-a atentamente, tinham a impressão de que ela havia crescido uns bons centímetros também. 

—Fico feliz que você pense assim, querida. Nem parece que tem só oito anos. – depositou um beijo na bochecha esquerda, o local mais alto que a Haruno alcançava quando a Yamashita ficava no colo do Uchiha.

Aquelas palavras a fez lembrar do dia que conversaram sobre os pais da menina, e ela demostrou possuir uma percepção e sensibilidade incomuns. Talvez, contar a história deles não fosse de todo o ruim, não em detalhes é claro.

—Só por causa disso, vamos te contar uma coisa. – lançou um breve olhar ao moreno e voltou sua atenção aos olhos azuis, brilhando em expectativa. -Você sabia que Sasuke e eu já chegamos a ficar noivos?

Sakura assistiu a feição infantil murchar.

—Claro que sim. Tem fotos na sua sala do hospital com o tio Sasuke, e ele me contou isso quando nos conhecemos. – respondeu. -Eu só não sei o motivo de vocês terem terminado. Para falar a verdade, é o que eu sempre quis saber, mas ninguém me conta por ser assunto de adulto e complicado. – lançou um olhar acusador ao moreno.

—Já não é tão complicado assim, mas continua sendo assunto de gente grande. – contrapôs Sasuke, com o mesmo olhar acusatório.

—Então, vocês vão me contar o motivo de não estar mais juntos? Vocês ainda se amam? Vão voltar a ficar juntos? – disparou, ansiosa.

—Calma, queria. Uma pergunta de cada vez. – a rosada pediu, pegando uma das pequenas mãos entre as suas. -No mundo dos adultos... – fez uma expressão pensativa. -Na verdade, no nosso mundo, há pessoas que têm intenções ruins para com as outras. Elas não estão satisfeitas com a própria vida, e querem que a vida dos que estão ao seu redor também não esteja bem.  

—Há três anos, uma pessoa assim acabou nos enganando, fez a gente se separar e ficar triste um com o outro. – o Uchiha prosseguiu, após suavizar a feição. -Ela foi tão malvada que fez a Sakura perder o bebê que, como você mesma disse quando nos conhecemos, crescia na barriga dela.

Os olhos azuis se arregalaram.

—A foto da barriga de sorvete. – murmurou, logo em seguida, soltou um som de surpresa e fixou o olhar no do moreno. -Você ia ser papai. - levou as mãos à boca. -Por que tem pessoas que fazem o mal? Coitadinho do bebê! – indignou-se.

Sakura se remexeu em desconforto, aquele assunto demoraria muito para deixar de ser delicado a ela. Afinal, era uma perda que levaria consigo até o fim da vida, não a superaria, apenas conviveria com ela, sem deixar a culpa tomar conta de si. Foi desperta do seu devaneio pelo braço direito de Sasuke a trazendo para dentro de um abraço. Tsukimi já se encontrava com os seus curtos braços ao redor do pescoço masculino.

—Infelizmente, existem pessoas más para nos mostrar que o mundo não é perfeito, e que nós podemos ferir um ao outro de várias formas. Então, seja sempre uma boa menina e nunca deseje o mal a alguém, combinado?

—Combinado, tio Sasuke. – a voz soou chorosa.

~~*~~*~~*~~

—Senhoras e senhores, vamos dar início ao momento de descontração desta graciosa festa de casamento. – a voz suave da cerimonialista ecoou por todo o salão de festas, atraindo a atenção de todos os presentes. -Por gentileza, peço aos recém-casados que venham para a pista de dança. – virou a página da programação do evento que comandava. -Para dar início, os padrinhos e as madrinhas dos noivos sugeriram um Wedding Game muito conhecido.

Então, duas mulheres vestidas de roupas pretas apareceram carregando cadeiras com estofados em vermelho e se dirigiram até onde o casal Uzumaki estava, sendo seguida por uma terceira mulher, segurando dois pares de sapatos.

A expressão de surpresa de Naruto e Hinata foi capturado pelo fotografo. Ao assistirem as mulheres organizando as duas cadeiras, de forma que ficassem uma de costas para a outra, o casal entendeu que uma brincadeira muito divertida viria a seguir.

