Crônicas De Whitörn escrita por maisutoGUN


Capítulo 7
Estrada de Fumaça


Notas iniciais do capítulo

Altas revelações nesse capitulo! Vou ter que me virar pra escrever o próximo! Vida de preto é difícil, é difícil como o quê! xD



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Monserrat não conseguia assimilar tudo aquilo de uma única vez. O seu pai era um general que não obedecia a Sir Drevyan como ele havia dito, mas sim ao próprio Rei Garthän. E além disso o próprio Sir Drevyan era amigo de seu pai e estava agora na sua frente e a ouviu recitar uma poesia idiota e agora tinha um apelido muito auspicioso e apropriado, apesar de ainda a deixar cheia de vergonhas só por lembrar do acidente.

Mas agora não era a hora pra pensar naquilo. E o próprio Protetor da Relíquia de Farss estava agora a sua frente. E ele havia ouvido Monserrat declarar um poema vergonhoso. A lembrança enrubeceu o rosto de Monserrat como havia feito antes quando acontecera o fato. Sir Drevyan não parecia dar indícios que se importava com isso.

– Temos que sair daqui agora. Tem um Lich atrás de Monserrat e creio que ele não vai esperar o tempo que acharmos conveniente para fugirmos. - Ajudou a mãe de Monserrat com as coisas que seriam levadas e se virou para a Pluma de Prata e entoou com uma voz enfática. - Temos que sair daqui agora.

– Mas para onde iremos, Drevyan? - Ollyne encarava o Protetor da Relíquia com um olhar preocupado e seu rosto parecia triste por ter de deixar aquele lugar.

– Iremos ao encontro de seu pai, Ollyne! O Rei Garthän vai voltar do Vale de Bongodhör, que é a divisa com Shördgart, na Relíquia de Hylobändak, a Terceira Relíquia do Reino. Ele já estava se preparando para a guerra com o Rei-Logo-Abaixo. Mas deixou seu filho mais velho como castelão das tropas avançadas e seu filho do meio como comandante do resto.

– E meu pai teve algum motivo para isso?

– Ele veio buscar mais homens e persuadir os Protetores das Relíquias a entrar na guerra e não só mandar seus homens. É muito mais seguro que os cavaleiros juramentados irão obedecer seus próprios senhores. Mesmo quando a outra opção é o rei.

– Faz sentido, Drevyan! Então você vai para a guerra?

– Creio não ter opção, Ollyne! Levarei vocês até a presença do rei e solicitarei uns dias a mais com Monserrat para leva-la até um amigo que fará o serviço de tutor por mim! - Ao ver que Ollyne parecia um pouco desconfiada inteirou no mesmo momento. - Eu confiaria minha vida a este homem.

– Porque não posso ficar com a minha mãe na corte do rei? - Não era o que realmente Monserrat queria. Ela queria ir se aventurar pelo mundo, mas achou que devia tudo que sabia a sua mãe. E estava certa em partes. Ela só sobreviveu contra a Montanha de Fogo pelo que ele tinha lhe contado.

Saíram da casa e seguiram até a estrada principal que levava até a corte do Rei na capital Beilerivhov. Andavam em passos largos, com Monserrat na rabeira tentando acompanhar a passada apressada do Protetor da Relíquia e de sua mãe. Como ela andava tão rápido?

– Não pretendia ficar mais do que dois dias por aqui! - Começou Sir Drevyan enquanto continuava a andar apressado em direção a estrada. - Mais a frente na estrada tenho uma carroça da qual três dos cavaleiros juramentados da minha guarda pessoal tomam conta e me esperam com Fjedsøll e você, Ollyne! - Olhou nos olhos castanhos claros, iguais aos de Monserrat e continuou. - Como você bem sabe, iriamos treinar Monserrat em Farss. Você na arte dos Deuses e eu na arte da própria guerra. Uma menina que é filha dos deuses e sobreviveu ao inverno dos invernos está destinada a feitos nunca vistos antes por uma mulher. Talvez ela possa ser maior do que o próprio Pluma de Prata!

Nem todo o discurso que Sir Drevyan estava jogando em Ollyne fazia efeito. Mas ela cedeu visto que agora não tinham mais escolha. E ficar na corte real era potencialmente mais seguro do que tentar se salvar na corte de uma relíquia. Não que fosse perigoso, mas o numero de cavaleiros na corte real é proporcionalmente maior do tanto de uma água de um rio para a água de um mar.

Já chegavam perto da carroça quando repararam que algo estranho estava acontecendo. Havia sangue espalhado por todos os lados da carroça e os cavalos escoiceavam para todos os lados, perdidos na própria agonia. A carroça balançava e de dentro dela saiu um homenzinho atarracado com uma túnica toda preta, queimada nas bordas da manga e do capuz, que estava levantado. Do seu rosto só podia se ver o sorriso malicioso transbordando maldade.

