A Valsa da Morte escrita por Ana_Gabi, Gabriela Fortunato


Capítulo 4
Capítulo 4




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Capitulo 3


 


Acordei com os braços firmes de Edward me segurando contra seu peito, debrucei-me e beijei sua boca suavemente, alisando seu rosto perfeito.


 


“Bom dia minha princesa.”, ele disse. Com o sorriso torto que eu amava.


 


“Bom dia amor.”, eu disse sentando na cama para fitá-lo. Ele estava com o semblante um tanto preocupado. “Que horas são?”, perguntei despreocupadamente.


 


“Oito e meia, mais ou menos.”, olhei pela janela que dava para o jardim. O dia estava lindo. O céu estava meio nublado, mas o sol reinava timidamente entre as nuvens. Não estava tão frio, estava até, muito agradável. As rosas tinham desabrochado e reinavam majestosas com o vermelho.


 


Eu me espreguicei, e ouvi um riso de Edward. Olhei para ele desconfiada. Eu tinha feito algo engraçado?


 


“Que foi?”, disse encarando Edward com uma entonação de censura falsa. Ele me fitou e jogou-se em cima de mim, me deitando na cama e ficando por cima de mim.


 


“Eu já te disse que você é a criatura mais linda que pode existir nesta terra?”, ele me olhou, tocando de leve na ponta do meu nariz com um de seus dedos gelados.


 


“Sou é? E como você chegou a essa conclusão?”, sibilei.


 


Ele balançou a cabeça, incrédulo. “Como assim, como eu cheguei a essa conclusão? Basta olhar para você, meu anjo.”


 


Olhei para ele divertida e revirei os olhos. Então eu o empurrei e tomei as rédeas da situação.


 


“Hum, e o que tem em mim que você acha tão maravilhoso, hein?!”, perguntei encarando seus olhos de opala.


 


“Bom, para começar, eu gosto de suas bochechas levemente rosadas, gosto de seus olhos de cor de chocolate derretido, suas atitudes humanas demais, até para um humano, gosto da forma que você age quando está comigo, ficando extremamente esquecida de coisas básicas, como respirar, gosto principalmente de você ser um enigma para mim...”, ele disse pensativo.


 


“Hum,” disse fingindo uma decepção, “só isso?” acrescentei.


 


Ele me jogou na cama, subindo em cima de mim novamente me dando um beijo caloroso. “Não. Mas eu te amo.”


 


Sorri abertamente. Ele riu mais alto.


 


“Diz de novo?”, fiz os olhos pidões da Alice.


 


“Você anda passando tempo de mais com aquela baixinha.”, ele disse reprovando. “Mas para isso não precisa fazer essa cara de cachorro abandonado, eu digo milhões de vezes que eu amo você!”


 


Ficamos um tempo brincando despreocupados, quando seu maxilar ficou rígido.


 


“Bella, estou preocupado com você.”, ele disse por fim.


 


Olhei para ele piscando atordoada. “Por quê?”


 


“Você não esta dormindo bem, anda agitada no sono, tem tido pesadelos, gritando, você sempre grita a mesma coisa à hora que acorda, ‘o pergaminho’ ‘a caixinha’. Bella, me prometa que não esconderá nada de mim?”


 


“Prometo.”, menti, mas menti parcialmente. Eu contaria a ele quando fosse a hora certa.


 


“Fico mais tranqüilo assim. Eu confio em você. Sei que não me escondera nada.”, ele disse, e o peso das suas palavras atingiu, como uma bomba atômica, minha consciência. Eu não o merecia. Deveria haver alguma coisa que eu pudesse fazer para que Edward e eu, finalmente, pudéssemos ficar a par de igualdade. No momento eu não sabia, mas existia algo...


 


Levantei-me da cama enrolada no lençol e constatei, com um tanto de prazer, que meu marido estava ficando cada dia mais depravado!


 


Edward me lançou um olhar malicioso. Eu sorri marotamente de volta.


 


Percebi que ele estava se controlando igual a um louco para não me agarrar, não que eu fizesse questão que ele se controlasse. Mas melhor que eu fosse tomar um banho e colocar uma roupa logo. Eu tinha algumas coisas que fazer hoje, e poderia doar minha noite apenas para o Edward.


 


Entrei de baixo do chuveiro e deixei a água escorrer pelo meu corpo. A casa estava em silencio, mas eu sabia que Edward estava na cozinha preparando meu café da manhã.