—Senhor e senhora Uzumaki, podem se sentar nessas cadeiras. – instruiu a cerominialista. -Talvez, vocês já devem saber qual é a brincadeira, mas explicarei para que não tenham nenhuma dúvida.

Após se acomodarem, o loiro visualizou as expressões risonhos dos amigos, fazendo com que a sua expectativa aumentasse.

—Espero que não seja nenhuma brincadeira sacana. – Hinata murmurou próximo a orelha do, agora, marido, após se virar.

—Primeira regra, vocês têm que ficar de costas um para o outro. – a cerimonialista disse, fazendo a morena se virar rapidamente. -A brincadeira é o seguinte, vocês responderão perguntas levantando um dos sapatos que uma das minhas assistentes entregará.

Então, a terceira mulher vestida de roupas pretas se aproximou do casal, sentado no centro da pista de dança, e entregou um par de sapato, que não combinavam, para cada um. Eles reconheceram rapidamente o sapato social e o salto que estavam em suas mãos e, finalmente, entenderam o motivo de terem entregado um par de sapatos dias atrás à assessora de eventos.

—O sapato social é do noivo e o salto é da noiva. Segunda regra: vocês têm que erguer um dos sapatos para cada pergunta. Terceira e última regra, não pode espiar. – a cerimonialista terminou de explicar, soltou o microfone do seu suporte e começou a andar em direção de Naruto e Hinata. -Não se preocupem, não temos nenhuma pergunta comprometedora. Alguma dúvida, casal? – e pôs o microfone perto da boca de Hinata.

—Acho que não.

—Uzumaki-san? – chamou pelo loiro e fez o mesmo com o microfone.

—Dúvidas eu também não tenho, mas quero descobrir quem teve essa ideia. – disso divertido lançando um olhar aos amigos.

—Deixe para descobrir mais tarde, mas te darei uma dica, os rapazes ali foram coadjuvantes, a ideia partiu das moças ali. – e apontou para as amigas do casal. -Vamos dar início. Para ler as perguntas, convido Sannin Jiraya-san.

O padrinho de batismo do Uzumaki se levantou de sua cadeira, com um copo de uísque em mãos e se aproximou do centro da pista de dança. Lançou um sorriso orgulhoso ao casal recém-casado e pegou o microfone.

—Boa noite a todos aqui presentes. Um cumprimento especial à família Hyuuga, e aos amigos de longa data de Naruto e Hinata. – levantou o copo de vidro para em seguida tomar um gole, em uma saudação. -Primeiramente, gostaria de parabenizar os recém-casados, toda a felicidade a vocês e, agora, eu gostaria de agradecer pelo convite em participar deste jogo. – colocou a mão no bolso interno de seu paletó, retirou uma folha de papel dobrada e, em seguida, o óculos para leitura.

—Não foi você fez as perguntas, foi? – o noivo indagou, sorrindo.

—Quem sabe. – deu de ombros, fazendo suspense.

—Tem crianças aqui, ero-jiji*! 

—Bem, vamos a primeira pergunta. – e abriu a folha com o cenho franzido, fingindo dificuldade em visualizar as letras.

—Ei! – protestou preocupado.

—Quem tem mais chulé?

Os convidados riram, os noivos arregalaram os olhos e Jiraya lançou um olhar pretensioso ao afilhado.

É claro que o sapato social, tanto em posse do loiro quanto da morena, foi levantado.

—Quem é mais bravo ou brava?

O salto foi levantado pelo casal.

—Quem acorda de mal humor?

Em meios a uma onda de risadas, o salto foi levanto pelo casal.

—Quem tem mais chances de derrubar o celular na privada?

Hinata levantou o sapato social e Naruto, o salto.

—Quem gasta mais dinheiro?

O sapato social foi erguido pelo casal.

—Quem cozinha melhor?

Entre murmúrios unanimes dos convidados dizendo que a ex-Hyuuga possuía ótimos dotes culinários, Naruto levantou o próprio sapato e Hinata ergueu o salto. O que arrancou risadas de todos.