– Prazer senhores! - Era possível agora ver os dentes amarelados da criatura atarracada. Amarelos como mijo. - Me chamo Dimarell! - Ele fez uma mesura exagerada enquanto atrás de si pulava da carroça um homem gigante, muito parecido com Banqüifar. - Mas podem me chamar de Mago das Trevas Dimarell.

– Um Lich! - Sir Drevyan já desembainhava a espada quando que com um espanto viu nas mãos do gigante duas cabeças de seus cavaleiros. - O que fez com meus homens, criatura do Punsange?

Dimarell não se continha e sua risada foi ouvida até muito depois de onde estavam. Era uma risada que exalava podridão e não convidava os outros a rirem junto com ele, muito pelo contrário. - O seu outro cavaleiro dentro da carroça não está melhor, posso lhe assegurar. - A risada do mal novamente. - Dondeon, matar, por obséquio!

A criatura gigante veio em direção à Sir Drevyan. Novamente estavam ignorando Monserrat. Provavelmente a deixaria por ultimo. Achando que ficaria acuada, talvez com medo. Agora que ela sabia que era uma filha dos deuses se sentia revigorada. Nem parecia que tinha lutado pouco menos contra uma montanha gigante de fogo. Ela já sabia o que deveria ser feito. O truque do Banqüifar não funcionaria com eles novamente.

– Devo presumir que vocês merecem palmas por derrotar meu guarda-costas Banqüifar. Dei um pouco mais de consciência para ele... - Dimarell pesava as palavras colocando o dedo nos lábios. - Não adiantou de nada.

Nesse momento o gigante Dondeon já atacava Sir Drevyan com movimentos metódicos. Direita, esquerda, direita, esquerda. Seria algo fácil de desviar se não fosse tão rápido. E a cada investida de Dondeon mais e mais o Protetor da Relíquia recuava, e recuava. Ele olhou nos olhos de Monserrat com a mesma expressão da primeira luta. Monserrat sabia o que tinha de ser feito. Flanquear.

Monserrat foi passando devagar para os lados, mas uma fumaça a acertou bem no peito. Não forte o suficiente para derruba-la mas machucou o bastante para a deixar de joelhos. Ela tinha esquecido do Lich a sua frente. Não conseguiria lutar com um mago, por mais fraco que esse aparentasse ser. Ela não estava pronta.

Enquanto ponderava sobre suas possibilidades de sair viva em uma luta contra o mago das trevas quando ouviu um grito. "SVAYV". Era sua mãe. Assim que virou o rosto para ela uma tora de madeira do tamanho do cavalo de seu pai passou zunindo por sua orelha e acertaria o mago em cheio se esse não criasse um circulo protetor de fumaça com as mãos que ia desintegrando a tora enquanto essa avançava.

– Desculpe-me, querida!

Monserrat estava perplexa. Como sua mãe conseguia fazer aquilo? Uma tora. E daquele tamanho.

Ollyne deu de ombros e com um sorriso no rosto piscou para Monserrat com os dois olhos. - Eu sei ler, Monserrat!


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Notas finais do capítulo

Os castelões antigamente eram homens que respondiam pelos reis e lordes de um castelo quando esse não se encontrava lá. Obvious, like a dinius! xD

Eles não irão encontrar com Roswell no caminho porque o mesmo estava indo direto para Hylobändak. Na verdade, a Glugock é o que divide Farss de Hylobändak. A montanha mais larga de todo o continente do Norte. :)
E se lê Railobândaque.

Cavaleiros Juramentados são a elite. Quando eles são da guarda de algum senhor tão importante quanto Sir Drevyan, são a nata da elite. Imagine a merda. xD

Dimarell se lê Daimaréu (Com o r de americano). Esse nome é uma homenagem a um dos meus guitarristas favoritos, Dimebag Darell. Eu achei que fiquei legal. Vou tentar fazer isso com os outros Lichs. Vai ser interessante. :3

Acabei de inventar o nome Punsange, mas é o inverso do Haganan. O Haganan é o lugar dos guerreiros, justos, honrados. As vezes nem tão honrados, mas necessários nas guerras dos deuses. O Pusange é o Tártaro, onde ficam os covardes, traiçoeiros e maus de tudo.

No final a Monserrat subiu pro nivel 2. xD Zoeira! Não tem isso de nivel não! xD

Svayv vem do dinamarquês svæve, que significa levitar. Lembrando que as Crônicas de Whitörn se passa em um planeta chamado Velynian. Nem a Terra é! xD O mapa é diferente e já tenho ele desenhado. Não haverão incongruências, podem deixar! :)

Gostaram das informações extras? Gostaram do começo dessa luta épica? Comentem ai. Digam o que tão achando! '-'b

PS: Sim, eu gosto de trema! Dá um quê de nórdico pra parada, sei lá! xD