 


Sem duvida ele era o marido perfeito. Eu daria minha vida por ele se precisasse, mas não havia forma de Edward precisar de mim. Eu era apenas uma humana desastrada e altamente vulnerável e quebradiça, como tantas vezes ele falara.


 


Entrei no closet e quase me perdi lá dentro. Alice exagerara de uma forma sobrenatural. Eu, com certeza, não repetiria uma roupa sequer, alias, fora por isso que ela montou uma guarda-roupa desse porte.


 


Escolhi uma blusinha listrada e uma calça jeans e calcei uma sapatilha bege.


 


[Roupa da Bella: http://dipano.files.wordpress.com/2009/05/look.png?w=424&h=437]


 


Sai do closet e me deparei com Edward sentado no balcão da cozinha com uma bandeja com meu café da manhã ali. Ele havia caprichado. Tinha torradas, suco de laranja, bolo de chocolate, o meu preferido, patê, muitas coisas gostosas e para completar, Edward deu um arremate final com uma rosa vermelha.


 


Caminhei até onde ele estava e beijei-o calidamente, agradecendo tudo que ele fazia por mim, mesmo sabendo que eu não merecia metade das coisas.


 


Enquanto tomava meu café-da-manhã, Edward me olhava fascinado.


 


“Gostou do carro?”, ele perguntou.


 


“É muito lindo Edward, deve ter custado uma fortuna”, disse reprovadora. Ainda me lembrava que o carro tinha blindagens à prova de balas e fuzis.


 


Ele apenas deu um sorriso torto e balançou a cabeça.


 


“Acho que vou à casa do Charlie hoje.”, eu disse. Fazia tempo que não visitava meu pai, ele vinha de vez em quando à mansão.


 


No começo eu me preocupei pelo fato de Charlie voltar a morar sozinho e morrer de desnutrição, levando em conta que ele não sabia nem sequer fritar ovos e fazer um mingau, fiquei mais tranqüila quando soube que Sue estava indo fazer a comida para ele, e estava começando a achar que eles estavam meio que se gostando. Seria bom pro Charlie ter uma mulher de novo para cuidar dele.


 


“Tudo bem, amor. Quer que eu vá junto?”, ele disse olhando firmes para meus olhos e eu soube que não adiantaria dizer não. Edward não me deixaria andar sozinha por um bom tempo, sabendo que os Volturi ainda estavam atrás de mim.


 


“Se você não tiver nada mais importante para fazer, eu gostaria sim.” Fiz um beicinho e ele me puxou para seu peito.


 


“O que eu tenho de mais importante, é você!”


 


Saímos em direção à casa grande para cumprimentar os Cullens. Quando entramos pela grande porta de vidro, o primeiro a nos receber foi Emmett, com uma de suas piadinhas obscenas.


 


“Hum, o que vocês estavam fazendo até essas horas, hein? Edward, vai dizer que quebrou com a mobília do quarto de novo?”, ele disse entre risos.


 


Edward rosnou. “Cala boca Emmet! Pelo menos eu ando quebrando alguma mobília, já você, faz tempo que nem uma cadeira quebra!”


 


Emmet ficou furioso e saiu da sala. Fiquei com pena dele. Já fazia algumas semanas que a Rose estava fazendo greve.


 


Jasper estava sentado junto com ela no sofá. Os dois estavam tão concentrados assistindo TV, ligada num canal de esportes, que eu me pergunto se eles estavam realmente assistindo.


 


Rose estava séria. Não havia nem sequer movido um músculo com a acusação de Edward, e fingia não conhecer o Emmet, ignorando completamente o coitado do marido. O que será que estava acontecendo entre esses dois?


 


O único que não estava em casa era Carlisle. Ele estava trabalhando no hospital hoje.


 


Alice apareceu com um vaso de flor na mão. Ela e Esme estavam decorando a casa. Segundo Esme, ela estava enjoada já com a decoração e decidiu fazer uma reforma. Ela trocou a maioria dos moveis e alguns quadros, porem deixou os mais elegantes e bonitos.


 


Alice se movia como uma fada. Como se estivesse levitando. Aliás, eu sempre me pergunto como é que ela consegue andar tão magnificamente!


 


Ela andava de um lado para outro carregando vasos, quando ela de repente estacou e largou o vaso no chão, fazendo o quebrar todo em pedacinhos. Algo estava errado. Geralmente vampiros não deixam cair coisas, aliás, vampiros nunca deixam cair coisas.