—Essa é uma extensão da pergunta anterior. Quem tem mais chances de colocar fogo na casa?

O sapato social foi levantado pela noiva, e o salto pelo noivo.

—Ainda bem que vocês foram coerentes. – disse Jiraya entre risos. -Próxima, quem é mais bagunceiro ou bagunceiro?

Novamente, o sapato social foi levantado pela noiva, e o salto pelo noivo.

—Quem faz mais drama quando está doente?

O sapato social foi erguido pelo casal.

—Essa pergunta vai dar briga. Quem beija melhor?

O salto foi levantado pela senhora Uzumaki e o sapato social pelo senhor Uzumaki.

—Quem é o primeiro a pedir desculpas depois de um desentendimento?

O sapato social foi erguido pelo casal, de novo, causando uma onda de suspiros amorosos nos convidados.

—A última pergunta. – Jiraya encenou uma expressão receosa. -Cuidado com a resposta, Naruto, dependendo dela, você pode ficar sem Lua de Mel. – riu, sendo acompanhado pelos convidados. -Quem tem sempre a razão?

Fingindo soltar um suspiro cansado, o noivo ergueu o salto, sendo imitado pela noiva.

—Resposta correta. – provocou Jiraya. -Quando todas as crianças estarem dormindo, voltamos com as perguntas pesadas. Muito obrigado! – e devolveu o microfone a cerimonialista.

Com palmas e assovios, os noivos se levantaram para receber um caloroso abraço de Jiraya.

~~*~~*~~*~~

A última pose na mesa do bolo foi capturada pelo fotografo. Os noivos estavam saturados de tantos flashes, mesmo não querendo demonstrar. A sessão de fotos havia acabado, a partir daquele momento, só seriam fotografados naturalmente junto com os convidados. Afinal, só restava poucas horas de festa, e seriam gastas da maneira mais memorável possível: dançando e bebendo.

—Atenção, moças que estão planejando se casar, a hora da nossa noiva jogar o seu buquê finalmente chegou! – a voz da ceriminialista soou pelo salão.

O clima festivo se intensificou no mesmo momento, sendo acompanhado por exclamações femininas.

Com uma rápida troca de olhares com o loiro, a moreno retornou à pista de dança, agora sem o véu, de mãos dadas com ele. Sorriu animada quando viu as auxiliares da cerimonialista organizar um dos momentos mais divertidos das festas de casamento.

Após ficar uma semana pensando em como seria aquele momento, pesquisando na internet as diferentes formas de jogar o buquê e todas elas lhe agradando bastante, a fez cogitar a ideia de cancelar este momento pela indecisão. Porém, um pedido inesperado, que recebeu antes de ligar para a assessora de eventos para dizer que não jogaria o buquê, a fez decidir por aquela brincadeira.

Mais uma Wedding Game estava prestes a acontecer. Agora, planejada pela própria noiva para tornar o momento do buquê inesquecível.

Uma pequena mesa foi posta no meio da pista de dança, onde o casal recém-casado se colocou ao lado, para observar uma das mulheres vestida de preto depositar uma caixa transparente que continha um buquê igual ao da noiva. 

Os convidados se encontravam ansiosos com o que aconteceria.

—O segundo Wedding Game da noite foi proposto pela, agora, senhora Uzumaki. Como vocês todos podem ver, o buquê está trancado naquela caixa. – a cerimonialista começou a explicar. -Minhas assistentes entregarão uma chave a cada convidada que não está casada. Então, peço que ergam a mão as mulheres que gostariam de participar.

As exclamações femininas tomaram conta do salão de festas e, logo, muitas mãos foram levantadas.

—A chave da moça que abrir o cadeado da caixa, fica com o buquê. Boa sorte a todas!

Assim, uma a uma, as convidadas usavam as chaves prateadas para tentar a sorte no cadeado. Aos olhos delas, o buquê dentro da caixa reluzia.

Hinata e Naruto riam a cada expressão de desapontamento nos rostos femininos, e de alívios nos rostos de seus companheiros. Em algum momento, Akemi se aproximou deles, pedindo colo ao padrinho, no intuito de assistir a brincadeira mais de perto.

—Será que a próxima festa será de você e do Itachi?

—Vira essa boca para lá, Naruto! – a Okada respondeu em uma irritação fingida. -Estou aqui obrigada pela Karin e pelas duas ali. – apontou por sobre o ombro a Haruno e a Yamanaka, as próximas na fila.

Namie realizou a sua tentativa. Porém, a chave sequer entrou, deixando-a levemente decepcionada, pois, acima de tudo, era uma mulher que desejava ganhar o buquê e acreditava que ele sinalizava o próximo casal a juntar as escovas de dentes. 

—Que pena que não foi dessa vez, Namie-san.

—Quem sabe na próxima, né Hinata. – mandou uma piscadela ao casal e voltou para a sua mesa.

Uma empolgada Ino se aproximou da caixa, com sua chave em mãos.

—Achei que a vez das madrinhas nunca chegaria. – disse encarando fixamente o buquê. -Mil vezes melhor do que só jogar o buquê. Eu amei a ideia.

—Eu não queria ver minhas convidadas se estapeando por um buquê.

—Nossa Hinata sempre pensando no bem das pessoas. – falou e seus olhos azuis se arregalaram quando a chave se encaixou no cadeado.

A boca de Ino se abriu em um perfeito O ao girar a chave, destrancando o cadeado. 

Os noivos trocaram um sorriso cheio de significados. A madrinha soltava um grito aguda, não acreditando que o buquê era seu. E, uma comoção entre os convidados se formou ao acompanhar passos se aproximando da mulher sortuda.

—É sério isso? - perguntou ao casal de amigos.

—Muito sério, Ino. – foi Gaara quem respondeu, há dois passos dela.

A Yamanaka se virou sobre os calcanhares no segundo seguinte, se deparando com o Sabaku de gravata frouxa, as três primeiras casas de botões abertas da camisa e o paletó aberto. As mãos estavam dentro dos bolsos da calça social e o nervosismo estampado em seu rosto.

—Eu pedi à Hinata que o buquê dela fosse dado a você, porque eu tenho que te fazer uma pergunta. – disse, retirando uma caixa de veludo vermelho de um dos bolsos da calça.

 A loira cobriu a própria boca com as duas mãos ao sentir os olhos se encherem de lágrimas.

—Estamos juntos desde a adolescência, apesar de nossas idas e vindas. Você participou do meu crescimento como pessoa, me mostrou a gentileza, me aqueceu com o seu calor quando eu precisei e me ensinou a ser paciente. Mas acima de tudo, me apresentou a um amor tão sublime que só de lembrar que quase o deixei ir, fico desesperado. – sorriu sem jeito, envergonhado por estar se declarando em meio a dezenas de pessoas.

O ruivo respirou fundo e levantou a tampa da caixa de veludo, revelando um anel de ouro branco com topázio azul em forma de gota contornados de pequenos diamantes, e uma plaquinha fixada ao lado deste, com os dizeres “MARRY ME?”. As lágrimas escorreriam pelos cantos dos olhos azuis.

—Casa comigo? – falou apenas para ela ouvir.

Mas, todos os presentes entenderam.

—Oh, Deus! Claro que sim! – balbuciou chorosa, se atirando em Gaara. -Eu te amo.

—Eu também.

—Desculpe, Ino. Mas não ouvimos a resposta. – o loiro falou no microfone, se aproximando do casal de amigos.

—Sim! Sim! Sim! – gritou emocionada, abraçada fortemente ao corpo masculino.

Em uma sincronia surpreendente, a primeira música agitada da noite foi solta pelo Dj, que havia acabado de assumir o posto, e canhões de papel em formato de coração eram estourados pelo grande grupo de amigos, banhando o mais novo casal de noivos.

 ~~*~~*~~*~~

A pista de dança estava consideravelmente cheia. A maioria dos convidados já tinha, pelo menos, ingerido um drink produzido por um dos barmen da ilha. Os mais velhos permaneciam sentados conversando entre si ou observando a farra das mais jovens. E, os pés femininos estavam acomodados em macios chinelos de dedos, para acompanharem a farra.