 


Perguntei-me, porque é que os outros vampiros não se adiantaram com a queda iminente do vaso. Era obvio que eles esperavam uma reação da Alice. O que não aconteceu.


 


Só havia uma explicação para isso. Alice estava tendo uma visão. Seus olhos estavam vidrados e ela mirava o nada, não se dando conta do que se tornara o lindo arranjo que Esme havia feito.


 


“Ó meu deus!”, ela disse. Todos os vampiros então a cercaram.


 


Jasper pegou em suas mãos e disse brandamente.


 


“Alice, calma, o que você vê?”


 


“Eu vejo Bella... E ela está... Morta!”


 


Eu estremeci. O rumo de alguma coisa havia mudado. Alice via geralmente, eu como uma vampira, principalmente depois da decisão de me transformarem.


 


Edward deve ter pensado na mesma coisa que eu, porque ele me puxou mais pra perto dele e apertou mais seu abraço. Como que pudesse me preservar do futuro ali.


 


Senti todos olharem para mim. Eu estava tremendo e com certeza pálida igual a um vampiro.


 


“Como?” Rose perguntou lívida.


 


“Como assim Alice? Bella morta? Você não a via como uma de nos?”, Emmet perguntou.


 


Quem respondeu foi Jasper, Alice ainda estava com os olhos vidrados, “Algo mudou. Uma decisão. Alguém mudou o rumo das coisas.”


 


Edward permanecia tenso do meu lado, se não mais do que já estava. Alice então começou a falar.


 


“Bella esta morta, eu não sei que lugar é. Está embaçado, mas Bella está com um punhal cravado em seu peito!”


 


Eu empalideci. O que havia mudado?


 


“Não se preocupe, amor.”, Edward sussurrou em meu ouvido e colocou uma de suas mãos geladas em minha nuca, me deixando mais segura. “Nada vai acontecer a você. Eu não deixarei.”


 


Balancei a cabeça afirmativamente e escondi meu rosto em seu peito, deixei que as minhas indomadas lágrimas encharcassem sua blusa. Eu não queria morrer. Eu queria estar com o Edward para toda a eternidade. Era assim que as coisas deveriam ser. Era assim que eu queria que fosse.


 


A sala estava silenciosa. Eu não sabia se eu estava apenas com Edward, ou se os vampiros ainda estavam presentes, mergulhados em hipóteses, que explicariam a visão de Alice.


 


Edward, tentando me acalmar, cantava minha canção de ninar e a valsa da caixinha alternadamente. Não sei quanto tempo levou, quando finalmente eu consegui me controlar e levantar meus olhos vermelhos para o Edward.


 


“Eu não quero deixar você Edward!”, disse, em meio a soluços.


 


“Você não vai me deixar, Bella. Eu não permitirei que ninguém te fira.”, ele disse tentando não mostrar o pânico que tomava sua voz. “Nós vamos descobrir o que mudou, e daremos um fim nisso.”


 


Balancei a cabeça. E virei para olhar o resto da sala.


 


Constatei que os fragmentos do vaso haviam sido limpos, e as coisas haviam voltado ao normal, mas ainda assim a tensão pairava pela grande sala de estar do Cullens. Jasper não havia sequer dado ao trabalho de acalmar os vampiros, creio que ele estava tenso também, afinal, qualquer coisa que afetasse Edward, afetaria toda a família.


 


Edward me levou para sentar no sofá, e enlaçou um braço ao redor da minha cintura, e com a outra mão livre afagou meu rosto. Eu estava atordoada.


 


Morta com um punhal no peito.


 


Uma morte um tanto trágica. O que poderia ter mudado? Eu me perguntava infindas vezes, sem obter êxito em nenhuma delas.


 


Percebi olhares furtivos entre Edward e os outros Cullens, eu sabia que ele deveria estar respondendo mentalmente perguntas que não queriam manifestar na minha presença. Estava tão aturdida e confusa que não me incomodei em me preocupar com o que seria. Poderia ver isso mais tarde, se não estivesse morta, é claro!


 


Por fim Edward olhou em meus olhos e falou, “Ainda quer ir à casa de Charlie? Nós poderíamos fazer outra coisa.”


 


“Não, tudo bem. Faz tempo que eu não vejo o Charlie. E a visão da Alice pode ser resolvida.” insinuei. Ele olhou para mim penetrante, “Quer dizer, eu posso ser mudada em qualquer instante, só gostaria de poder ver o Charlie antes.”, disse e acrescentei um sorriso forçado, Edward não se convenceu. Seu maxilar enrijeceu.