—Boa noite, pessoal! – a voz de Shikamaru soou pelas saídas de som, depois que Gaara fez um sinal para o Dj abaixar a música. -Para quem não me conhece, me chamo Nara Shikamaru e sou um dos padrinhos. – o rosto levemente vermelho denunciava que havia bebido mais de três doses de uísque.

O riso frouxo de Gaara, Itachi, Neji, Sasuke e Suigetsu, que estavam ao redor dele, confirmava que estavam no mesmo estado, ou até mesmo pior. Ainda bem que dormiriam naquele hotel mesmo.

—Assim como esses três. Mas quem deu a ideia do próximo Wedding Game foram esses dois. – e apontou para o Uchiha mais velho e o Hoozuki.

—O que os senhores inventaram agora?

—Naruto! A pessoa que nós queríamos ver, chegou. – Gaara tomou o microfone do cunhado. -Se aproxime mais! – pediu ao ver o amigo andar em sua direção com outro microfone em mãos.  

O loiro apenas lançou um olhar curioso a caixa de uísque nas mãos de Itachi.

—É o seguinte, a Hinata teve um trabalhão para pensar em uma criativa brincadeira para o buquê, mas e você? Pensou em algo para divertir os convidados?

—Pensei que bebida de graça era o suficiente.

—Pensou errado! Mas não se preocupe, nós pensamos para você. – o Hyuuga falou e tomou um pequeno gole da bebida que tinha em mãos.

Sasuke mostrou uma tesoura.

—Declaro que a partir de agora está a venda os pedaços da gravata do noivo, pessoal! Todo o dinheiro arrecada será para custear a Lua de Mel dos recém-casados. – disse Suigetsu ao pegar o microfone.

Os convidados na pista de dança se agitaram.

—Cavalheiros, esperamos as suas generosas contribuições. – finalizou Gaara.  

Se fosse planejado, três Wedding Game não aconteceriam, como aconteceram no casamento do casal Uzumaki.

As sete mulheres até tentaram impedir a terceira e última brincadeira da noite, pois poderia ser considerado uma ofensa o que os rapazes estava fazendo, principalmente pelos mais velhos. Porém, estes eram os que mais contribuíam na empreitada, podia ser pela empolgação dos sete rapazes, ou pelo álcool no organismo, ou a influência de ambos.

Até o pai e tio da noiva entraram na brincadeira, depositando notas altas na caixa de uísque e recebendo um pedaço da gravata do noivo.

Era impossível não acompanhar o grupo de marmanjos indo de mesa em mesa, ou abordando um convidado que havia acabado de encher o copo, para vender o tecido da gravata. A risada soava automaticamente a cada venda realizada com sucesso.

—Olha pelo lado bom, terão mais dinheiro para gastar na Europa. – disse Namie após finalizar o coquetel de kiwi que bebia, arrancando risadas femininas.

—Muito dinheiro. – e Tenten apontou para o grupo, fazendo todas assistirem o exato momento em que cada um depositava todas as notas das respectivas carteiras.

—Não é agora que vocês impedem eles? – a rosada questionou com a loirinha adormecida no colo.

—Não, eu só vou me preocupar se os cartões entrarem no meio. – a Nara respondeu enquanto movimentava o carrinho de bebê, em que o seu filho dormia, com o pé esquerdo.

O “eu também” foi unanime.


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Notas finais do capítulo

TRADUÇÕES E EXPLICAÇÕES:
* GOLDEN WEEK:a wikipédia explica melhor.. kkkk https://pt.wikipedia.org/wiki/Golden_Week
*KOINOBORI: é um costume japonês de comemorar o Dia das Crianças e Dia dos Meninos sempre no dia 5 de maio, hasteando birutas em forma de carpa.
*ERO-JIJI: Velho tarado ou velho pervertido. Uma releitura do apelido carinhoso que o Naruto dá para o Jiraya na mangá/anime
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DECLARO AQUI: a terceira fase da fic se encerra, meus amores! Entramos na quarta e última fase de Soba ni Iru né a partir do próximo capítulo!
Estão prontos para o último arco?? kkkkkkkkkkk'
Por favor me falem lá nos comentários, a espera de vocês!
Beijoss!



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