 


 Levantei-me e o mirei. Como ele era lindo! Eu não podia perder uma eternidade com ele!


 


“E ir à casa de Charlie vai me distrair.”, disse determinada. Ele cedeu e levantou-se do sofá.


 


“Não acontecerá nada a você, Bella.”, ele disse angustiado.


 


“Eu sei. Confio em você. E mais importante, eu amo você!”, ele sorriu e me beijou. Um beijo cálido e suave, cheio de amor mais também, de certa forma, urgente e torturado.


 


“Eu também te amo!”, ele disse.


_____


 


Chegamos à casa do Charlie e o surpreendemos na cozinha, algo que ele dispensava, afinal, ele não era um exímio cozinheiro, o mais intrigante era que ele estava tentando fazer um bolo de cenoura para Sue, o preferido dela, nem consigo imaginar o porquê de todo o sacrifício.


 


Olhei para Edward e sorri. Ficava feliz em ver que Charlie finalmente havia superado o divorcio com minha mãe.


 


Acabei tendo que ensinar Charlie a quebrar ovos. Edward estava sentado na cadeira do balcão da cozinha, enquanto eu lutava pra fazer meu pai entender que não se usava a casca dos ovos para fazer bolo.


 


Admito que foi engraçado. Charlie teimava em jogar os ovos com casca e tudo para dentro da tigela, e Edward é uma prova disso, ele olhava para mim e sorria torto balançando a cabeça, me distraindo da minha grande luta com meu pai.


 


“Que bom que você veio Bells. Não sei o que faria se não tivesse sua ajuda.”, meu pai disse enquanto colocava o bolo no forno e olhava para mim grato.


 


“Não foi nada pai.”, disse constrangida.


“Fazia tempo que você não vinha mais”, Charlie disse e deu uma olhada feia para Edward, que manteve a sua expressão calma.


 


“Estava um pouco ocupada, pai. Desculpe. Vida de recém casada não é fácil. E ainda tem os preparativos para a faculdade.”, disse depressa tentando amenizar o clima. Pareceu-me que deu certo. Os olhos de Charlie brilharam.


 


“Ahh, a faculdade...”


 


“Sim, senhor, estamos nos preparando, levando em conta que todos nós passamos em Harvard...”, Edward disse e olhou para mim orgulhoso, e eu vi que os olhos de Charlie brilharam mais do que antes.


 


Bem, eu sabia que passar em Harvard era uma coisa praticamente impossível para mim, então imaginava que havia um dedo do Edward ai. Não que eu fosse burra, só não entraria em Harvard com meus próprios conhecimentos. Preferia não mencionar esse assunto pra ele.


 


Edward continuou.


 


 “Nós estamos escolhendo os cursos, tentando comprar uma casa em Massachusetts, um local que fica mais perto de Cambridge também.”


 


“Certo. E que curso pensa em se matricular, Edward?”, Charlie perguntou


 


“Vou fazer direito.”


 


“Direito? Uma boa escolha. É um otimo curso. E você Bells?


 


“Não sei ainda pai. Estava pensando em arquitetura, mas ainda estou um pouco em duvida.”, disse meio pensativa.


 


“Arquitetura também é uma boa escolha Bells”, ele disse e aproximou-se de mim me abraçando. “Estou tão orgulhoso de você! Sua mãe também!”


 


Sorri constrangida, Charlie não era de ficar mostrando atos de afeto tão abertamente, assim como eu, então eu sabia que ele realmente deveria estar orgulhoso.


 


Estávamos conversando quando Sue chegou. Ela trazia peixe frito, o favorito do Charlie. O bolo de cenoura até que ficou bom.


 


Comi um pedaço, antes de irmos embora, para deixar os dois a sós. Edward, em um ato de pura benevolência, provou um pedaço do bolo do meu pai, ganhando uns pontos a seu favor com isso.


 


Fomos embora, e devo dizer que Charlie não fez muita questão que ficássemos mais tempo.


 


Entramos no volvo prata de Edward. Ele deu partida, eu enlacei meus braços entorno de seu pescoço.


 


“Foi muita bondade sua comer o bolo do Charlie, amor. Sabia que não precisava ter feito aquilo.”


 


“Não estava tão ruim assim.”


 


“Não mesmo? Tá, aham, sei.”, disse e não o deixei responder, pulei em cima dele, coloquei minhas pernas em torno de sua cintura, e meus braços em seu pescoço, agarrei seus cabelos e puxei para trás para lhe dar um beijo.


 


Edward pigarreou.


 


“Bella! Você ficou maluca! Eu vou bater o carro!”


 


“Você? Bater o carro?”, insinuei, “É mais fácil ele sair voando!”, disse e o provoquei mordendo sua orelha.


 


Edward não resistiu. Era o que eu queria. Ele parou o carro no acostamento e me olhou penetrante.


 


“Bella, você realmente não deveria ter feito isso!”, disse e me apertou para perto de dele, beijando minha boca voluptuosamente e me deixando completamente sem ar.


 


Eu envolvi seu corpo com as minhas pernas. Ele sorriu torto e me levantou um pouco mais. Aproveitei para beijar seu pescoço e alisar seu rosto.


 


“Você é minha vida, Bella.”, ele disse me olhando com seus olhos negros intensos.


 


“Você também é a minha, Edward.”


 


Começou a chover uma chuvinha fina e o clima ficou frio de repente. Arrepiei-me. Edward percebeu, ele me levantou do seu colo e me sentou gentilmente na poltrona do carona. Eu tentei relutar, mas seus olhos me disseram que não iria ganhar essa batalha.


 


Ele ligou o aquecedor. Ficou quentinho. Mas eu não ia me dar por vencida.


 


“Estou com calor, pode desligar o ar-condicionado?”, falei emburrada.


 


Ele me olhou de canto e sorriu torto. “Bella, você é completamente absurda!”, levantei uma sobrancelha, com um olhar escarnecido. Fechei a cara como uma criança mimada.


 


Ele riu abertamente e inclinou-se para dar um beijo em meu rosto. Bem, preciso dizer que eu sorri declaradamente? Ah, ninguém consegue resistir ao charme do Edward.


 


“Você estava falando sério em fazer arquitetura, amor?”


 


“Sim, eu estava. O que acha?”, perguntei despreocupadamente, observando a chuva que caia lá fora, mas atenta a criatura magnífica ao meu lado.


 


“Acho uma ótima escolha. Minha arquiteta mais linda!”


 


 


Edward encostou o carro perto da entrada da porta da mansão dos Cullens. Ele saiu e veio abrir a porta para mim. Hesitou por um momento, encrespou as sobrancelhas e abriu a porta com ar mal-humorado.


 


“O que houve?”, sibilei saindo do carro.


 


“Não há ninguém em casa.”, ele disse e me pegou no colo, conduzindo-nos até a porta de entrada. “Droga. A porta está trancada. Será que-”, ele disse.


 


Edward me colocou no chão gentilmente. Eu olhei para ele, e sorri simplesmente. Ele olhou compenetrado.


 


“O que está pensando?”, disse alisando meu rosto.


 


“Coisa boba.”, disse sabendo que ele iria insistir na pergunta. Era o que eu queria.


 


“Acho que posse agüentar.”


 


“Nada não. Coisa de adolescente sonhadora.”, disse olhando para ele sorrindo marotamente. Ele levantou uma das sobrancelhas, eu continuei. “Me beija na chuva? Como em um conto de fadas?”, disse e enlacei meus braços em seu pescoço.


 


“Eu vou me arrepender disso. Você vai ficar doente. Mas o que você me pede sorrindo que eu não faço chorando?”, ele disse sorrindo.


 


Edward era perfeito. Ele me pegou no colo novamente e correu comigo para o meio do nosso jardim.


 


Chegando ele me colocou amavelmente no meio da grama. Tirou os fios de cabelos que teimavam em cobrir meu rosto, colocando-os atrás de minha orelha. Afago-os e alisou meu rosto serenamente.


 


Então ele me beijou.


 


Era algo indescritível. Melhor do que um conto de fadas. Era melhor até do que em meus sonhos. E Edward era muito melhor do que um príncipe que salvava a moça indefesa.


 


Ele me rodou na chuva enquanto eu ria com o rosto virado para o céu. Eu só queria que o tempo parasse naquele momento.


 


O céu estava clareando, mas a chuva ainda caia sobre nossas cabeças. Edward pegou minha mão amorosamente, beijou-a e me conduziu até a árvore com balanço que havia ali.


 


Eu sentei e olhei para ele. Seu rosto estava tão iluminado, tão divino, que eu me perguntei se algo em minha vida poderia ser realmente real.


 


Ele sorriu para mim e apontou a mão para o céu. Virei minha cabeça na direção que ele indicava, e lá estava, um arco-íris.


 


“É lindo.”, disse olhando o arco se estender sobre o céu.


 


“Dizem que o arco-íris foi um pacto que Deus fez com Noé e com todas as criaturas da Terra, onde jamais voltaria a destruir a Terra com água, e sempre que chove, aparece o arco-íris como símbolo dessa aliança de Deus para com toda a Terra.”, Edward disse e me fitou.


 


“Faz um pacto comigo?”, disse. “Que jamais iremos nos separar, não importa o que aconteça?”.


 


“Sim, Bella. Eu faço. Assim como aquele arco-íris surge para sempre no céu, nós ficaremos juntos até a eternidade.”


 


Eu sorri, e fechei os olhos, Edward passou seus dedos gelados sobre minhas pálpebras beijou cada uma delas e depois beijou meus lábios.


 


Eu ainda estava com os olhos fechados quando ele me pegou no colo e correu. Senti quando ele me deitou sobre nossa cama.


 


Abri os olhos e lá estava Edward, perfeito. 


 


“Até a eternidade.”, murmurei e beijei-lhe.


 


Edward me puxou mais para perto dele e acariciou-me gentilmente enquanto me beijava.


___


 


Acordei com Edward roçando em meus braços. Sorri para ele.


 


“Diz que não foi um sonho...”, falei esfregando os olhos.


 


“Não foi um sonho.”, ele sorriu torto. Olhei para o relógio. Estava de manhã. Eu havia dormido feito uma pedra.


 


O dia estava nublado e meio frio. Os pêlos dos meus braços estavam arrepiados. Levantei-me e fui tomar um banho, enquanto Edward fazia meu café da manhã como sempre.


 


Escolhi uma calça jeans, uma camiseta branca, e um casaquinho verde. Abri uma das inúmeras gavetas que havia dentro do closet e me apaixonei por um cachecol alaranjado que vesti também para completar.


 


[Roupa da Bella: http://4.bp.blogspot.com/_ySspTiurj7I/Sb6EyiERzUI/AAAAAAAAADU/NU0KJX8Ot5A/s400/GetSetImageCAFQEESO.jpg ]


 


Arrumei a cama e fui até a cozinha, onde avistei Edward sobre o fogão, terminando de preparar meu café. Sorri com a imagem de um deus grego na cozinha preparando o desjejum de uma mera humana.


 


“Dormiu bem?”, ele perguntou colocando os ovos estrelados em cima da mesa, junto com as torradas.


 


“Feito um neném”, disse beliscando uma das torradas com doce que ele havia feito.


 


“Hoje você não teve nenhum daqueles sonhos. Fico mais aliviado.”, ele disse me encarando, eu abaixei os olhos. Eu havia esquecido tudo quando estava com Edward, mas agora eles haviam voltado. Os sonhos, as visões da Alice, tudo.


 


“É. Onde a família havia ido ontem?”, perguntei preocupada.


 


“Bem, digamos que Alice viu algo significante. Eles foram averiguar.”, Edward disse sério, eu tinha tantas perguntas para fazer para ele. O que Alice tinha visto? O que eles foram averiguar? Mas seu tom de voz me indicou que eu nada iria arrancar dele, não enquanto ele não quisesse me falar.


 


Tive que aceitar isso emburrada. Afinal, que escolha eu tinha?


 


“Hum... Ok. Algo relacionada com a outra visão?”, especulei.


 


“Bella, tudo está sobre controle. Não precisa se preocupar.”, ahh tá, sim, era algo relacionado com a ‘outra visão’.


 


Terminei meu café e juntei a louça dentro da pia para lavar. Edward estava sentado me admirando. Como se fosse algo incrível lavar a louça. E depois eu é que sou a absurda, (Tá ok, eu sou um pouquinho absurda).


 


Acabei com a louça e o mirei maravilhada, parado ele parecia uma estatua helênica.


 


“Vamos?”, ele disse estendendo a mão para mim.


 


“Para?”, perguntei.


 


“O paraíso.”, ele disse e sorriu. Ele não entendia que todo e qualquer lugar que ele estivesse era um paraíso?


 


“Hum, me parece interessante. E onde fica esse paraíso?”


 


“Sem mais perguntas Bella. É surpresa.”, ele disse sorrindo torto.


 


“Ok senhor que dita as leis nessa relação.”, disse e segurei sua mão enquanto ele me levava para a sala de estar.


 


Quando Edward ia abrir a porta ele estacou. Olhei para o chão onde ele estava olhando e ali havia uma carta.


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